Bandeiras
Brasões
Brasil
"Soldados
de todo o exército do Império,
É hoje um dos grandes dias que o Brasil tem tido. É hoje o dia que o vosso Imperador, vosso Defensor Perpétuo e Generalíssimo deste Império, vos vem mimosear, entregando-vos em vossas mãos as bandeiras que vão tremular entre nós, caracterizando a nossa independência monárquico-constitucional, que, apesar de todos os reveses, será sempre triunfante.
Com
estas bandeiras em frente do campo de honra, destruiremos nossos inimigos e no
maior dos combates gritaremos constantemente:
___Viva a Independência Constitucional do Brasil!"
D. Pedro I (Collecção de Leis do Império do Brasil, 1a parte, Proclamações. Imprensa Nacional 1887)
___A
Bandeira Nacional é o símbolo mais
importante de um país, junto ao seu Hino, são os símbolos maiores da Pátria, e
por isso devem ser respeitados e conhecidos. Tanto a Bandeira quanto o Hino foram
criados no Império do Brasil, depois da Independência.
___Nosso
Hino nos primeiros tempos não tinha
letra, e a nossa Bandeira era um
pouco diferente, e continha o Brasão
Imperial.
BANDEIRAS
___As
primeiras bandeiras da história do homem costumavam representar um grupo sócio-cultural
através da imagem de um animal, de um vegetal ou objeto.
___Com
o tempo é que as cores passaram a ter também um significado importante,
principalmente após a Revolução Francesa, quando passaram a exprimir a
nacionalidade, independente de existirem ou não figuras ou emblemas na estampa.
___Antigamente,
a escolha das cores se dava de forma arbitrária. Hoje em dia, estão
relacionadas a fatores religiosos e políticos.
___A
cor vermelha, por exemplo, é geralmente associada a movimentos revolucionários.
___É
importante lembrar que as bandeiras não representam apenas países, mas também
regiões, povos, instituições, entre outros. Há bandeiras para cada cidade, cada
time de futebol, por exemplo, para escolas, estabelecimentos comerciais,
empresas, etc.
BANDEIRA NACIONAL DO BRASIL
___A
Bandeira Nacional reúne uma série de exigências que devem ser seguidas à risca,
de acordo com a legislação. Isso implica dizer que há tamanhos e cores
precisos, a disposição das estrelas e da faixa central deve ser exata e o modo
como a bandeira é utilizada e guardada também.
___A
Bandeira do Brasil é um dos quatro símbolos oficiais da República Federativa do
Brasil, conforme estabelece o art. 13, § 1.º, da Constituição do Brasil.
– Os
outros símbolos da República são:
“Armas Nacionais”,
“Hino Nacional”,
“Selo Nacional”.
___A
atual Bandeira Nacional é a terceira republicana e o sexto estandarte oficial
do Brasil desde sua Independência.
___Durante
toda sua história (desde 1500), o Brasil teve várias Bandeiras até que se
concretizasse a atual.
BANDEIRAS HISTÓRICAS DO BRASIL
Resumo
___Confira todas as bandeiras:
BRASIL COLONIA
BANDEIRA DA
ORDEM DE CRISTO
(1332 - 1651)
– Foi
a bandeira hasteada pelos portugueses no Brasil na Época do chamado
Descobrimento.
– Primeiro
símbolo da história brasileira, a Cruz
da Ordem Militar de Cristo estava pintada nas velas das 12 embarcações (uma
perdeu-se no mar em 23 de março de 1500) que chegaram em terras brasileiras no
dia 22 de abril de 1500.
___É
segundo o que consta da carta do escrivão da esquadra, Pero Vaz de Caminha, a bandeira com essa cruz estava presente no
momento da partida:
"Ali estava com o Capitão a bandeira de Cristo, com que saíra de Belém, a qual esteve sempre bem alta, da parte do Evangelho."
___A
CRUZ DE CRISTO é uma figura composta:
“Uma cruz grega branca sobreposta a uma cruz patée vermelha, que lhe serve de campo”.
– Uma
ordem militar era uma instituição militar e religiosa restrita aos nobres, que
nela eram admitidos mediante sagração no grau de cavaleiro, para combater os
hereges (muçulmanos), tornando-se verdadeiros monges-soldados.
– A
Ordem Militar de Cristo era a
sucessora portuguesa da Ordem dos
Templários e foi criada pelo rei de Portugal, D. Diniz em 1319.
– A
Ordem dos Templários foi fundada por Hugo
de Payers em Jerusalém, durante as ___Cruzadas e sua sede era o Templo de Salomão e daí veio o nome:
“Cavaleiros do Templo ou Templários”.
– Conseguindo
enriquecer com rapidez, a ordem atraiu para si a oposição de muitos reis e dos
devedores. Após prisões, julgamentos e mortes em fogueiras, o Papa Clemente V dissolveu a ordem.
– O
rei D. Diniz, usando de diplomacia,
solicitou ao Papa a permanência da Ordem
dos Templários em Portugal. Conseguindo a autorização, alterou o nome da
ordem para Ordem Militar de Cristo.
Como essa ordem foi a grande financiadora de várias expedições marítimas dos
portugueses, é natural que seu símbolo estivesse presente em várias expedições
marítimas: - Cabo Não, Gran Canária,
Porto Santos, Açores, Gojador, Cabo Branco, Costa dos Negros, Cabo da Boa
Esperança, Índia e nas embarcações que chegaram ao Brasil.
– A
Ordem de Cristo, rica e poderosa,
patrocinou as grandes navegações lusitanas e exerceu grande influência nos dois
primeiros séculos da vida brasileira.
– A
Cruz de Cristo estava pintada nas
velas da frota Cabralina e o estandarte da Ordem esteve presente no redescobrimento
de nossa terra, participando das duas primeiras missas. Os marcos traziam de um
lado o escudo português e do outro a Cruz
de Cristo.
NOTA:
- Podemos observar que o time de futebol, Vasco da Gama (RJ), tem como símbolo uma cruz conhecida como a Cruz de Malta. Na realidade não é esse o seu nome e sim, Cruz da Ordem Militar de Cristo, sendo a Cruz de Malta, outra cruz.
BANDEIRA REAL (1500 - 1521)
– A
primeira bandeira do Reino de Portugal presente nas embarcações portuguesas.
– Além
da Bandeira da Ordem Militar de Cristo,
as embarcações lusas usavam uma outra bandeira: - a Bandeira Real. Embora fosse a oficial, essa bandeira cedia espaço
para a da Ordem Militar de Cristo,
sendo usada nas expedições no mar e nas embarcações.
– Essa
bandeira foi criada durante o reinado de D.
João II, o “Príncipe Perfeito”
(1481 - 1495).
– Organizador
da viagem ao Cabo da Boa Esperança
foi em seu reinado que o Tratado de Tordesilhas
foi assinado com a Espanha, dividindo o Mundo em dois hemisférios.
– Muito
semelhante à Bandeira da Ordem Militar
de Cristo, já que, era branca e com a cruz dessa ordem, apresentava o
escudo real sobreposto a ela. Esse escudo, presença marcante nas bandeiras até
nossa independência e na bandeira portuguesa da atualidade é vermelho com sete
castelos amarelos e no centro um campo branco seguindo a forma do escudo, com
cinco escudetes azuis em cruz. Nesses pequenos escudos azuis estão representados
cinco besantes em branco.
– Era
o pavilhão oficial do Reino Português na época do descobrimento do Brasil e
presidiu a todos os acontecimentos importantes havidos em nossa terra até 1521.
Como inovação apresenta, pela primeira vez, o escudo de Portugal.
BANDEIRA DO REI
PORTUGUÊS D. JOÃO III
(1521 - 1616)
– Bandeira
que foi usada pelos portugueses no início do período Colonial.
– Após
a morte de D. João II (1495), seu
filho mais novo, D. Manuel, assumiu
o trono português até seu falecimento em 1521. Sucedendo seu pai, D. João III (1521-1577), se tornou rei
e durante seu reinado, introduziu a Companhia
de Jesus e o Tribunal da Inquisição
em Portugal.
– No
Brasil implantou o sistema de Capitanias
Hereditárias (1534) e o Governo-Geral
(1549), além disso, criou uma nova bandeira: - a Bandeira de D. João III.
– Essa
bandeira tem semelhança com a anterior e possui algumas inovações. Sobre as
semelhanças, temos o campo branco e o escudo real presentes na bandeira
anterior e sobre as inovações, temos a retirada da Cruz da Ordem de Cristo e a inclusão sobre o escudo real, de uma
coroa real aberta.
– O lábaro desse soberano, cognominado o "Colonizador", tomou parte em importantes eventos de nossa formação histórica, como as expedições exploradoras e colonizadoras, a instituição do Governo Geral na Bahia em 1549 e a posterior divisão do Brasil em dois Governos, Brasil e Maranhão.
BANDEIRA USADA NA ÉPOCA DO DOMÍNIO DA ESPANHA SOBRE PORTUGAL (1616 - 1640)
– Este
pendão, criado em 1616, por Felipe II
da Espanha, para Portugal e suas colônias, assistiu às “invasões holandesas” no Nordeste e ao início da expansão Bandeirante, propiciada, em parte, pela
"União Ibérica".
– Com
a falta de sucessores, veio uma crise dinástica, assumindo o trono após algumas
lutas, o rei espanhol, D. Felipe II,
tendo início a União Ibérica
(1580-1640) durando 60 anos.
– Nesse
período, Portugal passou a ter uma nova bandeira, a Bandeira da União Ibérica, enquanto suas colônias
permaneciam com a mesma bandeira criada por D. João III, porém com uma modificação: - a coroa real aberta foi
substituída por uma fechada.
BANDEIRA DA NOVA HOLANDA
– É
importante frisar que no período da União
Ibérica, o Nordeste brasileiro foi invadido pelos holandeses, sendo que
nessa região uma nova bandeira foi hasteada: - a Bandeira do Brasil Holandês.
***
BANDEIRA DA RESTAURAÇÃO (1640 - 1683)
– Usada
no reinado de D. João VI, marcou o
fim do domínio da Espanha sobre Portugal.
– D. João III faleceu em 1577 e seus
filhos não assumiram a coroa, já que nenhum havia sobrevivido.
– Para
assumir o trono português foi escolhido seu neto, D. Sebastião, que faleceu, em 1578, numa batalha contra os mouros
no Norte da África. Sucedendo-o veio seu primo, o cardeal D. Henrique, falecendo rapidamente em 1579.
– Também
conhecida como a Bandeira do Brasil
Holandês, foi a bandeira utilizada pela Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais para os territórios que
estiveram sob seu controle no Brasil de 1630 a 1654.
– Felipe II foi sucedido por Felipe III e Felipe IV, mas após uma revolta dos portugueses, a coroa foi
restituída a um monarca português, D.
João IV, primeiro rei da Casa de
Bragança.
– Juntamente
com D. João IV foi criada uma nova
bandeira: - a Bandeira da Restauração.
Essa bandeira mantinha o escudo real e o campo branco, mas agora orlado de
azul.
– Essa
orla em azul foi colocada para homenagear a padroeira de Portugal, Nossa Senhora da Conceição, pois seu
manto era azul.
– Também
conhecida como "Bandeira de D. João
IV", foi instituída, logo após o fim do domínio espanhol, para
caracterizar o ressurgimento do Reino Lusitano
sob a Casa de Bragança.
– O fato mais importante que presidiu foi a expulsão dos holandeses de nosso território. – A orla azul alia à ideia de Pátria o culto de Nossa Senhora da Conceição, que passou a ser a “Padroeira de Portugal”, no ano de 1646.
BANDEIRA DO
PRINCIPADO DO BRASIL
(1645 - 1816)
***
– Durante
o reinado de D. João IV, um de seus
filhos, Teodósio, recebeu o título
de "Príncipe do Brasil",
sendo que a partir dessa data (1645), todos os herdeiros da coroa portuguesa
passaram a usar esse título. Como exemplo similar, temos o caso britânico, onde
o herdeiro da rainha recebe o título de "Príncipe
de Gales".
– Desta
forma, o Brasil foi elevado à categoria de Principado
e ganhamos nossa primeira bandeira particular. Mesmo assim, não devemos ver
essa bandeira como sendo a primeira bandeira de nossa nacionalidade, pois, não éramos
uma nação soberana e muito menos essa bandeira simbolizava nossa nacionalidade,
já que a mesma, só foi criada devido ao título recebido pelo filho do rei e não
como representação de nossa nação.
– A
Bandeira do Principado do Brasil
tinha fundo branco com uma esfera armilar, encimada por um globo azul, com zona
de ouro. Sobre o globo aparecia a Cruz
da Ordem de Cristo.
– Analisando
os elementos da bandeira, temos como principal, a esfera armilar que apareceu
pela primeira vez na Bandeira Pessoal do rei D. Manuel I. Figura ainda no brasão dado por Estácio de Sá à cidade do Rio de Janeiro, em 1565, nos escudos de
várias cidades portuguesas e nos atuais símbolos nacionais de Portugal.
– A
esfera é composta de dez círculos ou armilas, e era um dos instrumentos usados
no aprendizado da arte da navegação. É interessante observar, que esse símbolo
foi adotado por D. Manuel, antes dos
descobrimentos realizados em seu reinado.
– O
primeiro pavilhão elaborado especialmente para o Brasil.
– D João IV conferiu a seu filho Teodósio o título de "Príncipe do Brasil",
distinção transferida aos demais herdeiros presuntivos da Coroa Lusitana. A esfera armilar de ouro passou a ser representada
nas bandeiras do Brasil.
– A
Esfera Armilar é muito mais antiga
que o Astrolábio (precursor do sextante), teve sua invenção atribuída a Anaximandro de Mileto (611-547 a.C.),
filósofo grego que a idealizara para dar uma ideia dos movimentos aparentes dos
astros.
– A
Terra era figurada no centro em forma de um pequeno globo, circundada por 10
anéis de metal de armilas, móveis e ajustáveis, representando: - o meridiano, o
equador celeste; o horizonte; os dois coluros (meridianos que passam pelos
equinócios e pelos solstícios); a elítica, algumas vezes contendo o zodíaco,
dividido em 12 partes de 30 graus cada, simbolizando os 12 signos zodiacais; os
dois trópicos (Câncer e Capricórnio); e os dois círculos polares (Ártico e
Antártico).
– Esta esfera era empregada nas escolas gregas onde se ensinava astronomia e a arte da navegação.
BANDEIRA DE D. PEDRO II DE PORTUGAL (1683 - 1706)
– D. João IV faleceu em 1656 e a coroa
foi dada ao seu filho Afonso VI, que
só assumiu o trono um ano após sua maioridade, em 1662.
Em
1667, seu irmão, D. Pedro II
convenceu-o a abdicar a seu favor e passou a governar Portugal como Regente.
Como símbolo de sua Regência, D. Pedro
criou uma nova bandeira, chamada de Bandeira de D. Pedro II Regente.
– Até
a morte de seu irmão em 1683, adotará essa bandeira como forma de distinção em
relação à bandeira utilizada por seu irmão.
– Assumindo
o trono real, D. Pedro II adotou uma
nova bandeira: - a Bandeira de D. Pedro
II Imperador.
– Essa
bandeira possui o escudo real encimado pela coroa real fechada, mas com uma
nova forma. Esses elementos foram colocados em um campo verde.
– Esta
bandeira presenciou o apogeu de epopeia Bandeirante
no Brasil, que contribuiu para nossa expansão territorial.
– É interessante atentar para a inclusão do campo em verde (retângulo), que voltaria a surgir na Bandeira Imperial do Brasil e foi conservado na Bandeira atual, adotada pela República.
BANDEIRA REAL SÉCULO XVII (1600 - 1700)
– Esta bandeira foi usada como símbolo oficial do Reino ao lado dos três pavilhões já citados, a Bandeira da Restauração, do Principado do Brasil e a Bandeira de D. Pedro II, de Portugal.
VINDA DA FAMÍLIA
REAL PORTUGUESA
(1808)
– Na sequência da invasão napoleonica do território continental europeu de Portugal, em 1808, a Família Real Portuguesa refugiou-se no Brasil, instalando-se, depois de passar por Salvador na Bahia para o Rio de Janeiro e fazendo, daquela cidade, a capital de fato do Império Português.
– A mudança da sede da administração da Monarquia Portuguesa para o Brasil levou a Coroa a sentir necessidade da mudança do estatuto simbólico deste território. Até então o Brasil tinha o estatuto formal de “Estado”. O Estado do Brasil tinha absorvido, em 1775, o antigo Estado do Grão-Pará e Maranhão, na sequência da decisão, tomada pela Coroa, de unificar a administração de toda a América Portuguesa. De observar que, ao contrário do que é muitas vezes referido, o Brasil não tinha o estatuto de Principado, já que Príncipe do Brasil era apenas o título do herdeiro presuntivo da Coroa de Portugal, não sendo o título do território brasileiro. Análogamente, o primogénito do Príncipe do Brasil tinha o título de “Príncipe da Beira”, não tendo, a Beira, o estatuto de Principado, mas sim o de Província.
– A
população e as tropas portuguesas, com auxílio do Exército Britânico, combatem e expulsam os ocupantes franceses, à
custa de enormes baixas e da destruição de grande parte do país. Os Franceses
acabam por ser, definitivamente, derrotados em 1815.
Em
1815, Napoleão Bonaparte foi
derrotado na Europa, porém, o Príncipe Regente D. João e a Corte portuguesa no Brasil, não regressaram à Portugal,
como era de se esperar.
– A
administração de Portugal é entregue ao general britânico Guilherme Carr Beresford, designado, oficialmente, Regente em nome
de D. João VI. Portugal acaba por se
ver na dupla condição de colônia britânica e de colônia brasileira.
BRASIL REINO
– A
Coroa no Brasil desde 1808, entendeu dar ao Território da Colônia o título de
Reino, igual ao de Portugal e dos Algarves. Assim, pela Carta de Lei de 16 de Dezembro de 1815, o conjunto dos territórios
da Monarquia Portuguesa passou a ser, oficialmente, designado Reino Unido de
Portugal, Brasil e Algarves (RUPBA), sendo composto pelo Reino de Portugal, pelo Reino
do Brasil, pelo Reino dos Algarves
- que incluía, com o antigo título simbólico de Reino, o Algarve de aquém mar e
o antigo Algarve de além mar em África - e pelos domínios ultramarinos portugueses
na África, Ásia e Oceania.
Moeda de D. João VI, com as Armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
BANDEIRA PERÍODO DE D. JOÃO VI (1816-1821)
–
Conhecida como a Bandeira de Portugal,
Brasil e Algarves.
– Após
a vinda da Família Real para o
Brasil em 1808, o Brasil passou por várias transformações, e entre elas, a
elevação a Reino Unido.
– Criado
em 1815, o Reino Unido de Portugal,
Brasil e Algarve, só ganhou uma bandeira em 13 de maio de 1816.
– O trecho dessa lei, criando as armas desses três reinos foi reproduzido em sua parte principal no livro "A Bandeira do Brasil":
"Dom João, por graça de Deus, Rei do Reino Unido de Portugal, e do Brasil, e Algarve, d'aquém e d'além-mar em África, Senhor de Guiné, e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia, e da Índia, etc. Faço saber aos que a presente Carta de Lei virem: - Que tendo sido servido unir os meus Reinos de Portugal, Brasil e Algarve, para que juntos constituíssem, como efetivamente constituem um só e mesmo Reino: - é regular e conseqüente o incorporar em um só Escudo Real das Armas de todos os três Reinos, assim da mesma forma, que o Senhor Rei Dom Afonso Terceiro, de gloriosa memória, unindo outrora o Reino do Algarve ao de Portugal, uniu também as suas Armas respectivas: e ocorrendo que para este efeito o meu Reino do Brasil ainda não tem Armas, que caracterizem a bem merecida preeminência que me aprouve exaltá-lo, hei por bem, e me apraz ordenar o seguinte:
I. Que o Reino do Brasil tenha por Armas uma Esfera Armilar de Ouro em campo azul.
II. Que o Escudo Real Português, inscrito na dita Esfera Armilar de Ouro em campo azul, com uma Coroa sobreposta, fique sendo de hoje em diante as Armas do Reino Unido de Portugal, e do Brasil e Algarve, e das mais Partes integrantes da minha Monarquia.
III.
Que estas novas Armas sejam por conseguinte as que uniformemente se hajam de
empregar em todos os Estandartes, Bandeira, Selos Reais, e Cunho de Moedas,
assim como em tudo mais, em que até agora se tenha feito uso das Armas
precedentes.
