Teresa Cristina de Bourbon
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Pela Graça de Deus, Imperatriz do Brazil, das terras do norte e princesa das Duas Sicílias
Nascimento: 14 de março de 1822
Cidade de Nápoles, Itália
Morte: 28 de dezembro de 1889
Cidade do Porto, Portugal
Consorte: D. Pedro II
Filhos: D. Afonso Pedro (1845-1847)
D. Isabel (1846-1921)
D. Leopoldina (1847-1871)
D. Pedro Afonso (1848-1850)
Casa Real: Bourbon
Pai: Francisco I
Mãe: Maria Isabel de Bourbon
Dona Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias ,
cujo nome completo em italiano era: - Teresa Cristina Maria Giuseppa Gasparre Baltassarre Melchiore Gennara Rosalia Lucia Francesca d'Assisi Elisabetta Francesca di Padova Donata Bonosa Andrea d'Avelino Rita Liutgarda Geltruda Venancia Taddea Spiridione Rocca Matilde di Borbone-Due Sicilie
(*Nápoles, 14 de março de 1822 - +Porto, 28 de dezembro de 1889), foi uma princesa do reino das Duas Sicílias, do ramo italiano da Casa de Bourbon, e a terceira e última imperatriz-consorte do Brasil, esposa do imperador Dom Pedro II. Foi a mãe das princesas Isabel e Leopoldina.
Princesa de Nápoles
Era filha de Francisco de Bourbon-Duas Sicílias, membro do ramo italiano da Casa de Bourbon - à época, príncipe herdeiro do reino das Duas Sicílias e, mais tarde, rei Francisco I (Francesco Gennaro Guiseppe Saverio Giovanni Battista di Borbone-Due Sicilie) - e de Maria Isabela de Bourbon, Infanta de Espanha (María Isabel de Borbón y Borbón), segunda esposa de Francisco I.
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EducaçãoComo Princesa Real, teve uma educação esmerada: belas artes, música, canto, bordado, francês e religião. Possuía natureza sensível, inteligência apurada e inclinada naturalmente ao culto da arte, tendo sido educada e instruída pelo professor Monsenhor Olivieri.
Arqueologia
Estudiosa da cultura clássica interessou-se especialmente pela arqueologia e as descobertas que estavam sendo realizadas, na sua época, em Pompéia e Herculano. A jovem princesa financiou e conduziu as escavações em Veio, um sítio Etrusco,15 km ao norte de Roma. Esta é a razão pela qual, anos mais tarde, já casada com D. Pedro II, Dona Teresa Cristina ser conhecida como "a Imperatriz Arqueóloga".
Estudiosa da cultura clássica interessou-se especialmente pela arqueologia e as descobertas que estavam sendo realizadas, na sua época, em Pompéia e Herculano. A jovem princesa financiou e conduziu as escavações em Veio, um sítio Etrusco,
Atributos
Não sabemos a razão do fato de Teresa Cristina ser levemente claudicante (manca). Pode ser que a causa tenha sido uma queda no sítio arqueológico, ou um problema congênito pré-existente. O certo é que, devido a sua deficiência, ela ocupava a maior parte do tempo com seus estudos de literatura e artes, ao contrário de outras princesas, que apreciavam os bailes e as danças.
Os biógrafos comentam a sua existência modesta, sem nenhum aparato, no velho Palácio Chiaramonti.
O Casamento Cartorial
Em 1842, assim que D. Pedro II atingiu 18 anos, o influente Pedro de Araújo Lima, ministro do Império, enviou à Europa Bento Silva Lisboa, um alto funcionário da corte, seu subordinado direto, que foi o encarregado de tratar do casamento de Dom Pedro II, com o auxílio do futuro cunhado do imperador o Príncipe Luis de Bourbon das Duas Sicílias (o Conde de Áquila), várias tentativas foram realizadas em busca de uma esposa, tendo sido cogitadas D. Maria, arque duquesa de Saxe, princesa Alexandrina, filha do rei da Baviera, infanta Luísa, prima da rainha da Espanha, na Áustria e até na Rússia, mas não havia muitas princesas a quem fosse permitido morar no Brasil. Além do mais, para os padrões da época, o imperador era considerado "pobre" (o Brasil havia gasto muito dinheiro com a Guerra da Cisplatina e as agitações do Período Regencial), não podendo almejar casamento com uma princesa de primeira linhagem.
A 20 de maio de 1842, foi assinado, em Viena, o contrato de casamento entre a Princesa Maria Teresa Cristina e o Imperador do Brasil, Dom Pedro II. O matrimônio foi celebrado por procuração, em Nápoles 30 de maio de 1843, com seu primo-sobrinho — uma vez que sua mãe era tia de D. Pedro I e seu pai, tio de D. Leopoldina —, D. Pedro II do Brasil, representado na cerimônia pelo irmão da noiva, o Príncipe D. Leopoldo Conde de Siracusa.
Em 1º de julho de 1843, no palácio de Chiatomoni, sua mão foi entregue ao Imperador Dom Pedro II, na pessoa do embaixador brasileiro, o Sr. José Alexandre Carneiro Leão (Visconde de São Salvador de Campos), pelo príncipe de Cila, ministro e secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, na qualidade de delegado de Sua Majestade o rei das Duas Sicílias. Pois Francisco I, pai de Dona Tereza Cristina que havia morrido em 1830.
A Viagem da princesa ao Brasil
No ano de 1842, Dom Pedro enviou a Nápoles uma frota que deveria trazer a princesa.
Em 02 de Julho 1843, embarcou na famosa fragata brasileira "Constituição"que fora buscá-la.
Durante a viagem mostrou um pouco do seu caráter: além de acompanhar com atenção um doente a bordo, quis que, a cada dia, um dos navios da frota destacasse um de seus oficiais para jantar com ela.
A Chegada ao Brasil
Ela chegou ao Brasil no dia 03 de setembro de 1843, às 5 horas e 35 minutos, com o céu escuro devido a chuvas e ventos fortes, a bordo da fragata Constituição na Fortaleza de São João (no atual Bairro da Urca - Rio de Janeiro), estava acompanhada pelo irmão, o príncipe Luís, Conde de Áquila, que se casaria com Dona Januária, irmã do Imperador.
(A Fragata Constituição foi precedida pela Corveta Euterpe, que anunciou aos brasileiros a chegada da imperatriz; entra no porto do Rio de Janeiro depois a Corveta Dois de Julho, e mais uma nau e três fragatas napolitanas).
Ao anoitecer, estando à fragata Constituição já fundeada, subiu a bordo o imperador acompanhado pelos ministros de estado.
A visão dela pelo imperador provocou uma reação de espanto. Era desprovida de belezas naturais, tinha mais idade do que se imaginava e nascera com um problema congênito que a fizera manca.
O Imperador hesitou num primeiro momento, depois avançou, cumprimentou a noiva e retirou-se para chorar.
