Funeral
Funerais
- Do nascimento, vida e queda ao exílio à morte do
imperador, as manifestações de pesar e os escritos sobre o “Grande Morto” estão vinculados ao caráter político das cerimônias
fúnebres, nos quais a imagem de D. Pedro
II é representada por símbolos de poder da realeza, como a coroa, o cetro e
a bandeira imperial.
Homem
Majestade
Cidadão Comum
Morre no Exílio
Citação:
- Conforme citado no livro: BRASIL, CORAÇÃO DO
MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO, às fls. 162 (psicografia do Chico Xavier):
"O
centurião Gaius Cassius Longinus (o que perfurou Jesus com
a lança) foi chamado por Jesus Cristo que lhe
incumbiu de reencarnar no Brasil e se tornou o Imperador D. Pedro II."
Introdução:
- Um
momento marcado por intensas disputas memoriais, cujo cerne envolvia justamente
o lugar que esse personagem, símbolo da Monarquia, iria ocupar no passado que a
nova República estava então construindo. A luta simbólica, marcado por
diferentes interesses e interpretações, a imprensa será um dos atores
envolvidos nesse momento privilegiado de batalhas e negociações.
-
A time marked by intense memorials disputes, whose core involved precisely the
place that this character, symbol of the Monarchy, would occupy in the past
that the new Republic was then building. A symbolic struggle, marked by
different interests and interpretations, the press is one of the actors
involved in this privileged moment of battles and negotiations.
D. Pedro II
-
O imperador Dom Pedro II governou o
Brasil de 23 de julho de 1840 a 15 de novembro de 1889 e partiu do país em 17
de novembro de 1889; - segundo José Murilo de Carvalho:
Governou
“com os valores de um republicano, com a
minúcia de um burocrata, e com a paixão de um patriota”.
“Foi
respeitado por quase todos, não foi amado por quase ninguém”.
-
Em quase 50 anos de governo – só superados pelas rainhas Vitória (1819 – 1901) e Elizabeth
II (1926 -), ambas da Inglaterra.
-
Foram várias as cerimônias oficiais e oficiosas de governos, instituições, da
imprensa, do povo, em homenagem a D.
Pedro II:
Paris
– Franca –
Homenagens, Velório, Cortejos,
Madri
– Espanha –
Homenagens,
Lisboa
– Portugal –
Homenagens, Velório, Cortejos, Funeral,
Rio
de Janeiro – Brasil
– Homenagens, Velório, Cortejos, Funeral,
Petrópolis
– Guanabara (Rio de Janeiro) – Brasil – Homenagens, Velório, Cortejos, Funeral.
Imperador das Américas
- Durante seu governo, praticou a conciliação
política apartidária, consolidando e mantendo a coesão territorial do país, sua
bandeira, seus valores.
- Seu reinado consolida a Soberania Brasileira, o Brasil, o Brasileiro.
- Manteve o Império junto ao Povo.
Dom Pedro II”
“Imperador
Constitucional,”
“Defensor Perpétuo do Brasil,”
“Pai do Povo.”
Nota:
- Brasão
constituído por um escudo com um campo verde com uma esfera armilar dourada
sobreposta à Cruz vermelha e branca da Ordem de Cristo, rodeada por uma faixa
azul com 20 estrelas de prata;
Os portadores são
dois braços de uma coroa de flores, com um ramo de café à esquerda e um ramo de
tabaco em flor à direita;
E acima do escudo
é uma coroa arqueada dourada.
Brazil e Brasil
Os Brasis
- Dom Pedro II
morreu em seu exílio parisiense, em 1891, e teve homenagem ao chefe do Estado,
apesar de ser deposto dois anos antes pelos republicanos brasileiros. Esta foi
uma manifestação de notoriedade internacional do intelectual da linhagem nobre,
do "Patrono Monarca", que
participou da construção da nação brasileira.
- Dom Pedro II
governou o Brasil, segundo a Constituição brasileira de 1824, a instituição da
monarquia ajudou a manter a unidade do país. No entanto, o império não estava
em um período de grande desenvolvimento econômico, porque o país dependia da
economia de escravidão e latifúndio que estava em declínio. A decadência
econômica da aristocracia de açúcar foi, "a
causa básica da República".
Aristocracia
-
Em frente, uma nova aristocracia começou a aparecer na vida econômica e social
do país: - a “aristocracia do café”
veio principalmente do oeste de São Paulo, cuja intervenção na vida política
levaria à República. Houve ainda os cuidados de saúde do imperador e a
repercussão negativa sobre a política, o declínio físico de Dom Pedro II, um dos fatores
(justificativas) precipitante da proclamação da República.
Conheceu o Brasil
-
Um dos poucos brasileiros que conheceu intimamente o Brasil da sua época, o povo e suas mazelas. Desde
sua primeira viagem para fora do Rio ele buscou conhecer o Brasil a fundo: - a
fauna e a flora, suas montanhas, animais. Navegou pelo São Francisco, se meteu
no sertão para conhecer a Cachoeira de Paulo Afonso. Depois da Guerra do
Paraguai começou a viajar pelo mundo.
Conheceu o Mundo
-
Visitou os Estados Unidos de costa a costa, a maior parte do continente
europeu, a Rússia a Crimeia, o Oriente Médio e o Egito, pelo qual era
fascinado. Ele dizia que viajava “incógnito”,
não como imperador do Brasil, mas sim como D.
Pedro de Alcântara. Essa sede dele pelo novo e pela velocidade vertiginosa
com que fazia as coisas ele herdou do pai.
Este é o Imperador
- Dom Pedro II
permanece apagado para a maioria do povo brasileiro. Conhecer seu reinado é
fundamental para se entender por que somos um país com dimensões continentais,
unido com todas as suas diversidades regionais.
-
O que hoje nos parece natural foi conseguido com o suor de muitos, a liderança
e o exemplo de amor à Pátria de um homem que encarnou completamente a missão de
construir o Brasil como um Estado nacional independente.
-
Com a força do poder moderador, Pedro sempre
buscou engajar o Brasil num processo civilizatório com forte cunho humanitário,
criando os alicerces de uma nação independente onde a conduta ética, a
honestidade e a liberdade de expressão fossem os valores mais respeitados.
-
Na base desse processo estavam ainda a promoção da educação e da cultura, o
incentivo à modernização industrial e à inovação tecnológica, imprensa livre, a
estabilidade política e o respeito à cidadania.
Herdeiro Brasileiro
- Foi o
primeiro monarca herdeiro ao trono brasileiro, nascido no Brasil.
- O
Brasil desde 1500 já havia sido governado por reis, regentes ou títulos
honoríficos, nascido no exterior, principalmente em Portugal, conforme listagem
da Titularia Régia no final do
texto.
A Rainha Brasileira
Nota:
Portugal teve uma rainha nascida no Brasil
- Maria II (Rio de Janeiro, 04 de abril de 1819 – Lisboa, 15 de
novembro de 1853), apelidada de "a Educadora" e "a Boa
Mãe", foi a Rainha de Portugal e dos Algarves em dois períodos diferentes:
- primeiro de 1826 a 1828, quando foi deposta por seu tio Miguel, e depois de 1834 até à sua morte em 1853. Era a filha mais
velha do imperador Pedro I do
Brasil, que também reinou em Portugal brevemente como Pedro IV, e da sua primeira esposa, a imperatriz consorte do
Brasil, Rainha Consorte de Portugal e dos Algarves e Arquiduquesa da Áustria, Maria Leopoldina da Áustria.
Dona Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier
de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga nasceu em 04 de abril de 1819 no Paço de São Cristóvão, cidade do Rio
de Janeiro, Reino do Brasil, sob o título de Princesa da Beira e posteriormente
Princesa Imperial do Brasil.
Maria da Glória foi a única monarca da Europa a
nascer fora de terras europeias.
Títulos da Rainha Maria II:
Princesa da Beira
Duquesa de Bragança
Duquesa de Barcelos
Marquesa de Vila Viçosa
Condessa de Arraiolos
Condessa de Barcelos
Condessa de Neiva
Condessa de Ourém
Princesa Imperial do Brasil
Princesa do Grão-Pará (1821-1826)
Duquesa do Porto
Duquesa de Leuchtenberg
Duquesa de Santa Cruz
Princesa de Eichstadt
Princesa de Saxe-Coburgo-Gota
(Texto introduzido para contrapor
com a importância da instituição Monarquia)
Dom Pedro II
Cronologia Nascimento e Morte, pós Morte
RATIO TEMPORUM genus et mors, post mors,
RATIO TEMPORUM genus et mors, post mors,
Século
XIX
1825.
Nascimento
Pedro
Em 02 de dezembro de
1825, vinha ao mundo o primeiro governante nascido no
Brasil, um menino brasileiro, as 02h30, media 58
centímetros, na cidade do Rio de Janeiro, na província do Rio de Janeiro, Império do Brasil, após um trabalho de parto que durou mais de cinco horas.
- Sétimo filho de D. Pedro I e da imperatriz Maria Leopoldina da Áustria.
O Nome
Seu nome, um pouco menor do que o de seu pai, e como o de seu pai, era uma homenagem a São Pedro de Alcântara.
- Sétimo filho de D. Pedro I e da imperatriz Maria Leopoldina da Áustria.
O Nome
Seu nome, um pouco menor do que o de seu pai, e como o de seu pai, era uma homenagem a São Pedro de Alcântara.
- Pedro de Alcântara João Carlos
Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Miguel Gabriel Rafael
Gonzaga
(Dom Pedro II) - (2/12/1825-5/12/1891).
Nota:
São Pedro de Alcântara
- Pedro nasceu em Alcântara, na Espanha, em 1499. Franciscano de espírito e convicção era sempre de oração e jejum, poucas horas de sono, hábito surrado, grande pregador e companheiro das viagens. Como provincial, visitou todos os conventos da sua jurisdição, promovendo uma reforma de acordo com a regra primeira de São Francisco, da qual era testemunho vivo. Conhecido, sem desejar, em toda a Europa, foi conselheiro do imperador Carlos V e do rei João III, além de amigo dos santos e diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila; esta, sobre ele, atestou depois da morte do santo: “Pedro viveu e morreu como um santo e, por sua intercessão, conseguiu muitas graças de Deus”.
São Pedro de Alcântara é considerado um dos grandes místicos espanhóis do séc. XVI e dos que levaram a austeridade até um grau sobre-humano, entrou no Céu com 63 anos, em 1562, após sofrer muito e receber os últimos Sinais do Amor (Sacramentos), que o preparou para o encontro com Cristo.
Pedro
Dom
Pedro automaticamente recebeu o título honorífico de
"dom" como membro da realeza brasileira.
Seu pai o imperador dom Pedro I do Brasil, filho do
rei dom João VI de Portugal, e, assim, o menino era membro do ramo brasileiro
da Casa de Bragança portuguesa.
Sua mãe era a arquiduquesa Maria Leopoldina da
Áustria, filha do imperador Francisco I da Áustria e irmã mais nova da
arquiduquesa Maria Luísa, Duquesa de Parma e segunda esposa de Napoleão
Bonaparte. Através de sua mãe, Pedro era primo direto dos imperadores Francisco
José I da Áustria e Maximiliano do México. Dentre seus ancestrais mais
distantes, destacam-se os reis Carlos I da Espanha e Luís XIV da França.
