Hino Nacional Brasileiro
O Hino Nacional Brasileiro faz parte dos quatro símbolos da República do Brasil,
são eles:
- A Bandeira do Brasil,
- O Brasão Nacional,
- O Selo Nacional.
O
Dia do Hino Nacional Brasileiro é celebrado em 13 de abril.
Assim, temos hinos em honra de heróis, de um partido, de um
clube e, ainda mais, em honra de uma nação, a Pátria.”
Entendemos que o Hino, em sua tessitura, faz da história e dos
fatos da nação, sendo, portando, a voz que proclama suas características, seus feitos e glórias, quer por suas peculiaridades geopolítico-social e
históricos.
O Hino Nacional Brasileiro vive desta concepção.
Talvez mais do que qualquer outro dos Símbolos Nacionais, a história do nosso Hino Nacional reflete os momentos mais relevantes da nossa Pátria.
A composição do nosso Hino Nacional foi
inspirada na Independência do Brasil.
Victor Hugo:
“A poesia está nas idéias, e
as idéias vêm da alma."
O Hino Nacional Brasileiro foi elaborado com intuito de comemorar a Independência
do Brasil, que ocorreu em 07 de setembro de 1822.
Durante o Império, no Primeiro Reinado, o imperador D. Pedro I além de Proclamar a Independência e abdicar em nome de seu filho, o príncipe Pedro, futuro D. Pedro II; ele nos deixou mais.
No começo do século XIX, o artista, político e livreiro Evaristo da Veiga escreveu os versos de um poema que intitulou como “Hino Constitucional Brasiliense”.
Evaristo da Veiga
Em pouco tempo, os versos ganharam destaque na Corte e foram musicados pelo maestro Marcos Antônio da Fonseca Portugal (1760-1830).
Aluno do maestro, Dom Pedro I já manifestava um grande entusiasmo pelo ramo da música.
Dom Pedro I
Em 1822, após a proclamação da Independência do Brasil, decidiu compor uma nova melodia para a letra musicada por Marcos Antônio. Por meio dessa modificação, tínhamos a oficialização do Hino da Independência.
Evaristo da Veiga fez a letra e Dom Pedro I compusera o música do Hino da Independência.
O feito do governante acabou ganhando tanto destaque que, durante alguns anos, Dom Pedro I foi dado como autor exclusivo da letra e da música do Hino.
Dom Pedro I adorava música e tocava vários instrumentos musicais.
Dom Pedro compondo o Hino da Independência
Já podeis da Pátria filhos
Ver contente a mãe gentil
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil
Já raiou a liberdade
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil
Brava gente, brasileira
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil
Houve mão mais poderosa
Zombou deles o Brasil
Houve mão mais poderosa
Houve mão mais poderosa
Zombou deles o Brasil
Brava gente, brasileira
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Não temais ímpias falanges
Que apresentam face hostil
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil
Vossos peitos, vossos braços,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil
Brava gente, brasileira
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Parabéns, ó Brasileiros!
Já com garbo juvenil
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil
Do universo entre as nações
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil
Brava gente, brasileira
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Em 1822, a música do atual Hino Nacional do Brasil foi composta para banda por Francisco Manuel da Silva, chamada inicialmente de "Marcha Triunfal" para comemorar a Independência do Brasil. Essa música tornou-se bastante popular durante os anos seguintes, e recebeu duas letras.
Em 07 de abril de 1831, D. Pedro I abdicando do governo imperial, observamos que o “Hino da Independência” acabou perdendo prestígio na condição de símbolo nacional. Afinal de contas, vale lembrar que o governo de Dom Pedro I havia sido marcado por diversos problemas que diminuíram o seu prestígio como imperador.
Abdicação de D. Pedro I
De fato, o “Hino da Independência” ficou mais de um século parado no tempo, não sendo executado em solenidades oficiais ou qualquer outro tipo de acontecimento oficial.
Com o exílio de D. Pedro I, a música de Francisco Manuel da Silva, inicialmente composta para banda, popularizou-se, com versos que comemoravam a abdicação de Dom Pedro I.
Francisco Manoel da Silva
Francisco Manuel da Silva, como muitos, desejava a abdicação do Imperador D.Pedro I, e, com isto, não era visto com bons olhos.
Os irmãos Portugal, maestros Marcos e Simão, eram realmente os ditadores da música oficial aqui no Brasil.
Como Mestre da Capela Imperial, o Maestro Portugal proibiu terminantemente que ali fosse executada qualquer música que não fosse de sua autoria.
Em
07 de abril de 1831, o compositor Francisco
Manuel da Silva produziu a música do Hino Nacional na data em que Dom Pedro I abdicou do trono.
Em,
14 de abril de 1831, aconteceu a execução do Hino, no Theatro São Pedro de Alcântara..
Nota:
- Segundo Luís Heitor de Azevedo Correia, quando da partida de D. Pedro I, o nosso Hino foi "executado entre girândolas de foguetes e vivas entusiásticos", sendo cantada pela primeira vez, juntamente com a execução do Hino, no cais do Largo do Paço (ex-Cais Pharoux, atual Praça 15 de Novembro, no Rio de Janeiro), em desacato ao ex-imperador que embarcava para Portugal, tornando-se conhecido e popular, com o título de “HINO AO SETE DE ABRIL”.
Theatro São Pedro de Alcântara - RJ
Em 03 de maio de 1831, o Hino voltou a ser executado quando ocorreu a instauração das Câmaras Legislativas.
E a noite foi executado junto à apresentação de um drama intitulado "O dia de júbilo para os amantes da liberdade" ou "A queda do tirano".