O Imperador hesitou num primeiro momento, depois avançou, cumprimentou a noiva e retirou-se para chorar.
Alguns contemporâneos contam da decepção do imperador brasileiro diante da Imperatriz que veio na base de contrato da Europa e que em nada parecia com os retratos que foram enviados ao Brasil para a apreciação de Dom Pedro. Dona Teresa Cristina seria feia, baixa, gorda e mancava de uma perna e era quase 4 anos mais velha que ele.
Nota:
- Sobre os embaraços vividos por ambos os cônjuges em seu primeiro encontro vide: MUNNO, Amina. Influências italianas em alguns contos de Machado de Assis: umas traduções, Revista ORIUNDI, Sábado - 06/09/2008:
“Antes das núpcias, fora enviado ao Imperador um retrato da noiva nos feitios da Gioconda com o Vesúvio ao fundo. O pintor conseguiu fazer com que o retrato da futura imperatriz ficasse um primor de beleza. Na verdade se dizia que fisicamente ela não era assim tão dotada. (...) A 3 de setembro, a fragata chegou na baía de Guanabara, antes do desembarque que só aconteceu no dia seguinte, o Imperador foi a bordo para conhecer a linda esposa. Houve um momento de embaraço entre os dois e Teresa Cristina teve uma leve sensação de ter desiludido o marido. Retirou-se para o seu camarim e desabafou-se com sua dama de companhia, chorando copiosamente.Outras fontes afirmam ter sido o Imperador quem se afastou para chorar.”
No dia 04 de setembro de 1843, desembarcou Dona Teresa Cristina no Brasil onde ficaria durante 46 anos.
Ainda no desembarque, percebeu de pronto a reação nervosa do noivo.
Ao desembarcar finalmente em solo brasileiro, o cortejo seguiu pelas Ruas da Imperatriz (atual Rua Camerino), Rua Larga (atual Avenida Marechal Floriano) Rua São Joaquim, Campo da Aclamação (atual Campo de Santana/Praça da República), Rua São Pedro e Rua Direita (atual Rua Primeiro de Março), parou às portas da Capela Imperial (atual Igreja do Carmo na Praça XV) onde receberam do Bispo Conde de Irajá (Dom Manoel de Monte Rodrigues de Araújo), capelão-mor as bênçãos pelo matrimônio.
“Antes das núpcias, fora enviado ao Imperador um retrato da noiva nos feitios da Gioconda com o Vesúvio ao fundo. O pintor conseguiu fazer com que o retrato da futura imperatriz ficasse um primor de beleza. Na verdade se dizia que fisicamente ela não era assim tão dotada. (...) A 3 de setembro, a fragata chegou na baía de Guanabara, antes do desembarque que só aconteceu no dia seguinte, o Imperador foi a bordo para conhecer a linda esposa. Houve um momento de embaraço entre os dois e Teresa Cristina teve uma leve sensação de ter desiludido o marido. Retirou-se para o seu camarim e desabafou-se com sua dama de companhia, chorando copiosamente.Outras fontes afirmam ter sido o Imperador quem se afastou para chorar.”
No dia 04 de setembro de 1843, desembarcou Dona Teresa Cristina no Brasil onde ficaria durante 46 anos.
Ainda no desembarque, percebeu de pronto a reação nervosa do noivo.
Ao desembarcar finalmente em solo brasileiro, o cortejo seguiu pelas Ruas da Imperatriz (atual Rua Camerino), Rua Larga (atual Avenida Marechal Floriano) Rua São Joaquim, Campo da Aclamação (atual Campo de Santana/Praça da República), Rua São Pedro e Rua Direita (atual Rua Primeiro de Março), parou às portas da Capela Imperial (atual Igreja do Carmo na Praça XV) onde receberam do Bispo Conde de Irajá (Dom Manoel de Monte Rodrigues de Araújo), capelão-mor as bênçãos pelo matrimônio.
Terminada a cerimônia, seguiram para a Quinta da Boa Vista (Palácio de São Cristóvão).
O Casamento no Brasil
Oito dias depois foi realizada na Capela Imperial atual Igreja do Carmo missa de ação de graças pelo matrimônio.
Ao longo dos anos ela superou tudo, e apesar de não ter grandes dotes físicos e não ter enorme afinidade intelectual com seu marido, este lhe dedicou amor, carinho e respeito, além do fato de ter conquistado o coração e a simpatia dos brasileiros.
Quando se casou com o Imperador trouxe além de sua sensibilidade artística, trouxe também intelectuais, artesãos, artistas, cientistas, enfim muitas pessoas de cultura e uma quantidade inumerável de obras, coleções e documentos preciosos, que constituem um patrimônio cultural inestimável, ela estava longe de ser uma torpe ou ignorante, inclusive tinha um interesse especial por arqueologia.
Quando se casou com o Imperador trouxe além de sua sensibilidade artística, trouxe também intelectuais, artesãos, artistas, cientistas, enfim muitas pessoas de cultura e uma quantidade inumerável de obras, coleções e documentos preciosos, que constituem um patrimônio cultural inestimável, ela estava longe de ser uma torpe ou ignorante, inclusive tinha um interesse especial por arqueologia.
A Imperatriz, esposa dedicada
Apesar destes percalços iniciais, o casamento duraria 46 anos, mesmo não havendo uma total afinidade intelectual com seu marido, ela compartilhava com seu esposo o gosto pelas artes, sobretudo a música.
As aventuras extra-conjugais de D. Pedro, bastante comuns no meio aristocrático da época, onde os casamentos eram tratados como assunto de Estado, assim o casal imperial viveu sempre em harmonia doméstica, a qual ficava mais patente quando estavam no Palácio de Petrópolis, construído entre os anos de 1845 e 1862.
Em sua residência de verão, os soberanos podiam dar-se ao luxo de levar uma existência prosaica, onde o protocolo estava suspenso e o cotidiano era virtualmente idêntico ao das grandes famílias de fazendeiros da época: acordavam cedo, almoçavam às dez horas e jantavam às dezesseis.
Banhavam-se, cada um na própria alcova (quarto), às dezessete horas, e ceavam entre as dezenove e as vinte.
A imperatriz cuidava ela mesma de parte dos jardins, especialmente as roseiras e, algumas vezes, cozinhava. Teresa Cristina era napolitana e, em assim sendo, acredita-se que tenha sido ela a responsável pela introdução das massas no cardápio da família imperial. Muito provavelmente, o primeiro prato de macarrão comido em terras brasileiras tenha sido preparado pela própria imperatriz.
D. Teresa era dotada de raro senso de cordialidade. Discreta, caridosa e inteligente, conquistou a estima de todos os brasileiros que mais tarde passaram a chamar de:
"A Mãe dos Brasileiros".
A Mãe
Dedicada e submissa, foi uma mãe dedicada às duas filhas que vingaram.