É Apresentado a Corte
No dia de seu nascimento, Pedro foi apresentado a
membros do governo reunidos no Paço de São Cristóvão pelo veador da imperatriz,
o brigadeiro-general Francisco de Lima e Silva. Era pequeno e foi considerado uma criança frágil e enferma. Ele herdou a epilepsia
de seus parentes espanhóis da Casa de Bourbon, apesar de ela vir a desaparecer
por completo durante a sua adolescência.
Batismo
Em 09 de dezembro de 1825, Pedro foi batizado, sua
madrinha foi sua irmã mais velha, a princesa dona Maria da Glória, enquanto o
padrinho foi seu próprio pai.
Pedro era considerado um estrangeiro pela lei
portuguesa por ter nascido depois do reconhecimento da independência do Brasil.
Nota:
- Porém sua irmã Maria da Glória, tendo nascido antes da independência, pôde
ascender ao trono português em 28 de maio de 1826 como Maria II depois da
abdicação de Pedro I (que também foi o rei Pedro IV de Portugal).
1826.
Pedro
Príncipe
Imperial do Brasil Dom
Em 06 de
agosto de 1826, foi oficialmente reconhecido como
herdeiro do trono brasileiro com o título de “Príncipe Imperial”, herda o direito ao trono com a morte dos irmãos mais
velhos, Miguel e João Carlos.
- D. Pedro
descendia diretamente das três maiores casas imperiais europeias:
-
Bragança, de Portugal,
- Bourbon, da França,
- Habsburgo, da Áustria – Hungria..
A Ama
- Após a
morte de sua mãe, Pedro passou a receber os cuidados de Marianna
Carlota de Verna Magalhães, suíça que tinha sido sua ama. O garoto a
apelidou de Dadama.
1831.
Abdicação do Pai
D. Pedro I
Em 07 de
abril de 1831, após um longo conflito com a
facção liberal (que por sua vez iria mais tarde dividir-se nos dois partidos
dominantes na monarquia, o Conservador e o Liberal) dominante no parlamento.
- D. Pedro I e Dona Amélia
partiram imediatamente para a Europa, onde Pedro
I iria lutar para restaurar sua filha Maria
II, cujo trono em Portugal fora usurpado por seu irmão Miguel I. Deixado para trás, o príncipe imperial Pedro tornou-se:
Dom Pedro
II, “Imperador Constitucional e
Defensor
Perpétuo do Brasil".
Cuidadores de Pedro
- Ao deixar o país, o
imperador Pedro I selecionou três
pessoas para cuidarem de seu filho e das filhas remanescentes.
- A primeira foi José Bonifácio de Andrada, seu amigo e
líder influente da independência brasileira, nomeado tutor.
- A segunda foi Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho
(depois Condessa de Belmonte), que detinha o cargo de aia desde o nascimento de
Pedro II.
- Quando bebê, Pedro II a chamava de "dadama", pois não pronunciava
corretamente a palavra "dama".
Considerava-a sua mãe de criação, e continuaria a chamá-la por afeto de "dadama" mesmo já adulto.
- A terceira pessoa escolhida
foi Rafael, um veterano negro da
Guerra da Cisplatina. Rafael era um
empregado do paço em quem Pedro I
possuía profunda confiança, e pediu que olhasse por seu filho — pedido que
levaria a termo pelo resto de sua vida em 1889.
Regência
- Quando D. Pedro I abdicou ao trono
brasileiro a favor de seu filho Pedro,
ainda criança, o Brasil foi governado por regências a primeira chamada Regência
Trina, composta por Bráulio Muniz, Costa Carvalho e Francisco
de Lima e Silva (pai de Duque de Caxias), após Regência Una.
- A
maioridade do príncipe Pedro II gerou uma grave questão
política.
Tutores de Pedro
-
Foi criado, a partir dos 05 anos de idade, por tutores designados pela
Assembleia brasileira, pois seu pai, Dom
Pedro I, abdicou do trono, retornando à Portugal com o resto da Família
Imperial para enfrentar seu irmão Dom
Miguel, o “Usurpador”, a favor de
sua filha Dona Maria II.
- Pedro nunca
mais viu os pais.
A Criança
-
Acordava às 06h30 da manhã e começava seus estudos às sete, continuando até as
dez da noite, quando ia para cama.
-
Tomou-se grande cuidado em sua educação para formar valores e personalidade
diferente da impulsividade e irresponsabilidade demonstradas por seu pai.
-
Sua paixão pela leitura lhe permitiu assimilar qualquer informação. Pedro II não era um gênio, mas inteligente
e com grande capacidade para acumular conhecimento facilmente.
-
O Príncipe Imperial teve uma infância
solitária e infeliz.
O Órfão
- Ficou
órfão de mãe, Dona Leopoldina, com
apenas um ano, órfão de pai Dom Pedro I
aos 10 e virou imperador do Brasil aos 14 anos.
- Dom Pedro II
era chamado de “o órfão da nação”: - uma
criança criada pelo Governo para ser um monarca, com um enorme peso nos ombros,
visto que a ausência de seu pai levara o país à pressão de movimentos armados
separatistas.
1834.
Sorvete
-
Aos 08 anos, Dom Pedro experimentou
no Palácio uma iguaria internacional que acabara de desembarcar no Brasil, em
setembro de 1834:
“Já
tomei sorvete de limão e de baunilha”,
escreveria à irmã, Dona Maria II,
rainha de Portugal.
-
A sobremesa, segundo o ministro da França no Brasil, não foi bem recebida pelo
público logo de cara:
“Nos
primeiros dias, ninguém o queria; os brasileiros diziam que o gelo queimava”,
relataria.
- Pedro,
entretanto, adorou.
A Voz
-
Segundo relatos orais, sem comprovação documental, o gosto pela sobremesa foi
tamanho que teria levado o menino a contrair laringite. O tratamento de
raspagem de pus nas amígdalas teria afetado permanentemente as cordas vocais do
imperador que, apesar dos quase 2 metros de altura, tinha voz fina.
1840.
Em maio de 1840, quando tinha apenas 14 anos, o
Senado rejeitou por 18 a 16 votos a antecipação de sua maioridade, depois de
uma manobra, afinal decretada em julho do mesmo ano.
Maioridade
Em 23 de julho de 1840, a Assembleia Geral (o parlamento
brasileiro) declarou formalmente Pedro
II maior aos 14 anos de idade.
- Lá, à
tarde, o jovem imperador prestou o juramento de ascensão ao trono.
1841.
Coroação
Em 18 de julho de 1841, D. Pedro II foi aclamado, coroado e consagrado Imperador do Brasil,
aos 15 anos.
- O fim
da Regência facciosa estabilizou o governo.
- Com um
legítimo monarca no trono, a autoridade foi revestida numa única e clara voz.
-
Sua ascensão é decisiva para impedir que o país se partisse em vários, como na
América Hispânica.
1843.
Casamento Arranjado
Em 1843, com 17 anos, casa-se com a
princesa Theresa Cristina Maria de
Bourbon, filha de Francisco I,
rei das Duas Sicílias (atual Itália).
- Um
retrato foi enviado e este revelava uma jovem e bela mulher, o que levou Pedro II a aceitar a proposta.
- Eles
foram casados por procuração em Nápoles em 30 de maio de 1843, data informada
por estudiosos, apesar de haver registros de ter ocorrido em 20 de maio de
1842, em medalha comemorativa.
Em 03 de setembro de 1843, a nova imperatriz do Brasil
desembarcou no Rio de Janeiro. Ao vê-la pessoalmente o imperador aparentou estar
claramente decepcionado.
- A
pintura que havia recebido era claramente uma idealização; a Theresa Cristina real era baixa, um
pouco acima do peso, coxa e apesar de não ser feia, também não era bonita.
- Ele fez
pouco para esconder sua desilusão.
- Um
observador afirmou que ele deu as costas a Theresa
Cristina, outro disse que ele estava tão chocado que precisou sentar, e é
possível que ambos tenham ocorrido.
- Naquela
noite Pedro II chorou e reclamou
para Mariana de Verna:
"Eles me enganaram, Dadama!"
- Foram
necessárias horas para convencê-lo de que o dever exigia que ele seguisse em
frente com o matrimônio.
Votos Nupciais
Em 04 de setembro de 1843, uma celebração nupcial, com a
ratificação dos votos tomados por procuração e o conferimento de uma benção
nupcial.
Cara de Um, - Jeito do Outro.
-
Parecido fisicamente com a mãe, Dona
Leopoldina, e nutrindo o mesmo interesse que ela pelas artes e ciências, Dom Pedro II, na verdade, recebeu maior
influência do pai.
Mesmo
depois de partir para o exílio, ele trocava cartas com D. Pedro II em que ora falava como pai ora dava conselhos políticos
e o ensinava a seguir a Constituição.
-
Depois de assumir o trono, D. Pedro II
chega a passar pelos mesmos lugares que o pai no aniversário da presença de D. Pedro I no local e procura conversar
com pessoas que o conheceram.
-
Em Portugal, visitou o túmulo do pai diversas vezes.
“Após
a visita a d. Amélia, d. Pedro dirigiu-se à Igreja de São Vicente de Fora, onde
rezou, no Panteão dos Bragança, junto ao túmulo do pai Pedro I e das duas
irmãs, d. Maria II e d. Maria Amélia”.
Sr. Alcântara
-
O que pouca gente conhece, entretanto, é o Sr.
Alcântara,
ou Pedro por trás de seus diários –
do menino apaixonado por sorvete ao imperador que confessava às amantes que
estava exausto do fardo da coroa –, bem como os bastidores do golpe que baniu a
Família Imperial do Brasil.
Família
Brasil
Real e Imperial
- A
Família Imperial brasileira tem sua origem na família real portuguesa,
descendendo diretamente da Casa de Bragança, em comunhão com as casas de
Habsburgo e de Bourbon, que governou o Império do Brasil entre 1822 e 1889, mas
já iniciara em 1808 com a vinda da Família Real para o Brasil.
Casa Imperial do Brasil
- Fundada
por D. Pedro de Alcântara de Bragança,
até então Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e
Príncipe Regente do Brasil (representando seu pai, o rei Dom João VI), a Casa Imperial do Brasil foi soberana de 1822,
quando D. Pedro de Alcântara
proclamou a independência do Brasil, até 1889, quando a Proclamação da
República do Brasil derrubou a monarquia e depôs o imperador Dom Pedro II.
- Dom Pedro de Alcântara, então,
proclamou-se imperador do Brasil, sendo aclamado em todo o território. Tendo
sido organizada dois anos depois da independência a constituição do Império do
Brasil de 1824 - a primeira carta constitucional brasileira, sendo o imperador,
segundo o documento, o chefe de estado e chefe de governo do Império do Brasil,
bem como o chefe do Poder Moderador e do Poder Executivo.
Nota:
- Seguindo a tradição das
monarquias ibéricas, são considerados membros da família imperial brasileira os
parentes mais próximos do imperador do Brasil, desconsiderando-se aqueles que
renunciaram aos seus direitos dinásticos. Com a proclamação da república em
1889, e consequente extinção do Império do Brasil nessa data, foi criado o
título de chefe da Casa Imperial do Brasil para o herdeiro aparente ao extinto
trono, sendo considerados como membros da família imperial brasileira os
parentes mais próximos do chefe da casa imperial, desconsiderando-se aqueles
que renunciaram aos seus direitos dinásticos.