A
letra é marcada por claro antilusitanismo, onde o povo português em certa
passagem é tratado com verdadeiro racismo, ao falar "Homens bárbaros,
gerados / De sangue Judaico, e Mouro / Desenganai-vos: a Pátria / Já não é
vosso tesouro"; a despeito de pregar ainda uma unidade nacional pelo
império, e fidelidade à monarquia, os versos de Ovídio Saraiva de Carvalho e
Silva deixam entrever ideais republicanos; deixa ainda entrever a expansão do
país, face a independência do Uruguai em 1828, ao pregar uma unidade nacional
"do Amazonas ao Prata", como alusão à Província Cisplatina:
(estribilho)
Da
Pátria o grito
Eis
se desata;
Desde
o Amazonas,
Até
ao Prata.
(7ª
estrofe)
Homens
bárbaros, gerados
De
sangue Judaico e Mouro
Desenganai-vos:
a Pátria
Já
não é vosso tesouro.
(10ª
estrofe)
Uma
prudente regência,
Um
Monarca Brasileiro
Nos
prometem venturoso
Um
porvir mais lisonjeiro
(12ª,
última)
Novas
gerações sustentem
No
Povo a Soberania
Seja
isto a divisa delas,
Como
foi d'Abril ao Dia.
Esta foi a oportunidade no decurso de manifestações de alegria do povo que o músico Francisco Manuel da Silva esperava para apresentar sua composição, com a primeira letra do Hino Nacional, de autoria do piauiense Dr. Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, tinha 12 quadras
Este estribilho foi conservado quando, mais tarde, a letra foi substituída por outra alusiva a Coroação de D. Pedro ll.
Nota:
- Em
razão da dedicatória mesma que o compositor fizera, onde dizia: "Ao Grande
e Heroico Dia 7 de Abril de 1831, Hino Oferecido aos Brasileiros por um seu
patrício nato", era conhecido como "Hino ao 7 de Abril" e com
este fim foi registrada sua execução nesta data também nos anos de 1832 e 1833.
Apesar de todas as forças contrárias, foi ao som deste Hino harmonioso que encheu de entusiasmo a multidão presente, que conhecemos bem, de Hino 7 de Abril passou a Marcha Triunfal, porém nesta época com a primeira letra com versos do desembargador Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva que a fragata inglesa Volage, levantou âncoras levando D. Pedro I e a sua Família para o exílio na Europa.
Francisco Manuel da Silva
Violoncelista
e compositor consagrado, Francisco Manuel da Silva (1795/1865) compôs em 1823
um hino em comemoração à Proclamação da Independência do Brasil. Admirador da
“Marselhesa”, ele achava que um hino vibrante e triunfal, como o seu, era mais
adequado à celebração do acontecimento do que o composto por Dom Pedro I, belo
também, mas, incapaz de motivar o entusiasmo do povo.
Pouco
divulgada, a composição só seria relembrada em abril de 1831, ao ser cantada
pela multidão que festejava a abdicação de Pedro I, passando a ser conhecida,
com letra de Ovídio Saraiva, como “Hino 7 de Abril”.
A letra dizia o seguinte:
Durante algum tempo, a música teve o nome de Hino 07 de Abril, data do anúncio da abdicação.
A data de 13 de abril, ficou fixado no calendário como “Dia do Hino Nacional”.
Os portugueses consideram a letra ofensiva a eles, por isso ela foi esquecida.
Em 1831, ao assumir o trono o Primeiro Monarca Brasileiro, Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Miguel Gabriel Rafael Gonzaga (nome completo de D. Pedro ll), ascendendo ao trono do Brasil com apenas (06) anos de idade, ficando à tutoria de José Bonifácio de Andrade e Silva.
A partir de 1837, a partitura de Francisco Manuel da Silva passou a ser executada em solenidades públicas.
Os portugueses consideram a letra ofensiva a eles, por isso ela foi esquecida.
Portanto, o nosso Hino nasceu com o calor das agitações populares, quando vacilava a independência do Brasil, num dos momentos mais dramáticos de nossa História.
Em 1831, ao assumir o trono o Primeiro Monarca Brasileiro, Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Miguel Gabriel Rafael Gonzaga (nome completo de D. Pedro ll), ascendendo ao trono do Brasil com apenas (06) anos de idade, ficando à tutoria de José Bonifácio de Andrade e Silva.
A partir de 1837, a partitura de Francisco Manuel da Silva passou a ser executada em solenidades públicas.
Império
Dez
anos depois, bem orquestrado, o hino seria executado nos festejos da Coroação
de Dom Pedro II, ganhando a denominação de “Hino da Coroação”.
Hino da Coroação
Em 18 de julho de 1841, por ocasião da coroação de Dom Pedro II, uma outra letra, de autoria anônima, foi registrada por ocasião da coroação; Francisco Manoel da Silva também compusera um hino a tal
solenidade.
Nota:
A
coroação de Pedro II, junto à
ascensão dos conservadores ao poder, levou mesmo ao ressurgimento do Hino à
Independência, composto por Pedro I
para ser o hino oficial da nova nação, bem como de sua figura como
"herói" nacional; isto certamente levou ao esquecimento da letra de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, bem como a celebração do 7 de abril como data a
ser comemorada; esta nova versão se popularizou nas décadas seguintes, através
da publicação de partituras para a execução particular - então o principal meio
de divulgação musical.
O hino para a solenidade, com uma outra letra, a música de Francisco Manuel da Silva se tornou tão popular que, apesar de não ter sido oficializada como tal, passou a ser considerada o Hino Nacional do Império do Brasil.