D. Leopoldina (1847-1871)
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D. Pedro Afonso (1848-1850)
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Em 1864, um evento demonstra a relativa "liberalidade" do casal. O imperador havia tratado, através de seus ministros, o casamento da princesa Isabel, herdeira do trono, com o duque Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, o segundo filho de Augusto de Saxe-Coburgo-Gota e da princesa Clementina de Orléans; ao mesmo tempo, o primo deste, Luís Filipe Maria Fernando Gastão de Orléans e Saxe-Coburgo-Gota (Louis Phillipe Marie Ferdinand Gaston d'Orléans et Saxe-Cobourg et Gotha), conde d'Eu, foi prometido à princesa Leopoldina.Quando da chegada dos dois jovens, as princesas perceberam que deveria ocorrer uma troca, pois cada uma delas havia se encantado pelo pretendente da outra, e imediatamente solicitaram aos pais que a troca fosse realizada.
Tanto D. Pedro quanto D. Teresa Cristina, foram favoráveis a que os casamentos fossem motivados não apenas pelas questões dinásticas, mas também pelos afetos - até porque, no seu próprio caso, havia ocorrido um choque inicial - consentiram imediatamente.
Em 1871, faleceu em Viena, de febre tifóide (muito comum na Europa naquela época, devido às precárias condições de higiene), a princesa Leopoldina.
Os avós foram então buscar os dois netos mais velhos, Pedro Augusto e Augusto Leopoldo, que haviam mantido a nacionalidade brasileira, para serem criados no Brasil. Os dois mais novos, José Fernando e Luís Gastão, que não conservaram a nacionalidade brasileira, ficaram na Europa para serem criados pelo pai.
A Mulher Teresa
Prevalece a imagem de uma Teresa Cristina passiva e silenciosa, embora se soubesse que ela era muito ciumenta e, como uma mulher comum, não poupava a pessoa do imperador nos seus ataques de fúria. Teresa Cristina chegava a dar beliscões no marido quando, nos camarotes dos teatros, percebia que ele estava observando, de binóculos, as mulheres do palco e da platéia. Teresa Cristina parecia representar o papel de “boa mãe dos brasileiros”: indignada, mas calada, pacífica, amável, religiosa, traída, e ainda por cima roubada de suas jóias em 1882, era uma pessoa normal.
Viagens do Casal Imperial
Foram inúmeras as viagens que o casal imperial realizou, tanto nacionais quanto internacionais.
No sentido de conhecer as províncias do Império, mesmo as mais distantes, estiveram em vários lugares do Brasil.
Em 1845 e 1865, visitaram Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Em 1846, 1876, 1886, visitaram São Paulo.
Entre 1859 e 1860, visitaram as províncias do norte, numa viagem pela costa, estiveram no Pará, Maranhão, Piauí (a cidade de Teresina recebeu este nome em homenagem à imperatriz), Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco (o "Palácio do Campo das Princesas", em Recife, recebeu este nome em homenagem às jovens Isabel e Leopoldina), Alagoas, Sergipe, Bahia e Espírito Santo.
Em 1881, viajam a Villa Rica (Ouro Preto-MG), foram efusivamente comemorados pelo romancista Bernardo Guimarães, autor de “A escrava Isaura”.
Em 1872, o imperador e a imperatriz aproveitaram a busca dos netos na Europa para viajar pela Europa e Oriente Médio, onde visitaram o Egito e a Palestina.
Em 1876, viajaram à América do Norte (onde o monarca inaugura a Feira da Filadélfia, organizada para comemorar o Centenário da Independência dos EUA),
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Exposição da Filadélfia - 1876
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E novamente foi para a Europa e os seus locais favoritos no Oriente Médio.
"A visita de D. Pedro II a Jerusalém, em 1876, foi um dos marcantes acontecimentos locais da época. Para só citar um exemplo, basta dizer que a Imperatriz Dona Teresa Cristina, conforme sublinham as crônicas, foi a primeira imperatriz, depois de Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, que pisou naquelas terras tão caras aos cristãos."
Em 1877, pouco divulgada, a viagem do imperador à Inglaterra, Escócia e ilha da Irlanda, onde esteve visitando a cervejaria Guinness e locais típicos como o Giant’s Causeway, foi registrada pelo Irish Times, principal jornal irlandês da época.
Em 1888, viajaram novamente a Europa, para tratamento médico.
Dados Cronológicos
Em 23 de fevereiro de 1845, nasceu Dom Afonso Pedro de Alcântara seu primogênito que viveu só dois anos.
Em 23 de fevereiro de 1845, nasceu Dom Afonso Pedro de Alcântara seu primogênito que viveu só dois anos.
Em 1845, a Imperatriz Tereza Cristina e o Imperador visitam o Arraial de Sant’Ana do Cubatão, (Santo Amaro e Cambirela, atual Cidade de Santo Amaro da Imperatriz - SC) para conhecerem a fonte de água termal a 39º C, do arraial, Dona Tereza gostou tanto que ajudou financeiramente as obras do hospital local que utilizava ás águas termais nos tratamentos de saúde. Hoje o hospital virou um luxuoso hotel.
Em 1846, foi inaugurado pelo imperador Pedro II e pela imperatriz Tereza Cristina o Chafariz da Coroação no Largo da Misericórdia, atual Praça Mauá em Santos (SP).
Em 1846, surgiu no extinto Largo do Valdetaro no Bairro do Catete (RJ), a "Sociedade Recreativa Dançante Cassino Fluminense", lá haviam bailes, e conta-se que o Imperador Dom Pedro II e a Imperatriz Tereza Cristina costumavam freqüentar e dançar, como se pode notar, eles não eram tão jovens assim como vários autores contam em seus livros, ele o imperador estava com 21 anos e a imperatriz com 25; inclusive já eram casados, dificilmente eles freqüentariam neste mesmo ano, pois a imperatriz estava grávida, ou seja eles provavelmente freqüentaram o local mais tarde entre uma gravidez e outra da imperatriz.
Às 18:26H da tarde do dia 29 de julho de 1846, Dona Tereza Cristina dá a luz e os canhões do Morro do Castelo, no Rio de Janeiro, anunciaram o nascimento no palácio de São Cristóvão - Rio de Janeiro da Princesa Isabel (Dona Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança), que viria a ser a primeira e única mulher que governou o Brasil.
Por volta de 1846, é formada a "Vila Teresa" em Petrópolis a hoje afamada Rua Teresa que recebe milhares de viajantes em busca de suas malhas de boa qualidade e baixo custo. Após a proclamação da república houve uma "caça" a qualquer coisa que fizesse alusão a monarquia e a família imperial, várias ruas mudaram de nome, em Petrópolis, a Rua do Imperador transformou-se na avenida Quinze de Novembro, a Rua da Imperatriz passou a se chamar Rua Sete de Setembro; não se sabe porque, a Rua Teresa não foi alterada em nenhum momento. (no Rio de Janeiro, a Rua Dois de Dezembro, que registra a data de nascimento de dom Pedro II no Bairro do Catete, passou a chamar-se Rua Cristóvão Colombo, porém a tradição falou mais alto e o nome nunca "pegou"). (veja o significado dos nomes das ruas do Bairro do Catete e adjacências na página inicial deste site).