Títulos
- Segundo
a Constituição de 1824 - primeira carta constitucional brasileira - aos
diversos membros da família imperial, eram-lhes reconhecidos os seguintes
títulos:
- Sua Majestade Imperial (S.M.I.):
reservado ao Imperador e à Imperatriz;
- Sua Alteza Imperial (S.A.I.): reservado
ao herdeiro do trono brasileiro (Príncipe Imperial) e ao primogênito deste
(Príncipe do Grão-Pará);
- Sua Alteza (S.A.) era reservado aos
demais príncipes (filhos não primogênitos do Imperador e da Imperatriz);
- Sua Excelência (S.E.) era outorgado aos
membros restantes da família imperial (geralmente aos filhos e netos dos
príncipes), bem como às pessoas que detivessem títulos de nobreza.
Petrópolis-RJ, atual Casa da Princesa
Isabel
Da esquerda para a direita: d.
Theresa Cristina, sentada, a princesa Isabel, de braços dados com d. Pedro II,
d. Pedro Augusto e o conde d’Eu, todos em pé.
Na frente, d. Luís e d. Pedro,
príncipe do Grão-Pará. No degrau da escada, d. Antônio, sentado, aos pés de sua
avó.
Circa 1889
Bragança e Bourbon
Como Bom Carioca
A Família Real vai à praia
- Um costume hoje tão
corriqueiro e trivial nas cidades litorâneas brasileiras de ir à praia não
existia no Brasil até a chegada da Família Real Portuguesa em 1808 e os hábitos
mantidos pela Família Imperial Brasileira posteriormente. O Brasil, se não deve
inteiramente o banho de mar à Dom João
VI, deve sua popularização e introdução veloz no Brasil a ele, uma vez que
não era hábito costumeiro ou civilizado.
Nota:
- Em 1810, o Príncipe Regente Dom João estava com uma perna infeccionada por causa de um
carrapato e, seguindo orientações médicas moderníssimas, inaugurou o costume do
banho de mar no Brasil. As teorias médicas eram originárias da Grã-Bretanha,
após os trabalhos do doutor Richard
Frewin, datados de 1749, onde apontava banhos de mar para curar doenças
físicas e até psíquicas.
O banho inaugural teve
lugar na praia do Caju, local próximo da Quinta da Boa vista, onde foi
utilizado um casarão pertencente ao negociante de café Antônio Tavares Guerra, recebendo o nome “Chácara Imperial Quinta
do Caju”. De lá o Príncipe Regente partia para os banhos de mar regulares que
tomou para o tratamento. Dom João
seguindo o costume europeu da época em que se resguardava o corpo, e também por
seu medo de caranguejos, foi levado ao mar em uma caixa de madeira perfurada,
para a água poder entrar, e somente suas pernas eram molhadas. Seu ferimento
foi felizmente curado após uma série de banhos.
Sob o mesmo pretexto, de
tratamento à saúde e por indicação médica, a Princesa Dona Carlota Joaquina e suas filhas, as Infantas de Portugal,
tomavam banhos regulares em Botafogo, perto da residência oficial da Princesa.
Dom Pedro I, sem tantas precauções ou resguardos, tomava frequentes
banhos de mar no Flamengo. Paralelamente a Corte seguiu o exemplo e explodiu o
número de casas de banhos terapêuticos, oferecendo piscinas com água do mar e
locais para se trocar e guardar as roupas com preços que chegavam à 320 Réis, o
dobro do preço de um ingresso do Circo Olímpico, o principal da cidade.
Eram evitadas as praias
principais, por elas serem verdadeiros lixões onde eram despejadas pelos
escravos as latrinas diariamente, e por causa da visibilidade, por exemplo, as
senhoras banhavam-se de madrugada, para não serem vistas.
Em 1860, Dom Pedro II contribuiu ainda mais para
sua popularização iniciando um grande projeto sanitarista na capital do
Império, limpando as praias principais e introduzindo um sistema de esgoto. A
partir disto as praias centrais começaram a ser frequentadas e a moda se
popularizou, ganhando mais adeptos, tornando-se um costume tipicamente
brasileiro e cada vez mais afrouxando as normas de pudor.
Baseado
parcialmente no texto de Álvaro Silva para revista “Aventuras na História”
O Pai -Dom Pedro I
Informativos:
Dom Pedro I teve 8 irmãos
Maria Teresa, Antônio
Pio, Maria Isabel Francisca, Francisca, Isabel Maria, Miguel I, Maria da
Assunção, Ana de Jesus. Todos eles, inclusive D. Pedro I, filhos de D. João VI
e Carlota Joaquina de Bourbon.
Dom Pedro I chegou ao Brasil com apenas 9 anos de
idade
Com a invasão das tropas
napoleônicas em Portugal, em 1807, a família real portuguesa foi forçada a
fugir para o Brasil e, nessa época, D.
Pedro tinha apenas 9 anos de idade.
Dom Pedro I comia com as mãos
Temendo ser considerada
esnobe, a Imperatriz D. Leopoldina, primeira
esposa de D. Pedro I, abandonou os
talheres que usava na Europa. Os dois comiam com as mãos.
Muitos filhos e Bastardos
Dom Pedro I teve oito filhos legítimos com a
Imperatriz D. Leopoldina,
arquiduquesa da Áustria, e um com a Imperatriz D. Amélia. Quanto aos bastardos, sabe-se que só com a sua amante
mais famosa, Marquesa de Santos, ele
teve cinco filhos. Não há um número oficial de quantos filhos ele teve fora do
casamento.
Sucessão
- Dom
Pedro I não era o primeiro na linha de sucessão, o trono de Dom João VI estava destinado ao seu filho mais velho, D. Francisco Antônio, mas ele morreu de
causas desconhecidas aos 6 anos de idade, abrindo espaço para o segundo filho, Pedro, que se tornou o primeiro da
linha de sucessão.
O Filho -Dom Pedro II
- D.
Pedro II também não.
- O
monarca brasileiro perdeu dois irmãos mais velhos no Rio de Janeiro antes que
eles completassem dois anos de idade.
- Era o terceiro
na linha de sucessão, acabou se tornando Imperador ainda criança, com a
abdicação do pai a seu favor.
Brasileiro
- Dom Pedro II é brasileiro.
- O Imperador do Brasil
nasceu no Palácio na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
Nomes
- Nessa época, quando uma
criança nascia, era usado como método para a escolha do nome a homenagem aos
descendentes, sendo assim, eles colocavam na criança o nome do pai, da mãe, da
avó, do avô, da bisavó, do bisavô etc.
Descendência
Afonso Pedro, Príncipe Imperial,
Afonso Pedro de Alcântara Cristiano Leopoldo Felipe Eugênio Miguel Gabriel
Rafael Gonzaga, ou simplesmente Dom Afonso, (Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de
1845 — Rio de Janeiro, 11 de junho de 1847) foi o Príncipe Imperial e herdeiro
aparente ao trono do Império do Brasil.
Isabel, Princesa Imperial,
Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de
Bourbon-Duas Sicílias e Bragança (Rio de Janeiro, 29 de julho de 1846 – Eu, 14
de novembro de 1921), apelidada de "a Redentora", foi a segunda
filha, a primeira menina, do imperador Pedro II do Brasil e sua esposa a
imperatriz Teresa Cristina das Duas Sicílias. Como a herdeira presuntiva do
Império do Brasil, ela recebeu o título de Princesa Imperial.
Leopoldina do Brasil, -
Leopoldina Teresa Francisca Carolina Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de
Bragança e Bourbon (Rio de Janeiro, 13 de julho de 1847 — Viena, 7 de fevereiro
de 1871).
Pedro Afonso, Príncipe Imperial,
Pedro Afonso Cristiano Leopoldo Eugênio Fernando Vicente Miguel Gabriel Rafael
Gonzaga, ou simplesmente Dom Pedro, (19 de julho de 1848 - [1]10 de janeiro de
1850) foi o Príncipe Imperial e herdeiro aparente ao trono do Império do
Brasil. Nascido na cidade do Rio de Janeiro, foi o quarto e último filho do
imperador Dom Pedro II do Brasil e da princesa Teresa Cristina das Duas
Sicílias e, portanto, membro do ramo brasileiro da Sereníssima Casa de
Bragança. Dom Pedro Afonso foi visto como vital para a viabilidade futura da
monarquia, que havia sido posta em perigo pela morte de seu irmão mais velho,
Dom Afonso Pedro, ocorrida um ano antes de seu nascimento.
O Pai
- Dom Pedro II foi um bom pai, mas firme,
foram quatro filhos, dois meninos Afonso
e Pedro e duas meninas, mas somente
sobreviveram: - as Princesas Isabel e
Leopoldina.
A Educação das Filhas
O
imperador ofereceu às filhas o mesmo ritmo de estudos a que foi submetido na
infância.
- A
rotina diária de estudos prolongava-se por nove horas e meia, seis dias por
semana. “Incluía aulas de latim, inglês,
francês e alemão, história de Portugal, da França e da Inglaterra, literatura
portuguesa e francesa, geografia e geologia, astronomia, química, física,
geometria e aritmética, desenho, piano e dança”, escreve Laurentino Gomes.
“Mais tarde, passaram a incluir
também o italiano e o grego, história da filosofia e economia política. No
começo, o imperador encarregava-se pessoalmente das aulas de geometria e
astronomia. Chegou a escrever um tratado sobre astronomia para as princesas.”
- Tanta
cultura assim, porém, acabou fazendo mal às moças. A historiadora Mary del
Priore, autora de O Castelo de Papel, sobre Isabel e seu marido, Gastão
de Orléans, o Conde d’Eu, afirma que a erudição não deixou marcas na
princesa Isabel.
“Horas de aulas particulares massivas não significam
a justa apreensão da matéria”, diz Mary.
“Que o diga a cartinha enviada ao
pai quando chegou ao Recife:
‘O que mesmo haviam feito por lá
os holandeses?’ Ela não se lembrava mais.”
- A
historiadora vai além:
“Suas leituras eram censuradas
pelo pai e pelo marido e seus melhores conhecimentos eram focados na vida
doméstica”.
Fatos e Costumes em Família
Pedro I e Pedro II
de Bragança, com suas famílias, possuíam hábitos próprios e muito curiosos:
Casamento
Com menos de 10 anos de idade
- Era comum que as
mulheres casassem muito novas. A partir do momento em que elas estivessem
prontas para ter herdeiros, já podiam consumar o casamento com um homem de,
geralmente, mais de 20 anos de diferença. Os matrimônios eram arranjados e
feitos como contratos que gerassem benefícios para as duas famílias envolvidas.
Muitas vezes os noivos só se conheciam no dia do casamento.
- Dona Carlota Joaquina
(princesa da Espanha e mãe de D. Pedro I),
por exemplo, casou-se com menos de 10 anos com Dom João de Bragança (príncipe de Portugal) em um acordo entre os
dois países.
Vida
Era
costume na Família Imperial, que não acordava cedo, iniciar o almoço às 9h da
manhã, a ceia às 16h. Todos já estavam preparados para dormir às 19h.
Troca de
Maridos
As
princesas Isabel e Leopoldina iam casar no mesmo dia, a
primeira com o Duque de Sachsen e a
segunda com o Conde D’Eu.
No
entanto, nas vésperas da cerimônia, uma se apaixonou pelo pretendente da outra
e elas decidiram trocar.
Assim, Isabel casou com o Conde D’Eu e Leopoldina com
Sachsen.
Duas Casas
Petrópolis era a passagem
do Caminho Novo, também conhecido como “Caminho
do Ouro”, ligando Rio de Janeiro a Minas Gerais.