O Hino recebeu novos versos, de autor desconhecido que dizia:Nota:
- Isto levou o historiador Sousa
Pitanga e consignar erroneamente este ano como de sua composição; outro
historiador, Guilherme de Melo,
dizia que o hino possuía várias letras, sendo aquela da Coroação a que era mais
cantada; nesta ainda se conservava a ideia de unidade até "ao Prata",
além de honrar a D. Pedro II.
O hino para a solenidade, com uma outra letra, a música de Francisco Manuel da Silva se tornou tão popular que, apesar de não ter sido oficializada como tal, passou a ser considerada o Hino Nacional do Império do Brasil.
Coroação de D. Pedro II
A coroação de Pedro II, junto à ascensão dos conservadores ao poder, levou mesmo ao ressurgimento do Hino à Independência, composto por Pedro I para ser o hino oficial da nova nação, bem como de sua figura como "herói" nacional; isto certamente levou ao esquecimento da letra de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, bem como a celebração do 7 de abril como data a ser comemorada; esta nova versão se popularizou nas décadas seguintes, através da publicação de partituras para a execução particular - então o principal meio de divulgação musical.
A
letra alternativa dizia (repetindo o estribilho):
Quando vens, faustoso dia,
Entre nós raiar feliz,
Vemos em Pedro Segundo
A ventura do Brasil
Da Pátria o grito
Eis que se desata
Desde o Amazonas
Até o Prata
Negar de Pedro as virtudes
Seu talento escurecer
É negar como é sublime
Da bela aurora, o romper
Durante o Segundo Reinado, o Hino Nacional era executado nas solenidades oficiais em que participasse o imperador, sem qualquer canção.
A música era considerada o Hino do Império.
No exterior era também tocada sempre que o Imperador D. Pedro II estivesse presente.
D. Pedro II
Imperador do Brasil
Em 1869, então, embora não oficializado, mas já consagrado pela tradição como nosso Hino Nacional, foi tema de uma peça magistral, a “Fantasia Sobre o Hino Brasileiro”, composta e tocada num sarau no Paço pelo célebre pianista-compositor norte-americano Louis Moreau Gottschalck, sua estreia se deu em concerto, tendo sido executada por 650 músicos, no Rio de Janeiro. Dedicada a Son Altesse Impériale Madame la Comtesse d'Eu, D. Isabel, a obra se trata de variações, especialmente em piano, da música de Francisco Manuel da Silva.
Nota:
- Foi muito executada por
Guiomar Novais e por Eudóxia de Barros. Mais recentemente, tornou-se popular
por ter sido tocada pela Rede Globo durante o funeral de Tancredo Neves e por
ser usada em propagandas eleitorais do Partido Democrático Trabalhista (PDT).
- Em 1973, a Comissão Nacional de Moral e Civismo abriu processo para verificar se a obra deveria ser banida do território nacional, por supostamente tratar-se de arranjo musical do hino nacional, algo proibido pela lei 5.700, de 1971. Após alguns anos, o processo foi encerrado, prevalecendo o parecer de pessoas como o músico Alfredo Melo, que explicou a diferença entre arranjo e variação.
O Hino Monarquista se sustentou com o surgimento da Proclamação da República, em 1888, quando um novo hino foi composto.
Mas o Brasil continuava com um Hino sem letra definitiva.
Em outubro de 1888, antes do golpe para Proclamação da República fora composto um novo hino, para substituir a Marselhesa que até então os republicanos do partido, entoavam.
Foi proposto um concurso por Silva Jardim.
Mas o advento do novo regime não permitiu que a composição para hino do farmacêutico Ernesto de Souza tivesse qualquer divulgação
República
República Velha
Em 1889, com o advento da Proclamação da República, era impositiva a substituição do Hino ao Império, logo os mais radicais, considerando o antigo herança monarquista.
Primeiro Concurso
Em 22 de novembro de 1889, com este objetivo, o governo provisório abriu um concurso oficial para escolha do novo hino brasileiro, com a ideia da participação de músicos eruditos e populares por medo dos ritmos africanos, que deveria, ser consagrado como o Hino Nacional Brasileiro.
O novo concurso oficial para escolha do
novo hino brasileiro foi promovido pelo Ministério do Interior, chefiado por Aristides Lobo, e idealizado por José Rodrigues Barbosa: fizeram parte
da comissão além do próprio Rodrigues
Barbosa, Leopoldo Miguez, Alfredo Bevilacqua, Rodolfo Bernardelli e Rodolfo Amoedo
Em 4 de janeiro de 1890, temendo a inserção de ritmos africanos no concurso, o crítico musical Oscar Guanabarino iniciou uma campanha contrária, usando dentre outros o pretexto patriótico de que sob o "antigo" hino os militares brasileiros, como o próprio Deodoro, haviam combatido na Guerra do Paraguai.
Primeiro escolheram um poema de Medeiros e Albuquerque Leopoldo Miguez, aquele que diz:
Em 4 de janeiro de 1890, temendo a inserção de ritmos africanos no concurso, o crítico musical Oscar Guanabarino iniciou uma campanha contrária, usando dentre outros o pretexto patriótico de que sob o "antigo" hino os militares brasileiros, como o próprio Deodoro, haviam combatido na Guerra do Paraguai.
Em 04 de janeiro de 1890, no primeiro julgamento, 29 músicos apresentaram seus hinos.
A Comissão Julgadora selecionou quatro músicas para a finalíssima.Primeiro escolheram um poema de Medeiros e Albuquerque Leopoldo Miguez, aquele que diz:
“Liberdade, Liberdade/ Abre as asas sobre nós”.
Medeiros e Albuquerque
Hino à Proclamação da República
Letra de: Medeiros e Albuquerque
Música de: Leopoldo Augusto Miguez
(Publicado no Diário Oficial de 21/01/1890)
Seja um pálio de luz desdobrado,
Sob a larga amplidão destes céus.