No dia 11 de junho de 1847, faleceu seu filho Dom Afonso.
Em 13 Julho de 1847, nasce sua filha Dona Leopoldina Tereza Francisca. (é muito importante, não confundir esta com a Imperatriz Leopoldina, esposa de Dom Pedro I). Dona Leopoldina, casou em 1864, com o Duque de Saxe.
Em setembro de 1848, morre a sua mãe na Real Cidade De Portici, Nápoles, Itália.
Em 19 de Julho de 1848, nasce seu segundo filho Dom Pedro Cristiano Leopoldo Afonso.
Em janeiro de 1850, morre seu segundo filho Príncipe Dom Pedro Afonso.
Em 1851, com a finalidade de servir como nova capital da província do Piauí, Teresina, foi oficializada como tal no ano seguinte e recebeu seu nome em homenagem à Imperatriz Teresa Cristina. Hoje, Teresina é a capital do Estado do Piauí. O nome "Teresina" é formado de dois elementos: "Teres", de Teresa e "ina" de Cristina.
Em 1854, Dom Pedro II e a Imperatriz Teresa Cristina tornam-se os primeiros sócios da Sociedade Italiana de Beneficência e Mútuo Socorro.
Em 27 de agosto de 1856, a lei n.º 398 criou a Vila de Imperatriz, nome dado em homenagem à Imperatriz Tereza Cristina. Hoje é a Cidade de Imperatriz no Estado do Maranhão. Alguns livros de história contam que foi através da Lei Provincial nº 631, de
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Foto de Imperatriz do missionário católico Albé Ambrogio, recentemente falecido, mostrando a Igreja de Santa Teresa, Escola Santa Teresinha, Escola Governador Archer e adjacencias nos anos 1960
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Em 5 de dezembro de 1862, que a povoação de Santa Teresa passou a chamar-se Vila Nova da Imperatriz, em homenagem à sua real protetora.
Em 1859, o Imperador Pedro II e a Imperatriz Tereza Cristina, visitam Olinda.
Em 22 de novembro de 1859, o imperador D. Pedro II, acompanhado da imperatriz Tereza Cristina, faz visita oficial a Pernambuco, ocasião em que teria exclamado: "Pernambuco é um céu aberto!".
Em 7 de maio de 1865, após uma obra que se arrastou lentamente por 106 anos, foi inaugurado com a presença de Dom Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina a Igreja de São Francisco de Paula, no atual Largo de São Francisco no Rio de Janeiro pertencente a Venerável Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula fundada no Rio em 1752.
Em 1864, Sua filha a Princesa Isabel casou, dizem, totalmente apaixonada com Luiz Felipe Gastão Orléans, o Conde d’Eu, ela contava com 18 anos.
Em 07 Fevereiro de 1871, morre aos 24 anos de idade sua filha Dona Leopoldina Teresa, em Viena, Áustria.
Em 1874, o fotógrafo Albert Richard Dietze envia seus trabalhos da região de Santa Leopoldina (ES), à Imperatriz Tereza Cristina, a quem pedia auxílio para publicar um folheto ilustrado com fotografias, que serviria para fazer propaganda do Brasil na Europa, estimulando a imigração espontânea de alemães para o Brasil o que contraria um pouco a idéia muito difundida de que a imperatriz não se envolvia em nenhum pedido de auxílio, ajuda etc...
Em 1876, durante a mais longa viagem feita pelo casal imperial, Dona Teresa Cristina ficou muito doente e foi atendida na Europa pelo famoso médico neurologista Jean Martin Charcot, que foi professor de Freud.
Em 1886, Dom Pedro II e Dona Tereza Cristina, inauguram o ramal Cascavel - Poços de Caldas, da Estrada de Ferro Mogiana.
No ano de 1886, o Imperador Dom Pedro II e a Imperatriz Tereza Cristina visitam Descalvado (SP).
O Último Baile
No dia 09 de novembro de 1889, Dona Teresa Cristina, usando novamente as suas jóias roubadas em 1882, acompanhou seu esposo o imperador ao Baile da Ilha Fiscal, último baile da monarquia.
D. Pedro II, fardado de almirante, a imperatriz Teresa Cristina e o príncipe D. Pedro Augusto embarcaram primeiro.
Quinze minutos depois foi a vez da princesa Isabel e do conde D’Eu.
Uma vez no palácio, foram conduzidos a um salão em separado, onde já se achavam reunidos membros do corpo diplomático estrangeiro, oficiais e alguns eleitos da sociedade carioca.
O guarda-roupa da imperatriz não chegou a causar impressão especial entre os convidados - um vestido de renda de chantilly preta, guarnecido de vidrilhos.
A toalete da princesa Isabel, no entanto, causou exclamações de admiração pelo luxo e pela beleza. Ela portava uma roupa de moiré preta listada, tendo na frente um corpinho alto bordado a ouro. Nos cabelos carregava um diadema de brilhantes.
Em 15 de novembro de 1889, Dom Pedro II foi deposto com a Proclamação da República; o governo provisório deu-lhe 24 horas para deixar o país, e assim ele fez; foi com a família para Portugal no dia 17.
Mesmo depois de proclamada a República, ninguém quis levar o telegrama (carta) com a notícia para Dom Pedro II, que estava em seu palácio, em Petrópolis.
No meio da noite, o Major Sólon Ribeiro (Frederico Sólon Sampaio Ribeiro, pai de Ana de Assis a esposa de Euclides da Cunha), foi ao encontro do Imperador, que teve que ser acordado.
Dizem os relatos que a Imperatriz Tereza Cristina chorou, que a Princesa Isabel ficou muda e que o imperador apenas desabafou:
"Estão todos loucos".
O Coronel Mallet exigiu que a família imperial embarcasse no meio da noite, o que provocou protestos de Dom Pedro II, que pretendia assistir à missa pela manhã, antes de partir:
"Não sou negro fugido.
Não embarco a essa hora!"
Mas, de nada adiantou.
O Major Sólon Ribeiro evacuou o Paço Imperial que estava cheio de populares e a Família Imperial foi obrigada a embarcar em plena madrugada.
Em 17 de novembro de 1889, no embarque da Família Imperial ocorreu o escândalo que foi a subida da imperatriz Tereza Cristina no navio que os levariam de volta à Europa:
“Para poder passar pela ponte de madeira, ela teve que levantar as pantalonas, e centímetros de sua perna ficaram à amostra.”
“Para poder passar pela ponte de madeira, ela teve que levantar as pantalonas, e centímetros de sua perna ficaram à amostra.”
Ao embaixador da Áustria presente no embarque, a Imperatriz perguntou:
"Que fizemos para sermos tratados como criminosos?"