Conta-se que Dom Pedro I parou na fazenda do Padre Corrêa — terreno que hoje se
encontra o bairro Corrêas, em Petrópolis — para descansar, pois o período de
viagem do Rio de Janeiro até Minas Gerais era de 12 a 15 dias, e nessa parada Dom Pedro I se encantou com o clima
ameno, que lembrava muito o da Europa. Além disso, a filha dele, Princesa Dona Paula Mariana de 5 anos, que vivia
muito doente, recuperou-se quando esteve lá. Por esses motivos, ele decidiu
comprar uma fazenda naquela região: a fazenda “Córrego Seco”. Daí começa a relação entre a Família Imperial e a
fundação de Petrópolis.
Palácio
de Inverno – Corte, Rio de Janeiro, ficavam em média de acordo
com o clima ou questões, seis
meses no Palácio Real na Quinta da Boa Vista.
Palácio
de Verão – Cidade Imperial, Petrópolis,
Com a morte de D. Pedro I, D. Pedro II herdou a fazenda do Córrego Seco e, assim como seu pai,
encantou-se com o local e o clima ameno. Ele gostou tanto de Petrópolis que
criou o Palácio de Verão (hoje conhecido como Museu Imperial) e a colônia
agrícola. Este tornou o local onde a Família de Pedro II vinha veranear. Ele, junto a Theresa Cristina e as filhas, passavam seis meses no pequeno
palácio de Petrópolis.
Banheiro
Cada
membro da Família no palácio possuía seu próprio banheiro, com banheira, bacia
e lavatório de louça. Não havia água encanada - tudo era carregado através de
baldes.
Banho
A Família Imperial só
tomava banho de três em três dias, pois achava que ia tirar a proteção da pele,
podendo morrer mais cedo.
Louças e Prataria
As louças da Família
Imperial, usadas no dia a dia, eram de serviço inglês, com brasões da coroa e
detalhes de renda de ouro. Cada serviço tinha uma marca para indicar a quem
pertencia.
Menus
D. Pedro II tinha um hábito peculiar de colecionar
menus de almoços, recepções e jantares oficiais, no Brasil e exterior, mesmo
sendo homem de pouco luxo, apreciava o serviço.
Louças
Individuais
No círculo
interno da nobreza brasileira, as louças (penico) eram chamadas de serviços.
Cada utensílio pertencia a um nobre e possuía uma marca, normalmente um
monograma, que indicava o dono.
Higiene
Bucal
Era comum
no Palácio o consumo de folhas de fumo para a proteção bucal: - a folha era
mascada e cuspida na escarradeira. Isso era considerado elegante à época.
Como os
nobres não escovavam os dentes, essa era a melhor maneira de cuidar da saúde
bucal.
Gabinete
de Estudo
Para Dom Pedro II, o local preferido do
Palácio era seu gabinete de estudos. Relatos da época apontam que ele passava a
maior parte do tempo no cômodo, em leitura.
- Existia
até uma cama no local.
Leques da
Sedução
Entre as
mulheres da época, os leques eram usados principalmente na hora da paquera.
Existiam mais de 98 formas de transmitir mensagens através dos leques, como:
– Leque colocado próximo ao coração: “você me conquistou…”
– Leque fechado tocando o olho direito: “quando poderemos nos ver?”
– Movimentos ameaçadores com o leque fechado: “não seja imprudente!”
– Leque meio aberto pressionando os lábios: “você pode me beijar…”
Fotos em Família
“A fotografia na época
era parte de um século, o século XIX, de mudanças no mundo. Era você
fotografar, você gravar a realidade. Não uma pintura, que pintava de acordo com
o olho do pintor e do pintado. E Dom
Pedro II quis que o Brasil não perdesse esses momentos”.
- Em uma foto a
imperatriz Theresa Cristina aparece
de costas, era uma foto ousada para a realeza naquela época. E era também um
registro da disposição dessa família em mostrar o que havia por trás das
aparências.
- O que se vê são vários
momentos da vida privada dessa família, como a princesa Isabel, filha de Dom Pedro
II, trocando afeto com os filhos e o marido. As crianças brincam como em
qualquer família. Fotos bem comportadas, mas incomuns para outras Cortes do século
XIX.
“Há um traço brasileiro,
um traço tropical. Você tem uma Família Imperial que tem um grande
despojamento. Transparece em muitos momentos, primeiro a família e,
secundariamente, a sua condição de família imperial”.
1847.
Parlamentarismo
- O monarca
instaurou o parlamentarismo no Brasil em 1847, ao abdicar de parte das
atribuições governamentais em favor de um presidente do Conselho de Ministros,
uma espécie de primeiro-ministro.
1851.
Mecenas
-
Foi um dos primeiros monarcas a oferecer seu real patrocínio a um fotógrafo,
juntamente com a rainha Victoria da
Inglaterra (1819 – 1901), quando, em 1851, permitiu que Buvelot & Prat, que
haviam realizado uma série de daguerreótipos de Petrópolis – todos
desaparecidos – usassem as armas imperiais na fachada de seu estabelecimento
fotográfico.
1862.
Consagrar-se
-
A unidade do Brasil foi consolidada, as principais capitais brasileiras se
modernizaram, a ciência e a cultura se desenvolveram. Sinais, sobretudo estes
últimos, de um reinado que, não obstante o conservadorismo escravista dominante
perseguiu sempre uma pauta liberal, humanista e civilizatória.
Em
seu diário de 1862, Pedro II
declarou:
“Nasci
para consagrar-me às letras e às ciências, e, a ocupar posição política,
preferia a de presidente da República ou ministro a imperador”.
-
De fato, no século XIX, muito do que se fez no Brasil nos campos das letras e
das ciências deveu-se a Pedro II, um
dos monarcas mais eruditos de sua época.
“Áreas
como a ciência e a cultura eram especialmente caras para ele, bem como a
preservação do passado. Ele ficava bravo quando ia ao Egito, país que adorava,
e via que os monumentos históricos recebiam menos verba que as novas
construções”.
- Interessado
pelas letras e pelas artes mantém correspondência com cientistas europeus,
entre eles Pasteur e Gobineaude, e protege os intelectuais e
escritores.
1864.
Guerra do Paraguai
- No
período em que Dom Pedro II era imperador também ocorreram a
Guerra do Paraguai, que se arrastou de 1864 a 1870.
- Com a
vitória, D. Pedro II consolidava sua imagem como monarca e
garantia o respeito internacional tanto pela dignidade quanto pela forma
patriótica com que exercia o poder, além de seu patronato à ciência e às artes.
1872.
D. Pedro II na abertura da Assembleia
Geral, 03.05.1872,
após o retorno de sua primeira viagem ao exterior,
após o retorno de sua primeira viagem ao exterior,
Pedro Américo de Figueiredo e Mello, 1872
Acervo Museu Imperial/Ibram/Ministério da
Cultura
Economia
- Calmo e
inteligente D. Pedro II é
prestigiado pelo progresso que promove na economia brasileira com a introdução
da produção cafeeira e a ampliação da rede ferroviária e de telégrafo.
Educador
-
Era um educador que “invadia” de surpresa as aulas em seu colégio, pedia licença ao
professor, e ministrava ele mesmo a aula, independentemente de qual fosse a
matéria, pois dominava seu conteúdo.
Viajante
- Durante
seu reinado, viaja para várias partes do mundo, conhecendo quase toda a Europa,
os Estados Unidos e o Canadá.
Grafiteiro Internacional
-
Assim como muitos viajantes, Dom Pedro
II tinha a mania de grafitar o próprio nome pelos locais onde passava.
Carara
-
No Egito, escreveu o nome nas pedras externas da Pirâmide de Quéops, no
sarcófago da mesma pirâmide e em uma ruína próxima de onde ele acampou.
Sobre
a experiência disse:
“Só
se faz ideia da altura da grande pirâmide quando se observam os que por ela trepam
e vá-se tornando cada vez mais pigmeus”.
-
Além dessa, deixou uma inscrição numa rocha em Imatra, na Finlândia, em 1876.
1884.
Amante Profissional
-
Apesar da fama de bom moço, em contraposição ao conhecido perfil fanfarrão do
pai, Dom Pedro II teve seu séquito
de amantes.
-
Além de seu conhecido caso com a condessa
de Barral, o imperador viveu tórridos romances com a condessa de Villeneuve, de origem espanhola, e com a condessa de La Tour, nascida na França.
-
Cartas inéditas não apenas revelam pedidos por fotos, fios de cabelo e cálidas
declarações de amor, como mostram a face “malandra” do imperador, que se
dizia exclusivamente apaixonado por cada uma das amantes – ao mesmo tempo.
Em 31 de março de 1884, escreveu à condessa
de La Tour:
“(…)
acredite que eu a amo com paixão, (…) que deve estar certa de que nunca senti,
por quem quer que seja, o que sinto por você”.
-
Um mês depois das juras de amor, escreveu à Ana Maria, a condessa de Villeneuve:
“Quantas
loucuras fizemos sobre a cama grande com os dois travesseiros. Amo-te cada vez
mais, e não posso expressar suficientemente o que sinto por ti”.
Último Gabinete
- O último gabinete da Monarquia
Parlamentarista foi chefiado pelo Ministro do Império Afonso Celso de Assis Figueiredo, visconde Ouro Preto, que nunca se
conformou com o golpe que o derrubou e que depôs o Imperador.
1888.
A Escravidão
-
No seu reinado, o país venceu a luta contra a escravidão que, segundo ele, era “uma
terrível maldição sobre qualquer nação, mas ela deve, e irá, desaparecer entre
nós”.
Em 13 de maio de 1888, e assinada a lei Áurea pela
Princesa Isabel, regente do Império,
acabando com a escravidão no Brasil.
“Prefiro
perder a coroa a tolerar a continuação do tráfico de escravos”.
Monarca Democrático
Dom Pedro II não
era contra o movimento republicano, a ponto de afirmar em seu diário:
“Abdicaria
como meu Pai se não me achasse ainda capaz de trabalhar para a evolução natural
da república”.
-
Segundo ele, esse era um estágio superior ao império, mas os brasileiros ainda
precisavam receber uma educação de base para serem capazes de votar.
-
A simpatia era tamanha que Dom Pedro II
chamava republicanos para ocuparem cargos no governo desde que fossem os mais
preparados.
O Território Brasileiro
O Brasil
- Dom
Pedro II foi
figura central para a manutenção da unidade territorial brasileira.
Em quase
meio século de reinado, D. Pedro II presidiu a solução dos
grandes problemas que, quando ele subiu ao trono, ameaçavam a própria
existência do país como nação una.
À beira
da fragmentação em 1840.
- Mesmo
quando ainda era criança, Dom Pedro II teria tido uma
importância simbólica. Cerqueira explica que, sem a existência da figura do
imperador, o Brasil teria se desintegrado em vários estados, talvez medilcres,
na década de 1830, período em que Dom Pedro I (pai) deixou o
Brasil; o país teve que ser governado por Regentes, com mão de ferro, mantendo
a integridade territorial, em cima do herdeiro nato, o menino Pedro,
durante a Regência ocorreram inúmeras revoltas.
“Se não tivesse essa criança como centro do poder
no Rio de Janeiro, não teria havido a continuidade do Brasil. O Brasil teria
deixado de existir. Teriam sido criados diversos países aqui. Depois, em seu
governo, foi ele que solidificou todas as instituições nacionais”.