“Assim sendo, estava criada a Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve."
– Criada
em conseqüência da elevação do Brasil à categoria de Reino, em 1815, presidiu
as lutas contra Artigas, a
incorporação da Cisplatina, a Revolução Pernambucana de 1817 e,
principalmente, a conscientização de nossas lideranças quanto à necessidade e à
urgência de nossa emancipação política.
– O
Brasil está representando nessa Bandeira pela Esfera Armilar de Ouro, em campo azul, que passou a constituir as Armas do Brasil Reino.
Em
1821, portanto, cinco anos depois - as Cortes constituintes portuguesas
decretaram que o campo da bandeira fosse azul e branca, "por serem cores do escudo de Afonso
Henriques". Nela desaparecia a esfera armilar, como se a Bandeira Constitucional não representasse mais o
Reino Unido.
NOTA:
HERÁLDICA DO
REINO DO BRASIL
Armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
-
Poucos meses depois da mudança do estatuto do Brasil, por Carta de Lei de 13 de Maio de 1816, foi reformada a simbologia
heráldica do novo Reino Unido de
Portugal, Brasil e Algarves.
-
Ao novo Reino do Brasil foram concedidas armas constituídas por uma esfera
armilar de ouro em campo azul. O Escudo
Real Português, inscrito na dita esfera armilar de ouro em campo azul, com
uma coroa sobreposta, ficou a constituir as Armas do RUPBA e das mais partes constituintes da Monarquia
Portuguesa.
-
Deduz-se, portanto, que, nas Armas do
RUPBA, sendo o Reino do Brasil
representado pela esfera armilar, os Reinos de Portugal e dos Algarves seriam
representados pelo Escudo Português
- talvez, segundo o antigo mito de que a bordadura carregada de castelos
representaria o Reino dos Algarves e
as cinco quinas o Reino de Portugal.
-
A esfera armilar foi introduzida na heráldica do Estado Português, como emblema
do Rei D. Manuel I. A mesma ter-lhe-ia
sido concedida, como divisa pessoal, por D.
João II, quando o designou como seu sucessor no trono. O uso intensivo que
foi feito da esfera armilar durante a época de D. Manuel I fez com que ela passasse a ser vista não apenas como um
símbolo pessoal mas como um símbolo nacional de Portugal, prolongando-se o seu
uso mesmo após a morte daquele Rei. Este emblema foi sendo associado aos
Representação do Escudo Português assente sobre a esfera armilar, numa iluminura do século XVI, pertencente ao frontispício da "Crónica de D. João I" de Fernão Lopes
-
Descobrimentos Portugueses então em curso e aos territórios ultramarinos
obtidos com aqueles. No reinado deste Rei ocorreu também a incorporação da Ordem de Cristo - da qual o próprio D. Manuel era “Grão-Mestre” - na Coroa
Portuguesa, passando a cruz desta ordem a ser considerada, igualmente, como um
símbolo nacional. A esfera armilar e a cruz de Cristo passam, a partir de então, a ser usadas como símbolos
complementares ou alternativos às Armas
de Portugal. Estes três símbolos tanto aparecem isoladamente como em
composições em que são agrupados dois ou três deles. Uma das representações,
usada já desde D. Manuel I, é uma
composição em que o Escudo Português aparece assente sobre a esfera armilar.
-
É provável que os navios, da frota de Pedro
Álvares Cabral, levassem hasteadas bandeiras com a esfera armilar,
simbolizando o seu Rei, D. Manuel I.
No entanto, a associação deste emblema, especificamente, ao Brasil,
aparentemente, acontece apenas no final do século XVII. Umas vezes sozinha,
outras vezes, assente sobre uma cruz da Ordem
de Cristo, a esfera armilar começa a aparecer nas moedas cunhadas na
América Portuguesa, pelo menos desde o reinado de D. Pedro II de Portugal. Provavelmente também naquela altura, este
emblema passa a figurar nas bandeiras distintivas dos navios mercantes
portugueses envolvidos na navegação para a América.
Moeda de Angola, cunhada em 1762 - reinado de D. José I - onde aparece já o Escudo Real Português, assente sobre a esfera armilar coroada.
-
No entanto, até 1816, aparentemente, a esfera armilar não era um emblema
privativo do Brasil. A mesma aparecia também nas moedas de outros territórios
ultramarinos, nomeadamente nos da África Portuguesa. Inclusive, em algumas
moedas de Angola, cunhadas ainda em meados do século XVIII, a esfera armilar
aparecia, tendo, sobre ela assente, o Escudo
Português e, sobreposta, a coroa real, numa composição praticamente igual à
usada para constituir as Armas do RUPBA
mais de meio século depois. A esfera armilar também figurava nas bandeiras dos
navios mercantes portugueses que faziam a carreira da Índia. O emblema deveria
ser considerado pois, um símbolo de todo o Império
Ultramarino Português. Como tal, mesmo após 1822, continuou a ser usado nas
moedas dos territórios ultramarinos portugueses - por exemplo, as moedas de
Angola, cunhadas em 1860, já durante o reinado de D. Pedro V, ainda tinham representado o Escudo Português assente sobre uma esfera armilar coroada.
Representando todo o Império Ultramarino,
a esfera armilar voltou a figurar nas armas e na Bandeira de Portugal em 1911, novamente, tendo nela assente o Escudo Português.
Moeda do Brasil, cunhada em 1695 - reinado de D. Pedro II de Portugal - onde aparece representada a esfera armilar assente sobre a cruz da Ordem de Cristo
-
O uso da esfera armilar como emblema, apesar de tudo, deve ter sido mais
intenso no Brasil, em virtude de ser, de todos os territórios ultramarinos
portugueses da época, o maior, o mais rico e o com maior colonização europeia.
De certo modo, o Brasil representava todo o Império Ultramarino Português do século XVIII, como a Índia tinha
representado no século XVI e a África passou a representar na segunda metade do
século XIX. A esfera armilar ter-se-há indo enraizando como um emblema
brasileiro, ainda que não oficial. Terá sido essa a razão para a Coroa
Portuguesa - na necessidade de criar um emblema oficial que representasse o
novo Reino do Brasil na simbologia
do RUPBA - conceder-lhe, como armas, a esfera armilar. O fato deste emblema ter
sido a divisa pessoal de D. Manuel I
- em cujo reinado ocorreu o descobrimento oficial do Brasil - poderá também ter
tido um peso determinante na decisão.
Representação teórica do escudo das
Armas do Reino do Brasil
-
Heraldicamente, a descrição das Armas do Reino do Brasil - segundo a Carta de Lei de 13 de Maio de 1816
- levaria à sua representação teórica na
forma de um escudo de campo azul carregado com uma esfera armilar de ouro. No
entanto, aparentemente, nunca foram representadas dessa forma. A esfera armilar
não aparece representada dentro de um escudo, mas sim solta, com o azul
preenchendo apenas o campo delimitado pela própria esfera. Aparece assim, nas Armas do RUPBA, com a coroa real
colocada diretamente sobre a esfera e não sobre um escudo contendo a referida
esfera.
Por JOSÉ J. X. SOBRAL
BANDEIRA ENCOMENDADA POR D. JOÃO VI - NO BRASIL
– O
esboço do artista francês apresenta um desenho já muito parecido com o que
viria a ser o pavilhão do príncipe real: - em campo verde, um losango amarelo
sobre o qual pousava um brasão muito parecido com aquele que viria a ser dos Bragança brasileiros:
·
Uma
cruz da Ordem de Cristo sob uma
esfera armilar, circundada por dezenove estrelas, tudo suportado por um ramo de
cana-de-açúcar e outro de fumo e encimado por uma Coroa Real.
–
De fato, o brasão apresenta elementos já utilizados para simbolizar o Brasil desde,
pelo menos, o século XVI (a cruz e a esfera armilar).
NOTA:
-
Foi relevante a descoberta, nos anos 1940, de projeto de bandeira atribuído a Jean Baptiste Debret (1816-1831) por
encomenda de D. João VI, em 1820, e
que se encontrava no arquivo pessoal do rei, em Lisboa. O achado, efetuado pelo
historiador português Augusto de Lima
Júnior, suscita ainda mais questões sobre a verdadeira co-autoria e as
finalidades originais do pavilhão brasileiro, cujos elementos perduram até
hoje.
– Não
há certezas sobre as intenções do monarca ao pedir o estudo a Debret – se para criar o estandarte
pessoal dos príncipes reais, um novo pavilhão para o Reino do Brasil ou mesmo a
bandeira de uma futura nação independente – nem os motivos pelos quais o
projeto ficou esquecido por, pelo menos, um ano – quando D. Pedro encomendaria a confecção de estandarte similar para o
título de príncipe real.
___Seja como for, é uma indicação contundente de que a Bandeira Nacional do Brasil antecede em muito a Independência.
REVOLUÇÃO
LIBERAL DO PORTO (1820)
– A tentativa de combater a repressão britânica que se abateu sobre Portugal leva a diversas conspirações que culminam na Revolução Constitucionalista (Liberal) do Porto de 1820. São eleitas Cortes Gerais Extraordinárias que aprovam uma “Constituição” para o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, e exigiram o retorno do rei D. João VI.
Em 1821, e já depois de aceitar a Constituição - D. João IV regressa a Portugal, mas não como um rei absolutista e sim como rei de uma monarquia constitucional, ficando o Príncipe Real D. Pedro de Alcântara no Brasil, como “Regente” deste Reino.
BANDEIRA DO REGIME CONSTITUCIONAL (1821- 1822)
Em
21de agosto de 1821, é nesse contexto, que as Cortes (parlamento português)
criaram uma nova bandeira: - Bandeira do Regime
Constitucional Português.
– A
Revolução do Porto, de 1820, fez
prevalecer em Portugal os ideais liberais da Revolução Francesa, abolindo a monarquia absolutista e instituindo
o regime constitucional.
– Esta
foi a última bandeira Lusa a tremular em terras do Brasil.
ATRITOS DAS
CORTES GERAIS PORTUGUESES E A
REGENCIA NO
BRASIL
– Depressa surgem numerosos atritos entre as Cortes Gerais e D. Pedro de Alcântara, Príncipe Regente, este apoiado pela classe política do Rio de Janeiro. Por um lado, as Cortes ressentem-se do abandono a que foram deixados os Portugueses da Europa, que, não só, tiveram que expulsar os Franceses à custa de elevadas perdas e sem ajuda brasileira, como ainda tiveram que mobilizar e enviar milhares de soldados para irem combater, do outro lado do oceano, em defesa dos interesses do Brasil. Por outro lado, D. Pedro de Alcântara e os políticos brasileiros viram a atitude das Cortes como uma tentativa de limitar os privilégios e a autonomia que o Brasil tinha adquirido como reino igual a Portugal. Os atritos ainda eram mais fomentados pelos britânicos que viam a ruptura entre Portugal e o Brasil como um meio de enfraquecimento dos dois, para melhor os poder sujeitar aos seus interesses.
AS CORES NO
BRASIL
– Um ano depois de instituída a nova bandeira das Cortes de Portugal, "as cores do escudo de Afonso Henriques", apostas no tope dos uniformes militares de D. Pedro I e de sua guarda de honra eram arrancadas no Brasil na colina do Ipiranga, no memorável Sete de Setembro de 1822.
A SEPARAÇÃO
DEFINITIVA
– Era
a ruptura definitiva com a Declaração por Dona
Leopoldina, Princesa Regente e Proclamação da independência do Brasil, por
parte de D. Pedro de Alcântara, Príncipe Regente.
BRASIL IMPÉRIO
Primeiro Reinado
BANDEIRA DO BRASIL IMPÉRIO (1822 - 1822)
***
– Primeira
bandeira após a Independência do Brasil.
– Recusando-se
obedecer as ordens das Cortes
Portuguesas, o Príncipe D. Pedro, a
07 de setembro de 1822, num sábado de céu azulado, às margens do riacho
Ipiranga (Rio Vermelho – do Tupy), na Capitania de São Paulo, proclamou a
emancipação política do Brasil, após a Princesa Regente Dona Leopoldina declarar a separação política no Rio de Janeiro.
– D. Pedro proferiu o brado de “Independência
ou Morte”, e de ordenar Laços Fora!
___Arrancando
do chapéu o tope português, exclamou:
"Doravante
teremos todos, outro laço de fita, verde e amarelo. Serão as cores
nacionais".
PROJETO E DESENHO
– O
autor da Bandeira do Império do Brasil, foi o notável, pintor e desenhista
francês Jean Baptiste Debret - que
teve grande participação na vida cultural do Brasil, no período de 1816 a 1831,
fundador da Academia Real de Belas Artes
do Rio de Janeiro, foi encarregado da execução do desenho da bandeira e do
escudo imperial, com a colaboração de José
Bonifácio de Andrada e Silva.
___Para
Clóvis Ribeiro (apud Silveira, 1972,
pag.231), Debret teria se inspirado
em bandeiras militares francesas, sendo o losango inscrito em um retângulo um
motivo ornamental em estilo Império.
–
Sabe-se que Dom Pedro I tinha
especial admiração por Napoleão
Bonaparte, além de ter um parentesco indireto com o ex-Imperador da França.
O significado do losango – bandeiras militares francesas (conforme a imagem)
–
Além disso, o próprio D. Pedro I era
um Bragança-Bourbon, descendente dos reis da França, e o artista Jean-Baptiste Debret, por ser francês poderia
explicar a inspiração em bandeiras francesas.
Jean Baptiste Debret
***
– Na
figura abaixo os desenhos de Debret -
o primeiro para o pavilhão (com detalhes mais grosseiros, para ser visto de
longe).
CORES
– A
cor verde, desde Portugal, foi o Rei D.
João I de Aviz (1357/1433) que instituiu a Casa de Bragança, pelo casamento de seu filho Príncipe Afonso com a filha do "Condestável"
D. Nuno Álvares Pereira.
Em
1384, ele incluiu na bandeira de Portugal a Cruz verde da Ordem de Aviz.
– Mas
D. João II de Aviz retirou a cor
verde, e ela só retornou à bandeira no reinado de Pedro II de Bragança, em 1669.
– Um
dos símbolos da Dinastia Bragança
era o Dragão Verde (“Serpe Alada”),
que aparece depois no Império do Brasil, no alto do cetro Imperial.
Cetro Imperial
UNIFORMES DA CORTE
Em 20 de setembro de 1822, D.
Pedro I,
por Decreto, adotou a cor verde para
todas as fardas da Corte brasileira.
DECRETO
Em 18 de setembro de 1822, por Decreto
foi criado o Escudo de Armas e a
Bandeira do Império, era composta de
um retângulo verde, e nele, inscrito um losango ouro, ficando no centro deste o
Escudo de Armas do Brasil.
– Segundo
o livro "Símbolos Nacionais na Independência" de autoria do general Jonas Correia.
___Com
relação a Bandeira o decreto diz:
·
Os
ramos de café e tabaco indicados no decreto como "emblemas de sua riqueza
comercial, representados na sua própria cor, e ligados na parte inferior pelo
laço da nação".
·
As
19 estrelas de prata correspondem às 19 províncias que o País tinha na época.
___As
19 Províncias (Estados) em 1822:
·
GRÃO-PARÁ
·
ESPÍRITO SANTO
·
MARANHÃO
·
RIO DE JANEIRO
·
PIAUÍ
·
MINAS GERAIS
·
CEARÁ
·
SÃO PAULO
·
RIO GRANDE DO NORTE
·
MATO GROSSO
·
PARAÍBA
·
SANTA CATARINA
·
PERNAMBUCO
·
SÃO PEDRO DO RIO GRANDE DO SUL
·
ALAGOAS
·
GOIÁS
·
SERGIPE
·
CISPLATINA
·
BAHIA
– A
Bandeira do Império do Brasil assistiu ao crescimento como Nação e a
consolidação da unidade nacional.
Em 12 de novembro de 1822, a emancipação do Brasil, solenemente
proclamada no Rio de Janeiro, pela aclamação de Dom Pedro I, acarretava igualmente a separação solene das armas
brasileiras do escudo português, reunidos a seis anos como símbolo do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves,
criado pelo rei Dom João VI.
Aclamação de D. Pedro I, vendo-se a nova Bandeira Nacional do Brasil, desfraldada pelo Alferes-Mor
APRESENTAÇÃO DA
BANDEIRA AO POVO
Em 16 de novembro de 1822, com efeito, às quatro horas da tarde,
viu a população do Rio de Janeiro o jovem Imperador D. Pedro I, a cavalo, escoltado por numeroso cortejo de cavalaria,
atravessar a cidade em direção à Capela Imperial para assistir à bênção da nova
Bandeira Brasileira.
– Terminada
a cerimônia religiosa, o Imperador tornou a montar a cavalo e, diante da tropa
enfileirada em torno do Largo do Palácio,
foi colocar-se na frente da porta claustral da capela, onde, no meio dos
oficiais superiores e dos porta-bandeiras, leu uma proclamação ao Exército Brasileiro.
JURAMENTO A BANDEIRA E
A NAÇÃO
– Findo
o discurso, mandou ele entregar pelo ministro as bandeiras imperiais a cada um
dos porta-estandartes.
– Oficiais
e suboficiais prestaram o juramento militar antes de se reunirem aos seus
regimentos respectivos.
SALVA GERAL
– Depois
disso o Imperador e seu Estado Maior foram postar-se ao centro do Largo para receber
a continência executada por uma salva geral de fuzis e artilharia, retirando-se
em seguida a tropa, depois de desfilar para o soberano.
– Ao
mesmo tempo, uma girândola queimada no Morro
do Castelo anunciou o primeiro hastamento do pavilhão imperial no grande
mastro dos sinais marítimos. (Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, 1834-1839).
PERÍODO
De setembro a dezembro de 1822, foi hasteada a bandeira pessoal dos
príncipes reais do Reino Unido de
Portugal, Brasil e Algarves, adaptada como bandeira do Reino do Brasil.
Esboço de Debret
Na figura vemos a esquerda a Coroa Real, do primeiro reinado e a direita a Coroa Imperial, do segundo reinado.
NOTA:
-
Segundo Clovis Ribeiro - autor do
livro “Brasões e Bandeiras do Brasil”, no reinado de D. Pedro I, usou-se muito a Bandeira com a “Coroa Real”, pois já
haviam sido bordadas inúmeras bandeiras e o detalhe não justificaria a troca
das mesmas.
NOTA II:
- Na
sequência da Declaração de Independência, D.
Pedro de Alcântara determina, por Decreto
de 21 de Setembro de 1822, a criação de novas armas para o, ainda, Reino do Brasil. É provável que estas
novas armas já estivessem em uso, oficioso, antes desta data, talvez, como
insígnia privativa de D. Pedro de
Alcântara, como Príncipe Regente do Brasil. Segundo aquele decreto, o Escudo de Armas do Reino do Brasil
seria, em campo verde, uma esfera armilar de ouro, atravessada por uma cruz da Ordem de Cristo, sendo circulada, a
mesma esfera, de 19 estrelas de prata em uma orla azul, e firmada a coroa real
diamantina sobre o escudo, cujos lados serão abraçados por dois ramos de
plantas de café e tabaco, representados na sua própria cor, ligados, na parte
inferior, pelo laço da nação. De observar que o laço da nação tinha sido
definido, desde o dia da Declaração de Independência, como sendo verde e
amarelo.
Armas do Reino do Brasil, a partir de 21
de Setembro de 1822
- As
novas Armas do Reino do Brasil,
mantêm, basicamente, a simbologia, das antigas armas, tendo, como elemento
central a esfera armilar. Opta-se por representar a esfera armilar assente
sobre a cruz da Ordem de Cristo, de
uma maneira semelhante à que já aparecia, em algumas moedas brasileiras, desde
o século XVII.
- As
novidades, nas novas armas, são o listel circular com 19 estrelas - uma por
cada província do Brasil - e o campo do escudo em verde. De observar que a
representação emblemática das províncias do Brasil, sob a forma de estrelas não
é original. No escudo das Armas Reais
esculpido na fachada da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto - da
autoria de António Francisco Lisboa,
''o Aleijadinho'' e datada de 1766 -
os usuais castelos do Escudo Português são substituídos por 19 estrelas, que
rodeiam as cinco quinas de Portugal. Também já, num retrato a óleo de D. João VI - pintado por Jean-Baptiste Debret em 1817 - o Rei,
em trajes majestáticos, é representado de pé em frente a um trono dourado cujo
espaldar, encimado por uma coroa real, tem ao centro o monograma real “JVI”,
rodeado por uma bordadura que contém um círculo de estrelas.