A Viagem de Exílio
Durante toda a viagem marítima que conduziu a Família Imperial Brasileira rumo ao exílio, D. Teresa esteve em estado de choque, entorpecida pelo tratamento rude que os republicanos dedicaram à dinastia deposta.
A imperatriz, não chegou à capital francesa, não agüentando a dor emocional que o golpe de republicano lhe causou.
No desembarque em Portugal retirou-se para um hotel simples, na cidade do Porto, onde sentiu-se mal.
Um médico chamado às pressas nada pôde fazer.
Nos seus últimos instantes de vida, teria dito à Baronesa de Japurá:
- Maria Isabel, eu não morro de doença. Morro de dor e de desgosto.
Nota:
- Esta é a frase conforme apontada pela Encyclopaedia Britannica (original, em inglês: "Brazil, blessed land that I will never see again"). Para a Encyclopedia e Diccionario Internacional, editada por W. M. Jackson Editores, São Paulo, logo no início do século XX (portanto, pouco mais de dez anos após a morte da imperatriz), a frase seria: "Brasil! Minha terra tão bonita, que não me deixam lá voltar".
Por sua vez, Maria José Silva Caldas Fagundes, in TERESA CRISTINA DE BOURBON A IMPERATRIZ INVISÍVEL DO BRASIL afirma que a última frase da imperatriz, à baronesa de Japurá, teria sido: “eu não morro de doença. Morro de dor e de desgosto”.
Igual posicionamento demonstrou Eugênia Zerbini em A imperatriz invisível, Revista de História da Biblioteca Nacional : "D. Teresa Cristina viria a falecer 41 dias depois, de ataque cardíaco, em um quarto do Grande Hotel (modesto, apesar do nome), na cidade do Porto, na companhia apenas da baronesa da Japurá, Maria Isabel de Andrade Lisboa.
A esta, antes do último suspiro, a ex-imperatriz teria dito:
Nesse momento, D. Pedro II visitava a Academia de Belas Artes da cidade."
- Esta é a frase conforme apontada pela Encyclopaedia Britannica (original, em inglês: "Brazil, blessed land that I will never see again"). Para a Encyclopedia e Diccionario Internacional, editada por W. M. Jackson Editores, São Paulo, logo no início do século XX (portanto, pouco mais de dez anos após a morte da imperatriz), a frase seria: "Brasil! Minha terra tão bonita, que não me deixam lá voltar".
Por sua vez, Maria José Silva Caldas Fagundes, in TERESA CRISTINA DE BOURBON A IMPERATRIZ INVISÍVEL DO BRASIL afirma que a última frase da imperatriz, à baronesa de Japurá, teria sido: “eu não morro de doença. Morro de dor e de desgosto”.
Igual posicionamento demonstrou Eugênia Zerbini em A imperatriz invisível, Revista de História da Biblioteca Nacional : "D. Teresa Cristina viria a falecer 41 dias depois, de ataque cardíaco, em um quarto do Grande Hotel (modesto, apesar do nome), na cidade do Porto, na companhia apenas da baronesa da Japurá, Maria Isabel de Andrade Lisboa.
A esta, antes do último suspiro, a ex-imperatriz teria dito:
“Maria Isabel, não morro de moléstia, morro de dor e de desgosto”.
Nesse momento, D. Pedro II visitava a Academia de Belas Artes da cidade."
A Imperatriz Dona Teresa Cristina, Faleceu
No dia 28 de dezembro de 1889, 40 dias após o banimento, morreu em um quarto de hotel em Lisboa a Imperatriz do Brazil D. Teresa Cristina.
Foi sepultada no Panteão de São Vicente de Fora em Portugal, de onde seus restos foram trasladados para o Mausoléu Imperial da Catedral de Petrópolis na década de 1920.
Os jornais europeus comentaram a morte da Imperatriz:
— Jornal Le Gaulois, 29 de dezembro de 1889:
“Era uma mulher virtuosa e boa, da qual a História fala pouco, porque nada há de mal a dizer-se”.
— Le Figaro escreveu em 29 de dezembro de 1889:
“A Europa saudará respeitosamente esta Imperatriz morta sem trono, e dir-se-á, falando-se dela: sua morte é o único desgosto que ela causou a seu marido durante quarenta e seis anos de casamento”.
O historiador Max Fleiuss afirma:
“Costuma-se dizer que o dia 15 de novembro foi uma revolução incruenta, feita com flores.
Houve, porém, pelo menos uma vítima: - a Imperatriz”.
Em 1890, a povoação da Freguesia de Santo Antônio do Paquequer com 2.000 habitantes, e subordinada a Magé troca de nome e passa a se chamar Teresópolis, em homenagem a Dona Teresa Christina.
Em 1921, o Conde D'Eu retorna ao Brasil para trazer os restos mortais do casal dos ex-imperadores para serem depositados na Catedral do Rio de Janeiro depois foram transferidos para a Catedral de Petrópolis (1925) e definitivamente enterrados em 1939.
O Gosto pelas Artes
Na frota que a trouxe ao Brasil fez embarcar artistas, músicos, professores, botânicos e outros estudiosos. Aos poucos, enriqueceria a vida cultural e científica brasileira, mandando vir de sua terra as primeiras preciosidades artísticas recuperadas de Herculano e Pompéia, enviadas por seu irmão, Fernando II.
A Cantora
D. Teresa era cantora e boa musicista alegrava o palácio com saraus constantes.
"Traço comum entre os napolitanos, a voz bonita e educada da imperatriz seria mencionada por um diplomata francês, citado por Afonso de Taunay no livro “No Brasil de 1840” .
“Em fevereiro de 1844, um diplomata em trânsito, Jules Itier, visitando a Quinta da Boa Vista, parou, espantado, junto às janelas do Paço.
‘Era uma voz feminina, admiravelmente bem timbrada, que emitia as notas da famosa ária rossiniana - Una voce poco fá’. Um bom piano acompanhava a cantora.
"Quis aplaudir e conteve-se. - Porque surgiu, no balcão, a própria imperatriz”.
Por sua influência fez Carlos Gomes estudar na Itália.
O Mosaico
Enquanto cuidava de suas filhas em um dos jardins do Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, denominado então Jardim das Princesas.
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Palácio de São Cristovão
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Jardins da Princesa
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Dona Teresa Cristina demonstrou um de seus dotes artísticos pessoais, o mosaico. Com conchas, recolhidas nas praias do Rio de Janeiro, e com cacos das peças de serviço de chá da Casa Imperial que ela recobriu os bancos, tronos, fontes e paredes do Jardim das Princesas, é o que os especialistas em arte chamam de Arte Musiva (a palavra mosaico do latim 'musa' que também gerou as palavras museu e música.).