- O
Brasil em 1889, exibia poucos sinais de fratura.
- O
tráfico fora extinto, e a escravidão fora abolida, não da forma como queria dom
Pedro e muito menos como queriam os latifundiários, o ressarcimento pela perda
do patrimônio escravo.
- A
instabilidade política havia sido substituída pela consolidação do sistema
representativo e pela hegemonia do governo civil, em nítido contraste como o
que se passava nos países vizinhos.
- Na
política externa, o Brasil definira com clareza e preservara seus interesses na
região platina, e ganhara a respeitabilidade diante da Europa e dos países
americano.
Imprensa Livre
-
Durante seu reinado havia muita liberdade de imprensa, e talvez nenhum político
ou chefe de estado tenha sido tão caricaturado como ele. Somente o político Rui Barbosa, um dos políticos que mais
contribuíram para sua derrubada, e que teve projeção nos governos seguintes
talvez tenha sido também tão caricaturado, mas certamente não tanto quanto ele.
Fracassos
Oligarquias
-
Alguns fracassos ocorridos durante seu reinado, se deveram em grande parte aos
gabinetes eleitos e conselheiros, que eram a grande maioria grandes
latifundiários e seus interesses, embora D.
Pedro sempre procurasse se cercar de homens cultos.
Mentiras e Traição
O Golpe
1889.
Rio de Janeiro - Capital Imperial
-
No ano seguinte à assinatura da Lei Áurea, que extinguiu a escravidão no
Brasil, o golpe republicano sem nenhum apoio popular, começa a ser tramado para
derrubar o Império.
Rio de Janeiro - Capital do Império
15.11.1889
- O
último Imperador do Brasil, Sua Majestade Imperial D. Pedro II, foi
retirado do poder, em um governo democrático, pois a última amarra a escravocata
havia terminado um ano antes, e mesmo se assim quisesse a República o
imperador D. Pedro era pessoa de diálogo, um estadista, não se
furtaria as argumentações.
O Golpe sem o Povo
Em 15 de novembro de
1889, a grande maioria dos
soldados que integravam as tropas golpistas não estava consciente de que se
pretendia derrubar a Monarquia.
O Imperador volta a Corte
-
No trajeto entre Petrópolis, onde a Família Imperial se encontrava no momento
da Proclamação da República, e a Corte no Rio de Janeiro, Dom Pedro II, que já havia sido informado do levante, sua esposa e
filhos seriam transportados por um ferroviário simpático à causa republicana.
Um Republicano Ferroviário
-
Este ferroviário simpático à causa republicana seria uma das principais
testemunhas oculares da partida em Petrópolis-RJ:
“Eu
me encontrava na plataforma e presenciei toda a cena (…) verdadeiramente
consternado, apesar das minhas convicções republicanas”,
escreveu João Duarte da Silveira,
que relataria também o nervosismo da Imperatriz
Teresa Cristina e o semblante tristonho do monarca:
“Apesar
da firmeza com que o imperador se exprimia, lia-se na sua fisionomia um grande
abatimento. Não era o mesmo homem que, dias passados, tinha se dirigido à minha
pessoa”.
Está Feito
- O golpe
foi feito, pois sabiam se o povo fosse consultado não haveria República naquele
momento.
- Um
golpe militar liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca e
articulado pelo coronel/professor Benjamim Constant e seus
comparsas, uma trupe, alguns com ideais outros não, mas que viviam a mercê
do governo, mas queriam mais poder, (muitos foram sobrepujados pelo próprio
Exército), fizeram o que fizeram a revelia do povo, pois se o
tivessem consultado, ainda seriamos uma monarquia parlamentarista,
mas este ato golpista acabou com a instauração da República em 15 de
novembro de 1889.
"Nunca iremos saber o que teria acontecido se
as águas do destino tivessem seguido seu Caminho."
O Genro Cronista
Conde d’Eu
Em 16 de novembro de
1889, todos permaneceram
detidos no Paço, com soldados com baionetas e cavalarianos cercando o prédio.
-
Um dos principais “cronistas” dos
momentos que se seguiram à queda do império foi o genro de D. Pedro II, o conde D’Eu,
marido da princesa Isabel.
-
Foi ele quem relatou hora a hora da manhã de 16 de novembro.
“Por
volta das 7h trouxeram-me os jornais que comunicavam a Proclamação da República
(…) os empregados do palácio tinham lágrimas nos olhos”, narra o conde, que
registrou também a reação do imperador após receber o telegrama que comunicava
a revolução. Segundo ele, Dom Pedro afirmou que “(…) estava pronto para partir
até mesmo nesta noite”.
- Neste momento, prossegue o genro, “a imperatriz jogou-se sobre uma poltrona enquanto escutava gritos nervosos de uma de suas camareiras, Isabel e quase todas as senhoras começaram a chorar”.
Confinados
Família Imperial
- O
Imperador e a Família Imperial, são confinados ao Paço da Cidade do Rio de
Janeiro, e cercados por tropas rebeldes, onde recebe a mensagem do governo
provisório sobre a proclamação da República, com a tranquilidade do Imperador.
- O
Imperador Dom Pedro II recebe a
carta do major Solón informando a
república do Governo Provisório golpista.
- Os
oficiais de alta patente não tiveram coragem de encarar o imperador.
- “A Família Imperial não reagiu”.
-
Entregou com serenidade sua posição:
“Pois,
se tudo está perdido, haja calma. Eu não tenho medo do infortúnio”.
Evitar um Banho de Sangue
-
O imperador, simpático à ideia republicana, enxergou o fim do regime monárquico
e não desejou lutar por ele.
- Se
tivesse reagido, como queria o conde d’Eu, genro do imperador e
marido da princesa Isabel,
teria havido um banho de sangue, uma guerra civil enorme no Rio de Janeiro se
espalhando para as Províncias.
- Para
evitar essa guerra, a Família Imperial decide se retirar do país.
- O Imperador responde ao governo
provisório:
"À vista da representação escrita que me foi entregue hoje às três
horas da tarde, resolvo, cedendo ao Império das circunstâncias, partir com toda
minha família para a Europa amanhã, deixando essa Pátria, de nós estremecida, a
qual me esforcei para dar constantes testemunhas de entranhado amor e dedicação
durante quase meio século em que desempenhei o cargo de Chefe de Estado.
Ausentando-me, pois, eu com todas as pessoas da minha família conservarei do
Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo ardentes votos por sua grandeza e
prosperidade".
(Rio de
Janeiro, 16 de Novembro de 1889)
-
Ficou acertado que por volta das 15h00, D.
Pedro II e os demais embarcariam, tendo sido permitido a ele assistir de
manhã à missa na Capela do Carmo, vizinha ao palácio.
- Na
realidade, entre as discussões e desacordos, os republicanos golpistas (civis e militares) decidiram que o
embarque da Família Imperial fosse feito de madrugada. D. Pedro estava debilitado pela diabete.
- Era
para que a população que nada sabia o que acontecera, não visse e se
manifestasse a favor do amado Imperador.
O Exílio
-
Consumado o golpe que derrubou o segundo império no Brasil, o militares
decidiram expulsar do país D. Pedro II
e a família imperial.
Saída às Pressas
Em 17 de dezembro de 1889, domingo, na
madrugada, chovia, o
Conde d´Eu foi inesperadamente
despertado com a chegada do seu ajudante de ordens, o tenente-coronel João Nepomuceno de Medeiros Mallet,
acompanhado do brigadeiro José Simeão de
Oliveira, com um comunicado do governo provisório que temia um derramamento
de sangue na partida da Família Imperial durante o dia.
-
Acordado, o Imperador foi informado que deveria se vestir para embarcar.
O
tenente-coronel João Nepomuceno de
Medeiros Mallet, queria que o soberano destronado, sua mulher, a imperatriz
Thereza Cristina, sua filha, a princesa Isabel, seu genro, o conde D’ Eu, e seus quatro netos
embarcassem para o exílio naquele momento – às duas horas da manhã.
-
O objetivo declarado dos republicanos era evitar que, num embarque durante o
dia, simpatizantes mais exaltados do novo regime hostilizassem o monarca e seus
familiares.
-
O objetivo real era o oposto exato: tornar mais difícil que viessem à tona
manifestações de solidariedade a D.
Pedro II.
-
O almirante Artur Silveira da Mota,
o barão de Jaceguai, amigo da família imperial, ainda tentou ajudar Mallet a
dobrar o imperador, dizendo que se temiam manifestações de estudantes.
“E
quem faz caso de estudantes?”, irritou-se o D. Pedro,
– “Não sou negro fugido, não embarco a esta hora”.
Nota:
“Negro
fugido”, o imperador cometia uma involuntária auto ironia. Não havia mais tal
necessidade de fuga para a liberdade. Era recente, coisa de ano e meio, mas não
havia mais. Sua filha, a Princesa Isabel,
parecia saber que deixavam o país, em boa parte, por causa disso: “Talvez seja
devido a essa lei que estejamos indo para o estrangeiro, mas se as coisas
fossem repostas, não hesitaria em assiná-la novamente”, disse a princesa,
apontando para a mesa na qual havia mandado gravar no mármore a data de 13 de maio
de 1888 – data da assinatura da Lei Áurea.
-
Mas, por volta das três da manhã, foi escoltado juntamente com a Imperatriz e
toda a Família, além de alguns amigos, para o Cais Pharoux, bem atrás do Paço
Imperial, atual Praça XV.
-
Somente um coche negro puxado por dois cavalos estava à disposição, onde foram
os imperadores e a princesa Isabel;
os demais seguiram a pé.
Cruzador Paraíba
-
Uma lancha do Arsenal de Guerra, tripulada por quatro alunos da Escola Militar,
aguardava-os, sendo transportados para o pequeno cruzador Parnaíba, apelidado
de "gazela do mar",
fundeado na Baía da Guanabara, próximo à Ilha Fiscal.
Filhos da Princesa
-
Às 10h00 da manhã chegaram os três jovens príncipes, Pedro de 14 anos, Luiz
de 11 anos, e Antônio de 8 anos, que
se encontravam em Petrópolis, acompanhados pelo seu preceptor, o barão de Ramiz Galvão, e do engenheiro André Rebouças, amigo da família
imperial, que havia subido a serra especialmente para trazer os filhos da
Redentora e do Conde d´Eu.
-
A bordo, profundamente abalada, estava a Imperatriz D. Theresa Christina, que muito chorava; não menos comovida estava
a Princesa Isabel, mas aliviada com
a chegada dos seus filhos.
O Suborno ou
Cala a Boca dos Golpistas
-
O segundo decreto assinado por Deodoro
da Fonseca concedia ao Imperador deposto uma soma de dinheiro para sua
viagem à Europa, mandou retirar dos cofres públicos 5 mil contos, o
equivalente em dinheiro a aproximadamente 4,5 toneladas de ouro, para dar como
forma de indenização à Família Imperial.
-
O tenente Jerônimo Teixeira França
foi incumbido de levar esse documento do governo provisório a D. Pedro; primeiramente deveria ser
entregue no Paço, mas o major Mallet,
receando que o imperador pudesse criar algum mal estar no momento, não deixou
entregá-lo, o que foi feito somente a bordo do Parnaíba.
A Reação enérgica de D. Pedro
- D.
Pedro II, além de
negar, disse que ninguém de sua Família o receberia, e pediu que caso o
dinheiro já tivesse sido retirado, que fosse feito um documento que comprovasse
que o dinheiro fora devolvido, e terminou com a frase:
"Com que autoridade esses senhores dispõem do
dinheiro público?"