Por JOSÉ J. X. SOBRAL
D. PEDRO I -
COROADO IMPERADOR DO BRASIL
– Coroado a 1 de Dezembro de 1822, tornando-se D. Pedro I, “Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil”. O Reino do Brasil transforma-se no novo Império do Brasil.
– Com
a substituição da Coroa Real por uma Coroa Imperial, as novas Armas do Reino do Brasil tornar-se-hão
as Armas do Império do Brasil,
quando da criação deste, em 1 de Dezembro de 1822.
BANDEIRA DO BRASIL IMPÉRIO (A partir de 1º de dezembro de 1822 - 1889)
–
Segunda bandeira após a Independência do Brasil.
– Nossa
primeira bandeira nacional sofreu uma modificação após quase três meses de
existência, transformando-se na Bandeira Imperial
do Brasil em 1º de dezembro de 1822:
"Havendo
sido proclamada com a maior espontaneidade dos povos a Independência política do
Brasil, e sua elevação à categoria de Império pela minha solene aclamação,
sagração e coroação, como seu Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo: - hei
por bem ordenar que a Coroa Real que se acha sobreposta no escudo das armas
estabelecido pelo meu imperial decreto de 18 de setembro do corrente ano, seja
substituída pela Coroa Imperial, que lhe compete, a fim de corresponder ao grau
sublime e glorioso em que se acha constituído este rico e vasto
Continente".
– Criada
por Decreto de 18 de setembro de 1822,
era composta de um retângulo verde, e nele, inscrito um losango ouro, ficando
no centro deste o Escudo de Armas do
Brasil.
– Assistiu
ao nosso crescimento como Nação e a consolidação da unidade nacional.
Segundo Império
BANDEIRA DO BRASIL IMPÉRIO (Alterada)
Por volta de 1870, no Segundo Reinado a Bandeira Imperial recebeu sua única alteração, quando D. Pedro II resolveu acrescentar a vigésima estrela para adequar o
pavilhão à organização territorial do País, em virtude da Província Cisplatina (atual Uruguay) ter sido desligada do Brasil
(1829), e da criação da Província do
Amazonas (1850) e Província do
Paraná (1853), resultado da divisão das províncias do Grão-Pará e de São
Paulo respectivamente.
D. Pedro II
Bandeira utilizada na Guerra do Paraguai
– O
Pavilhão Nacional foi defendida pelos brasileiros:
·
Durante
a Guerra do Paraguai,
·
Pela
Armada Imperial pelo Mundo,
– Era
com uma flâmula verde-amarela que Santos
Dumont decolava em seus vôos pioneiros em Paris (França).
BRASIL REPÚBLICA
República dos Estados
Unidos do Brasil
BANDEIRA DO BRASIL REPÚBLICA (De 15 a 19 Novembro de 1889)
– Foi
usada por poucos dias (entre 15 e 19 de novembro de 1889).
UMA FALSA
BANDEIRA NACIONAL
Em 15 de novembro de 1889, um golpe militar articulado por Benjamin Constant e seus asseclas,
comandado pelo marechal Deodoro da
Fonseca, o Brasil se tornava República, derruba o governo Imperial, a
Monarquia no Brasil chegava ao seu fim.
– Após
a proclamação da República, um dos líderes civis do movimento, o advogado Ruy Barbosa, propôs um desenho para a Bandeira
da considerada nova nação.
– Os
republicanos golpistas, influenciados pelos integrantes da seita Positivista,
instituem uma Bandeira provisória da República, na tentativa de abolir o
símbolo da Monarquia.
–
Assim, copiam a bandeira do Clube
Republicano Lopes Trovão, uma imitação da bandeira dos Estados Unidos da
América.
– Em
substituição a Bandeira Imperial foi
hasteada no mesmo dia, na redação do jornal "A Cidade do Rio" e na Câmara Municipal, na agora ex-Corte
Imperial na capital Neutra do Rio de Janeiro.
___Bandeira – Primeira Versão
– Conhecida como a Bandeira do Centro Republicano Lopes Trovão, induzida por Ruy Barbosa, composta de sete listras verdes e seis amarelas, tendo no canto superior, junto à tralha, um quadrado de cor preta, homenagem à "população negra brasileira", no canto superior junto a haste, ao invés do azul citado, no qual estavam vinte estrelas de prata em quatro grupos de cinco cada um (o Município Neutro (Distrito Federal) não estava ali representado). Essa bandeira foi içada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 15 de novembro de 1889, hasteada por José do Patrocínio.
Em 16 de novembro de 1889, infelizmente, foi essa humilhante
imitação de bandeira estrangeira que foi içada no mastro do navio NM Alagoas da Armada, que levou o Imperador D.
Pedro II, prisioneiro e expulso com toda a Família Imperial, para o exílio político mais longo da História do Brasil.
___Bandeira – Segunda Versão
A partir de 16 de novembro de 1889, foi usada a nova versão da Bandeira
com alterações.
– Uma
bandeira composta de 13 listras horizontais, sete verdes e seis amarelas; com
um quadrado, agora azul interrompendo as cinco primeiras faixas, com 21
estrelas de prata, (mantidas as 20 estrelas da anterior mais a do Município
Neutro, futuro Distrito Federal), divididas em quatro grupos e quatro estrelas
e mais um grupo com cinco.
Praça da Aclamação (atual Praça da
República) - Rio de Janeiro
Vê-se a bandeira provisória da República em todos os cantos – 1889
– Essa
falsa Bandeira não foi aceita nem mesmo pelos mais radicais anti-monarquistas.
– A
visível semelhança com bandeira dos Estados Unidos da América, no momento do
planejamento da bandeira definitiva da república, foi rechaçada.
APRESENTAÇÃO A DEODORO
Na manhã de 19 de novembro de 1889, Rio de Janeiro, o marechal Manoel Deodoro da Fonseca recebia em
sua casa alguns republicanos, liderados por Lopes Trovão, os quais iam submeter, já como fato consumado, à sua
apreciação, o projeto da nova Bandeira
do Brasil.
Deodoro da Fonseca
– Marechal
Deodoro, porém, considerou a bandeira que lhe fora apresentada por José Lopes da Silva Trovão como um
arremedo grosseiro da bandeira dos Estados Unidos.
Lopes Trovão
A TRADIÇÃO
– Os
republicanos insistiram que só restava a Deodoro
da Fonseca oficializar a Bandeira por eles apresentada, pois a mesma já
tremulava em alto mar, no mastro do NM Alagoas,
navio que conduzia o Imperador deportado
ao exílio.
– Irritado,
o Marechal deu um “soco na mesa”,
exclamando:
“Não
chefiei um movimento revolucionário contra o Brasil e suas tradições”.
___Senhores,
mudamos o “regime”, não a Pátria!
___Nossa
Bandeira é reconhecidamente bela e não vamos mudá-la de maneira nenhuma!
– Os
republicanos ficaram sem resposta.
12 HORAS
– A
atitude do Marechal Deodoro,
sublinhada com um soco na mesa, foi acompanhada pelo carrilhão da Igreja de São Jorge, que batia doze
horas.
NOVA TRADIÇÃO
– Disso
surgiu a tradição brasileira de só hastear-se a Bandeira Nacional, no dia que lhe é dedicado (19 de novembro), ao meio-dia em ponto.
– Posteriormente,
a bandeira chamada agora de “provisória” foi enviada para o Museu da Marinha, ficando conhecida
como a “Bandeira Provisória da República”, embora nunca tenha sido
oficializada.
NOTA:
- A bandeira desenhada por Ruy Barbosa serviu de base para, primeiramente, a bandeira do Estado de Goiás, apesar de outras bandeiras estaduais serem semelhantes, como as dos estados de Sergipe e do Piauí.
BANDEIRA
NACIONAL
(A partir de 1889)
Pavilhão da Pátria
BANDEIRA
–
Esta bandeira foi a terceira da República e a sexta do Brasil desde a
Independência, de acordo com as alterações iniciais, que continuaram com a
incorporação dos novos estados federados.
IDENTIDADE NACIONAL
– A
Bandeira Nacional, então, foi motivo
de acaloradas discussões.
– Alguns
queriam destruir tudo o que lembrasse o Império, e apresentaram modelos de
bandeiras listradas, com cores diferentes.
O MARECHAL
– Mas,
o próprio marechal Deodoro da Fonseca
desejava manter a antiga Bandeira Imperial,
dela retirando apenas a “Coroa”.
– Diante
da decisão inflexível de Deodoro, desta
forma, estava decidido que as cores e o formato básico “o losango amarelo no
retângulo verde” da Bandeira Imperial
permaneceriam.
NOVA VERSÃO DA BANDEIRA
– Raimundo Teixeira Mendes (1855-1927),
um dos chefes da propaganda Positivista no Brasil, encarregou-se do trabalho
desse pavilhão.
– Os integrantes da seita Positivista tinham influência no governo republicano golpista, e conseguiram que na nova Bandeira Nacional, constasse a frase, sempre em verde “Ordem e Progresso”, parte do lema de sua seita.
– Os
demais elementos da Bandeira foram adaptados, resultando a atual Bandeira Nacional, conforme desenho de Décio Villares. As estrelas, que
representavam as Províncias do Império, foram colocadas como constelações.
PROJETO
Em novembro de 1889, a Bandeira
do Brasil foi idealizado e projetado por Raimundo Teixeira Mendes presidente do Apostolado Positivista do Brasil e colaboração de Miguel Lemos.
– Pelo
projeto, a bandeira deveria retratar o céu do Rio de Janeiro no momento da
proclamação da República. Para que coincidisse com a passagem do Cruzeiro do Sul pelo meridiano do Rio
de Janeiro, os historiadores oficiais resolveram registrar a proclamação como
se tivesse ocorrido às 08:37 hs da manhã de 15 de novembro de 1889.
Raimundo Teixeira Mendes
Miguel Lemos
DESENHO
–
Teve como desenho do pintor Décio Villares.
Décio Villares
INSPIRAÇÃO
– Ela
é inspirada por imposição, na Bandeira do Império,
desenhada pelo pintor francês Jean
Baptiste Debret.
NOTA:
-
A atual Bandeira do Brasil possui um símbolo que lembra o Império: - o losango.
VERSÃO
– Na
nova versão, deveria constar em destaque um dos já símbolos da Pátria, o Cruzeiro do Sul por evocar os primeiros
nomes que nossa pátria recebeu como Vera
Cruz e Santa Cruz.
ESFERA
– Substituindo-se
as armas da Monarquia, por uma esfera celeste, tendo ao centro o Cruzeiro do
Sul, e cortada por uma faixa branca, com o dístico Ordem e Progresso
(Positivista), no lugar da coroa imperial.
– Dentro
da esfera está representado o céu do Rio de Janeiro, no dia 15 de novembro de
1889, dia da proclamação, sendo escolhida a hora das oito e trinta da manhã
para que o Cruzeiro do Sul se
encontrasse no meridiano do lugar e portanto mais ou menos no centro da esfera.
ESTRELAS
– As
posições das estrelas foram fornecidas pelo astrônomo e engenheiro Manuel Pereira Reis.
– O
número era de 20 estrelas, uma para cada estado (ex-província) e mais uma
estrela representando o Município Neutro
depois chamado de Distrito Federal (na época o Rio de Janeiro).
– As
estrelas são desenhadas de quatro tamanhos conforme a sua grandeza.
– O
Município Neutro ou Distrito Federal é a Sigma
da constelação do Octante que no céu
de Porto Alegre está
permanentemente, isto quer dizer dia e noite, no azimute de 180° e numa altura
de 30° do horizonte. Esta estrela corresponde no Hemisfério Sul à estrela Polar, só que sendo de pequena grandeza
não é vista a olho nu. Se fosse, teríamos uma referência muito boa para as
nossas navegações.
– As
estrelas foram inspiradas nas que, realmente, brilhavam no céu do Brasil:
"Espiga,
Procium, Sirius, Canopus, Delta, Gama, Epsilon, Seta, Alfa, Antares, Lambda, Mu,
Teta e outras".
–
No início, a Bandeira Nacional possuía
21 estrelas pertencentes a oito constelações:
·
Cruzeiro
do Sul (5),
·
Escorpião
(8),
·
Triângulo
Austral (3),
·
Cão
Menor (1),
·
Cão
Maior (1),
·
Argus
(1),
·
Virgem
(1), e
·
Oitante
(1).
Escola Polytécnica do Rio de Janeiro
NOTA:
– O
tira prova, para posicionar as estrelas foi chamado o astrônomo Manuel Pereira dos Reis que fez um
trabalho notável. Para conferir a posição das estrelas usou um programa de
computador que, na hora e data do Decreto, nos deu o céu real.
Uma
coisa intrigante foi que as estrelas foram posicionadas sendo vistas de cima
para baixo na vertical do zênite do local.
Na
verdade, como a esfera simboliza a esfera celeste a estamos vendo como se
estivéssemos fora dela. Comparando o céu que aparece na Bandeira com o céu do
dia temos um posicionamento espelhado, porém, se nos considerarmos observadores
da Terra, que está no centro da esfera a posição das estrelas estará correta.
–
Nos subsequentes acréscimos o posicionamento continuou a respeitar o céu da madrugada
de 15 de novembro de 1889.
DIVISA
– A
Área Branca em sentido oblíquo e descendente da esquerda para a direita com a
legenda - "ORDEM E PROGRESSO" - cuja posição exata na bandeira não
constou no Decreto que a criou, foi
motivo de dúvidas e especulações diversas.
___Alguns
diziam ser ela a Eclítica (círculo máximo da esfera celeste corresponde à
trajetória do Sol em seu movimento anual aparente, em torno da Terra, cujo
plano forma com o do Equador um ângulo de 23º.27"), outros acreditavam
tratar-se do Equador Celeste (círculo máximo da esfera celeste resultante da
interseção da esfera celeste com o plano que passa pelo equador da Terra), e
outros ainda afirmavam que se tratava da Zona Zodiacal ou Zodíaco (faixa de 8º
para cada lado da Eclítica, por onde transitam o Sol a Lua e os planetas, e que
contêm 12 constelações zodiacais).
– A
Área Branca da Bandeira do Nacional se
trata, apenas, de um espaço, não pertencente à Esfera Celeste, onde se pudesse
inscrever a expressão Positivista "ORDEM E PROGRESSO", parte de um
dos lemas mais conhecidos do filósofo francês Auguste Comte (1798-1857), fundador do Positivismo, que contava com
numerosos seguidores no Brasil, entre eles o Professor Raimundo Teixeira Mendes, o mentor da Bandeira Republicana.
EXPRESSÃO
– Deve-se
a Benjamim Constant Botelho de Magalhães,
que era Positivista que sugeriu a Raimundo
T. Mendes.
Benjamim Constant
– É
expressão é a síntese do Positivismo sistema filosófico que muito influenciou
os homens que contribuíram para a implantação do Regime Republicano no Brasil.
___É
o resumo da frase de Augusto Comte, expressão
máxima do Positivismo:
"O
amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim",
–
Esta máxima se decompõe em duas divisas usuais:
·
Uma
moral, 'Viver para outrém' (altruísmo - termo criado por Comte), ou seja, por o
interesse alheio acima de seu próprio interesse;
·
Outra
estética, 'Ordem e Progresso', ou seja, cada coisa em seu devido lugar para a
perfeita orientação ética da vida social.
DIMENSÃO
– A
relação entre a largura e o comprimento que é de 14 para 20 módulos.
PROPOSTA
– A
proposta da nova bandeira foi apresentada ao Governo Provisório da República
por Benjamim Constant.
DECRETO
– Todos
os elementos que compõe o pavilhão foram dimensionados por decreto.
Na tarde de 19 de novembro de 1889, no decreto redigido por Ruy Barbosa, na exposição de motivos,
considerava as antigas cores nacionais o verde e amarelo, que, independente da
forma de governo, simbolizam a perpetuidade e a integridade da Pátria entre
outras nações.
– No
centro, foi substituída, porém, a esfera anular do império por uma esfera
celeste.
___Decreto-Lei nº 4 de 19 de novembro de 1889
e cujo teor é o seguinte:
- O
Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, considerando que
as cores da nossa antiga bandeira recordam as lutas e as vitórias gloriosas do
exército e da armada em defesa da Pátria; Considerando, pois, que nossa cores,
independentemente da forma de governo simbolizam a perpetuidade e integridade
da Pátria entre as nações;
Decreta:
- a Bandeira adotada pela República mantém a tradição das antigas cores
nacionais, verde-amarelo, do seguinte modo: - um losango amarelo em campo
verde, tendo no meio a esfera azul celeste, atravessada por uma zona branca em
sentido obliquo, e, descendo da esquerda para a direita com a legenda “Ordem e
Progresso” e ponteada por 21estrelas, entre as quais as da constelação do
Cruzeiro, dispostas na sua situação astronômica quanto a distância e no tamanho
relativos representando os 20 estados da
República e o Município Neutro.
- Sala das sessões do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, 19 de novembro de 1889.
a)
Manoel Deodoro da Fonseca, Aristides da Silva Lobo, Rui Barbosa, Manoel Ferraz
de Campos Salles, Quintino Bocaiúva, Benjamin Constant Botelho de Magalhães,
Eduardo Wandenkolk.
Obra: - A Pátria, Pedro Bruno - 1919
CORES
–
As cores na Bandeira da República tem outra inspiração para não coincidir ou
representar a Bandeira do Império.
VERDE
– No
caso da bandeira brasileira, o verde traria à lembrança o primeiro objeto que
funcionou como bandeira: - os ramos arrancados das árvores pelos homens
primitivos em atitude espontânea de alegria. O verde nos remeteria ainda à
nossa filiação com a França, à juvenilidade do país e ao imenso mar,
literariamente verde nos escritos de José
de Alencar.
AMARELO
– O
amarelo, por sua vez, representaria nossa riqueza mineral e a aventura dos Bandeirantes à procura do ouro.
– De
maneira poética, nos levaria à imagem do sol, astro que nos garante condições
essenciais de sobrevivência.
AZUL
– Numa
homenagem à Nossa Senhora, padroeira
de Portugal e do Brasil, o azul, ao lado da cor branca, nos colocaria no
esquema bandeirológico latino-americano, onde predominam essas duas cores: - azul e branca.
BRANCO
– Traduzindo
nossos desejos de Paz, nos inclui nas filosofias que enxergam “Deus” como
plenitude do ser e do poder, assim como o branco é a plenitude das cores.
VERDADEIRO SIGNIFICADO
– As cores da Bandeira Nacional
não é conhecido pela maioria das pessoas. É muito comum falar-se em “verde das
matas, o amarelo do ouro”, mas não é bem assim, ou pelo menos, não é só isso.
___A
História mostra o motivo:
Em
18 de setembro de 1822, 11 dias após a Proclamação da Independência, as cores
verde-louro e amarelo-ouro foram instituídas como cores nacionais do Brasil.
–
Há dois significados para as cores da Bandeira, um lembra a “Natureza” do país,
e foi dado pelo Imperador Dom Pedro I.
Ele mesmo fez questão dessas cores, dizendo que representavam nossa Natureza Exuberante ou "Eterna
Primavera".
Dom Pedro I
___Mas
o significado vai além disso.
– Ao
proclamar a Independência do Brasil, D.
Pedro I fundou um Império, único nas Américas, e uma Dinastia Reinante,
formada pela união da Casa de Bragança
com a Casa de Áustria.
– A
Bandeira do Brasil foi desenhada com as cores das Famílias Reais do nosso primeiro casal de Imperadores, D. Pedro I e Dona Leopoldina.
·
D. Pedro I é representado
pelo verde da Casa dos Bragança,
·
D. Leopoldina sua esposa,
sendo filha do Imperador da Áustria, pelo amarelo-ouro da Casa dos Habsburgos.
NOTA:
-
Em setembro de 1823, o futuro Marquês de Resende, Antonio Teles da Silva Caminha e Meneses, então Embaixador na
Áustria, explicando o motivo da escolha do verde e do amarelo ao Príncipe de Metternich, disse que o
"amarelo - simbolizaria a Casa de
Lorena (Habsburg)", cor usada pela Família Imperial Austríaca, e o
"verde - representaria a cor da Casa
de Bragança".