Este canto rebel, que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperanças de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós,
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz
Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, ovante, da Pátria no altar !
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós,
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz
Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou neste audaz pavilhão!
Mensageiro de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder,
Mas da guerra, nos transes suremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós,
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz
Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Theatro Santana - RJ
No dia 15 de janeiro de 1890, em sessão de homenagem ao Marechal Deodoro da Fonseca no Theatro Santana, perguntaram ao novo presidente se ele estava ansioso pela escolha do novo hino.
Ele disse:
“Prefiro o velho.”
Manoel Deodoro da Fonseca
Nota:
Em 20 de
janeiro de 1890, cinco dias depois, ocorreu o julgamento final do concurso no Theatro Lírico, uma banda e coro de trinta vozes, regido por Carlos de Mesquita executaram as finalistas.
- Os republicanos mais radicais alegam uma lenda então divulgada até mesmo em
livros escolares, onde ao ouvir composições inscritas em concurso o chefe do
governo provisório, marechal Deodoro da Fonseca teria declarado "prefiro o
velho."
Theatro Lírico - RJ
Segundo o regulamento, estavam proibidos os aplausos.
Após um intervalo, a banda executou de novo os quatro hinos.
O mais aplaudido foi o do maestro Leopoldo Miguez, também escolhido pela Comissão Julgadora.
Após um intervalo, a banda executou de novo os quatro hinos.
- Aí, sim, o público pôde se manifestar.
O mais aplaudido foi o do maestro Leopoldo Miguez, também escolhido pela Comissão Julgadora.
O presidente da República Deodoro da Fonseca e quatro ministros deixaram o camarote oficial e voltaram em seguida.
O ministro do Interior, Aristides Lobo, leu o decreto que conservava a música de Francisco Manuel da Silva como hino nacional. Isso
em razão dos apelos de vários políticos que pediam em nome do povo a manutenção
do velho hino, dentre eles o próprio Deodoro que no fundo era monarquista, e respeitava as tradições.
Mesmo sem a partitura, a orquestra tocou a música e a platéia delirou.
Coube ao compositor e maestro carioca, Medeiros e Albuquerque Leopoldo Miguez lograr o primeiro lugar dentro as composições apresentadas, cuja premiação de “vinte contos de reis”, foi, pelo vencedor, doado ao Instituto Nacional de Música, entidade que mais tarde foi dirigida por ele mesmo.
Um prêmio de consolação, a obra de Leopoldo Miguez ficou conhecida como Hino da Proclamação da República.
Coube ao compositor e maestro carioca, Medeiros e Albuquerque Leopoldo Miguez lograr o primeiro lugar dentro as composições apresentadas, cuja premiação de “vinte contos de reis”, foi, pelo vencedor, doado ao Instituto Nacional de Música, entidade que mais tarde foi dirigida por ele mesmo.
Um prêmio de consolação, a obra de Leopoldo Miguez ficou conhecida como Hino da Proclamação da República.
Só que o Brasil continuava com um hino sem letra. Mas, se a música já era tão bonita, para que letra?
DECRETO N.º 171, DE 20 DE JANEIRO DE 1890
"Conserva o Hino Nacional e adota o da Proclamação da República."
"O Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brazil constituído pelo Exército e Armada, em nome da Nação, decreta:
Art. 1º - É conservada como Hino Nacional a composição musical do maestro Francisco Manuel da Silva.
Art. 2º - É adotada sob o título de Hino da Proclamação da República a composição do maestro Leopoldo Miguez, baseada na poesia do cidadão José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros Albuquerque."
Pedido de Reforma
Em 1906, mesmo de acordo com o decreto 171 de 1890 o governo provisório
oficializara a música, mas não a letra, e sua execução se dava apenas por
instrumentos.
O que levou o compositor Alberto Nepomuceno a propor ao presidente Afonso Pena uma
reforma do Hino, pois a música ainda não tinha uniformidade.
Presidente Afonso Augusto Moreira Pena
Em julho de 1909, o governo instituiu um novo concurso “para escolha de uma composição poética a se adaptar com todo o rigor à melodia do Hino Nacional”.
O poema declarado vencedor foi o de Joaquim Osório Duque Estrada (1870/1927).
Não era ainda oficial.
Joaquim Osório Duque Estrada
A versão da letra do hino nacional brasileiro que se canta hoje não é a letra original composta por Osório Duque Estrada.
Ele compôs uma letra em 1909 que só foi adotada oficialmente em 1922 após sofrer várias modificações apócrifas.
Nota:
-
Segundo o jornalista Aldo Pereira, em seu livro O Hino Nacional (Editora Grifo,
Rio de Janeiro, 1996), "A letra atual, escrita pelo poeta Osório Duque
Estrada, só seria escolhida em 1909".
Ele compôs uma letra em 1909 que só foi adotada oficialmente em 1922 após sofrer várias modificações apócrifas.
A letra original de 1909, que aparece acima, chegou a ser conhecida e cantada.
A letra do Hino Nacional Brasileiro é do professor e jornalista Joaquim Osório Duque Estrada, autor de várias poesias, e a música de Francisco Manuel da Silva.
O Hino Nacional é o símbolo sonoro da Pátria e, qual tal, tem as suas versões musicais, a sua execução e a sua apresentação regulamentadas em lei.
Foi oficializado em 1890 pelo Governo Provisório da República, através do Decreto nº 171, de 20 de janeiro de 1890, sua existência data, Biblioteca Nacional – Rio de Janeiro, os originais do poema do Hino nacional Brasileiro, originais estes que contêm as modificações feitas pelo próprio Duque Estrada, manuscritas pelo autor, com destaque bem visível na 2ª estrofe:
- Onde se lê: “Entre as ondas do mar e o céu profundo!" Leia-se: "Ao som do mar e a luz profundo."