- Era a
primeira tentativa republicana (ato comum hoje) de desvio do dinheiro do Povo.
- Vale
lembrar que outro ato bastante comum hoje - o aumento dos próprios salários dos
parlamentares, também começou no pós-Golpe republicano.
- D. Pedro II passou 49 anos governando o Brasil, e durante todo seu reinado, nunca aumentou o soldo que recebia como Imperador, ainda que a Câmara fosse favorável.
- Assim
que a República tomou posse, os líderes (entre eles o marechal Deodoro
da Fonseca) aumentaram seus próprios salários para quase o dobro do que
ganhava o Imperador do Brasil.
Amigos
-
Entre os poucos amigos que foram se despedir de D. Pedro II, estava o velho almirante Joaquim Marques Lisboa, o marquês de Tamandaré.
-
Além dos membros da Família Imperial, de André
Rebouças, viajaram o barão e baronesa de Loreto, Franklin Américo de
Meneses Dória, e a sua esposa Maria
Amanda Lustosa Paranaguá; o marquês e a marquesa de Muritiba, Manuel José Vieira
Tosta e sua esposa Maria José Velho
de Avelar, amiga e dama da princesa Isabel;
a octogenária viscondessa de Fonseca Costa, Josefina de Fonseca Costa, dama da Imperatriz por mais de 40 anos;
o professor de línguas orientais dr. Cristian
F. Seybold; o médico do imperador Claudio
Velho de Motta Maia, conde Motta Maia, e seu filho Manoel Augusto, de 14 anos; as criadas da imperatriz Joana de Alcântara, Leonídia L. Esposel, Ludomilla de Santa Mora, Maria da Gloria e Julieta Alves; o criado do príncipe D. Pedro Augusto François N. Boucher; os criados dos filhos da
princesa Isabel, Eduardo Damer e Guilherme Wagner Camerloker; o professor dos príncipes mais novos Fritz Stoll, além de Francisco de Lemos Faria Pereira Coutinho,
o conde de Aljezur, substituindo o mordomo imperial.
-
Ao meio-dia, a embarcação sob o comando do capitão-de-fragata José Carlos Palmeira, levantou ferros e
partiu em direção a Ilha Grande para encontrar o paquete Alagoas, da Companhia
Brasileira de Navegação a Vapor, o mais novo e moderno navio de passageiros da
marinha mercante do Brasil, que fora requisitado pelo governo republicano, para
levar a realeza destronada para o exílio na Europa, e o seu pequeno séquito.
Paquete Alagoas
-
O transbordo dos passageiros para o navio Alagoas foi realizado com
dificuldades e perigos de um mar agitado, sendo a Imperatriz ajudada por dois
marinheiros.
Encouraçado Riachuelo
Escolta
-
O novo governo determinou que o encouraçado Riachuelo da Marinha de Guerra, sob
o comando do então Capitão-tenente Alexandrino
Faria de Alencar (seria ministro da Marinha em três governos da República),
fizesse a escolta até a linha do Equador do Alagoas, já fora de águas
territoriais brasileiras.
-
Durante a viagem Dom Pedro notou a
que a velocidade da embarcação estava muito lenta e indagou ao comandante do
navio - português, mas brasileiro por adoção, João Maria Pessoa, a velocidade do Riachuelo. Foi informado que era
de apenas sete ou oito milhas náutica. Apesar de não ser antigo - tinha apenas
pouco mais de cinco anos de uso e D.
Pedro II de muita boa memória, sabia que quando foi construído sua velocidade
máxima era de 16 milhas. Concluiu-se que a embarcação de guerra estava com
problemas mecânicos.
-
Um dia o imperador reclamou ao capitão Pessoa,
e apontando ao 1º Tenente João Augusto
do Amorim Rangel, oficial da Marinha que estava a bordo para cumprir as
determinações das autoridades republicanas, juntamente com seu colega, o 2º
Tenente Antônio Barbosa de Magalhães
Castro:
-
Diga a esse moço que vem a bordo, que se o Riachuelo é honraria, eu dispenso;
se quer dizer receio, eu não quero voltar. O Brasil não me quer, vou-me embora!
Em 22 de novembro de
1889, na altura da Bahia,
para alívio de todos, e em especial de D.
Pedro, o Riachuelo encerrou sua missão, e deu meia volta para dirigir-se a
Salvador, e o Alagoas pode então seguir sua longa viagem, em uma velocidade
compatível com suas caldeiras.
-
Embora Dom Pedro II tenha encarado a
notícia da Proclamação da República com serenidade, apesar da tristeza, a queda
do império brasileiro foi bastante dura para o restante dos membros da família.
O Neto do Imperador
Pedro Augusto
-
A viagem para Portugal a bordo do navio Alagoas, foi particularmente dura para
o neto do monarca, o príncipe Pedro
Augusto.
-
Seu tio, o conde D’Eu, relatou que o
garoto se encontrava em estado de terror, a ponto de não conseguir dormir ou
comer. O barão de Muritiba, amigo da
família, relataria que Pedro Augusto
estava dominado por uma mania de perseguição, a ponto de ter “lançado
às mãos ao pescoço do comandante”.
- Durante
a viagem, o jovem príncipe D. Pedro
Augusto, neto de D. Pedro II, e
por ele criado e pela imperatriz, desde a morte de sua mãe a princesa Leopoldina de Bragança, quando contava
com quase cinco anos de idade, começou a dar sinais de debilidade mental. Com
mania de perseguição, no seu primeiro surto psicótico, tentou esganar o
comandante do navio, a quem acusava de ter recebido dinheiro para eliminar a
todos. Contido e confinado em seu camarote, foi acometido de delírios
persecutórios, chegando a envolver seu corpo numa boia salva-vidas, temendo que
o navio fosse bombardeado.
-
Alternando momentos de excitação e de letargia, Pedro Augusto jogava garrafas ao mar com pedidos de socorro.
-
Pelo menos uma dessas mensagens, foi encontrada na praia de Maragogi, próximo a
Maceió, em Alagoas.
-
Anos depois, o príncipe alegaria que os relatos eram mentirosos.
-
Posteriormente seu pai, o príncipe austríaco Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, o internou primeiro em Graz, e
depois em um sanatório em Tülln an der Donau, onde permaneceu por quarenta
anos, até sua morte em 1934.
O Pedido de D. Pedro
- A única
coisa que o Imperador pediu para seu exílio foi um punhado de terra de cada Província
(estado) do país.
- Terra esta que foi utilizada no travesseiro em que
repousou o imperador em seu leito de morte.
D. Pedro II no exílio com a sua filha a princesa
Isabel e o neto D. Pedro de Alcântara, Príncipe do Grão-Pará,
Cannes, França - 1891
Cabo Verde – São Vicente
Família Imperial
Parada na Ilha
No dia 1º de dezembro de
1889, houve uma parada para reabastecimento em São Vicente, no arquipélago de
Cabo Verde, uma possessão portuguesa, no oceano Atlântico, próxima da costa
africana. Os passageiros foram autorizados a descer, e foram visitar alguns
pontos da cidade, incluindo uma igreja, onde rezaram.
A Nova Bandeira da República
-
Dessa escala, foi içada na popa do Alagoas uma bandeira imitando o
"M" do Código Internacional de Sinais, com o fundo completamente
vermelho e sobre filetes brancos as 21 estrelas em filete azul, sendo a estrela
do centro maior.
-
Essa bandeira foi entregue em alto mar pelo comandante do Riachuelo ao capitão
Pessoa, como símbolo do novo regime brasileiro.
Portugal Reage
-
A nova bandeira iria causar uma quase crise com Portugal, que determinou a sua
retirada por não ser reconhecida de acordo com as normas internacionais.
-
Para evitar maiores problemas, o governo provisório brasileiro determinou que
durante a permanência do navio em águas portuguesas não fosse arvorado nenhum
pavilhão.
Homenagem a D. Pedro
-
Quando da partida do Alagoas, o navio da marinha portuguesa Bartolomeu Dias,
que estava no porto, deu uma salva de 21 tiros de canhão.
-
Nesse momento, foi içada a bandeira do Império, e todos que estavam a bordo, se
levantaram e bateram palmas, alguns emocionados até as lágrimas.
-
Da embarcação lusitana e de alguns navios alemães que ali se encontravam,
tripulantes e passageiros sacudiram lenços brancos.
Aniversário de D. Pedro
-
No dia seguinte, foi comemorado a bordo o 64º aniversário do Imperador, que
ficou muito comovido ao ouvir as palavras de saudação do comandante Pessoa em sua homenagem, quando este
ergueu um brinde, ao lado dos presentes. D.
Pedro respondeu com palavras trêmulas:
- Bebo
a Prosperidade do Brasil!
Portugal – Lisboa
Em 07 de dezembro de 1889, com
a bandeira do Império tremulando no mastro, o Alagoas finalmente chegou a
Lisboa.
Recebido com Honras
- D. Pedro
foi recebido com honras por seu sobrinho D.
Carlos, e toda a corte portuguesa. Permaneceu na capital lusitana por 15
dias.
-
Nesse curto período, visitou o túmulo de seu pai D. Pedro I (D. Pedro IV para os portugueses), na Igreja de São
Vicente de Fora, onde rezou, e depositou, no mesmo local, uma coroa de flores
no túmulo do Rei Luís, recentemente
falecido, tendo participado de uma missa em intenção da alma desse seu
sobrinho.
-
Foi a escolas superiores, associações científicas, como o Museu do Carmo, a
Escola Politécnica, o Curso Superior de Letras, onde assistiu aulas, o bairro
lisboeta da Alfama, o Jardim Zoológico, a Escola Médica, o Hospital São José, a
Academia de Ciências, o Mosteiro dos Jerônimos, onde colocou uma coroa no
túmulo do poeta e escritor português Alexandre
Herculano, e no hotel onde ficou, recebeu algumas visitas.
-
Esteve também nos palácios das Necessidades, residência dos reis de Portugal, e
de Queluz, em Sintra. Nesse permaneceu em silêncio por muito tempo, meditando,
diante da cama aonde havia falecido seu pai.
-
Esteve ainda na Ajuda, palácio real de verão, e em Belém, residência oficial
dos príncipes reais, para retribuir as visitas do Rei e da família real
portuguesa fizeram no hotel Bragança, onde estava hospedado com sua família e
comitiva.
-
Seu sobrinho D. Carlos seria coroado
rei de Portugal em 28 de Dezembro, e D.
Pedro resolveu então realizar uma visita à região do Minho, no norte do
país.
No dia 22 de dezembro de
1889, chegou a Coimbra, sendo
recepcionado pelos estudantes e professores da velha universidade, e depois
seguiu para a cidade do Porto.
-
Seu único intuito era não perturbar os festejos reais.
Em 28 de dezembro de
1889, no Porto, enquanto
visitava a Academia de Belas-Artes, a imperatriz D. Theresa Christina, com a saúde debilitada, sofrendo de
bronquite, amargurada e abalada com a situação causada com a proclamação da
República, e o consequente exílio, faleceu repentinamente, aos 67 anos de
idade.
A Imperatriz Morre
Mãe do Povo
-
Avisado do grave estado, retornou rapidamente ao hotel, mas quando chegou sua
companheira Thereza Cristina por
longos 46 anos, estava morta.
Pedro Chora
-Sua
tristeza foi profunda; em silêncio, chorou a partida de sua amada Theresa Christina.