Antonio Teles
___Outro
documento que comprova isso é uma carta: - “datada de 15 de setembro de 1822,
ou seja, pouco mais de uma semana da Proclamação da Independência, é sabido que
numa carta escrita por D. Leopoldina
à D. Maria Tereza, da Côrte da
Áustria, comenta textualmente, fazendo referência às cores da bandeira, dizendo
do “verde dos Braganças e do amarelo-ouro dos Habsburgos” (Silveira, 1972, pg
230).
D. Leopoldina
– Ainda
que seus significados tenham mudado, muitos dos elementos da bandeira imperial
permaneceram após o advento da República.
DECRETO
– A
Bandeira Nacional da República foi adotada pelo Decreto-lei nº 4 de 19 de novembro de 1889 e cujo teor é o
seguinte:
"- O Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, considerando que as cores da nossa antiga bandeira recordam as lutas e as vitórias gloriosas do exército e da armada na defesa da Pátria; Considerando, pois, que nossas cores, independentemente da forma de governo simbolizam a perpetuidade e a integridade da Pátria entre as nações; Decreta: a Bandeira adotada pela República mantém a tradição das antigas cores nacionais, verde-amarelo, do seguinte modo: um losango amarelo em campo verde, tendo no meio à esfera azul-celeste, atravessada por uma zona branca em sentido oblíquo e, descendo da esquerda para a direita com a legenda "Ordem e Progresso" e ponteada por 21 estrelas, entre as quais as da constelação do Cruzeiro, dispostas na sua situação astronômica quanto à distância e no tamanho relativos representando os 20 Estados da República e o Município Neutro. . . - Sala das sessões do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil
19 de novembro de 1889
“Manuel Deodoro da Fonseca; Aristides da
Silva Lobo; Rui Barbosa; Manuel Ferraz de Campos Salles; Quintino Bocaiúva;
Benjamin Constant Botelho de Magalhães; Eduardo Wandenkolk".
OPOSIÇÕES
– Idealizada
pelo positivista Raimundo Teixeira
Mendes (1855-1927), sob a orientação de Miguel Lemos (1854-1917), a nova Bandeira do Brasil, adotada após a proclamação da República, foi
desenhada pelo pintor Décio Villares
(1851-1931).
– As
posições das estrelas foram fornecidas pelo astrônomo e engenheiro Manuel Pereira Reis (1837-1922).
– As
primeiras oposições à nova bandeira de 15 de novembro de 1889, a chamada Bandeira Provisória, fizeram com que Teixeira Mendes redigisse um artigo-justificativa do simbolismo do pavilhão,
que ficou conhecido como Apreciação
Filosófica, no Diário Oficial de 24
de novembro de 1889.
– Logo
em seguida à adoção da bandeira, chegou a ser divulgada no exterior a notícia
de que o Brasil iria adotar o calendário positivista. Informado pelo Delegado
do Tesouro, em Londres, de que essa última notícia provocara má impressão, Ruy Barbosa telegrafou:
"Desminta.
Essa notícia é disparate em que ninguém pensou aqui e que ninguém ousará propor
ao Governo."
(Segundo relato publicado em Deodoro – a
Espada contra o Império (1957), de Raimundo Magalhães Júnior)
ALTERAÇÕES – ESFERA AZUL-CELESTE
ESTRELAS
Em 1960 e 1962, posteriormente,
foram acrescentadas mais duas estrelas, Alphard
(Alfa) e Gama, pertencentes à
constelação de Hidra Fêmea e
referentes aos novos estados da Guanabara e do Acre, respectivamente Lei nº 5443 de 28/05/1968.
República Federativa do
Brasil
– A Lei
nº 5700 de 01/09/1971, deu nova redação à Lei nº 5443 de 28/05/1968, acima mencionada, dispondo
detalhadamente, sobre a forma e apresentação dos símbolos nacionais - Bandeira, Hino, Armas e Selo.
Em 1992, a Lei
nº 8.42l, de 12 de maio de 1992, alterou a bandeira para permitir que todos
os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal estejam representados por
estrelas.
– Durante muitos anos, houve confusão
sobre a representação dos Estados na Bandeira, finalmente resolvida.
– Foram adicionadas mais quatro estrelas à
constelação do Cão Maior, referente
aos novos estados da federação:
·
Mirzam (Beta)
– Estado do Amapá,
·
Muliphen (Gama)
– Estado de Rondônia,
·
Wezen (Delta) – Estado
de Roraima, e
·
Adhara
(Épsilon) – Estado de Tocantins.
– O Estado de Mato Grosso do Sul ficou com a estrela Alphard (Alfa) que pertencia ao Estado da Guanabara, extinto em 1975, e cuja estrela não chegou a ser
retirada da Bandeira.
– A atual Bandeira Nacional Brasileira já possui incorporada, 27 estrelas,
referentes aos 26 Estados e ao Distrito Federal, e pertencentes a nove constelações
assim distribuídas:
·
Cruzeiro do Sul (5),
·
Escorpião (8),
·
Triângulo Austral (3),
·
Oitante (1),
·
Virgem (1),
·
Cão Maior (5),
·
Cão Menor (1),
·
Carina - ex-Argus (1), e
·
Hidra Fêmea (2).
Esquema oficial da bandeira segundo a Lei n.º 8.421, de 11 de maio de 1992
NOTA:
-
Na figura acima caberiam as seguintes correções quanto à constelação do Cão
Maior: a estrela γ, de quarta magnitude, chama-se Muliphen; a estrela α, Sirius
(a mais brilhante do céu noturno), é de primeira magnitude; a estrela δ, de
segunda magnitude, chama-se Wezen; a estrela ε, Adhara, é de segunda magnitude.
A estrela β, Mirzam, também de magnitude 2, é a quarta mais brilhante da
constelação, ao passo que Adhara é a segunda. Contrariamente às duas
ilustrações acima, se alguma das estrelas do Cão Maior presentes na bandeira
possa figurar com magnitude 3, será β, não ε.
DIMENSÕES
·
Para
cálculo das dimensões, tomar-se-á por base a largura desejada, dividindo-se
esta em 14 partes iguais. - Cada uma das partes será considerada uma medida ou
módulo.
·
O
comprimento será de vinte módulos (20m).
·
A
distância dos vértices do losango amarelo ao quadro externo será de um módulo e
sete décimos (1,7m).
·
O
círculo azul no meio do losango amarelo terá o raio de três módulos e meio
(3,5m).
·
O
centro dos arcos da faixa branca estará dois módulos (2m) à esquerda do ponto
do encontro do prolongamento do diâmetro vertical do círculo com a base do
quadro externo.
·
O
raio do arco inferior da faixa branca será de oito módulos (8m); o raio do arco
superior da faixa branca será de oito módulos e meio (8,5m).
·
A
largura da faixa branca será de meio módulo (0,5m).
·
As
letras da legenda Ordem e Progresso serão escritas em cor verde. Serão
colocadas no meio da faixa branca, ficando, para cima e para baixo, um espaço
igual em branco. A letra P ficará sobre o diâmetro vertical do círculo. As
letras da palavra Ordem e da palavra Progresso terão um terço de módulo (0,33
m) de altura. A largura dessas letras será de três décimos de módulo (0,30 m).
A altura da letra da conjunção E será de três décimos de módulo (0,30 m). A
largura dessa letra será de um quarto de módulo (0,25 m).
·
As
estrelas serão de cinco dimensões: - de primeira, segunda, terceira, quarta e
quinta grandezas. Devem ser traçadas dentro de círculos cujos diâmetros são: de
três décimos de módulo (0,30 m) para as de primeira grandeza; de um quarto de
módulo (0,25 m) para as de segunda grandeza; de um quinto de módulo (0,20 m)
para as de terceira grandeza; de um sétimo de módulo (0,14 m) para as de quarta
grandeza; e de um décimo de módulo (0,10 m) para a de quinta grandeza.
ALTERAÇÕES NECESSÁRIAS
– As Leis em questão ressaltam a necessidade
da Bandeira Nacional ser atualizada
sempre que ocorrer a criação ou extinção de Estados e deixam bem evidente que a
Bandeira Brasileira é aquela que foi
adotada pelo Decreto nº 4 de 19/11/1889.
PROJETOS REJEITADOS
– Inúmeros projetos foram criados para o
estandarte nacional, estando aqui listados os mais conhecidos:
Carl Martius
– É de se notar que vigorou entre as
primeiras alternativas à bandeira imperial a combinação tricolor
rubro-alvinegra, inspirada na tese histórica de Carl Friedrich Philipp von Martius de que os povos fundadores do
Brasil seriam os das etnias indígena, europeia e africana.
Projeto de Julio Ribeiro, criado em 1888
Atual bandeira do Estado de São Paulo
***
Projeto de Antonio da Silva Jardim,
Criado em torno de 1890
Projeto de José Maria Paranhos Junior,
barão de Rio Branco
Criado em 1890
Projeto de Oliveira Valadão
Apresentado em 1892
Projeto de Eurico de Góis
Apresentado em 1908
Projeto de Venceslau Escobar
Apresentado em 1908
OUTROS PAÍSES
___Vários
outros países utilizaram estrelas em seus lábaros:
– A
Austrália, Nova Zelândia, Papua Nova
Guiné e Samoa Ocidental
empregaram o Cruzeiro do Sul em suas
bandeiras.
– Em
todas elas foram adotadas as posições astronômicas usadas nas cartas celestes
para representar a constelação do Cruzeiro
do Sul, de modo a se obter uma reprodução mais fiel possível na disposição
relativa do conjunto formado por suas estrelas.
– Em
conseqüência, nas bandeiras da Austrália,
Samoa Ocidental, Papua Nova Guiné a quinta estrela do Cruzeiro - a Intrometida -
aparece à direita, como está nas nossas Armas
da República, ao contrário do que ocorre na Bandeira Nacional.
– Na
realidade, o processo de reprodução usado no nosso pendão na Bandeira e o
oposto daquele usado nas Armas da
República.
– Na
bandeira da Nova Zelândia, apesar de
as estrelas do Cruzeiro do Sul
estarem nas suas posições relativas exatas, a Intrometida não foi incluída.
– Além
do brasileiro, o único pavilhão que representa mais de uma constelação é o da Austrália, o qual, além do Cruzeiro do Sul, empregou a estrela
mais brilhante da constelação de Centauro: - Toliman ou Rigel Kentauri.
– Na
realidade, a única bandeira a representar várias constelações, ou melhor, a
retratar o aspecto do céu num determinado momento, é a Bandeira Brasileira. Isso leva a constituir uma representação
astronomicamente mais precisa.
INFLUÊNCIA POSITIVISTA
– Antes
de uma análise mais profunda dos aspectos astronômicos de nossa bandeira,
gostaríamos de fazer alguns comentários sobre os seus principais pontos
críticos: - desprezo à tradição, legenda positivista, simbologia e heráldica
sem fundamentos e erros astronômicos, como muito bem demonstrou Eduardo Prado em A Bandeira Nacional
(1903).
– Teixeira Mendes, em sua Apreciação Filosófica, argumenta, para
eliminar a Cruz do estandarte do
Império, que o novo simbolismo se fazia "não mais por meio de um sinal que
é atualmente um símbolo de divergência (a cruz), mas por meio de uma “constelação".
Por uma contingência da vida, a legenda Ordem
e Progresso acabou se tornando uma divergência, surgida tão logo foi
anunciada a nova bandeira, o que motivou uma carta de Teixeira Mendes ao Diário
Oficial de 26 de novembro de 1889.
– A
nova divergência foi tão intensa que permaneceu por quase um século, pois um
decreto do governo José Sarney
instituiu uma comissão para estudar a bandeira, onde se deverá verificar,
segundo as notícias divulgadas por um dos assessores do ministro da Justiça, Oscar Dias Correia, se a expressão
"Ordem e Progresso" deve continuar.
– Aliás,
convém lembrar que o maior dos nossos inventores, Alberto Santos Dumont, sempre se recusou a usar o nosso pavilhão,
com base no argumento de que ele não exprimia o sentimento da nação brasileira,
pois se tratava do emblema de uma seita e nada mais, e repugnava-lhe a ideia de
ser propagandista de um lema sectário.
– Por
esse motivo, nos seus momentos de glória e de perigo, substituiu a bandeira por
uma simples flâmula verde e amarela, como relata Clóvis Ribeiro em Bandeiras e Brasões do Brasil (1933).
– Aliás,
o positivismo não está só no pavilhão, mas também nas Armas da República que, segundo Gustavo Barroso, no terceiro volume de sua História Secreta do
Brasil (1938), inspirou-se na estrela flamígera ou flamejante dos templos
maçônicos.
– Nesse
caso, o G no interior da estrela, que significa “gnose”, ou seja, sabedoria,
foi substituído por um círculo com as 21 estrelinhas representativas dos
estados, na periferia, e o Cruzeiro do
Sul, no centro.
– Na
realidade, os adversários das concepções maçônicas e/ou positivistas esquecem
que esses dois movimentos foram fundamentais no estabelecimento da
independência e da república no Brasil. Portanto, justo será conservá-los em
reconhecimento.
– Infelizmente,
os símbolos estabelecidos pela República, e não referendados explicitamente
pelo povo, ao contrário do Hino Nacional,
ou pela Constituição de 1891, se opõem, indiretamente, à "lei tão simples
e tão sábia" que, segundo Tristão
de Athayde, estabeleceu entre nós a liberdade espiritual, ao consignar o
seguinte, no parágrafo 7 do artigo 72 do projeto de Constituição do Governo
Provisório, cuja redação se deve a Ruy
Barbosa: "Nenhum culto ou igreja gozará de subvenção oficial, nem terá
relações de dependência ou aliança com o governo da União, ou dos Estados".
– Além
do mais, ao adotar uma legenda positivista, o pavilhão vai contra uma das ideias
fundamentais da Apreciação Filosófica
de Teixeira Mendes:
-
"Ele devia também eliminar tudo quanto pudesse perturbar o sentimento de
solidariedade cívica, por traduzir crenças que não são mais partilhadas por
todos os cidadãos" (grifo é nosso).
___Pergunta para um pais Católico – Seriam o
Positivismo e a Maçonaria partilhados por todos os cidadãos?
BRASÕES/ARMAS
– O
brasão imperial foi primeiramente utilizado como insígnia do estandarte pessoal
do príncipe real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, criado pelo
pintor francês Jean Baptiste Debret
a pedido de D. Pedro de Alcântara,
já como príncipe-regente.
– O
título fora criado por seu pai, D. João
VI, para indicar os herdeiros aparentes do trono português, em substituição
ao antigo título de “Príncipe do Brasil”.
– Pouquíssimo
tempo foi transcorrido entre a criação do estandarte principesco e a declaração
de Independência do Brasil.
Entre
setembro e dezembro de 1822, o brasão foi encimado por Coroa Real, visto que se
planejava manter a condição do Brasil como reino, ainda que independente.
– Apenas
com a sagração de D. Pedro como
imperador, no final daquele ano, que se substituiu aquela por uma coroa
imperial.
– O
Brasão do Império do Brasil, foi
oficializado por um decreto imperial datado de 18 de Setembro de 1822.
Brasão Imperial Reino do Brasil
Brasão do Reino do Brasil
– O
brasão mantinha diversos elementos lusitanos, denotando o vínculo histórico que
ainda se reconhecia com a antiga metrópole.
– A
esfera armilar, utilizada desde o século XVII no estandarte pessoal dos
príncipes do Brasil, foi mantida como emblema do País.
– A
cruz da Ordem de Cristo, que já
encimava o dístico da antiga bandeira principesca, foi mantida por trás da
esfera. Em verdade, a combinação da cruz da Ordem de Cristo sob a esfera armilar já vinha sendo usada no Brasil
desde, pelo menos, desde 1700, no anverso das moedas cunhadas em Salvador,
quando a Colônia foi elevada a Principado.
– Como
inovação, costuma-se apresentar o listel azul orlado de prata, carregado de
dezenove estrelas igualmente prateadas, a representar as províncias (estados)
de então.
– Essa
solução encontrada para simbolizar as províncias do Brasil já havia sido
utilizada em uma obra:
·
A
porta da igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (Minas Gerais),
esculpida pelo artista Aleijadinho
há pelo menos quarenta anos antes da Independência.
– Na
obra de Aleijadinho, as dezenove
estrelas circundam as quinas do brasão português, imagem essa que foi
posteriormente, em 1780, pintada no teto da sacristia da mesma igreja.
– Essa
figura, inusitada por substituir as tradicionais torres do brasão real
português por estrelas, poderia ter servido de inspiração a D. Pedro de Alcântara, que havia
visitado a então Vila Rica em abril
de 1822, ou mesmo seu pai, D. João VI.
Brasão do Império do Brasil
Brasão do Império do Brasil
– A
escolha do escudo inglês no brasão imperial indica a preferência por novos
formatos a substituir o antigo escudo em cálice, típico da heráldica lusitana;
pode-se constatar essa preferência nos brasões da nobreza brasileira, a maioria
tendo adotado o escudo francês.
– A
suportar o brasão havia um ramo de cada lado: - um de café, frutificado, e
outro de fumo, florido, representando as culturas que começavam a se destacar
na produção agrícola nacional.
– Em
conformidade com o estandarte pessoal do príncipe real, que posteriormente
viria a ser o pavilhão imperial, são respeitadas no brasão aquelas que se
manteriam como as cores nacionais do Brasil até os dias atuais: - o verde, em
referência à Casa de Bragança, da
qual pertencia D. Pedro I, e o
amarelo, em referência à Casa de
Habsburgo, da qual pertencia D.
Leopoldina.
Monograma de D. Pedro II
Monograma pessoal de D. Pedro II do Brasil
Novo Brasão segue a linha do Império
– Semelhantemente
a outras casas soberanas, as armas nacionais eram também as armas do monarca e
de sua família. Assim, após a proclamação da República, os membros da Família Imperial brasileira mantiveram
para si o antigo brasão imperial.
– Com
o casamento de D. Isabel Leopoldina
com Luís Gastão d'Orléans, conde
d'Eu, e a elevação daquela à chefia da casa imperial, acrescentou-se um
escudete no abismo do brasão com as armas da Casa d'Orléans.
Brasão Republicano
Brasão Republicano
– Quando
da Convenção de Itu, em 1870, foi adotado, como símbolo do Clube Republicano, o brasão imperial encimado por “barrete frígio”,
outro símbolo republicano que remonta à Revolução
Francesa.
Armas Nacionais
Brasão da República
– Por
sua vez, as armas nacionais adotadas pelo regime republicano mantiveram muito
do antigo brasão imperial.
– Substitui-se
a cruz da Ordem de Cristo pelo Cruzeiro do Sul e a esfera armilar pelo
círculo azul que também representa a esfera celeste; mantiveram-se os ramos de
café e fumo, além do listel com as estrelas a representar as unidades
territoriais que compõem a nação.
– A
fita vermelha, abaixo, mudou para azul. Foram adicionadas a estrela de cinco
pontas, símbolo republicano, e a espada, símbolo militar.
– Ainda
segundo a Lei nº 5.700, alterada pela Lei nº 8.421, de
11 de maio de 1992, a feitura das armas nacionais deve obedecer à proporção
de quinze de altura por quatorze de largura, e atender às seguintes
disposições:
·
O
escudo redondo será constituído em campo azul-celeste, contendo cinco estrelas
de prata, dispostas na forma da constelação do Cruzeiro do Sul, com a bordadura
do campo perfilada de ouro, carregada de estrelas de prata em número igual ao
das estrelas existentes na bandeira nacional;
·
O
escudo ficará pousado numa estrela partida e gironada, de dez peças de sinopla
e ouro, bordada de duas tiras, a interior de goles e a exterior de ouro;
·
O
todo brocante sobre uma espada, em pala, empunhada de ouro, guardas de blau,
salvo a parte do centro, que é de goles e contendo uma estrela de prata,
figurará sobre uma coroa formada de um ramo de café frutificado, à destra, e de
outro de fumo florido, à sinistra, ambos da própria cor, atados de blau,
ficando o conjunto sobre um resplendor de ouro, cujos contornos formam uma
estrela de vinte pontas;
·
Em
listel de blau, brocante sobre os punhos da espada, inscrever-se-á, em ouro, a
legenda “República Federativa do Brasil”, no centro, e ainda as expressões 15
de novembro, na extremidade destra, e as expressões de 1889, na sinistra.
Brasões dos Estados Federados do Brasil
RESPEITO
___Nossos
símbolos nacionais, bonitos ou feios, certos ou errados, são os Símbolos da Pátria, eles nos
representam, e a eles devemos “Respeito”.