- Onde se lê: “O pavilhão”. Leia-se: “O lábaro”.
- Num conto no livro "Brás, Bexiga e Barra Funda" de Antônio de Alcântara Machado, publicado em 1927, alguns soldados cantam a versão original (lê-se "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / Da Independência o brado retumbante." - só esses dois versos são citados).
Note que:
(1) A versão abaixo traz a grafia e a pontuação encontradas no manuscrito assinado pelo autor em outubro de 1909.
(2) As palavras posteriormente modificadas estão em negrito.
(3) As palavras entre aspas são uma citação da Canção do exílio de Gonçalves Dias ("Nossos bosques têm mais vida,/Nossa vida, mais amores.").
Parte I
Ouviram do Ipiranga as margens placidas
Da Independência o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fulgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Pelo amor da Liberdade
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve, salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce.
Escudo em teu céu azul, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és grande, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza!
Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos de teu flanco és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Parte II
Deitado eternamente em berço esplendido,
Entre as ondas do mar e o céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, jóia da América
Iluminada ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos tem mais flores,
"Nossos bosques têm mais vida,"
"Nossa vida," no teu seio, "mais amores!"
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve, salve!
Brasil! Seja de amor eterno símbolo
O pavilhão que ostentas estrelado,
E diga o verde* louro dessa flamula:
Paz no futuro e gloria no passado.
Mas da Justiça erguendo a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta
Nem teme, quem te adora, a própria morte,
Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos de teu flanco és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Em 1916, sete anos depois, Joaquim Osório ainda foi obrigado a fazer onze modificações na letra.
Ganhou 5:000$ contos de réis, dinheiro suficiente para comprar metade de um carro.
Centenário da Independência 1922
A Primeira Gravação
Em
1917, ocorre a primeira gravação em disco do Hino Nacional com o famoso cantor Vicente Celestino foi ele quem primeiro gravou o Hino Nacional, tendo
por acompanhamento a Banda do Batalhão Naval e, nas passagens de refrão, também
por um coro; esta versão, em si bemol, deu um tom de difícil interpretação
pelas pessoas; a Banda deu andamento mais lento e solene nas passagens do
cantor, enquanto mantinha o estilo tradicional (mais rápido e vibrante) apenas
durante os refrões.
Vicente Celestino
Debates Acalorados
A letra do Hino ainda assim não fora objeto de consenso,
sendo alvo de grandes debates na imprensa e no parlamento, de forma que sua
oficialização se deu de forma apressada, a fim de a sua execução pudesse se dar
na comemoração do primeiro Centenário da Independência do Brasil em 07 de setembro de 1922.
- O Centenário da Independência já estava chegando.
Em 1922, data que marcava a comemoração do Centenário da Independência, o Hino foi novamente executado e teve sua composição realizada.
- A
letra é do crítico literário, poeta, professor e ensaísta Joaquim Osório Duque-Estrada (1870 – 1927).
- A música foi produzida
pelo compositor, maestro e professor Francisco
Manuel da Silva (1795 – 1865).
- Melodia criada pelo maestro Marcos Antônio da Fonseca Portugal.
- Francisco Manuel da Silva morreu cinco anos antes do nascimento de seu parceiro Osório Duque Estrada.
Decreto 4559
Em 21 de agosto de 1922, a propriedade plena e definitiva da letra do Hino foi oficializada pelo Decreto 4559.
Em 06 de setembro de 1922, é assinado pelo então presidente da República Epitácio Pessoa, com a poesia de Joaquim Osório Duque Estrada a ser declarada oficialmente a letra do “Hino Nacional Brasileiro”, pelo Decreto n°15.671, de 06.09.1922, véspera do Centenário da Independência e 99 anos depois da criação da composição.
Presidente Epitácio Pessoas
A orquestração do hino é de Antônio Assis Republicano e sua instrumentação para banda é do tenente Antônio Pinto Júnior e a adaptação vocal foi feita por Alberto
Nepomuceno e é proibida a execução de quaisquer outros arranjos vocais ou
artístico-instrumentais do hino.
Ten. Antonio Pinto Junior
Francisco Manuel da Silva tinha morrido em 1865 e o maestro cearense Alberto Nepomuceno ficou responsável para a adaptação vocal.
Alberto Nepomuceno
Brasão
de Armas do Brasil ornamentando a parte inicial do Hino Nacional em forma de
partitura para piano em trabalho de Teodoro Braga de 1922
Governo do Brasil / Domínio Público
Em
1936, ouvindo a gravação de 1917 de Vicente Celestino, veio a motivar
apreciação oficial por uma comissão de reavaliação do Hino Nacional, durante algum
tempo, insatisfação por parte das bandas militares da época; a despeito disso
essa versão foi oficializada em 1922.
91 Anos
Finalmente, depois de 91 Anos, nosso Hino Nacional estava pronto!
Finalmente, depois de 91 Anos, nosso Hino Nacional estava pronto!
Graças à ação do ministro Gustavo Capanema, que o Hino da Independência foi finalmente regulamentado em sua forma e autoria.
Contando com a ajuda do maestro Heitor Villa-Lobos, a melodia composta por D. Pedro I foi dada como a única a ser utilizada na execução do referido hino.
Na época da ditadura militar (1964-1985), o Hino Nacional foi decretado como símbolo nacional, sendo obrigatório o seu aprendizado, e proibida a sua execução pública em manifestações que não fossem de comemoração cívica.