-
Sua filha Isabel, com seu marido Conde D´Eu, e seus filhos tinham ido à
Espanha visitar os tios, os condes de Montpensier que lá residiam, e retornaram
a Portugal assim que receberam a notícia do passamento da imperatriz.
-
O corpo de D. Theresa Christina,
depois de embalsamado, e velado na igreja da Lapa - local onde permanece
guardado o coração do imperador do Brasil, D.
Pedro I - foi transportado de trem do Porto para Lisboa e depositado no
Panteão dos Braganças na Igreja de São Vicente de Fora, ao lado da segunda
imperatriz do Brasil, D. Amélia, com
a presença da família real portuguesa, e autoridades.
-
Após os funerais de sua esposa, permaneceu poucos dias em Lisboa, seguindo para
a França, hospedando-se em Cannes, para fugir do forte inverno europeu.
O País Escolhido
França
- Foi o
país escolhido por D. Pedro II para passar no exílio seus
últimos anos, após passar por Portugal, onde perdeu sua esposa a Imperatriz
Thereza Cristina.
- D. Pedro II, anos depois, em sua busca
constante pelo conhecimento, encontrou em Paris seus pares.
Nota:
Em Paris
- Era recebido com pompa e
disputado nos salões mais importantes da capital francesa. Nosso imperador
tentou convencer seu amigo Pasteur a visitar o Brasil para estudar a febre
amarela. Tornou-se membro da Academia das Ciências do Institut de France, na qual,
longe dos problemas do império, podia se dedicar às discussões científicas. Viu
a torre Eiffel ser construída, assim como a Opéra Garnier. Ao Jardin des
Plantes, doou 17 mudas exóticas brasileiras.
- Deposto
do trono no Brasil, D. Pedro voltou
a Paris e lá viveu até seus últimos dias.
O barco imperial se aproximando Arsenal da Marinha
-
Embora Dom Pedro II tenha encarado a
notícia da Proclamação da República com serenidade, apesar da tristeza, a queda
do império brasileiro foi bastante dura para o restante dos membros da família.
No Brasil
Faltou Amor
-
A República escorrega fragorosamente na hora de compor a nova bandeira do país.
Embora mantendo o verde e o amarelo do Império, os republicanos incluíram nela
o círculo azul estrelado com o lema positivista, “Amor por princípio e Ordem por
base, Progresso por fim”, suprimindo a palavra AMOR!
-
Por que o amor à pátria tinha que ser retirado da bandeira republicana. A
nascente república, que acabara de expulsar do país o imperador, não consegue
assumir que seu projeto político era para o bem do país. Deixamos de ser o “Império do Brazil” e passamos a ser os
“Estados Unidos do Brasil”.
-
Faltou AMOR e o medo foi que reinou.
A Repressão Republicana
-A reação
monárquica após a queda do império "não era pequena, e menos
ainda sua repressão".
"O novo regime reprimiu com brutalidade rápida e total
desprezo pelas liberdades civis todas as tentativas de lançar um partido
monárquico ou publicar jornais monarquistas".
As Revoltas
- Logo
depois de várias revoltas populares em protesto contra o golpe de Estado ocorrido,
bem como batalhas entre Monarquistas tropas do Exército e milícias
republicanas.
- Aqueles
foram seguidos por uma guerra civil na qual, militares monarquistas e os
políticos tentaram restaurar o império na Revolução
Federalista e a Segunda Rebelião da
Marinha.
- Aliás,
foi a Armada (Marinha) que deu o maior apoio ao imperador após sua destituição.
1890.
O comportamento no Exílio
Sr. Alcântara
-
O comportamento de D. Pedro seria
caracterizado como resignado e principalmente silencioso, buscando não fazer
comentários sobre os acontecimentos no Brasil, especialmente, sobre os que
deram origem a seu próprio exílio. Além disso, tanto suas biografias, como as
matérias publicadas na imprensa, assinalam seu modo de vida simples, muitas
vezes até pobre, devido à falta de recursos. Considerações que são de vital importância
a fim de se compreender que tipo de personagem histórico foi construído, quando
de sua morte.
-
Um tipo de investimento que, além de envolver a figura do imperador e as
realizações do Segundo Reinado, abarcava os acontecimentos relativos à
proclamação da República, responsável pela partida para o exílio e pelo
banimento da Família Imperial.
-
Em geral, as notícias sobre o exílio de D.
Pedro são esparsas, versando especialmente sobre seu estado de saúde.
Também eram reportadas as suas andanças pela Europa (Jornal do Commercio; 14 de
março de 1890; O Paiz; 2 de abr. de 1890), com destaque para alguns momentos
mais marcantes, como o da morte da Imperatriz (Gazeta de Notícias; 29 de dez.
de 1891; O Paiz. 29 de dez. de 1889) ou a publicação de sua Fé de Ofício
(Gazeta de Notícias; 29 de maio de 1891; Diário de Notícias; 29 de maio de
1891; O Paiz; 29 de maio de 1891), texto no qual reflete sobre sua atuação como
estadista.
-
Nos mais de 02 anos de exílio, D. Pedro
viveu em peregrinação por estações de águas, hotéis e casas de amigos. Recebia
visitas freqüentes de admiradores fieis à monarquia, como o Conde de Mota Maia, o Visconde de Ouro Preto e o Barão de Rio Branco (CARVALHO, 2007:
235).
-
Seu passatempo predileto eram as visitas às academias, às reuniões científicas
e literárias, às conferências, aos museus e às bibliotecas (LYRA, 1977: 161).
Passou também boa parte de seu tempo, lendo e escrevendo em seu diário
(BEDIAGA, 1999), uma fonte riquíssima para se acompanhar sua trajetória pela
Europa e, especialmente, suas impressões sobre o que acontecia no Brasil.
Dom Pedro II amava Petrópolis – a Cidade Imperial
D. Pedro II amou Petrópolis como se fosse a sua
casa.
- Ele dizia “fale-me de Petrópolis”, pedindo a quem
o visitava no exílio ou em cartas para seus amigos pouco antes de falecer.
Necessidade passou a Família
Imperial
- Expulsa
do Brasil um dia após a proclamação da república (15 de Novembro de 1889), a
Família Imperial passou a residir em Paris, sobrevivendo, em grande parte, da
ajuda de amigos, como a Condessa de Barral.
D. Pedro II
Cronologia
da Fatalidade
Fato ratio temporum
Fato ratio temporum
- Dom
Pedro II, após
ter servido o Brasil por 58 anos, dos quais 10 anos através da Regência e 48
anos de forma efetiva; o Maior dos Brasileiros, faleceu modestamente, em um
hotel parisiense.
-
A ausência de representantes da república brasileira nos funerais de D. Pedro II, realizados em Paris e
Lisboa, em dezembro de 1891, marcou um momento singular de posicionamento do
regime, frente ao passado monárquico.
-
À jovem república, ainda instável política e economicamente, homenagear esse
morto significava correr o risco de propiciar conflitos no país. Afinal,
tratava-se do último imperador brasileiro, cujo banimento e exílio,
transformados em verdadeira paixão, auxiliaram na construção de um caráter
santo em torno de sua identidade.
-
Para pensar esse momento, é possível perceber que o morto D. Pedro de Alcântara mais dividia do que unia.
-
A República ainda não estava pronta para dialogar com o passado que ele
representava, e buscava então realizar justamente o oposto, uma ruptura, do
qual o próprio ato de exílio e banimento da família imperial constituem
exemplos.
Conforme, Luciana Pessanha Fagundes, (FCRB), RJ,
Brasil.
1891.
França – Paris
No início de novembro de
1891, D. Pedro de
Alcântara se encontrava em Paris, instalado no Hotel Bedford, próximo à
Praça da Concórdia e da Igreja da Madeleine.
O Governo Golpista se Prepara
Sobre Passamento do
Imperador 72 Horas
Em setembro de 1891, por correspondência
diplomática, é possível verificar que o representante brasileiro em Paris,
consultara o ministro das Relações Exteriores (na época, Justo Chermont), sobre quais os procedimentos da legação, no caso
de falecimento de D. Pedro.
-
O ministro respondeu que havia consultado, por sua vez, o presidente da
República, marechal Deodoro da Fonseca,
e que sua resolução foi de que os empregados, tanto diplomáticos como
consulares, deveriam se abster de qualquer iniciativa, podendo, no entanto,
assistir aos funerais como simples particulares.
-
Em outro ofício, enviado após a morte do imperador, o representante brasileiro
narra com detalhes a reação, em Paris, à notícia da morte de D. Pedro. Para ele, a notícia provocou “funda impressão e produziu viva
consternação, quer no seio da colônia brasileira residente em Paris, quer entre
os numerosos amigos do ex-Soberano”, adicionando que foram “gerais e expressivas as demonstrações de
pesar de que se fez eco toda à imprensa, sem distinção de partidos políticos
pelo fato a que me refiro”. Sobre as honras que seriam prestadas pelo
governo francês, menciona seu encontro com o Conde d’Ormeson, chefe de Protocolo francês, que, “para evitar qualquer interpretação errônea”,
foi conversar com ele sobre o assunto e explicar que seriam prestadas apenas
honras militares a D. Pedro de Alcântara.
-
Assim, de acordo com a documentação diplomática, não houve, a princípio,
pressão do governo brasileiro para que as cerimônias fossem modificadas.
Nota:
-
Todavia, já nos funerais em Paris, o governo de Deodoro e, depois, de Floriano,
deixaria claro seu posicionamento perante as cerimônias fúnebres de D. Pedro: - abstenção total.
Golpe de Três de Novembro
Em 03 de novembro de
1891, no Brasil, o então presidente, marechal Deodoro da Fonseca, assinou dois decretos, um dissolvendo o
congresso e o outro decreto instaurava o estado de sítio, pelo qual ficavam
suspensas todas as disposições da nova constituição republicana relativas aos
direitos individuais e políticos. A partir daquele momento, qualquer pessoa
poderia ser presa sem direito a habeas corpus ou defesa prévia.
-
Neste mesmo dia, o Exército do Brasil cercou a Câmara e o Senado, prendendo
opositores e alguns ex-aliados de Deodoro,
como Quintino Bocaiúva.
-
Este golpe é considerado um dos estopins da Revolução Federalista.
-
Tudo começou com a proposição do Congresso de uma lei de responsabilidade
fiscal, pois essa lei ameaçava a continuidade do governo que passava por
problemas econômicos; em represália, Marechal Deodoro fecha o Congresso.
- E
lançou um manifesto aos brasileiros justificando a necessidade de
fortalecimento do poder Executivo da União (numa tentativa de implantar uma
ditadura, usando como justificativa a ameaça monarquista), a reação de civis e
militares (representados pela Marinha e da maior parte do Exército, que
lideraram um movimento armado contra o presidente).
A Lembrança
Em 15 de novembro de
1891, um brasileiro lembrou-se com tristeza do segundo
aniversário da Proclamação da República, e pensou em sua terra natal com
nostalgia.
-
Era D. Pedro II.
A Saúde
-
A saúde do Imperador dera grandes sustos nos últimos anos, e D. Pedro estivera à morte em pelo menos
duas ocasiões. Mas nesta data sentia-se relativamente bem, fora as mazelas
habituais, e preparava-se para a reunião da Academia de Ciências da França, à
qual pertencia, dali a uma semana, e para o desfile de conhecidos e amigos que
inevitavelmente lhe prestariam homenagem no seu aniversário de 66 anos, na
semana seguinte, em 2 de dezembro.