___O
Brasil tem uma das mais belas bandeiras do Mundo, criada com a nossa
Independência. Foi modificada ao longo dos anos, por conta das mudanças em
nossa História, e só o “Tempo” dirá se ainda terá outras modificações.
___Devemos
amar nosso País, respeitar e orgulhar-se de nossas origens, dos Povos Originários, dos desbravadores,
do seu Povo, porque o Brasil tem uma História que nenhum outro país teve em
toda a América.
___Se
hoje temos e teremos problemas, devemos corrigi-los com muito amor, muito
patriotismo e confiança no futuro desta grande Nação, – Brasil.
INSTRUÇÕES CONSTITUCIONAIS
___Convém
estudar o comportamento dos constituintes em relação aos símbolos nacionais:
– A
primeira Bandeira, da - Independência -, criada pelo Decreto de 13 de setembro
de 1822, não foi mencionada na Constituição de 1824.
– Do
mesmo modo, a Bandeira da República, estabelecida pelo Decreto de 19 de
novembro de 1889, não foi citada na Constituição de 1891.
– A
Constituição de 1934 refere-se à Bandeira e às Armas da República, onde pela
primeira vez usa-se o S em substituição ao Z na grafia da expressão “Brasil”.
– Na
quarta Constituição, imposta por Getúlio
Vargas quando da criação do Estado Novo, mantiveram-se todos os símbolos
nacionais, sem descrevê-los. No seu artigo 2, ela determinou que "a
Bandeira, o Hino, o Escudo e as Armas Nacionais são de uso obrigatório em todo
o país. Não haverá outras bandeiras, hinos, escudos e armas. A lei regulará o
uso dos “símbolos nacionais". Os símbolos só podem ser os do Decreto 4, de
1889, como foi regulamentado pelo Decreto 4545 de 31 de julho de 1942. – A
única novidade é a eliminação de símbolos municipais e/ou estaduais.
– Na
Constituição de 1946, esta última proibição é suprimida, como se pode verificar
pelo que determina o seu artigo 5, "compete à União legislar sobre o uso
dos símbolos nacionais", quais sejam o hino, o selo e as armas vigentes na
data da sua promulgação, estabelecendo ainda que os Estados e os Municípios
podem ter símbolos próprios.
– Mais
tarde, o Decreto 5443, de 28 de maio de 1968, revogou o decreto-lei 4545, de
1942, e estabeleceu uma nova e extensa lei que dispunha de modo pormenorizado
sobre a forma e apresentação dos símbolos nacionais, inclusive do hino.
–
Quatro anos depois, o Decreto 5700 de 01 de setembro de 1971, que acompanhou as
diretrizes principais do Decreto 5443, estabeleceu as normas gerais, incluindo,
em anexos, desenhos da bandeira e das armas em modelos que facilitam a sua
reprodução exata, bem como definiu a posição, grandeza e denominação de cada
estrela na esfera celeste central da bandeira.
– A
constituição de 1988, no parágrafo primeiro do seu artigo 13, definiu como
símbolos da República Federativa do Brasil a Bandeira, o Hino, as Armas e o Selo
nacionais. Sem dúvida, os símbolos só podem ser os do Decreto 5700, de 1971. No
parágrafo segundo do mesmo artigo, estabelece que os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.
SÍMBOLOS NACIONAIS – DADOS
Dia da Bandeira
– O
Dia da Bandeira é comemorado em 19 de novembro, data em que ela foi adotada em
1889.
(No
dia da Proclamação da República, 15 de novembro de 1889, o Governo Provisório
adotou como bandeira oficial o estandarte do Clube Republicano Lopes Trovão,
instituição que participou ativamente da campanha pela adoção do novo regime.
Por ser quase idêntica à bandeira dos Estados Unidos, o que contrariava o
nacionalismo dos republicanos, acabou sendo substituída quatro dias depois)
Cerimonial da Bandeira no "Dia da Bandeira"
(Artigo 4.3.4. - Cerimonial da Marinha
de Guerra)
___No
"Dia da Bandeira", deverá ser observado o seguinte cerimonial:
a)
Cinco
minutos das 12h00 deverá ser dado o toque de Bandeira e, ao ser assim feito,
içar o sinal respectivo;
b)
Arriar
a Bandeira e proceder dessa ocasião em diante como no cerimonial para o
hasteamento da Bandeira;
c)
Por
ocasião de ser hasteada a Bandeira, será içada o embandeiramento nos topese,
logo após, dada a salva de 21 tiros;
d)
Após
a salva, deverá ser executada pela banda de música o Hino à Bandeira, que será
cantada por toda a oficialidade e guarnição presente à cerimônia.
Hino à Bandeira Nacional
Letra e Música: Olavo Bilac
Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz.
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.
Recebe
o afeto que se encerra
Em
nosso peito juvenil
Querido
símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Salve,
lindo pendão da esperança,
Salve,
símbolo augusto da paz.
Tua
nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.
Em
teu seio formoso retratas
Este
céu de puríssimo azul,
A
verdura sem par destas matas
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.
Salve,
lindo pendão da esperança,
Salve,
símbolo augusto da paz.
Tua
nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.
Contemplando
o teu vulto sagrado
Compreendemos
o nosso dever,
E o
Brasil por seus filhos amado,
Poderoso
e feliz há de ser.
Salve,
lindo pendão da esperança,
Salve,
símbolo augusto da paz.
Tua
nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.
Sobre
a imensa Nação brasileira
Nos
momentos de festa ou de dor,
Paira
sempre, sagrada bandeira
Pavilhão da justiça e do amor.
Salve,
lindo pendão da esperança,
Salve,
símbolo augusto da paz.
Tua
nobre presença à lembrança
A
grandeza da Pátria nos traz.
***
Hino Nacional Brasileiro
Música:
Francisco Manuel da Silva
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
(I)
Ouviram
do Ipiranga às margens plácidas
De
um povo heroico o brado retumbante
E o
sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou
no céu da Pátria nesse instante.
Se
o penhor dessa igualdade
Conseguimos
conquistar com braço forte,
Em
teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito à própria morte!
Ó
Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil,
de um sonho intenso, um raio vívido
De
amor e de esperança à terra desce,
Se
em teu formoso céu, risonho e límpido,
A
imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante
pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza!
Terra
adorada
Entre
outras mil,
És
tu, Brasil, Ó Pátria amada!
Dos
filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!
(II)
Deitado
eternamente em berço esplêndido,
Ao
som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras,
ó Brasil, florão da América,
Iluminado
o sol do Novo Mundo!
Do
que a terra mais garrida
Teus
risonhos, lindos campos têm mais flores;
Nossos
bosques têm mais vida,
Nossa vida no teu seio mais amores.
Ó
Pátria amada,
Idolatrada
Salve! Salve!
Brasil,
de amor eterno seja símbolo
O
lábaro que ostentas estrelado,
E diga
o verde-louro desta flâmula:
Paz
no Futuro e glória no Passado!
Mas
se ergues da justiça a clava forte,
Verás
que um filho teu não foge à luta,
Nem teme quem te adora a própria morte!
Terra
adorada
Entre
outras mil,
És
tu, Brasil, Ó Pátria amada!
Dos
filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria
amada, Brasil!
***
Armas Nacionais
– As
Armas Nacionais (ou Brasão Nacional)
representam a glória, a honra e a nobreza do Brasil e foram criadas na mesma
data que a Bandeira Nacional.
– O
uso das armas é obrigatório nos edifícios-sede dos três poderes (Executivo,
Legislativo e Judiciário) dos governos federal, estaduais e municipais, além
dos quartéis militares e policiais e em todos os papéis oficiais de nível
federal (publicações, convites etc.).
– As
armas são formadas por um escudo redondo sobre uma estrela de cinco pontas e
uma espada. Também há, no centro, o Cruzeiro
do Sul. Há um ramo de café à esquerda e um de fumo à direita. A data que
aparece nas armas, como você deve saber, é a proclamação da República.
Selo Nacional
– A
finalidade do Selo Nacional é a
autenticação dos documentos oficiais. Seu uso é obrigatório em qualquer ato do
governo e em diplomas e certificados escolares.
– Ele
reproduz a esfera que existe na Bandeira
Nacional.
DISCUSSÕES
As Bandeiras do Reino do Brasil
Por JOSÉ J. X. SOBRAL
– Tem
sido criada uma grande mitologia acerca das bandeiras usadas no Brasil antes da
sua separação de Portugal. Na verdade, provavelmente, a primeira bandeira
oficial representativa do Brasil só deverá ter sido introduzida já em 1822.
Bandeiras do Brasil antes de 1816
– A
primeira bandeira apresentada como ligada ao Brasil, é uma bandeira de campo
branco, carregada com uma esfera armilar de ouro, colocada mais próxima da
tralha do que do batente. Essa bandeira tem sido referida em alguns trabalhos
como sendo o pavilhão pessoal dos Príncipes do Brasil, representando, assim,
pelo menos indiretamente, o suposto "Principado do Brasil".
Bandeira da navegação mercante para a América Portuguesa
– Na
verdade, a referida bandeira tinha alguma ligação ao Brasil, mas não através
dos Príncipes do Brasil. Era uma das
várias bandeiras usadas pelos navios mercantes portugueses, durante o século
XVIII, que não tinham o direito de usar a bandeira com as Armas Reais,
reservada apenas aos navios de guerra da Coroa. A ligação ao Brasil, dá-se no
facto dessa ser a bandeira atribuída aos navios que navegavam para a América
Portuguesa. A bandeira correspondente dos navios portugueses que navegavam na
carreira da Índia era quase idêntica, mas com a esfera armilar de vermelho, em
vez de ouro.
Bandeira para Converter a América, usada na navegação de comércio com as Missões
– Existia
outra bandeira da marinha mercante portuguesa ligada ao Brasil. Era a chamada
"Bandeira para Converter a América". Era uma bandeira com o campo
branco, carregada, com as Armas Reais de
Portugal junto à tralha, uma esfera armilar ao centro, e um monge segurando
uma cruz do lado do batente. Essa bandeira era usada pelos navios portugueses
envolvidos na navegação de comércio com a região das Missões, no Sul do Brasil, também durante o século XVIII.
– Estas
duas bandeiras deverão ter substituído, no final do século XVII, uma bandeira
faixada de verde e vermelho, até aí usada na navegação portuguesa para o Brasil
e que passou, então, a ser usada apenas pelos navios mercantes portugueses, em
águas europeias.
Bandeiras do Reino Unido de Portugal,
Brasil e Algarves
***
– Até
ao início do século XIX, em Portugal, e na generalidade dos países europeus, as
bandeiras mais não eram que um suporte de brasões de armas, não tendo nenhum
significado especial, separado do daqueles. Assim, grande parte das bandeiras
nacionais do século XVIII, tinham um simples campo branco, estando nele
assentes as armas do país.
– Sendo
uma bandeira armorial até meados do século XVI - portanto, uma quadratura do Escudo Português - a bandeira
portuguesa passou, nessa altura, a ter o campo branco, com as Armas Reais nele
assentes. Era assim a bandeira portuguesa em 1816. As armas, representadas nas
bandeiras portuguesas, incluíam, normalmente, apenas o Escudo Português com a
coroa real sobreposta. Ocasionalmente, incluíam algum outro elemento exterior,
normalmente, sendo o mais comum, um colar circundando o escudo com a cruz da Ordem de Cristo, pendente.
Laço Real do RUPBA, até 1821
– De
observar que, em 1797, tinha sido estabelecido um Laço Real - para uso dos militares e funcionários públicos
portugueses - nas cores azul e escarlate. Estas cores tinham substituído o
verde e branco como cores do libré da Casa
Real Portuguesa em 1728. Podemos considerar que, a partir de 1797 passaram
a ser as cores nacionais de Portugal. O estabelecimento das cores azul e
escarlate não implicou a alteração da bandeira portuguesa, que continuou a ser
branca com as Armas Reais.
– A
Carta de Lei de 13 de Maio de 1816,
que criou as armas do Reino Unido de
Portugal, Brasil e Algarves, não definiu modelos específicos de bandeiras.
No que diz respeito a esta questão, a carta de lei apenas afirmava que as novas
armas passariam a substituir as precedentes, sendo empregues da mesma maneira
que as anteriores, referindo, como exemplos, o seu uso em estandartes e
bandeiras.
– O
costume de se hastearem de bandeiras nacionais na generalidade dos edifícios
públicos e mesmo em locais privados, só ocorreu a partir de meados do século
XIX.
– Modelo
provável do Estandarte Real de D. João
VI, como Rei do RUPBA daquele século o uso de bandeiras, praticamente, se
limitava ao âmbito militar e naval. Assim, as bandeiras, então em uso, onde
apareciam as anteriores armas de Portugal, eram a bandeira de hastear em navios
de guerra e fortalezas - de campo branco e considerada como a “bandeira nacional"
da época - o estandarte real - de campo vermelho - e as bandeiras e estandartes
dos regimentos militares. Aparentemente, estas bandeiras não sofreram mais
nenhuma alteração senão a da substituição das armas anteriores pelas novas.
Laço Nacional do RUPBA, a partir de 1821
– Em
1821, as Cortes Gerais Extraordinárias
decretam a criação de um Laço Nacional
(tope ou cocar) nas cores azul e branco. Estas cores passam a substituir o azul
e encarnado como as cores nacionais portuguesas. A alteração de cores
nacionais, no entanto, não levou à alteração da bandeira do RUPBA. Não se terá
sentido esta necessidade, tal como tinha acontecido em 1797, com a introdução
das cores azul e escarlate. Isto contraria o mito de que a bandeira portuguesa
de campo azul e branco, ainda teria sido hasteada no Brasil. Na verdade essa
bandeira só foi introduzida em 1830, altura em que o Brasil estava separado de
Portugal há já oito anos.
– A
bandeira branca com as Armas do RUPBA
irá ser a bandeira portuguesa até à dissolução desta União. Será hasteada no
Brasil até à retirada total das tropas leais às Cortes Portuguesas, em 1823. Em Portugal será hasteada até à morte
de D. João VI, em 1826.
Bandeiras do Reino do Brasil
Por JOSÉ J. X. SOBRAL
– Em
vários trabalhos tem sido referida a existência de uma bandeira do Reino do Brasil, dentro do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves,
que teria sido utilizada entre 1816 e 1822. Essa bandeira é apresentada como
tendo o campo totalmente azul, carregado com uma esfera armilar de ouro.
– Na
verdade é muito pouco provável que essa ou outra bandeira oficial do Reino do Brasil, tenham existido até
pouco antes de 1822. A “primeira bandeira oficial” do Reino do Brasil terá sido uma versão inicial da que viria a ser a Bandeira Nacional do Império do Brasil.
Vamos então analisar esta questão.
– A
hipótese da existência de uma bandeira do Reino
do Brasil, baseia-se numa certa interpretação da Carta de Lei de 13 de Maio de 1816. Na referida carta, depois de
serem descritas as novas armas do Reino
do Brasil e do RUPBA, é dito que as novas armas deverão substituir as
antigas, em todos os seus usos, nomeadamente em estandartes e bandeiras. Em
teoria, à primeira vista, esta disposição permitiria a existência de bandeiras
e estandartes com as armas do Reino do
Brasil. No entanto, como já vimos atrás, na época o uso de bandeiras era,
praticamente, limitado aos âmbitos militar e naval. Uma vez que as bandeiras
usadas nesse âmbito tinham, anteriormente, as Armas Reais Portuguesas, é natural que passassem a ter, a partir de
1816, as Armas do RUPBA, já que o
Exército e a Marinha continuavam dependentes da União e não de cada um dos seus
reinos constituintes. Por outro lado, não faria sentido conceder uma bandeira
privativa ao Reino do Brasil sem
fazer igual concessão ao Reino de
Portugal e dos Algarves.
– De
qualquer modo, apesar de todos os indícios indicarem o contrário, pode pôr-se a
hipótese da existência de uma bandeira do Reino
do Brasil, ainda que não oficial e de uso limitado.
___Mas como seria ela?
___A
primeira hipótese é a que tem vindo a ser, ultimamente, apresentada mais
correntemente, em diversos artigos: uma bandeira de campo azul, no qual é
assente uma esfera armilar de ouro. Esta corresponde a uma bandeira armorial
das armas concedidas ao Reino do Brasil
em 1816. Ainda que não possa ser totalmente descartada esta hipótese, a
existência deste modelo de bandeira, afasta-se do habitual na época em que não
era comum a representação de brasões de armas sob a forma de bandeiras
armoriais. ___O mais comum, na época era as armas, serem assentes numa bandeira
de campo branco.
___A
segunda hipótese que colocamos, apresenta-se mais de acordo com o costume da
época. A bandeira do Reino do Brasil
teria o campo branco, no qual era assente o escudo do Brasil - de azul,
carregado com uma esfera armilar de ouro - tendo, sobreposta, uma coroa real.
Esta hipótese peca por as armas do Brasil serem representadas de uma maneira
diferente à sua representação nas armas e na bandeira do RUPBA. Aí, a esfera
armilar é sempre representando solta e nunca dentro de um escudo.
___A
terceira hipótese seria muito semelhante à anterior, mas sobre o escudo não
estaria sobreposta a coroa real.
___A
quarta hipótese seria uma bandeira em campo branco, tendo nele assente uma
esfera armilar de ouro, sendo o campo delimitado pela mesma, em azul. Esta
hipótese é mais análoga à representação da esfera armilar brasileira, na
bandeira do RUPBA.
___A
quinta hipótese seria muito semelhante à terceira mas, neste caso, a esfera
armilar teria sobreposta a coroa real. Esta bandeira seria assim, exatamente
igual à do RUPBA, mas sem a simbologia do Reino
de Portugal e dos Algarves - o Escudo
Real Português. A meu ver, se alguma vez existiu uma bandeira do Reino do Brasil antes da auri-verde,
teria seguido este modelo. Neste caso, o Reino
de Portugal e dos Algarves poderia ter sido representado pela anterior
bandeira portuguesa, de campo branco, com o Escudo Real Português, tendo a coroa real sobreposta.
Laço Nacional Brasileiro, a partir de Setembro de 1822
– Pouco
antes da separação do Brasil, de Portugal, foi introduzida a que talvez tenha
sido a única bandeira do Reino do Brasil.
Apesar de tudo indicar que ela tenha sido introduzida antes, a bandeira
tornou-se oficial pelo Decreto de 21 de
Setembro de 1822. Este decreto definia que a Bandeira Nacional do Reino do Brasil seria composta de um
paralelogramo verde, nele inscrito um quadrilátero romboial cor de ouro, ficando,
no centro deste o Escudo das Armas do
Brasil.
– A
ordenação oficial das Armas do Reino do
Brasil, incluídas na bandeira nacional, é também feita no Decreto de 21 de Setembro de 1822, como
já vimos atrás. As cores nacionais verde e amarelo - cores base da bandeira -
tinham sido logo definidas, por D. Pedro
de Alcântara, no dia da Declaração da Independência, ordenando que os laços
nacionais constitucionais portugueses - azuis e brancos - fossem arrancados e
substituídos por laços de fita verdes e amarelos. Essa disposição tornou-se
oficial por Decreto de 18 de Setembro de
1822, onde se ordenava que o “Laço” ou Tope
Nacional Brasileiro seria composto das cores emblemáticas: - verde de primavera
e amarelo de ouro. Segundo a tradição, o verde representa a Casa de Bragança - origem de D. Pedro de Alcântara - e o amarelo
dourado a Casa de Habsburgo-Lorena -
origem de D. Leopoldina, esposa
daquele.
Bandeira Nacional do Reino do Brasil, a partir de Setembro de 1822
– Não
se sabe exatamente o estatuto que teria esta bandeira antes do 7 de Setembro de
1822, nem quando foi desenhada. É provável que tivesse sido desenhada por Jean-Baptiste Debret, ainda a pedido de
D. João VI, para ser usada como
estandarte pessoal do Príncipe Real,
como bandeira privativa do Reino do
Brasil dentro do RUPBA, ou mesmo como bandeira nacional de um futuro reino
independente do Brasil. O que é certo é que tudo indica que esta bandeira
existisse já antes de 1822.
– A
1 de Dezembro 1822, na sequência da coroação de D. Pedro de Alcântara como Imperador do Brasil, a Coroa Real da
bandeira é substituída pela Coroa Imperial. Com esta nova disposição, torna-se
a Bandeira Nacional do Império do Brasil.