Dona Teresa Cristina teria sido precursora deste tipo de arte, coisa pouco divulgada pelos historiadores e especialistas em artes; muitos anos depois Antonio Gaudi e Josep Maria Jujol "revolucionaram" o mundo das artes com um trabalho semelhante ao que Dona Teresa Cristina já realizava em São Cristóvão. Atualmente é muito difícil ver esses trabalhos, pois esta área do museu está fechada ao público após longos anos de vandalismos sofridos por parte de visitantes imbecis que recolhiam pedaços, lascas e até cacos inteiros como lembrancinhas do passeio a Quinta da Boa Vista. Se você quiser aprofundar este assunto, leia a publicação avulsa do Museu Nacional de1997 realizado pela arqueóloga Maria Beltrão, do Museu Nacional.
Em 1996, a arqueóloga Maria Beltrão organizou a exposição Jardim das Princesas e a Arqueologia Histórica no Salão de Entrada da Exposição do Museu Nacional, UFRJ. No catálogo da mesma, pela primeira vez a Academia divulgava e expunha a importância do trabalho da imperatriz Teresa Cristina no campo do mosaico.
Em 1997, organizou-se pelo Museu Imperial uma exposição denominada "Teresa Cristina Maria: a imperatriz silenciosa", a qual itinerou, até 2002, por vários Museus importantes, como o Museu Paulista e acabou originando a publicação de um livro e a produção de um filme.
Na quarta edição do evento Rio Mosaico, de
Entre os dias 1 e 7 de setembro de 2009, comemorando a Semana da Pátria aconteceu em Petrópolis a Semana Italiana. O evento, promovido pela Casa D'Itália Anita Garibaldi, com o apoio da Prefeitura, Câmara Municipal,Universidade Católica de Petrópolis, Museu Imperial e Petrópolis Convention & Visitors Bureau, comemorou os 166 anos da chegada da Imperatriz D. Teresa Cristina ao Rio de Janeiro.
No século XIX, após o Golpe de Estado que destituiu a Família Imperial, o Brasil começa a resgatar a imagem não apenas do imperador, mas também de sua real consorte, conforme afirma Eugenia Zerbini:
"Comparado com o que já se escreveu sobre nossas duas outras imperatrizes - Leopoldina e Maria Amélia, esposas de D. Pedro I -, muito pouco se falou sobre Teresa Cristina, embora ela tivesse vivido por quase meio século em terras brasileiras.
A lembrança dessa princesa napolitana, de gosto artístico refinado e um meio sorriso “à lª Mona Lisa”, merece ser alçada de novo à luz, como aconteceu com os tesouros de Pompéia."
O Roubo
Um episódio bastante interessante, repleto de ação e com grande repercussão junto à imprensa da época, desenrolou-se em 1882, quando foram roubadas as jóias da imperatriz. O acontecimento foi coberto pelos principais jornais da corte, merecendo inclusive vários artigos de José do Patrocínio, sendo recentemente estudado por Ricardo Japiassu Simões e descrito por Bárbara Simões Daibert e Robert Daibert Júnior:
O Ocorrido:
"Na madrugada de 17 para 18 de março de 1882, um ladrão entrou sorrateiramente no Palácio de São Cristóvão, residência da família imperial, e surrupiou de dentro de um armário todas as jóias da imperatriz Teresa Cristina e de uma de suas filhas, a princesa Isabel. O tesouro foi avaliado em 400 contos de réis - verdadeira fortuna na época.
Mas o escândalo que se seguiu, cheio de lances mirabolantes, deu-se menos pelo valor do furto do que pelo seu potencial conteúdo político.
"Na madrugada de 17 para 18 de março de 1882, um ladrão entrou sorrateiramente no Palácio de São Cristóvão, residência da família imperial, e surrupiou de dentro de um armário todas as jóias da imperatriz Teresa Cristina e de uma de suas filhas, a princesa Isabel. O tesouro foi avaliado em 400 contos de réis - verdadeira fortuna na época.
Mas o escândalo que se seguiu, cheio de lances mirabolantes, deu-se menos pelo valor do furto do que pelo seu potencial conteúdo político.
A sete anos do golpe militar que proclamou a República, quando a abolição da escravatura e outras questões candentes eram debatidas em todas as esquinas da Corte por contendores apaixonados, o assunto não poderia deixar de se transformar, de fato, num prato cheio para a oposição.
Este seria apenas o começo de uma eletrizante novela, que a imprensa soube explorar de maneira tão sensacionalista quanto impiedosa. Pela primeira vez no Império, a roupa suja da monarquia era lavada no meio da rua, para desgosto de uma família que cultivava a discrição como um dos seus principais predicados."
As jóias roubadas haviam sido usadas dias antes, numa cerimônia no Paço da Cidade. Após o baile que comemorou os 60 anos da imperatriz Teresa Cristina, o casal imperial havia seguido para Petrópolis. Antes disso, os ornamentos de valor foram depositados numa caixa, entregue a Francisco de Paula Lobo, funcionário do serviço particular, que deveria guardá-la em segurança. Como o criado não encontrou a chave do cofre, foi, em companhia de outro empregado, José Virgílio Tavares, até os aposentos imperiais e guardou a caixa dentro de um armário comum, de onde as jóias desapareceram.
Dias depois, uma carta anônima apontou a localização das jóias. Estavam dentro de latas de biscoito, enterradas em meio a um lamaçal, nos fundos da casa do suspeito.
Dias depois, uma carta anônima apontou a localização das jóias. Estavam dentro de latas de biscoito, enterradas em meio a um lamaçal, nos fundos da casa do suspeito.
Com a ajuda do próprio Paiva, policiais cavaram o chão e encontraram o tesouro composto de dezenas de adornos raros e valiosíssimos, entre eles pulseiras, broches, comendas e colares de ouro incrustados de centenas de pérolas, brilhantes e outras pedras preciosas.
Posteridade
Em sua homenagem foram batizados os municípios brasileiros de Teresina, capital do estado do Piauí, Teresópolis, cidade no estado do Rio de Janeiro,
Cristina, no interior do estado de Minas Gerais,
Imperatriz, cidade no interior do estado do Maranhão,
Cristinápolis, no interior do estado do Sergipe,
Santo Amaro da Imperatriz, no estado de Santa Catarina.
Cristina, no interior do estado de Minas Gerais,
Imperatriz, cidade no interior do estado do Maranhão,
Cristinápolis, no interior do estado do Sergipe,
Santo Amaro da Imperatriz, no estado de Santa Catarina.
Ao doar sua coleção iconográfica para a Biblioteca Nacional do Brasil, D. Pedro II fez uma única exigência: - que a coleção ganhasse o nome de sua esposa (Coleção Teresa Cristina Maria).
A coleção é hoje tombada pela Unesco como patrimônio mundial.
A coleção é hoje tombada pela Unesco como patrimônio mundial.
Dotado de vocação para a poesia, profundamente consternado com a morte da esposa,
D. Pedro II escreveu em 1891:
À Imperatriz
Corda que estala em harpa mal tangida,
Assim te vás, oh doce companheira
Da fortuna e do exílio, verdadeira
Metade de minh'alma entristecida!