A letra do Hino Nacional do Brasil foi escrita por Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927) e a música é de Francisco Manuel da Silva (1795-1865).
Lei 5700
Em 01 de setembro de 1971, tornou-se oficial, através da Lei nº 5700.
Com
referência as obrigações e violação de qualquer símbolo nacional – Bandeira
Nacional, Hino Nacional, Armas Nacionais e o Selo Nacional, a legislação
pertinente (Lei 5700/1971, destacamos dois artigos:
“Art. 39
– É obrigatório o ensino do desenho e o significado da Bandeira Nacional, bem
como o do canto e da interpretação da letra do Hino Nacional em todos os
estabelecimentos de ensino, públicos ou particulares dos primeiros e segundo
graus.”
“ Art.
40 – Ninguém poderá ser admitido no serviço público sem que demonstre
conhecimento do Hino Nacional”.
- Existe uma série de regras que devem ser seguidas no momento da execução do hino.
Deve ser executado em continência à Bandeira Nacional, ao presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional.
É executado em determinadas situações, entre elas: cerimônias religiosas de cunho patriótico, sessões cívicas e eventos esportivos internacionais.
De acordo com o Capítulo V da Lei 5700 (01/09/1971), que trata dos símbolos nacionais, durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio.
Civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações.
Além disso, é vedada qualquer outra forma de saudação (gestual ou vocal como, por exemplo, aplausos, gritos de ordem ou manifestações ostensivas do gênero, sendo estas desrespeitosas ou não).
Segundo a Seção II da mesma lei, execuções simplesmente instrumentais devem ser tocadas sem repetição e execuções vocais devem sempre apresentar as duas partes do poema cantadas em uníssono.
Portanto, em caso de execução instrumental prevista no cerimonial, não se deve acompanhar a execução cantando, deve-se manter, conforme descrito acima, silêncio.
Em caso de cerimônia em que se tenha que executar um hino nacional estrangeiro, este deve, por cortesia, preceder o Hino Nacional Brasileiro.
Nova República 1985
Com a queda do regime militar, a obrigatoriedade do Hino extinguiu-se, provocando o desconhecimento de grande parte da população, que não o consegue cantar na íntegra, mesmo assim é considerado um dos mais belos do mundo e sua popularidade é imensa diante do povo.
Com a queda do regime militar, a obrigatoriedade do Hino extinguiu-se, provocando o desconhecimento de grande parte da população, que não o consegue cantar na íntegra, mesmo assim é considerado um dos mais belos do mundo e sua popularidade é imensa diante do povo.
Constituição de 1988
Conforme
o art. 13, parágrafo 1º, da Constituição de 1988, o Hino Nacional Brasileiro
faz parte dos quatro símbolos oficiais representativos da República Federativa
do Brasil.
LEI
Nº 12.031, DE 21 DE SETEMBRO DE 2009
A partir de 22 de setembro de 2009, por Decreto assinado pelo Sr. José de Alencar, vice-presidente da república em exercício, o Hino Nacional Brasileiro tornou-se obrigatório em escolas públicas e particulares de todo o país.
Vice-presidente José Alencar
Altera
a Lei no 5.700, de 1º de setembro de 1971, para determinar a obrigatoriedade de
execução semanal do Hino Nacional nos estabelecimentos de ensino fundamental.
Art.
1o O art. 39 da Lei no 5.700, de 1o de
setembro de 1971, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
“Art.
39. ........................................................
Parágrafo único: Nos estabelecimentos públicos e privados de
ensino fundamental, é obrigatória a execução do Hino Nacional uma vez por
semana.” (NR)
Ao menos uma vez por semana, todos os alunos do ensino fundamental devem cantá-lo.
Nota:
- Em 17 de novembro de 2009, o cantor Eliezer Setton lançou um CD, intitulado "Hinos à Paisana", das quais uma das faixas é do Hino Nacional Brasileiro com essa introdução cantada.
Em
17 de novembro de 2009, o cantor Eliezer Setton lançou um CD intitulado Hinos à
Paisana, das quais uma das faixas é do Hino Nacional Brasileiro com a antiga introdução cantada.
Letra Excluída da Introdução
A parte instrumental da introdução do Hino Nacional Brasileiro possuía uma letra, que acabou excluída da sua versão oficial do hino.
Essa letra é atribuída a Américo de Moura, natural de Pindamonhangaba, presidente da província do Rio de Janeiro nos anos de 1879 e 1880.
A Letra da Introdução:
Espera o Brasil que todos cumprais com o vosso dever
Eia! avante, brasileiros! Sempre avante
Gravai com buril nos pátrios anais o vosso poder
Eia! avante, brasileiros! Sempre avante
Servi o Brasil sem esmorecer, com ânimo audaz
Cumpri o dever na guerra e na paz
À sombra da lei, à brisa gentil
O lábaro erguei do belo Brasil
Eia sus*, oh sus!
Nota:
A palavra "sus" é uma interjeição que vem do latim sus:
A palavra "sus" é uma interjeição que vem do latim sus:
"de baixo para cima"; que chama à motivação:
erga-se!, ânimo!, coragem!
Neste contexto é sinônimo de "em frente, avante".
I
OUVIRAM DO IPIRANGA AS MARGENS PLÁCIDAS
DE UM POVO HERÓICO O BRADO RETUMBANTE,
E O SOL DA LIBERDADE, EM RAIOS FÚLGIDOS ,,
BRILHOU NO CÉU DA PÁTRIA NESSE INSTANTE.
SE O PENHOR DESSA IGUALDADE
CONSEGUIMOS CONQUISTAR COM BRAÇO FORTE,
DESAFIA O NOSSO PEITO A PRÓPRIA MORTE!