Por JOSÉ J. X. SOBRAL
Contra Normas Astronômicas
– Se
tivermos que adotar a posição do astrônomo Manuel
Pereira Reis, autor do projeto da Bandeira
de 1889, segundo a qual "tratando-se de um símbolo, era descabida a
preocupação de conservar o rigor de uma carta celeste", melhor seria
elaborar um novo projeto mais simplificado que satisfizesse as exigências da
heráldica.
Contra Normas Astronômicas
– O
novo lábaro deveria conservar o verde e o amarelo, como cores obrigatórias; o
azul dos republicanos; a constelação do Cruzeiro do Sul, instituído por D. Pedro II, e que o proclamador da
República, Marechal Deodoro da Fonseca,
manifestou o desejo de conservar, como propõe Luiz Marques Poliano, em Heráldica (1986). Na realidade,
acreditamos que, se quisermos mantê-la com o aspecto do céu, como propõem os
diversos decretos, a Bandeira Nacional
deveria estar de acordo com as normas astronômicas para que, ao ser comparada
com outras, não fosse motivo de risos no exterior. Não resta dúvida sobre a
representação usada; para tanto basta comparar o aspecto do céu no momento da
proclamação e o visto no pavilhão nacional.
– Lamentável
verificar que a ideia de Pereira Reis
acabou sendo aceita por outros astrônomos que ocuparam a direção do Observatório Nacional, dentre eles
Lélio I. Gama (1892-1891), em 1964 e 1967 e Luiz Muniz Barreto (1925-2006), em 1969, ao contrário da posição
adotada, em 1929, pelo astrônomo Henrique
Morize (1860-1930).
– Um
caso curioso é o do astrônomo Luiz Cruls
(1848-1908). Forçado a se pronunciar à crítica exposta pela Sociedade Astronômica da França, de que
o mais lógico seria adotar o pólo sul na parte superior do desenho do céu, Cruls pronunciou-se a favor da posição
do sul na parte inferior, como está na Bandeira, não defendendo a conveniência
para os astrônomos situados no hemisfério sul de adotarem a posição,
aconselhada pelos franceses.
– Aliás,
essa última é a usada por Cruls em suas
obras. Convém lembrar neste momento que no Brasil, no século XIX, quando não se
usava mais representar, nas cartas celestes, as constelações como eram vistas
nos globos, ou seja, fora da esfera celeste, publicou-se um atlas e uma carta
celeste que adotavam esse processo já ultrapassado.
– O
primeiro foi O Céu (1887) de Manuel
Pereira Reis e o segundo foi o Atlas Celeste (1896) de Luiz Cruls.
– No Brasil, os primeiros conjuntos de cartas celestes
representando o céu como visto do interior da esfera celeste, o Atlas Celeste
(1971) e a Carta Celeste (1971), ambos de minha autoria, só foram publicados
quase cem anos mais tarde.
Por Ronaldo Rogério de Freitas Mourão
CURIOSIDADES
– A
palavra de ordem inscrita em nossa bandeira, trata-se da síntese de um sistema
filosófico aceito não só no Brasil, como também na Europa: - o Positivismo.
- Os grandes nomes dessa filosofia em
nosso país no fim do século XIX eram Benjamin
Constant, Demétrio Ribeiro, Teixeira Mendes e Miguel Lemos.
- Numa visível homenagem a esses
cidadãos, convoca os brasileiros para uma arrancada concreta e irreversível
pelo desenvolvimento. A significação de ordem não é ditadura, mas sim decisão e
visão clara dos problemas, enquanto progresso não indica riqueza para os
indolentes, mas meta de ascensão para os homens de valor.
- Um dos três únicos casos em que o
idioma da pátria em questão aparece na bandeira, possui o seu recanto para o
culto coletivo de toda a nação: - a Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde
fica sempre hasteada, tendo na base do mastro as seguintes palavras:
"Sob a guarda do povo brasileiro, nesta Praça dos Três Poderes, a bandeira sempre no alto, a visão permanente da Pátria".
– Em
1922, quando da revolta do Forte de
Copacabana, Siqueira Campos
retalhou uma bandeira nacional em 29 frações e as distribuiu aos soldados
sublevados, que, em qualquer situação, isoladamente, podiam homenagear o Pavilhão Nacional e dele receber
inspirações.
– Quando
várias bandeiras são hasteadas, a do Brasil deve ser a primeira a chegar ao
topo do mastro e a última a descer;
– Quando
uma bandeira se torna velha, está suja ou rasgada, deve ser substituída por uma
nova;
– As
bandeiras velhas devem ser encaminhadas a uma unidade militar, para serem
queimadas no dia 19 de novembro;
– Se
ficar hasteada durante a noite, a bandeira deve ser iluminada;
– O
lema “Ordem e Progresso” possui caráter positivista, seguindo ideais de Augusto
Comte;
– A
bandeira do Brasil é uma das poucas que não possui as cores preto e vermelho,
representando a guerra e o sangue;
– Cada
uma das estrelas representa cada estado do país (ou seja, 27 estrelas,
representando os 26 estados e o Distrito Federal);
– Em
1889, quando foi criada, a bandeira possuía apenas 21 estrelas (20
representando os estados e uma, a capital, na época, o Rio de Janeiro)
– A
última modificação foi em 1992, quando foram acrescentadas 4 estrelas, em
função da criação dos estados de Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins;
– A
única estrela localizada acima da faixa branca é a que representa o Pará, já
que, na época em que foi projetada a bandeira, a capital do estado, Belém, era
a que ficava mais ao Norte do país;
– Escolas
públicas e particulares devem hastear a bandeira pelo menos uma vez por semana.
– No
Brasil a Bandeira deve ser hasteada em escolas, ministérios, secretarias de
governo, repartições públicas, em dias de festa ou de luto nacional.
– Seu
hasteamento deve ser feito pela manhã e a arriada ao entardecer.
– A
Bandeira não pode ficar exposta durante a noite, a não ser que seja bem
iluminada.
– Nos edifícios do governo, ela é hasteada todos os dias. Também é exposta em situações em que o Brasil é representado diante de outros países como, por exemplo, em congressos internacionais e encontros de governos.
___Você Sabia:
– Uma
Bandeira em mau estado de conservação não pode ser hasteada. Deve ser entregue
a uma unidade militar para ser incinerada no dia 19 de novembro.
– A
Bandeira Nacional fica
permanentemente hasteada na Praça dos Três Poderes em Brasília. Quando for
substituída, só é arriada quando a nova for hasteada.
– Em
alguns locais, a Bandeira deve ser hasteada todos os dias. São eles: - palácio
da Presidência da República; residência do presidente; Congresso Nacional; nos
ministérios; no Supremo Tribunal Federal; nos edifícios-sede dos poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário; em repartições consulares; em repartições
federais, estaduais e municipais situadas na faixa da fronteira etc.
Tradicionalmente, a bandeira é hasteada às 8h da manhã e arriada às 18h. Se
ficar hasteada durante a noite, deve estar iluminada.
– Não
é permitido hastear Bandeira de outro país em terras brasileiras se ao lado não
estiver a Bandeira Nacional de igual
tamanho e posicionada ao lado direito. A exceção é somente para embaixadas e
consulados.
– Não
faltam sinônimos para a palavra bandeira, originária do gótico "bandvja" e do latim "bandaria". São eles: - auriflama,
balsa, bandeirola, emblema, estandarte, flâmula, galhardete, gonfalão, guião,
insígnia, lábaro, pálio, pavilhão, pendão e vexilo.
___Significado
de cada uma dessas palavras:
·
AURIFLAMA
- pequeno estandarte de seda vermelha entregue aos reis da França pelo abade S.
Dinis.
·
BALSA
- é o estandarte usado pelos templários nas expedições contra os mouros.
·
BANDEIROLA
- pequena bandeira usada pelos engenheiros quando querem marcar o ponto de um
alinhamento.
·
EMBLEMA
- figura ou símbolo.
·
ESTANDARTE
- insígnia militar dos corpos de cavalaria.
·
FLÂMULA
- tira ou faixa que tem a ponta farpada, sendo colocada no topo dos mastros das
embarcações.
·
GALHARDETE
- bandeira colocada nos mastros para adornar ou sinalizar. Também pode servir
de enfeite nas ruas.
·
GONFALÃO
- bandeira de guerra com partes que prendem perpendicularmente a uma haste, sob
a qual se enfileiravam os vassalos.
·
GUIÃO
- é o estandarte que encabeça as tropas ou procissões.
·
INSÍGNIA
- adorno emblemático de autoridades.
·
LÁBARO
- estandarte usado entre os romanos no tempo dos imperadores. Aparece na letra
do hino nacional brasileiro.
·
PÁLIO
- ornamento que o papa concede aos patriarcas e arcebispos e eventualmente as
bispos.
·
PAVILHÃO
- símbolo marítimo de uma nacionalidade.
·
PENDÃO
- bandeira grande em cruz levada em procissões.
·
VEXILO
- o termo é usado como destacamento militar e o vocábulo vexilalogia é a
ciência que estuda das bandeiras como símbolos.
(Fonte:
http://www1.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/bandeira/palavras.html)
(Fonte: Colégio Gonçalves Dias -
GDestaque - Símbolos Nacionais.htm)
RECANTO A
BANDEIRA NACIONAL
- Quando
da fundação de Brasília, capital do Brasil, criou-se um recanto para o culto
coletivo de toda a Nação.
- Na Praça dos Três Poderes, está permanentemente hasteada uma Bandeira Nacional. ___Na base do mastro, as palavras:
SOB
A GUARDA DO POVO BRASILEIRO,
NESTA
PRAÇA DOS TRÊS PODERES,
A
BANDEIRA SEMPRE NO ALTO,
A VISÃO PERMANENTE DA PÁTRIA.
Olhando
de longe para a Capital Federal, os brasileiros, nomeadamente aqueles de "peito juvenil" podem cantar:
Contemplando
o teu vulto sagrado
Compreendemos
o nosso dever,
E o
Brasil por seus filhos amado,
Poderoso
e feliz há de ser.
REFERENCIAS:
Ronaldo
Rogério de Freitas Mourão, astrônomo, fundador e primeiro diretor do Museu de
Astronomia e Ciências Afins. Autor de mais de 85 livros, entre os quais "O
Livro de Ouro do Universo".
Site
oficial: www.ronaldomourao.com
Marco
Antonio Cruz Filho
Wikipédia
Jaime
Bauer Larini Pires von Muller, historiador e cronista
Blog: imperiodobrazil.blogspot.com
FONTES:
(http://www1.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/bandeira/cores.html)
(http://www.brasilrepublica.hpg.ig.com.br/bandeiranacionalbr.htm)
Viva a Independência Constitucional do Brasil !"
Seu hasteamento deve ser feito pela manhã e a arriada ao entardecer.
A bandeira não pode ficar exposta durante a noite, a não ser que seja bem iluminada.
Nos edifícios do governo, ela é hasteada todos os dias. Também é exposta em situações em que o Brasil é representado diante de outros países como, por exemplo, em congressos internacionais e encontros de governos.
- A Bandeira do Brasil é um dos quatro símbolos oficiais da República Federativa do Brasil, conforme estabelece o art. 13, § 1.º, da Constituição do Brasil.
Os outros símbolos da República são:
“Armas Nacionais”,
“Hino Nacional”,
“Selo Nacional”.
- A atual bandeira nacional é a segunda republicana e o terceiro estandarte oficial do Brasil desde sua independência.
Durante toda sua história, o Brasil teve várias Bandeiras até que se concretizasse a atual.
- Confira todas elas:
Foi a bandeira hasteada pelos portugueses no Brasil na Época do Descobrimento.
É segundo o que consta da carta do escrivão da esquadra, Pero Vaz de Caminha, a bandeira com essa cruz estava presente no momento da partida:
A CRUZ DE CRISTO é uma figura composta:
Uma ordem militar era uma instituição militar e religiosa restrita aos nobres, que nela eram admitidos mediante sagração no grau de cavaleiro, para combater os hereges (muçulmanos), tornando-se verdadeiros monges-soldados.
A Ordem Militar de Cristo era a sucessora portuguesa da Ordem dos Templários e foi criada pelo rei de Portugal, D. Diniz em 1319.
A Ordem dos Templários foi fundada por Hugo de Payers em Jerusalém, durante as Cruzadas e sua sede era o Templo de Salomão e daí veio o nome:
Conseguindo enriquecer com rapidez, a ordem atraiu para si a oposição de muitos reis e dos devedores. Após prisões, julgamentos e mortes em fogueiras, o papa Clemente V dissolveu a ordem.
D. Diniz, usando de diplomacia, solicitou ao Papa a permanência da Ordem dos Templários em Portugal. Conseguindo a autorização, alterou o nome da ordem para Ordem Militar de Cristo. Como essa ordem foi a grande financiadora de várias expedições marítimas dos portugueses, é natural que seu símbolo estivesse presente em várias expedições marítimas: - Cabo Não, Gran Canária, Porto Santos, Açores, Gojador, Cabo Branco, Costa dos Negros, Cabo da Boa Esperança, Índia e nas embarcações que chegaram ao Brasil.
A Ordem de Cristo, rica e poderosa, patrocinou as grandes navegações lusitanas e exerceu grande influência nos dois primeiros séculos da vida brasileira.
A cruz de Cristo estava pintada nas velas da frota cabralina e o estandarte da Ordem esteve presente no descobrimento de nossa terra, participando das duas primeiras missas. Os marcos traziam de um lado o escudo português e do outro a Cruz de Cristo.
Podemos observar que o time de futebol, Vasco da Gama (RJ), tem como símbolo uma cruz conhecida como a Cruz de Malta. Na realidade não é esse o seu nome e sim, Cruz da Ordem Militar de Cristo, sendo a Cruz de Malta, outra cruz.
- Bandeira Real (1500 - 1521)
A primeira bandeira do Reino de Portugal presente nas embarcações portuguesas.
Além da Bandeira da Ordem Militar de Cristo, as embarcações lusas usavam uma outra bandeira: - a Bandeira Real. Embora fosse a oficial, essa bandeira cedia espaço para a da Ordem Militar de Cristo, sendo usada nas expedições no mar e nas embarcações.
Essa bandeira foi criada durante o reinado de D. João II, o Príncipe Perfeito (1481 - 1495).
Organizador da viagem ao Cabo da Boa Esperança foi em seu reinado que o Tratado de Tordesilhas foi assinado com a Espanha, dividindo o mundo em dois hemisférios.
Muito semelhante à Bandeira da Ordem Militar de Cristo, já que, era branca e com a cruz dessa ordem, apresentava o escudo real sobreposto a ela. Esse escudo, presença marcante nas bandeiras até nossa independência e na bandeira portuguesa da atualidade é vermelho com sete castelos amarelos e no centro um campo branco seguindo a forma do escudo, com cinco escudetes azuis em cruz. Nesses pequenos escudos azuis estão representados cinco besantes em branco.
Era o pavilhão oficial do Reino Português na época do descobrimento do Brasil e presidiu a todos os acontecimentos importantes havidos em nossa terra até 1521. Como inovação apresenta, pela primeira vez, o escudo de Portugal.
- Bandeira do rei português D. João III (1521 - 1616)
Bandeira que foi usada pelos portugueses no início do período Colonial.
Após a morte de D. João II (1495), seu filho mais novo, D. Manuel, assumiu o trono português até seu falecimento em 1521. Sucedendo seu pai, D. João III (1521-1577), se tornou rei e durante seu reinado, introduziu a Companhia de Jesus e o Tribunal da Inquisição em Portugal.
No Brasil implantou o sistema de Capitanias Hereditárias (1534) e o Governo-Geral (1549), além disso, criou uma nova bandeira: - a Bandeira de D. João III.
Essa bandeira tem semelhança com a anterior e possui algumas inovações. Sobre as semelhanças, temos o campo branco e o escudo real presentes na bandeira anterior e sobre as inovações, temos a retirada da Cruz da Ordem de Cristo e a inclusão sobre o escudo real, de uma coroa real aberta.
O lábaro desse soberano, cognominado o "Colonizador", tomou parte em importantes eventos de nossa formação histórica, como as expedições exploradoras e colonizadoras, a instituição do Governo Geral na Bahia em 1549 e a posterior divisão do Brasil em dois Governos, com a outra sede no Maranhão.
- Bandeira usada na época do domínio da Espanha sobre Portugal (1616 - 1640)
Este pendão, criado em 1616, por Felipe II da Espanha, para Portugal e suas colônias, assistiu às invasões holandesas no Nordeste e ao início da expansão bandeirante, propiciada, em parte, pela "União Ibérica".
Com a falta de sucessores, veio uma crise dinástica, assumindo o trono após algumas lutas, o rei espanhol, D. Felipe II, tendo início a União Ibérica (1580-1640) durando 60 anos.
Nesse período, Portugal passou a ter uma nova bandeira, a Bandeira da União Ibérica, enquanto suas colônias permaneciam com a mesma bandeira criada por D. João III, porém com uma modificação: a coroa real aberta foi substituída por uma fechada.
- Bandeira da Restauração (1640 - 1683)
Usada no reinado de D. João VI, marcou o fim do domínio da Espanha sobre Portugal.
D. João III faleceu em 1577 e seus filhos não assumiram a coroa, já que nenhum havia sobrevivido.
Para assumir o trono português foi escolhido seu neto, D. Sebastião, que faleceu, em 1578, numa batalha contra os mouros no norte da África. Sucedendo-o veio seu primo, o cardeal D. Henrique, falecendo rapidamente em 1579.
- Bandeira da Nova Holanda
Também conhecida como a Bandeira do Brasil Holandês, foi a bandeira utilizada pela Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais para os territórios que estiveram sob seu controle no Brasil de 1630 a 1654.
Juntamente com D. João IV foi criada uma nova bandeira: - a Bandeira da Restauração. Essa bandeira mantinha o escudo real e o campo branco, mas agora orlado de azul.
Essa orla em azul foi colocada para homenagear a padroeira de Portugal, Nossa Senhora da Conceição, pois seu manto era azul.
Também conhecida como "Bandeira de D. João IV", foi instituída, logo após o fim do domínio espanhol, para caracterizar o ressurgimento do Reino Lusitano sob a Casa de Bragança.
O fato mais importante que presidiu foi a expulsão dos holandeses de nosso território. A orla azul alia à idéia de Pátria o culto de Nossa Senhora da Conceição, que passou a ser a Padroeira de Portugal, no ano de 1646.
- Bandeira do Principado do Brasil (1645 - 1816)
Durante o reinado de D. João IV, um de seus filhos, Teodósio, recebeu o título de "Príncipe do Brasil", sendo que a partir dessa data (1645), todos os herdeiros da coroa portuguesa passaram a usar esse título. Como exemplo similar, temos o caso britânico, onde o herdeiro da rainha recebe o título de "Príncipe de Gales".
Desta forma, o Brasil foi elevado à categoria de Principado e ganhamos nossa primeira bandeira particular. Mesmo assim, não devemos ver essa bandeira como sendo a primeira bandeira de nossa nacionalidade, pois, não éramos uma nação soberana e muito menos essa bandeira simbolizava nossa nacionalidade, já que a mesma, só foi criada devido ao título recebido pelo filho do rei e não como representação de nossa nação.
A Bandeira do Principado do Brasil tinha fundo branco com uma esfera armilar, encimada por um globo azul, com zona de ouro. Sobre o globo aparecia a Cruz da Ordem de Cristo.
Analisando os elementos da bandeira, temos como principal, a esfera armilar que apareceu pela primeira vez na Bandeira Pessoal do rei D. Manuel I. Figura ainda no brasão dado por Estácio de Sá à cidade do Rio de Janeiro, em 1565, nos escudos de várias cidades portuguesas e nos atuais símbolos nacionais de Portugal.
A esfera é composta de dez círculos ou armilas, e era um dos instrumentos usados no aprendizado da arte da navegação. É interessante observar, que esse símbolo foi adotado por D. Manuel, antes dos descobrimentos realizados em seu reinado.
O primeiro pavilhão elaborado especialmente para o Brasil.
D João IV conferiu a seu filho Teodósio o título de "Príncipe do Brasil", distinção transferida aos demais herdeiros presuntivos da Coroa Lusitana. A esfera armilar de ouro passou a ser representada nas bandeiras de nosso País.
A Esfera Armilar é muito mais antiga que o Astrolábio (precursor do sextante), teve sua invenção atribuída a ANAXIMANDRO DE MILETO (611-547 a.C.), filósofo grego que a idealizara para dar uma idéia dos movimentos aparentes dos astros.