De augusto e velho tronco hastea partida
E transplantada em terra brazileira,
Lá te fizeste a sombra hospitaleira
Em que todo infortúnio achou guarida.
Feriu-te a ingratidão, no seu delírio;
Cahiste, e eu fico a sós, neste abandono,
Do seu sepulchro vacillante cirio!
Como foste feliz! Dorme o seu somno,
Mãe do povo, acabou-se o teu martyrio,
Filha de Reis, ganhaste um grande throno!
Um esclarecimento:
Em 1840, Dom Pedro II adquire um aparelho de daguerreotipia (a futura máquina fotográfica), em março do mesmo ano, motivado pelas demonstrações que o abade francês Louis Compte lhe fizera em janeiro, quando introduzia a fotografia no Brasil, adquiriu seu próprio equipamento, oito meses antes que outros similares fossem finalmente comercializados no país sendo então o primeiro brasileiro a praticar fotografia. Também foi grande como mecenas e colecionador de fotografias, exercendo papel essencial para o florescimento da fotografia no Brasil. Posteriormente foi o primeiro soberano do mundo a conceder uma honraria a um fotógrafo, ao atribuir o título de Photographos da Casa Imperial à dupla Buvelot & Prat, a 8 de março de 1851. Como colecionador, constituiu o maior acervo privado das Américas durante o século XIX, a base para o estudo da história da fotografia no Brasil, reunindo ainda imagens de grandes pioneiros internacionais. Quando de seu exílio do país, após a Proclamação da República, doou seu acervo fotográfico para a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, que o preserva, desde 1892, com o título de Coleção Thereza Christina Maria.
A coleção fotográfica mencionada no parágrafo acima é uma coisa, outra coisa é a "Coleção Tereza Cristina" exposta quase permanentemente no Museu Nacional (Museu Nacional/UFRJ - Quinta da Boa Vista, São Cristóvão - Rio de Janeiro), esta coleção foi organizada no século XIX a partir de duas origens distintas:
Uma parte do acervo veio do Real Museo Borbonico (hoje Museo Nazionale DI Napoli), com peças presenteadas pelo irmão da imperatriz Tereza Cristina, Fernando II Rei das Duas Sicílias.
Outra parte veio da própria imperatriz que financiou e promoveu escavações arqueológicas na localidade de Veio, outrora município romano de origem etrusca.
A Coleção:
- Tem em seu acervo, cerca de 700 peças de vários sítios arqueológicos da Itália, dentre eles Pompéia e Herculano; com vasos de cerâmica, lamparinas e estatuetas de terracota, objetos de bronze, esculturas em pedra, frascos de vidro, amuletos fálicos e painéis em pintura mural (afrescos); peças datadas do séc. VII A.C. até o séc. III D.C.
A Coleção Tereza Cristina é a melhor parte da visita; se você puder não deixe de visitar.
- Tem em seu acervo, cerca de 700 peças de vários sítios arqueológicos da Itália, dentre eles Pompéia e Herculano; com vasos de cerâmica, lamparinas e estatuetas de terracota, objetos de bronze, esculturas em pedra, frascos de vidro, amuletos fálicos e painéis em pintura mural (afrescos); peças datadas do séc. VII A.C. até o séc. III D.C.
A Coleção Tereza Cristina é a melhor parte da visita; se você puder não deixe de visitar.
A Personagem - a Sra. Imperatriz do Brazil
A imperatriz Teresa Cristina já foi retratada como personagem no cinema e na televisão, interpretada por: Regina Macedo nas miniséries "Abolição" (1988) e "República" (1989),
Filomena Luísa na telenovela "Sangue do meu Sangue" (1995),
Martha Overbeck no filme "O Xangô de Baker Street" (2001).
Filomena Luísa na telenovela "Sangue do meu Sangue" (1995),
Martha Overbeck no filme "O Xangô de Baker Street" (2001).
Descência
Família Imperial do Brazil - 1887
D. Teresa Cristina foi mãe dos príncipes dom Afonso (1845-1847), dona Isabel (1846-1921), dona Leopoldina (1847-1871) e dom Pedro (1848-1850)
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Referências:
DAIBERT,Bárbara Simões & DAIBERT Jr., Robert. Extra! Roubaram as jóias da imperatriz! Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, Edição nº 21, junho de 2007.
FAGUNDES, Maria José Silva Caldas. Teresa Cristina de Bourbon, a imperatriz invisível do Brasil(pré projeto de pesquisa). Disponível em: Recanto das Letras
MESQUITA, Simone de Sousa. As Cerâmicas da Coleção trazida pela Imperatriz Teresa Cristina. In: 21a Reunião da Associação Brasileira de Antropologia, 1998, Vitória. Anais da 21a Reunião da Associação Brasileira de Antropologia - ABA. Vitória, 1998.
MARANHÃO, Ricardo; MENDES JR., Antonio & RONCARI, Luiz. Brasil História - texto e consulta. São Paulo, Ed. Brasiliense, 4ª ed.,1983.
MUSEU IMPERIAL.Teresa Cristina Maria: a imperatriz silenciosa. - Rio de Janeiro : Pontificio Santuario di Pompei, Istituto Italiano di Cultura, c1997.
SIMOES, Ricardo Japiassu. O Roubo das Jóias da Imperatriz Teresa Cristina. Revista Encontro (Gabinete Português de Leitura), Recife, p. 203-204, 2002.
SIMOES, Ricardo Japiassu. Um esboço da Imperatriz Teresa Cristina por Raul Pompéia. Gênero em Pesquisa, Uberlândia - MG, v. 15, 2002.
ZERBINI, Eugênia Cristina de Godoy. A imperatriz invisível. Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, Edição nº 17, fevereiro de 2007.
Site do Museu Nacional, seção de arqueologia
Edmilson Sanches - A imperatriz que deu nome a Imperatriz
vide, por exemplo, CENNI, Franco - Italianos no Brasil: Andiamo in'Merica. São Paulo-SP, EDUSP, 2003, p. 78
O suplemento Cultura do jornal O Estado de São Paulo (número 147, ano III, 03/04/1983) publicou artigo, de Franscesco Jurlaro, intitulado Um casamento imperial, o qual descreve de forma pormenorizada como se deu o enlace matrimonial do imperador e da imperatriz, desde as primeiras negociações.
GUIMARÃES, Argeu. Em torno do casamento de Pedro II (pesquisas nos arquivos espanhóis) Depoimentos históricos. Rio de Janeiro, Z. Valverde, 1942
A imperatriz invisível Revista de História da Biblioteca Nacional
O primeiro mosaico em terras brasileiras: a obra da Imperatriz
↑ Biografia da arqueóloga Maria Beltrão
↑ Mosaicos da Imperatriz Teresa Cristina - Jardim das Princesas
↑ SCHWARCZ,Lilia Moritz, As barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo-SP,Companhia das Letras, 2ª ed., 2003, p. 441
↑ Levy Rocha - Viagem de D. Pedro II ao Espírito Santo
↑ [vide:http://www.geocities.com/Athens/Olympus/3583/baronato.htm Visita do Imperador e imperatriz a Ouro Preto]
↑ in: Fatos do Brasil Império
↑ Suplemento Turismo, Folha de São Paulo, 9 de outubro de 2008
↑ SIMOES, Ricardo Japiassu . O Roubo das Jóias da Imperatriz Teresa Cristina. Revista Encontro (Gabinete Português de Leitura), Recife, p. 203-204, 2002.