Ó PÁTRIA AMADA,
IDOLATRADA,
SALVE! SALVE!
BRASIL, UM SONHO INTENSO, UM RAIO VÍVIDO
DE AMOR E DE ESPERANÇA À TERRA DESCE,
SE EM TEU FORMOSO CÉU , RISONHO E LÍMPIDO,
A IMAGEM DO CRUZEIRO RESPLANDECE.
GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA,
ÉS BELO, ÉS FORTE, IMPÁVIDO COLOSSO,
E O TEU FUTURO ESPELHA ESSA GRANDEZA.
TERRA ADORADA,
ENTRE OUTRAS MIL,
ÉS TU,BRASIL,
Ó PÁTRIA AMADA!
DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL,
PÁTRIA AMADA,
BRASIL!
II
DEITADO ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO ,
AO SOM DO MAR E À LUZ DO CÉU PROFUNDO,
FULGURAS, Ó BRASIL, FLORÃO DA AMÉRICA,
ILUMINADO AO SOL DO NOVO MUNDO!
DO QUE A TERRA MAIS GARRIDA,
TEUS RISONHOS, LINDOS CAMPOS TÊM MAIS FLORES;
"NOSSOS BOSQUES TEM MAIS VIDA,"
"NOSSA VIDA" NO TEU SEIO "MAIS AMORES".
Ó PÁTRIA AMADA,
IDOLATRADA,
SALVE! SALVE!.
BRASIL, DE AMOR ETERNO SEJA SÍMBOLO
O LÁBARO QUE OSTENTAS ESTRELADO,
E DIGA O VERDE-LOURO DESSA FLÂMULA
-PAZ NO FUTURO E GLÓRIA NO PASSADO.
MAS, SE ERGUES DA JUSTIÇA A CLAVA FORTE,
VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA,
NEM TEME, QUEM TE ADORA, A PRÓPRIA MORTE.
TERRA ADORADA,
ENTRE OUTRAS MIL,
ÉS TU, BRASIL,
Ó PÁTRIA AMADA!
DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL,
PÁTRIA AMADA,
BRASIL!
Plácidas: calmas, tranqüilas, serena
Ipiranga: Rio onde às margens D.Pedro I proclamou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822
Brado: grito
Retumbante: som que se espalha com barulho, ressonante, ecoar
Fúlgido: que brilha, cintilante, brilhante, luzente
Penhor: garantia, segurança
Idolatrada: Cultuada, amada, adorada
Vívido: intenso, cheio de vida
Formoso: lindo, belo
Límpido: puro, que não está poluído, transparente, reluzente
Cruzeiro: constelação (estrelas) do Cruzeiro do Sul
Resplandece: que brilha, iluminada, sobressai
Impávido: corajoso, intrépido
Colosso: grande, imenso
Espelha: reflete
Gentil: generoso, acolhedor, garboso, amável
Fulguras: brilhas, desponta com importância, sobressair, brilhar
Florão: flor de ouro, ornato, adorno, enfeite
Garrida: florida, enfeitada com flores, muito enfeitado, de coloração forte
Idolatrada: cultivada, amada acima de tudo
Lábaro: bandeira, estandarte
Ostentas: mostras com orgulho
Flâmula: bandeirola (como Lábaro, um dos inúmeros sinônimos de bandeira)
Clava: arma primitiva de guerra, tacape
Salve: - interjeição latina, indica saudação
Salve: - interjeição latina, indica saudação
Intenso: - com força, com energia
Solo: - terreno, chão
Esplendido: - deslumbrante, brilhante, pomposo
Seio: - peito, centro, coração
Símbolo: - figura, marca sinal representativo Ostentas: - exibir, mostrar, expor
Durante um século, várias manifestações para a simplificação da letra foram conclamadas, mas nenhuma vingou. O pomposo poema continua intacto, apesar de não percebido o seu significado pela maioria dos brasileiros.
A velha marcha nacionalista de Francisco Manuel da Silva, encontrou a exaltação eloqüente do poema de Joaquim Osório Duque Estrada, por serem de épocas diferentes, nunca se conheceram.
Para Sempre
Sua perpetuação depende do ensinamento da letra e do entendimento do seu vocabulário diante das novas gerações.
Com a evolução da linguagem coloquial do dia a dia, se não for feito um trabalho cívico intenso e educativo, a tendência é de que nas próximas décadas, ninguém saiba mais do que cantarolar alguns dos seus versos.
Para Sempre
Sua perpetuação depende do ensinamento da letra e do entendimento do seu vocabulário diante das novas gerações.
Com a evolução da linguagem coloquial do dia a dia, se não for feito um trabalho cívico intenso e educativo, a tendência é de que nas próximas décadas, ninguém saiba mais do que cantarolar alguns dos seus versos.
Interpretação do Hino Nacional
Parte
I
Ouviram
do Ipiranga as margens plácidas
De
um povo heroico o brado retumbante
E
o sol da Liberdade, em raios fúlgidos
Brilhou
no céu da Pátria nesse instante
A primeira estrofe descreve a beira
tranquila do Rio Ipiranga, em São Paulo, por onde Dom Pedro I percorria seu
trajeto quando proclamou a Independência do Brasil. O autor fala no eco do
grito heróico do Imperador como representante de todo o povo brasileiro, e em
como o país tornou-se iluminado pela liberdade, por não ser mais uma colônia
portuguesa e ser enfim uma nação. O uso de expressões ligadas à luz podem ser
relacionadas ao Iluminismo, corrente de pensamento que defendia o poder pela
razão.
Se
o penhor dessa igualdade
Conseguimos
conquistar com braço forte
Em
teu seio, ó Liberdade
Desafia
o nosso peito a própria morte!