A Terra era figurada no centro em forma de um pequeno globo, circundada por 10 anéis de metal de armilas, móveis e ajustáveis, representando: - o meridiano, o equador celeste; o horizonte; os dois coluros (meridianos que passam pelos equinócios e pelos solstícios); a elítica, algumas vezes contendo o zodíaco, dividido em 12 partes de 30 graus cada, simbolizando os 12 signos zodiacais; os dois trópicos (Câncer e Capricórnio); e os dois círculos polares (Ártico e Antártico).
Esta esfera era emprega nas escolas gregas onde se ensinava astronomia e a arte da navegação.
- Bandeira de D. Pedro II de Portugal (1683 - 1706)
D. João IV faleceu em 1656 e a coroa foi dada ao seu filho Afonso VI, que só assumiu o trono um ano após sua maioridade, em 1662.
Em 1667, seu irmão, D. Pedro II convenceu-o a abdicar a seu favor e passou a governar Portugal como Regente. Como símbolo de sua Regência, D. Pedro criou uma nova bandeira, chamada de Bandeira de D. Pedro II Regente.
Até a morte de seu irmão em 1683, adotará essa bandeira como forma de distinção em relação à bandeira utilizada por seu irmão.
Assumindo o trono real, D. Pedro II adotou uma nova bandeira: a Bandeira de D. Pedro II Imperador.
Essa bandeira possui o escudo real encimado pela coroa real fechada, mas com uma nova forma. Esses elementos foram colocados em um campo verde.
Esta bandeira presenciou o apogeu de epopéia bandeirante, que tanto contribuiu para nossa expansão territorial.
É interessante atentar para a inclusão do campo em verde (retângulo), que voltaria a surgir na Bandeira Imperial e foi conservado na Bandeira atual, adotada pela República.
Esta bandeira foi usada como símbolo oficial do Reino ao lado dos três pavilhões já citados, a Bandeira da Restauração, do Principado do Brasil e a Bandeira de D. Pedro II, de Portugal.
- Bandeira usada no período de D. João VI (1816-1821)
Conhecida como a bandeira de Portugal, Brasil e Algarves.
Após a vinda da Família Real para o Brasil em 1808, o Brasil passou por várias transformações, e entre elas, a elevação a Reino Unido.
Criado em 1815, o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, só ganhou uma bandeira em 13 de maio de 1816.
O trecho dessa lei, criando as armas desses três reinos foi reproduzido em sua parte principal no livro "A Bandeira do Brasil":
- "Dom João, por graça de Deus, Rei do Reino Unido de Portugal, e do Brasil, e Algarve, d'aquém e d'além-mar em África, Senhor de Guiné, e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia, e da Índia, etc. Faço saber aos que a presente Carta de Lei virem: - Que tendo sido servido unir os meus Reinos de Portugal, Brasil e Algarve, para que juntos constituíssem, como efetivamente constituem um só e mesmo Reino: - é regular e conseqüente o incorporar em um só Escudo Real das Armas de todos os três Reinos, assim da mesma forma, que o Senhor Rei Dom Afonso Terceiro, de gloriosa memória, unindo outrora o Reino do Algarve ao de Portugal, uniu também as suas Armas respectivas: e ocorrendo que para este efeito o meu Reino do Brasil ainda não tem Armas, que caracterizem a bem merecida preeminência que me aprouve exaltá-lo, hei por bem, e me apraz ordenar o seguinte:
I. Que o Reino do Brasil tenha por Armas uma Esfera Armilar de Ouro em campo azul.
II. Que o Escudo Real Português, inscrito na dita Esfera Armilar de Ouro em campo azul, com uma Coroa sobreposta, fique sendo de hoje em diante as Armas do Reino Unido de Portugal, e do Brasil e Algarve, e das mais Partes integrantes da minha Monarquia.
III. Que estas novas Armas sejam por conseguinte as que uniformemente se hajam de empregar em todos os Estandartes, Bandeira, Selos Reais, e Cunho de Moedas, assim como em tudo mais, em que até agora se tenha feito uso das Armas precedentes". Assim sendo, estava criada a Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve."
Criada em conseqüência da elevação do Brasil à categoria de Reino, em 1815, presidiu as lutas contra Artigas, a incorporação da Cisplatina, a Revolução Pernambucana de 1817 e, principalmente, a conscientização de nossas lideranças quanto à necessidade e à urgência de nossa emancipação política.
O Brasil está representando nessa bandeira pela esfera armilar de ouro, em campo azul, que passou a constituir as Armas do Brasil Reino.
Em 1821 - portanto, cinco anos depois - as cortes constituintes portuguesas decretaram que o campo da bandeira fosse azul e branca, "por serem cores do escudo de Afonso Henriques". Nela desaparecia a esfera armilar, como se a Bandeira Constitucional não representasse mais o Reino Unido.
Um ano depois de instituída esta bandeira, "as cores do escudo de Afonso Henriques", apostas no tope dos uniformes militares de D. Pedro I e de sua guarda de honra eram arrancadas na colina do Ipiranga, no memorável Sete de Setembro de 1822.
- Bandeira do Regime Constitucional ( 1821- 1822)
Em 1815, Napoleão Bonaparte foi derrotado na Europa, porém, o Príncipe Regente D. João e a corte portuguesa no Brasil, não regressaram à Portugal, como era de se esperar.
Contudo, em 1820, os portugueses se revoltaram e realizaram a Revolução Constitucionalista do Porto e exigiram o retorno de D. João VI.
Em 1821, o rei português retornou, mas não como um rei absolutista e sim como rei de uma monarquia constitucional.
É nesse contexto, que as Cortes (parlamento português) criaram uma nova bandeira em 21de agosto de 1821: - Bandeira do Regime Constitucional.
A Revolução do Porto, de 1820, fez prevalecer em Portugal os ideais liberais da Revolução Francesa, abolindo a monarquia absoluta e instituindo o regime constitucional, cujo pavilhão foi criado em 21 de agosto de 1821.
Foi a última bandeira Lusa a tremular em terras do Brasil.
- Bandeira do Brasil Império (1822 - 1889)
Primeira bandeira após a Independência do Brasil.
Recusando-se obedecer as ordens das Cortes Portuguesas, o Príncipe D. Pedro, a 07 de setembro de 1822, num sábado de céu azulado, às margens do riacho Ipiranga (Rio Vermelho - do Tupi), em São Paulo, proclamou a emancipação política do Brasil, depois de proferir o brado de Independência ou Morte, e de ordenar Laços Fora!, arrancando do chapéu o tope português, exclamou:
Nossa primeira bandeira nacional sofreu uma modificação após quase três meses de existência, transformando-se na Bandeira Imperial do Brasil em 1º de dezembro de 1822:
"Havendo sido proclamada com a maior espontaneidade dos povos a Independência política do Brasil, e sua elevação à categoria de Império pela minha solene aclamação, sagração e coroação, como seu Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo: hei por bem ordenar que a Coroa Real que se acha sobreposta no escudo das armas estabelecido pelo meu imperial decreto de 18 de setembro do corrente ano, seja substituída pela Coroa Imperial, que lhe compete, a fim de corresponder ao grau sublime e glorioso em que se acha constituído este rico e vasto Continente".
Criada por Decreto de 18 de setembro de 1822, era composta de um retângulo verde, e nele, inscrito um losango ouro, ficando no centro deste o Escudo de Armas do Brasil.
Assistiu ao nosso crescimento como Nação e a consolidação da unidade nacional.
O autor da Bandeira do Império do Brasil, com a colaboração de JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA foi o notável, pintor e desenhista francês JEAN BAPTISTE DEBRET - que teve grande participação na vida cultural do Brasil, no período de 1816 a 1831.
AS 19 PROVÍNCIAS (Estados) EM 1822:
PARÁ
ESPÍRITO SANTO
MARANHÃO
RIO DE JANEIRO
PIAUÍ
MINAS GERAIS
CEARÁ
SÃO PAULO
RIO GRANDE DO NORTE
MATO GROSSO
PARAÍBA
SANTA CATARINA
PERNAMBUCO
RIO GRANDE DO SUL
ALAGOAS
GOIÁS
SERGIPE
CISPLATINA
BAHIA
Foi usada por poucos dias (entre 15 e 19 de novembro de 1889).
No dia 15 de novembro de 1889, a Monarquia no Brasil chegava ao seu fim. Era praticado um golpe militar articulado por Benjamin Constant e seus aceclas, comandado pelo marechal Deodoro da Fonseca, o Brasil se tornava República.
Em substituição a Bandeira Imperial foi hasteada no mesmo dia, na redação do jornal "A Cidade do Rio" e na Câmara Municipal.
Conhecida como a bandeira do CENTRO REPUBLICANO LOPES TROVÃO, cópia da Norte-Americana, composta de sete listras verdes e seis amarelas, tendo no canto superior, junto à tralha, um quadrado de cor preta, contendo 20 estrelas de prata, simbolizando os vinte estados da época.
Com a partida de D. Pedro II e da Família Imperial para o exílio, em 16 de novembro de 1889, a bordo do vapor NM ALAGOAS, foi usada a nova bandeira, com exceção do quadrado preto, que foi substituído por um azul.
Uma bandeira composta de 13 listras horizontais, sete verdes e seis amarelas; com um quadrado azul interrompendo as cinco primeiras faixas, com 21 estrelas de prata, (mantidas as 20 estrelas da anterior mais a do Município Neutro, futuro Distrito Federal), divididas em quatro grupos e quatro estrelas e mais um grupo com cinco.
É claro, que está visível a semelhança com bandeira dos Estados Unidos, e por isso mesmo, no momento do planejamento da bandeira definitiva da república, a semelhança com essa bandeira foi rechaçada.
- Bandeira Nacional
Pavilhão da Pátria.
A quinta e última bandeira do Brasil veio com a Proclamação da República.
Em 1889, a bandeira do Brasil foi projetada por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares.
Ela é inspirada na bandeira do Império, desenhada pelo pintor francês Jean Baptiste Debret, com a esfera azul-celeste e a divisa positivista "Ordem e Progresso" no lugar da coroa imperial; deve-se a Benjamim Constant, que o sugeriu a Raimundo T. Mendes.
A expressão foi extraída da fórmula máxima do Positivismo:
"O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim", que se decompõe em duas divisas usuais
- Uma moral, 'Viver para outrém' (altruísmo - termo criado por Comte), ou seja, por o interesse alheio acima de seu próprio interesse;
- Outra estética, 'Ordem e Progresso', ou seja, cada coisa em seu devido lugar para a perfeita orientação ética da vida social.
Dentro da esfera está representado o céu do Rio de Janeiro, com a constelação do Cruzeiro do Sul, às 08:30 horas de 15 de novembro de 1889, dia da Proclamação da República.
As estrelas foram inspiradas nas que, realmente, brilhavam no céu do Brasil, na histórica madrugada de 15 de novembro de 1889:
"Espiga, Procium, Sirius, Canopus, Delta, Gama, Epsilon, Seta, Alfa, Antares, Lambda, Mu, Teta e outras".
Em 1992, uma lei alterou a bandeira para permitir que todos os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal estejam representados por estrelas.
AS CORES DA BANDEIRA NACIONAL
As primeiras bandeiras da história do homem costumavam representar um grupo sócio-cultural através da imagem de um animal, de um vegetal ou objeto.
Com o tempo é que as cores passaram a ter também um significado importante, principalmente após a Revolução Francesa, quando passaram a exprimir a nacionalidade, independente de existirem ou não figuras ou emblemas na estampa.
Antigamente, a escolha das cores se dava de forma arbitrária. Hoje em dia, estão relacionadas a fatores religiosos e políticos. A cor vermelha, por exemplo, é geralmente associada a movimentos revolucionários.
No caso da bandeira brasileira, o verde traria à lembrança o primeiro objeto que funcionou como bandeira: os ramos arrancados das árvores pelos homens primitivos em atitude espontânea de alegria. O verde nos remeteria ainda à nossa filiação com a França, à juvenilidade do país e ao imenso mar, literariamente verde nos escritos de José de Alencar.
O amarelo, por sua vez, representaria nossa riqueza mineral e a aventura dos bandeirantes à procura do ouro.
De maneira poética, nos levaria à imagem do sol, astro que nos garante condições essenciais de sobrevivência.
Numa homenagem à Nossa Senhora, padroeira de Portugal e do Brasil, o azul, ao lado da cor branca, nos colocaria no esquema bandeirológico latino-americano, onde predominam essas duas cores: - azul e branca.
E finalmente o branco. Traduzindo nossos desejos de paz, nos inclui nas filosofias que enxergam Deus como plenitude do ser e do poder, assim como o branco é a plenitude das cores.
A BANDEIRA NACIONAL FOI ADOTADA PELO DECRETO-LEI Nº 4 DE 19 DE NOVEMBRO DE 1889 E CUJO TEOR É O SEGUINTE:
"- O Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, considerando que as cores da nossa antiga bandeira recordam as lutas e as vitórias gloriosas do exército e da armada na defesa da Pátria; Considerando, pois, que nossas cores, independentemente da forma de governo simbolizam a perpetuidade e a integridade da Pátria entre as nações; Decreta: a Bandeira adotada pela República mantém a tradição das antigas cores nacionais, verde-amarelo, do seguinte modo: um losango amarelo em campo verde, tendo no meio a esfera azul-celeste, atravessada por uma zona branca em sentido oblíquo e, descendo da esquerda para a direita com a legenda "Ordem e Progresso" e ponteada por 21 estrelas, entre as quais as da constelação do Cruzeiro, dispostas na sua situação astronômica quanto à distância e no tamanho relativos representando os 20 Estados da República e o Município Neutro. . . - Sala das sessões do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil.
19 de novembro de 1889.
“Manuel Deodoro da Fonseca; Aristides da Silva Lobo; Rui Barbosa; Manuel Ferraz de Campos Salles; Quintino Bocaiúva; Benjamin Constant Botelho de Magalhães; Eduardo Wandenkolk".
A ÁREA BRANCA DA BANDEIRA BRASILEIRA
A Área Branca em sentido oblíquo e descendente da esquerda para a direita com a legenda - "ORDEM E PROGRESSO" - cuja posição exata na bandeira não constou no decreto que a criou, foi motivo de dúvidas e especulações diversas.
Alguns diziam ser ela a Eclítica (círculo máximo da esfera celeste corresponde à trajetória do Sol em seu movimento anual aparente, em torno da Terra, cujo plano forma com o do Equador um ângulo de 23º.27"), outros acreditavam tratar-se do Equador Celeste (círculo máximo da esfera celeste resultante da interseção da esfera celeste com o plano que passa pelo equador da Terra), e outros ainda afirmavam que se tratava da Zona Zodiacal ou Zodíaco (faixa de 8º para cada lado da Eclítica, por onde transitam o Sol a Lua e os planetas, e que contêm 12 constelações zodiacais).
A Área Branca de nossa Bandeira se trata, apenas, de um espaço, não pertencente à Esfera Celeste, onde se pudesse inscrever a expressão positivista "ORDEM E PROGRESSO", parte de um dos lemas mais conhecidos do filósofo francês AUGUSTE COMTE (1798-1857), fundador do positivismo, que contava com numerosos seguidores no Brasil, entre eles o Professor RAIMUNDO TEIXEIRA MENDES, o mentor da Bandeira Republicana.
AS ALTERAÇÕES NA ESFERA AZUL-CELESTE
No início, a nossa Bandeira possuía 21 estrelas pertencentes a oito constelações, a saber :
- Cruzeiro do Sul (5), Escorpião (8), Triângulo Austral (3), Cão Menor (1), Cão Maior (1), Argus (1), Virgem (1) e Oitante (1).
Posteriormente, em 1960 e 1962, foram acrescentadas mais dua estrelas, Alphard (Alfa) e Gama, pertencentes à constelação de Hidra Fêmea e referentes aos novos Estados da GUANABARA e do ACRE, respectivamente LEI No 5443 DE 28/05/1968.
A LEI No 5700 DE 01/09/1971 deu nova redação à Lei acima mencionada, dispondo detalhadamente, sobre a forma e apresentação dos símbolos nacionais - Bandeira, hino, Armas e Selo.
Em 1992, foram adicionadas mais quatro estrelas à constelação do Cão Maior :
- Mirzam (Beta), Muliphen (Gama), Wezen (Delta) e Adhara (Épsilon), referentes ao Estados do AMAPÁ, RONDÔNIA, RORAIMA E TOCANTINS, respectivamente - LEI No 11/05/1992.
O Estado de MATO GROSSO DO SUL ficou com a estrela Alphard que pertencia ao Estado da GUANABARA, extinto em 1975, e cuja estrela não chegou a ser retirada da Bandeira.
Assim sendo, a atual Bandeira Brasileira já possui incorporada, 27 estrelas, referentes aos 26 Estados e ao Distrito Federal, e pertencentes a nove constelações assim distribuídas : Cruzeiro do Sul (5), Escorpião (8), Triângulo Austral (3), Oitante (1), Virgem (1), Cão Maior (5), Cão Menor (1), Carina - ex-Argus (1), e Hidra Fêmea(2).
As Leis em questão ressaltam a necessidade da Bandeira Nacional ser atualizada sempre que ocorrer a criação ou extinção de Estados e deixam bem evidente que a Bandeira Brasileira é aquela que foi adotada pelo Decreto No 4 de 19/11/1889.
A Bandeira Nacional, assim como o Hino, são os símbolos maiores da Pátria, e por isso devem ser respeitados e conhecidos. Tanto a nossa Bandeira quanto o nosso Hino Nacional foram criados no Império do Brasil, depois da Independência.
Nosso Hino nos primeiros tempos não tinha letra, e a nossa Bandeira era um pouco diferente, e continha o Brasão Imperial.
Ao proclamar a Independência do Brasil, D. Pedro I fundou um Império, único nas Américas, e uma Dinastia Reinante, formada pela união da Casa de Bragança com a Casa de Áustria.
- Em setembro de 1823, o futuro Marquês de Resende, Antonio Teles da Silva Caminha e Meneses, então Embaixador na Áustria, explicando o motivo da escolha do verde e do amarelo ao Príncipe de Metternich, disse que o "amarelo - simbolizaria a Casa de Lorena (Habsburg)", cor usada pela Família Imperial Austríaca, e o "verde - representaria a cor da Casa de Bragança".
Com relação a Bandeira o decreto diz:
Em 1384, ele incluiu na bandeira de Portugal a Cruz verde da Ordem de Aviz. Mas D. João II de Aviz retirou a cor verde, e ela só retornou à bandeira no reinado de Pedro II de Bragança, em 1669.
Para Clóvis Ribeiro (apud Silveira, 1972, pag.231), Debret teria se inspirado em bandeiras militares francesas, sendo o losango inscrito em um retângulo um motivo ornamental
- A atual Bandeira do Brasil possui um símbolo que lembra o Império: - o losango.
- Além disso, o próprio D. Pedro I era um Bragança-Bourbon, descendente dos reis da França, e o artista que desenhou nossa bandeira foi o francês Jean-Baptiste Debret, o que poderia explicar a inspiração em bandeiras francesas.
De setembro a dezembro de 1822, foi hasteada a bandeira pessoal dos príncipes reais do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, adaptada como bandeira do Reino do Brasil.
Por volta de 1870, a bandeira imperial foi alterada, quando D. Pedro II resolveu acrescentar a vigésima estrela para adequar o pavilhão à organização territorial do País.
Pela Armada Imperial pelo mundo,
Era com uma flâmula verde-amarela que Santos Dumont decolava em seus vôos pioneiros em Paris (França).
O título fora criado por seu pai, D. João VI, para indicar os herdeiros aparentes do trono português, em substituição ao antigo título de príncipe do Brasil.
Pouquíssimo tempo foi transcorrido entre a criação do estandarte principesco e a declaração de independência do Brasil.
Apenas com a sagração de D. Pedro como imperador, no final daquele ano, que se substituiu aquela por uma coroa imperial.
A esfera armilar, utilizada desde o século XVII no estandarte pessoal dos príncipes do Brasil, foi mantida como emblema do País.
A cruz da Ordem de Cristo, que já encimava o dístico da antiga bandeira principesca, foi mantida por trás da esfera. Em verdade, a combinação da cruz da Ordem de Cristo sob a esfera armilar já vinha sendo usada no Brasil desde, pelo menos, desde 1700, no anverso das moedas cunhadas em Salvador, quando a Colônia foi elevada a Principado.