Extra! Roubaram as jóias da imperatriz!Bárbara Simões Daibert e Robert Daibert Júnior
Veja na História, Festança sobre o Vulcão
op.cit.in: Fatos do Brasil Império
transcrito por SCHWARCZ, op. cit., p. 488.
a imperatriz invisível, op. cit.
Exposições - site de Maria Beltrão
MESQUITA, Simone de Sousa Teresa Cristina Maria - A Imperatriz Silenciosa, 1997. (Exposição)
Museu Imperial.Teresa Cristina Maria: a imperatriz silenciosa. - Rio de Janeiro : Pontificio Santuario di Pompei, Istituto Italiano di Cultura, c1997.
Dona Thereza Christina - A imperatriz silenciosa, SP/2002, direção: Dimas de Oliveira Junior
Rio Mosaico 2008
Petrópolis celebra a cultura italiana
Magnificente trabalho de pesquisa, dando o tom real de grandeza e honra, merecidos a S.A.R. a Imperatriz do Brasil que honorificamente foi agraciada pela nação como a "Mãe dos Brasileiros" Dnª Teresa Cristina de Borbon,
ResponderExcluirConcomitantemente, também elevo ao tom de magnificas nossas outras Imperatrizes S.A.R. Imperatriz Dnª Leopoldina de Habsburgo, que bravamente defendeu nossa independência e S.A.R. Imperatriz Dnª Amélia de Leuchtenberg, que trouse de seu berço procedimentos de etiqueta e polidez as cortes do Império Brasileiro.
Att.,
Maurycio Medeyros
olha um legado cultural notável,relevante para ser mais divulgado para que yodos os brasileiros venham a conhecer verdadeiras relíquias,inquestionáveis,inesquecíveis.Parabéns,pela história,pela pessoa inquestionável de Dteresa Cristina,exemplo de ser humano,linda.
ResponderExcluirmuito obrigada me ajudou muito no meu trabalho de literatura
ResponderExcluirbeijos Ana Maria
James, achei seu blog excelente! Por isso quero aproveitar para lhe pedir um grande favor: Estou tentando obter uma bibliografia dessa napolitana, última Imperatriz e amante do Brasil. Você poderia enviar uma bibliografia para matcosen@gmail.com? Agradeço e o parabenizo novamente pelo brilhante blog. Mateus
ResponderExcluirCom toda sinceridade, todas as vezes que leio ou venho a lembrar do golpe contra a monarquia no Brasil, devido a interesses escusos dos que se diziam patriotas, as lágrimas correm em meu rosto oriundas de uma tristeza imensa que se transporta à saudade, como se eu vivesse aqueles momentos derradeiros de nossa história. Chego ao extremo de sentir a falta de nossos monarcas, como se amigos fóssemos de longa data. Quisera Deus que a monarquia voltasse ao Brasil, como uma proposta de esperança e diginidade ao povo brasileiro contra a corrupção que vei engajada no golpe da república. Partirei deste mundo como monarquista, dando sempre vivas ao Império do Brasil.
ResponderExcluirkkk Q ridiculo, a monarquia voltar, quando o povo pode escolher os seus representantes. O poder nas mãos de poucos q idiotice... Ainda bem q acabou a monarquia, os portugueses só fizeram roubar o Brasil bando de fdp's, foram em bora e foram tarde, não fazem a menor falta.A sacanagem e falta de vergonha na cara veio junto com os ratos portugueses nas caravelas. KK Portugal hoje ta com a economia fudida e eu axo é pouco, castigo!! Roubou tanto do Brasil e agora em condição inferior a nossa... Kem faz aki, aki se paga no mundo de meu Deus.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirFalando em português, nosso amigo covarde acima (unknown) está tentando assassinar o idioma... pelo amor de Deus, busque uma professora de português urgente...
ResponderExcluirExcelente trabalho deste blog! Lamento o comentário de Unknown, de porque os portugueses deixaram aí tanta riqueza.
ResponderExcluirFicou aí a maior biblioteca de Portugal, levada por D. João VI, depois ida para Portugal e depois novamente entregue porque D. Pedro II disse que uma nação jovem precisava sobretudo de livros. Com esses livros de grande raridade foram também gravuras de artistas como Durer, Rembrandt e tantos tesouros. D. João VI levou tantos artistas, tantas obras de arte para fundar a Escola de Artes. Os dois países trocaram tanto entre si, tanto afecto, tanto conhecimento que merece ser continuado e não interrompido por ódio fruto da ignorância. Abraço amigo.
Aqui se refere ter morrido em Lisboa, outras fontes indicam que foi no Porto!
ResponderExcluirAmei,;uma aula esplêndida de história que eu particularmente desconhecia certos detalhes em que não se aprende no colégio.
ResponderExcluirAmei,uma aula esplêndida de história que eu particularmente desconhecia certos detalhes em que não se aprende no colégio.
ResponderExcluircertamente este
ResponderExcluirUnknown é a escoria do Brasil
James, gostei muito do modo como pontuou a biografia da nossa Principessa di Napoli e delle Due Sicile, depois também Imperatriz do Brasil D. Teresa Cristina. No final você diz que D. Pedro II doou toda a sua documentação fotográfica à Biblioteca Nacional, e realmente está lá registrado e Tombado pela Unesco. Porém, a Coleção ARQUEOLÓGICA de peças de Pompéia, da Etruria, da Magna Grécia, que permaneceram no atual Museu Nacional, não foram doadas nem tombadas, certo ? Não encontrei tal documentação, um Terom de Doação ou Registro de Tombamento em quaisquer arquivos do Rio de Janeiro. Você teria algum esclarecimento sobre o assunto? Agradeço antecipadamente e parabéns!
ResponderExcluirPerdão pelo erro, onde está escrito Terom, linha antepenúltima, leia-se TERMO. Grata!
ExcluirPerdão pelo erro, onde está escrito Terom, linha antepenúltima, leia-se TERMO. Grata!
ExcluirBoa tarde Marici, obrigado pela visita e palavras.
ExcluirSim não existe um documento divulgado sobre a doação ou tombamento, com a República, simplesmente o acervo que ficou foi confiscado pelo Estado. Mas estas obras quando adquiridas na época do Império já tinham o seu destino ao Museu Nacional por ordem direta do Imperador.
O que aconteceu com as peças da Coleção Teresa Cristina Maria após o incêndio do Museu Nacional? Perderam-se todas? Mais uma indignidade cometida contra essa ilustríssima Senhora!
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