Penhor neste contexto é entendido
enquanto garantia, direito. Então diz-se do direito de igualdade enquanto
Estado conseguido com firmeza pelos comandantes do Brasil. E no âmago desta
liberdade, está o coração desafiado à morte pelo feito. Esta última parte pode
remeter à frase "Independência ou Morte", que teria sido dita pelo
Imperador D. Pedro I.
Ó
Pátria amada
Idolatrada
Salve!
Salve!
Uma saudação ao país adorado e
venerado por sua gente.
Brasil,
um sonho intenso, um raio vívido
De
amor e de esperança à terra desce
Se
em teu formoso céu, risonho e límpido
A
imagem do Cruzeiro resplandece
O país é um sonho realizado, como
um raio de luz que traz às pessoas que ali vivem amor e esperança. No céu belo,
claro e que dá esperanças está a constelação do Cruzeiro do Sul, que brilha
absoluta. A palavra risonho, neste contexto, é relativa a promessas e não a
sorrisos.
Gigante
pela própria natureza
És
belo, és forte, impávido colosso
E
o teu futuro espelha essa grandeza
Devido à sua geografia e sua grande
extensão, é um território bonito, que mostra resistência natural e é um gigante
destemido. E terá nos dias que se seguem toda esta grandeza refletida.
Terra
adorada
Entre
outras mil
És
tu, Brasil
Ó
Pátria amada!
Entre todos os outros lugares do
mundo, é o Brasil o mais amado por quem vive nestas terras.
Dos
filhos deste solo és mãe gentil
Pátria
amada
Brasil!
O Brasil é como uma mãe generosa
para todos os brasileiros que adoram sua pátria.
Parte
II
Deitado
eternamente em berço esplêndido
Ao
som do mar e à luz do céu profundo
Fulguras,
ó Brasil, florão da América
Iluminado
ao sol do Novo Mundo!
O berço é uma metáfora para onde o
Brasil, uma pátria jovem, deita-se. E este seria a América Latina, um continente
grandioso. As forças da natureza, como o céu e o mar, estão presentes, e fazem
parte do cenário deste que é o adorno, um enfeite, para a América, e brilha ao
ser iluminado pelo sol desta da zona dos descobrimentos.
Do
que a terra mais garrida
Teus
risonhos, lindos campos têm mais flores
"Nossos
bosques têm mais vida"
"Nossa
vida" no teu seio "mais amores"
Os vistosos campos do Brasil
oferecem promessas e possibilidades, além de serem decorados com muitas flores.
O que dá mais vida às terras, e junto com essa vida oferece acolhimento a quem
vive em seu meio.
As aspas originais em "Nossos
bosques têm mais vida", "nossa vida" e "mais amores",
servem para marcar trechos emprestados do poema Canção do Exílio, de Gonçalves
Dias.
Ó
Pátria amada
Idolatrada
Salve!
Salve!
Brasil,
de amor eterno seja símbolo
O
lábaro que ostentas estrelado
E
diga o verde-louro desta flâmula
-
Paz no futuro e glória no passado
Que a bandeira do país, ornamentada
com as estrelas que representam seus estados, seja um símbolo de
comprometimento e fidelidade de seu povo. E que o verde e amarelo das suas
cores represente as conquistas passadas e um futuro de paz. Aqui, o termo
verde-louro quer dizer verde e amarelo, pois a cor louro era associada a uma
tonalidade amarelo-acastanhada da folha quando começava a secar.
Mas,
se ergues da justiça a clava forte
Verás
que um filho teu não foge à luta
Nem
teme, quem te adora, a própria morte
E no caso de um futuro nem tão
pacífico, e precisar levantar armas em prol da justiça para o seu povo. O país
pode contar com os brasileiros, que enfrentam as dificuldades e não desistem de
lutar por seus direitos, e não têm medo de morrer por amor ao seu país.
Terra
adorada
Entre
outras mil
És
tu, Brasil
Ó
Pátria amada!
Dos
filhos deste solo és mãe gentil
Pátria
amada
Brasil!
Textos pesquisados e adaptados por Jaime Von Muller
Wikimédia
Marcelo Duarte, jornalista e escritor.
Wikimédia
Marcelo Duarte, jornalista e escritor.
Autor de O Guia dos Curiosos (Cia. das Letras), escreveu também Ouviram do Ipiranga - A história do hino nacional (Panda Books).
Brasil – Lei nº 5.700 de 1º Set 1971 – D.O. da União
Brugalli, Alvino Melquiades – Meu Brasil Brasileiro
Ed. Da Universidade de Caxias – RS – 1989
Ferranini, Sebastião – Armas, Brasões e Símbolos Nacionais – Editora Curitiba - 1983
Derly Halfeld Alves
A
seção Arquivo S, resultado de uma parceria entre o Jornal do Senado e o Arquivo
do Senado, é publicada na primeira segunda-feira do mês. Acesse
http://bit.ly/arquivoS
Agência Senado
Valeu ,cara me ajudou muito!!! Eu agradeço!!!!
ResponderExcluirParabéns! Seu Blog é bastante interessante!
ResponderExcluirMuito bom!!!
ResponderExcluirParabéns!!!
Excelente,conteúdo de alto nível elucidativo, parabéns !
ResponderExcluirAltíssimo padrão...Parabéns pelo conteúdo.
ResponderExcluirMuito bom cultural e esclarecedor
ResponderExcluirMuito Obrigado! Um exímio artigo sobre o Brasil, eu não tinha conhecimento de praticamente nada do que está nele! O civismo realmente deve ser exercitado, muito obrigado!
ResponderExcluir