Na obra de Aleijadinho, as dezenove estrelas circundam as quinas do brasão português, imagem essa que foi posteriormente, em 1780, pintada no teto da sacristia da mesma igreja.
Com o casamento de D. Isabel Leopoldina com Luís Gastão d'Orléans, conde d'Eu, e a elevação daquela à chefia da casa imperial, acrescentou-se um escudete no abismo do brasão com as armas da Casa d'Orléans.
Seja como for, é uma indicação contundente de que a bandeira nacional brasileira antecede em muito a Independência.
Armas e bandeiras Reino do Brasil
(1815 a 1823)
Moeda de D. João VI, com as Armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves |
Aclamação de D. Pedro I, vendo-se a nova Bandeira Nacional do Brasil, desfraldada pelo Alferes-Mor |
A heráldica do Reino do Brasil
Armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves |
Representação do Escudo Português assente sobre a esfera armilar, numa iluminura do século XVI, pertencente ao frontispício da "Crónica de D. João I" de Fernão Lopes |
Moeda de Angola, cunhada em 1762 - reinado de D. José I - onde aparece já o Escudo Real Português, assente sobre a esfera armilar coroada. |
Moeda do Brasil, cunhada em 1695 - reinado de D. Pedro II de Portugal - onde aparece representada a esfera armilar assente sobre a cruz da Ordem de Cristo |
Representação teórica do escudo das Armas do Reino do Brasil |
Armas do Reino do Brasil, a partir de 21 de Setembro de 1822 |
As bandeiras do Reino do Brasil
Bandeiras do Brasil antes de 1816
Bandeira da navegação mercante para a América Portuguesa |
"Bandeira para Converter a América", usada na navegação de comércio com as Missões |
Bandeiras do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves |
Laço Real do RUPBA, até 1821 |
Modelo provável do Estandarte Real de D. João VI, como Rei do RUPBA |
Laço Nacional do RUPBA, a partir de 1821 |
Bandeiras do Reino do Brasil
Laço Nacional Brasileiro, a partir de Setembro de 1822 |
Bandeira Nacional do Reino do Brasil, a partir de Setembro de 1822 |
Na República
Alguns queriam destruir tudo o que lembrasse o Império, e apresentaram modelos de bandeiras listradas, com cores diferentes.
Mas, o próprio marechal Deodoro da Fonseca desejava manter a antiga Bandeira Imperial, dela retirando apenas a Coroa.
Desta forma, estava decidido que as cores e o formato básico de nossa Bandeira permaneceriam.
Após a proclamação da República, um dos líderes civis do movimento, o advogado Rui Barbosa, propôs um desenho para a bandeira da nova nação, fortemente inspirado na bandeira dos Estados Unidos da América.
Os golpistas, influenciados pelos integrantes da seita positivista, instituem uma bandeira provisória da República, na tentativa de abolir o símbolo de nossa Monarquia.
Assim, copiam a bandeira do clube republicano Lopes Trovão, uma imitação da bandeira dos Estados Unidos da América.
Essa falsa bandeira não foi aceita nem mesmo pelos mais radicais anti-monarquistas, e durou apenas cinco dias.
- Infelizmente, foi essa humilhante imitação de bandeira estrangeira que foi içada no mastro do navio Alagoas, que levou o Imperador Dom Pedro II, prisioneiro e expulso com toda a sua Família, para o exílio político mais longo da História do Brasil.
Vê-se a bandeira provisória da República em todos os cantos - 1889
Os republicanos insistiram que só restava a Deodoro da Fonseca oficializar a bandeira por eles apresentada, pois a mesma já tremulava em alto mar, no mastro do Alagoas, navio que conduzia o Imperador deportado ao exílio.
O número era de 20 estrelas, uma para cada estado (ex-província) e mais uma estrela representando o Município Neutro depois chamado de Distrito Federal (na época o Rio de Janeiro).
Substituindo-se as armas da monarquia, por uma esfera celeste, tendo ao centro o Cruzeiro do Sul, e cortada por uma faixa branca, com o dístico Ordem e Progresso (Positivista).
Nos subsequentes acréscimos o posicionamento continuou a respeitar o céu da madrugada de 15 de novembro de 1889.
A Faixa Branca corresponde à eclítica, faixa no céu por onde transitam os planetas do nosso sistema e o próprio sol.
É o resumo da frase de Augusto Comte:
A nova versão
Os demais elementos da Bandeira foram adaptados, resultando a atual Bandeira Nacional, conforme desenho de Décio Vilares. As estrelas,que representavam as Províncias do Império, foram colocadas como constelações. Pelo projeto, a bandeira deveria retratar o céu do Rio de Janeiro no momento da proclamação da República. Para que coincidisse com a passagem do Cruzeiro do Sul pelo meridiano do Rio de Janeiro, os historiadores oficiais resolveram registrar a proclamação como se tivesse ocorrido às 08:37 hs da manhã de 15 de novembro de 1889.
Mesmo assim, os astrônomos informam que está errada a posição das estrelas na Bandeira.
Durante muitos anos, houve confusão sobre a representação dos Estados na Bandeira, finalmente resolvida pela Lei no 8.42l, de 12 de maio de 1992.
Assim, após a proclamação da República, os membros da Família Imperial brasileira mantiveram para si o antigo brasão imperial. Com o casamento de D. Isabel e D. Leopoldina com Luís Gastão d'Orléans e o Conde d'Eu, e a elevação daquela à chefia da casa imperial, acrescentou-se um escudete no abismo do brasão com as armas da Casa d'Orléans.
Por sua vez, as armas nacionais adotadas pelo regime republicano mantiveram muito do antigo brasão imperial.
SSubstitui-se a cruz da Ordem de Cristo pelo Cruzeiro do Sul e a esfera armilar pelo círculo azul que também representa a esfera celeste; mantiveram-se os ramos de café e fumo, além do listel com as estrelas a representar as unidades territoriais que compõem a nação.
A fita vermelha, abaixo, mudou para azul. Foram adicionadas a estrela de cinco pontas, símbolo republicano, e a espada, símbolo militar.
- o escudo redondo será constituído em campo azul-celeste, contendo cinco estrelas de prata, dispostas na forma da constelação do Cruzeiro do Sul, com a bordadura do campo perfilada de ouro, carregada de estrelas de prata em número igual ao das estrelas existentes na bandeira nacional;
- o escudo ficará pousado numa estrela partida e gironada, de dez peças de sinopla e ouro, bordada de duas tiras, a interior de goles e a exterior de ouro;
- o todo brocante sobre uma espada, em pala, empunhada de ouro, guardas de blau, salvo a parte do centro, que é de goles e contendo uma estrela de prata, figurará sobre uma coroa formada de um ramo de café frutificado, à destra, e de outro de fumo florido, à sinistra, ambos da própria cor, atados de blau, ficando o conjunto sobre um resplendor de ouro, cujos contornos formam uma estrela de vinte pontas;
- em listel de blau, brocante sobre os punhos da espada, inscrever-se-á, em ouro, a legenda República Federativa do Brasil, no centro, e ainda as expressões 15 de novembro, na extremidade destra, e as expressões de 1889, na sinistra.
O Brasil tem uma das mais belas Bandeiras do mundo, criada com nossa Independência. Foi modificada ao longo dos anos, por conta das mudanças
Símbolos Maçônicos e Positivistas
As posições das estrelas foram fornecidas pelo astrônomo e engenheiro Manuel Pereira Reis (1837-1922).
- "Desminta. Essa notícia é disparate em que ninguém pensou aqui e que ninguém ousará propor ao Governo" (segundo relato publicado em Deodoro – a Espada contra o Império (1957), de Raimundo Magalhães Júnior).
A Austrália, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné e Samoa Ocidental empregaram o Cruzeiro do Sul em suas bandeiras.
Em todas elas foram adotadas as posições astronômicas usadas nas cartas celestes para representar a constelação do Cruzeiro do Sul, de modo a se obter uma reprodução mais fiel possível na disposição relativa do conjunto formado por suas estrelas.
Na realidade, o processo de reprodução usado no nosso pendão na Bandeira e o oposto daquele usado nas Armas da República.
Além do brasileiro, o único pavilhão que representa mais de uma constelação é o da Austrália, o qual, além do Cruzeiro, empregou a estrela mais brilhante da constelação de Centauro: - Toliman ou Rigel Kentauri.
Na realidade, a única bandeira a representar várias constelações, ou melhor, a retratar o aspecto do céu num determinado momento, é a brasileira. Por isso ela deveria constituir uma representação astronomicamente mais precisa.
Aliás, o positivismo não está só no pavilhão, mas também na Armas da República que, segundo Gustavo Barroso, no terceiro volume de sua História Secreta do Brasil (1938), inspirou-se na estrela flamígera ou flamejante dos templos maçônicos.
Nesse caso, o G no interior da estrela, que significa gnose, ou seja, sabedoria, foi substituído por um círculo com as 21 estrelinhas representativas dos estados, na periferia, e o Cruzeiro do Sul, no centro.
Seriam o positivismo e a maçonaria partilhados por todos os cidadãos?
Aliás, por falar em constituições, convém estudar o comportamento dos constituintes em relação aos símbolos nacionais. A primeira bandeira - a da Independência -, criada pelo Decreto de 13 de setembro de 1822, não foi mencionada na Constituição de 1824. Do mesmo modo, a bandeira da República, estabelecida pelo Decreto de 19 de novembro de 1889, não foi citada na Constituição de 1891.
O novo lábaro deveria conservar o verde e o amarelo, como cores obrigatórias; o azul dos republicanos; a constelação do Cruzeiro do Sul, instituído por D. Pedro II, e que o proclamador da República, Marechal Deodoro da Fonseca, manifestou o desejo de conservar, como propõe Luiz Marques Poliano, em Heráldica (1986). Na realidade, acreditamos que, se quisermos mantê-la com o aspecto do céu, como propõem os diversos decretos, a Bandeira Nacional deveria estar de acordo com as normas astronômicas para que, ao ser comparada com outras, não fosse motivo de risos no exterior. Não resta dúvida sobre a representação usada; para tanto basta comparar o aspecto do céu no momento da proclamação e o visto no pavilhão nacional.
Aliás, essa última é a usada por Cruls em suas obras. Convém lembrar neste momento que no Brasil, no século XIX, quando não se usava mais representar, nas cartas celestes, as constelações como eram vistas nos globos, ou seja, fora da esfera celeste, publicou-se um atlas e uma carta celeste que adotavam esse processo já ultrapassado.
O primeiro foi O Céu (1887) de Manuel Pereira Reis e o segundo foi o Atlas Celeste (1896) de Luiz Cruls.
No Brasil, os primeiros conjuntos de cartas celestes representando o céu como visto do interior da esfera celeste, o Atlas Celeste (1971) e a Carta Celeste (1971), ambos de minha autoria, só foram publicados quase cem anos mais tarde.
DIA DA BANDEIRA
O Dia da Bandeira é comemorado em 19 de novembro, data em que ela foi adotada em 1889.
(No dia da Proclamação da República, 15 de novembro de 1889, o Governo Provisório adotou como bandeira oficial o estandarte do Clube Republicano Lopes Trovão, instituição que participou ativamente da campanha pela adoção do novo regime. Por ser quase idêntica à bandeira dos Estados Unidos, o que contrariava o nacionalismo dos republicanos, acabou sendo substituída quatro dias depois)
CERIMONIAL DA BANDEIRA NO "DIA DA BANDEIRA"
(Artigo 4.3.4. do Cerimonial da Marinha de Guerra)
No "Dia da Bandeira", deverá ser observado o seguinte cerimonial:
a) cinco minutos das 12h00 deverá ser dado o toque de Bandeira e, ao ser assim feito, içar o sinal respectivo;
b) arriar a Bandeira e proceder dessa ocasião em diante como no cerimonial para o hasteamento da Bandeira;
c) por ocasião de ser hasteada a Bandeira, será içada o embandeiramento nos topese, logo após, dada a salva de 21 tiros;
d) após a salva, deverá ser executada pela banda de música o Hino à Bandeira, que será cantada por toda a oficialidade e guarnição presente à cerimônia.
O Hino a Bandeira Nacional
Olavo Bilac
Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz.
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.
Contemplando o teu vulto sagrado
Compreendemos o nosso dever,
E o Brasil por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser.
Sobre a imensa Nação brasileira
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira
Pavilhão da justiça e do amor.
(música de Francisco Manuel da Silva - letra de Joaquim Osório Duque Estrada)
I
Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito à própria morte!
Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!
Brasil, de um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza!
Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil, Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!
II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado o sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida no teu seio mais amores.
Ó Pátria amada,
Idolatrada
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro desta flâmula:
Paz no Futuro e glória no Passado!
Mas se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme quem te adora a própria morte!
Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil, Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!
As Armas Nacionais (ou Brasão Nacional) representam a glória, a honra e a nobreza do Brasil e foram criadas na mesma data que a Bandeira Nacional. O uso das armas é obrigatório nos edifícios-sede dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) dos governos federal, estaduais e municipais, além dos quartéis militares e policiais e em todos os papéis oficiais de nível federal (publicações, convites etc.).
As armas são formadas por um escudo redondo sobre uma estrela de cinco pontas e uma espada. Também há, no centro, o Cruzeiro do Sul. Há um ramo de café à esquerda e um de fumo à direita. A data que aparece nas armas, como você deve saber, é a proclamação da República.
Selo Nacional
A finalidade do Selo Nacional é a autenticação dos documentos oficiais. Seu uso é obrigatório em qualquer ato do governo e em diplomas e certificados escolares.
Ele reproduz a esfera que existe na Bandeira Nacional. (L.L.)
A) A palavra de ordem inscrita em nossa bandeira, trata-se da síntese de um sistema filosófico aceito não só no Brasil, como também na Europa: o Positivismo.
Os grandes nomes dessa filosofia em nosso país no fim do século XIX eram Benjamin Constant, Demétrio Ribeiro, Teixeira Mendes e Miguel Lemos.
Numa visível homenagem a esses cidadãos, convoca os brasileiros para uma arrancada concreta e irreversível pelo desenvolvimento. A significação de ordem não é ditadura, mas sim decisão e visão clara dos problemas, enquanto progresso não indica riqueza para os indolentes, mas meta de ascensão para os homens de valor.
Um dos três únicos casos em que o idioma da pátria em questão aparece na bandeira, possui o seu recanto para o culto coletivo de toda a nação: - a Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde fica sempre hasteada, tendo na base do mastro as seguintes palavras:
"Sob a guarda do povo brasileiro, nesta Praça dos Três Poderes, a bandeira sempre no alto, a visão permanente da pátria".
B) Em 1922, quando da revolta do Forte de Copacabana, Siqueira Campos retalhou uma bandeira nacional em 29 frações e as distribuiu aos soldados sublevados, que, em qualquer situação, isoladamente, podiam homenagear o Pavilhão Nacional e dele receber inspirações.
Quando da fundação de Brasília, criou-se um recanto para o culto coletivo de toda a Nação. Na Praça dos Três Poderes, está permanentemente hasteada uma Bandeira Nacional. Na base do mastro, as palavras:
A VISÃO PERMANENTE DA PÁTRIA.
Olhando de longe para a Capital Federal, os brasileiros, nomeadamente aqueles de "peito juvenil" podem cantar:
Contemplando o teu vulto sagrado
Compreendemos o nosso dever,
E o Brasil por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser.
C) Você sabia:
- uma bandeira em mau estado de conservação não pode ser hasteada. Deve ser entregue a uma unidade militar para ser incinerada no dia 19 de novembro.
- a Bandeira Nacional fica permanentemente hasteada na Praça dos Três Poderes em Brasília. Quando for substituída, só é arriada quando a nova for hasteada.
- em alguns locais, a bandeira deve ser hasteada todos os dias. São eles: palácio da Presidência da República; residência do presidente; Congresso Nacional; nos ministérios; no Supremo Tribunal Federal; nos edifícios-sede dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; em repartições consulares; em repartições federais, estaduais e municipais situadas na faixa da fronteira etc. Tradicionalmente, a bandeira é hasteada às 8h da manhã e arriada às 18h. Se ficar hasteada durante a noite, deve estar iluminada.
- Não é permitido hastear bandeira de outro país em terras brasileiras se ao lado não estiver a Bandeira Nacional de igual tamanho e posicionada ao lado direito. A exceção é somente para embaixadas e consulados.
D) Não faltam sinônimos para a palavra bandeira, originária do gótico "bandvja" e do latim "bandaria". São eles: auriflama, balsa, bandeirola, emblema, estandarte, flâmula, galhardete, gonfalão, guião, insígnia, lábaro, pálio, pavilhão, pendão e vexilo.
Veja agora o que significa cada uma dessas palavras:
Auriflama - pequeno estandarte de seda vermelha entregue aos reis da França pelo abade S. Dinis.
Balsa - é o estandarte usado pelos templários nas expedições contra os mouros.
Bandeirola - pequena bandeira usada pelos engenheiros quando querem marcar o ponto de um alinhamento.
Emblema - figura ou símbolo.
Estandarte - insígnia militar dos corpos de cavalaria.
Flâmula - tira ou faixa que tem a ponta farpada, sendo colocada no topo dos mastros das embarcações.
Galhardete - bandeira colocada nos mastros para adornar ou sinalizar. Também pode servir de enfeite nas ruas.
Gonfalão - bandeira de guerra com partes que prendem perpendicularmente a uma haste, sob a qual se enfileiravam os vassalos.
Guião - é o estandarte que encabeça as tropas ou procissões.
Insígnia - adorno emblemático de autoridades.
Lábaro - estandarte usado entre os romanos no tempo dos imperadores. Aparece na letra do hino nacional brasileiro.
Pálio - ornamento que o papa concede aos patriarcas e arcebispos e eventualmente as bispos.
Pavilhão - símbolo marítimo de uma nacionalidade.
Pendão - bandeira grande em cruz levada em procissões.
Vexilo - o termo é usado como destacamento militar e o vocábulo vexilalogia é a ciência que estuda das bandeiras como símbolos.
Site oficial: www.ronaldomourao.com
Wikimédia
Jaime Pires Von Muller
Ótimo .
ResponderExcluirorganizou as idéias muito bem =.)
Parabéns pelo trabalho. Além de seu óbvio valor histórico,uma bandeira imperial do 2o. reinado em perfeito estado teria que cotação?
ResponderExcluirA Bandeira do II Império custa a partir de R$48,00 neste site:
ResponderExcluirhttp://www.bandeira1.com.br/sistema/listaprodutos.asp?IDLoja=2028&Y=6297654631821&Amp=True&IDProduto=633293&q=bandeira-imperial-do-brasil
Muito boa essa empresa, comprei duas Bandeiras Imperiais com Eles.
Victor
nossa que legal amei isso para meu trabalho de historia parabens
ResponderExcluirtem tudo que preciso
ResponderExcluirnossa amei
ResponderExcluirExcelente artigo! Parabéns
ResponderExcluird+ cara vamo volta a ser uma monarquia .....................
ResponderExcluirEstá de parabéns.
ResponderExcluirMuito bom.
Por um Brasil mais justo e eficaz.
Monarquia Já!
Por um Brasil mais justo e eficaz.
Conclamo o povo Brasileiro a acordar desse sono longo e exigir o verdadeiro Brasil.
Império do Brasil, um país totalmente justo, Constitucional e Parlamentar.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCreio que aja algo errado quanto a bandeira do segundo Império, a que possui o forro da coroa em vermelho é do primeiro Império (1822).
ResponderExcluirA do segundo Império é a que tem ao forro da coroa na cor verde dos Bragança, (1823 a 1889).
A verdade sempre aparece
ResponderExcluirporque nas escola não diga a verdade deste do começo para os alunos
A bandeira imperial da Guerra do Paraguai é a bandeira mais bonita que já vi na vida!
ResponderExcluirmuito bom, adorei, não sabia que tinha este tanto de bandeira o nosso brasil.
ResponderExcluirVale Ressaltar que a bandeira de Dom Pedro de Portugal serviu como símbolo representante de Dom Pedro I (Do Brasil) antes da independência, esta foi a principal razão para ser mantido a cor verde, pois do contrário Dom Pedro I poderia ter optado por azul e amarelo, ou branco e amarelo, já que até 1922/23 ele não tinha certeza da separação entre Brasil e Portugal (De facto), tanto que ele achava que poderia ser Rei de Portugal e Imperador do Brasil ao mesmo tempo sem problema algum...
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