Em 23 de novembro de 1891, D. Pedro foi a uma sessão
na Academia de Ciências, pela
última vez para participar de uma eleição.
- Nesta
mesma data no
Brasil ocorre a renúncia do presidente Deodoro
da Fonseca, assumindo o cargo o também militar e vice, Floriano Peixoto.
Em
24 de novembro de 1891, na manhã, D. Pedro
desapaixonadamente anotou em seu diário a notícia de que o ditador Deodoro
da Fonseca renunciou:
". 10:30 Deodoro foi encerrado."
O Passeio
- Dom Pedro,
realizou um longo passeio até Saint-Cloud, nas margens do rio Sena em carruagem
aberta, onde apesar do frio do inverno resolveu fazer uma caminhada.
-
Sentiu-se mal depois de voltar ao Hotel de Bedford naquela noite, onde residia,
pouco resfriado.
Em 25 de novembro de
1891, amanheceu febril,
contraindo um forte resfriado e seu estado de saúde foi se agravando.
- A
doença evoluiu para pneumonia durante os dias seguintes.
O Aniversário
Em
02 dezembro de 1891, não
houve celebração do seu aniversário de 66 anos, de cama, com a exceção da
presença de familiares, houve celebração de missa no quarto.
- No
entanto, mais tarde ele recebeu vários visitantes franceses e brasileiros que
tinham vindo para oferecer felicitações do aniversário.
A Doença
72 Horas
72 Horas
- D. Pedro
já estava quase inconsciente, pois faltavam apenas dois dias para sua morte, na
primeira hora do dia 5 de dezembro.
Em
03 de dezembro de 1891, sua saúde subitamente piorou na manhã. Outros parentes e amigos foram
vê-lo, uma vez a notícia da gravidade da situação começou a se espalhar.
Em
04 de dezembro de 1891, o estado de saúde de D. Pedro II rapidamente piorou,
ele recebeu o último sacramento do Abbé Pierre-Jacques-Almeyre Le
Rebours, curé de La Madeleine.
- Nesta
noite, D. Pedro II começou
a declinar.
Agonia Final
Em
05 de dezembro de 1891, França, Paris, na madrugada, as 00:35 horas, em seu quarto do Hotel
Bedford, lugar relativamente modesto situado na rua de l’Arcade.
- Acompanhava
o Imperador, sua filha Dona Isabel com o esposo Conde
D’Eu e os filhos Príncipes: Dom Pedro de Alcântara, Dom
Luiz, Dom Antonio, Dom Pedro Augusto e Dom
Augusto Leopoldo, suas irmãs Januária e Francisca com
seus maridos (respectivamente, o Conde de Aquila e Príncipe
de Joinville), além de inúmeros brasileiros que moravam em Paris ou que
para lá foram seguindo-o no exílio.
Últimas Palavras
- Em um
suspiro final Pedro II disse a todos:
"Que Deus conceda-me estes últimos desejos - paz e prosperidade
para o Brasil ..."
-Falecendo em seguida.
Morre
O Imperador do BrasilF
- Morre Dom
Pedro II em Paris, França, no exílio.
- Ele
estava tão enfraquecido que não sofreu nenhuma dor.
Aparência do Imperador
- Dom
Pedro II morreu
ainda jovem para os padrões atuais, contava com 66 anos, mas a aparência de
muito mais velho.
- Suas
responsabilidades, as preocupações, a vida pública havia lhe imposto tal
aparência.
-
Carregava em sua face o Brasil, seu progresso e mazelas.
Dom Pedro II, 1889
Dr. Motta Maia
-
Ao seu lado, nos momentos finais, estava o dedicado Dr. Claudio de Motta Maia, médico que o acompanhara por dez anos e
a quem o Imperador por gratidão havia agraciado em 1888 com o título de Conde
de Motta Maia.
Os Médicos Franceses
-
Na hora do falecimento estavam também presentes duas das maiores sumidades
médicas da França, acorridas às pressas para tentar salvar o doente ilustre.
Nota:
-
Os professores Bouchard e Charcot, (que batizariam juntos o
aneurisma Charcot-Bouchard). Charles
Bouchard era considerado o maior patologista de Paris e Jean-Martin Charcot é até hoje célebre
por ter sido o mestre de Freud,
quando este veio completar seus estudos em Paris no hospital da Salpetrière, em
1885.
O Atestado de Óbito
-
Os médicos nada puderam fazer, e imediatamente, após o falecimento os médicos
assinaram, juntos, o certificado de óbito, na letra de Charcot, aqui reproduzido, e traduzido a seguir:
Nota:
-
Motta Maia conservou preciosamente o
original deste documento, que foi pouco divulgado e reproduzido desde então.
Seus bisnetos o venderam há quinze anos ao atual detentor. Assim, num simples
papel de carta comum, permanece o registro oficial da morte do chefe de estado
que por mais longo tempo governou o Brasil.
-
De acordo com a certidão de óbito a causa mortis foi pneumonia aguda no pulmão
esquerdo.
Funerais na
Europa
Das ruas de Paris
Às abóbodas de São Vicente de Fora
O Trono Vazio
- O
Imperador Pedro II morreu
sem abdicar, e a Princesa Isabel herdou o
direito ao trono do Império do Brasil.
O Direito ao Trono
Imperatriz de Jure do
Brasil
- A Princesa
Isabel solenemente beijou as mãos de seu pai, e depois disso, todos os
presentes, incluindo dezenas de brasileiros beijaram sua mão, reconhecendo-a
como a Imperatriz de jure do Brasil.
Dona Isabel
Imperatriz de jure do Brasil
- O Barão
do Rio Branco, que também estava presente, escreveu mais tarde:
"Os brasileiros, trinta e alguma coisa, foi na
linha e, um por um, jogou água benta sobre o cadáver e beijou a mão que como eu
fiz estavam dizendo adeus ao grande morto. "
- O
senador Gaspar da Silveira Martins chegou logo após a morte do
Imperador e, quando viu o corpo de seu velho amigo, chorou convulsivamente.
Autópsia
- A princesa
Isabel recusou ser realizada uma autópsia no corpo do imperador.
Embalsamar
- O corpo
saiu para ser embalsamado às 09:00 horas.
Nota:
Embalsamar
- Tratar (cadáver) com
substâncias que o isentam de decomposição.
- Seu
corpo foi embalsamado, seis
litros de cloridrato de alumínio e de zinco que foi injetada na sua artéria
carótida comum.
- A máscara de morte em gesso também
foi feita.
O Traje
- Pedro
II foi
vestido com o uniforme de corte de Almirante da Armada do Brasil para
representar sua posição como comandante-em-chefe das forças armadas
brasileiras.
Comendas e Bandeira
- Em seu
peito foram colocados:
Medalha da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul,
Ordem do Tosão de Ouro,
Colar da Ordem da Rosa,
Placa da Legião de Honra, e
Colar de Santiago, de Portugal.
- Suas
mãos segurava um crucifixo de prata abençoado, enviado pelo Papa Leão XIII.
- Duas
bandeiras brasileiras cobriam suas pernas.
Terras das Províncias do Brasil
- Enquanto
o corpo estava sendo preparado, o Conde d’Eu encontrou uma
embalagem selada na sala, e próximo a ele uma mensagem escrita pelo próprio
imperador:
"É o solo do meu país, eu desejo para ser
colocado no meu caixão caso eu morra longe da minha Pátria. "
- O
pacote, que continha o solo de cada província brasileira, foi devidamente
colocado dentro do caixão.
Nota:
-
As últimas sete palavras dessa frase indicam que, até o leito de morte, D. Pedro II alimentou secretamente a
ilusão de um dia retornar ao Brasil.
O Livro
-
Um livro, significando que descansava sobre o conhecimento, foi colocado
embaixo do seu travesseiro com terra de todas as províncias brasileiras.
Missa
-
Pela manhã, foi rezada missa no aposento do imperador, aos poucos transformado
em pequena capela mortuária, com suas paredes forradas de veludo preto e
estrelas de prata.
Altar
-
No leito onde faleceu, foi erigido um altar e, de frente a ele, foram colocados
quatro grandes lampadários de prata, com tochas acessas.
Telegramas
- D.
Pedro II era
admirado em todo o Mundo, e somente neste dia 05 de dezembro havia chegado ao
Hotel Bedford mais de 2 mil telegramas prestando as condolências à Família
Imperial.
Os Jornais
-
A edição do dia 05 de dezembro dos jornais franceses noticiava o passamento
(morte).
As Pessoas Correm ao Hotel
- Poucas
horas após a morte de Pedro II, milhares de pessoas compareceram ao
Hotel Bedford, dentre elas, o Presidente do Conselho, Freycinet e
os ministros da Guerra e da Marinha da França.
Infanta Eulália
-
A bela e, para sua época, atrevida infanta Eulália
(1864-1958), filha da rainha Isabel II
de Espanha e do Duque de Cádiz,
registrou em suas memórias a morte do nosso D. Pedro II, amigo de
sua família, no hotel Bedford, em Paris, em dezembro de 1891.
-
A espanhola diz que tinha voltado à capital francesa quando a prima Isabel mandou um recado informando que
o pai estava passando mal, com problemas pulmonares.
Quando
D. Pedro II morreu, dia 5, estavam
no quarto apenas Eulália, a princesa
Isabel e seu marido, o conde d'Eu.
Nas
memórias, a infanta conta que sua mãe, Isabel
II, “sempre tão comedida em suas
expressões”, ao entrar no quarto não acreditou que o amigo estivesse morto.
—
Protestava, bradando que o Imperador estava vivo, que não podia estar morto com
uma fisionomia tão tranquila, e que íamos enterrá-lo vivo. Foi preciso a
presença de dois médicos de sua confiança para convencê-la da dolorosa verdade.
O Grande Morto
-
Nas imediações do Hotel Bedford, filas começaram a se formar, por pessoas
desejosas de inscrever seus nomes nos registros de visitantes, para ver o
grande morto, pois a princesa Isabel
franqueou o acesso à capela mortuária.
-
O funeral tornava-se, então, um evento público e espetacular. Uma das primeiras
autoridades a se apresentar à princesa foi o conde d’Ormersson, que vinha informar o desejo de se associar aos
funerais, em nome do governo francês. O presidente da República francesa, Sadi Carnot, encontrava-se ausente do
país e, além do conde, enviou seu estado-maior para apresentar pêsames à
princesa. Isabel aceitou as
homenagens do governo da França e iniciaram-se os preparativos.
-
A primeira providência foi mandar ir à capital, guarnições do Exército, para
prestar honras militares.
-
O governo francês decidiu prestar ao imperador as mesmas honras oferecidas ao
rei de Hanôver, deposto pela Alemanha em 1866, que faleceu em Paris em 12 de
junho de 1878.
Nota:
Rei de Hanôver
Jorge
V de Hanôver
(em alemão: George Frederick Alexander Charles Ernest Augustus, Berlim, 27 de
maio de 1819 – Paris, 12 de junho de 1878) foi o único filho sobrevivente do
rei Ernesto Augusto I de Hanôver e da sua mulher, a duquesa Frederica de
Mecklemburgo-Strelitz. Era primo da rainha Vitória do Reino Unido, já que ambos
eram netos de Jorge III do Reino Unido. Foi o derradeiro soberano governante do
efêmero Reino de Hanôver e antecessor do ramo germânico da Casa de Hanôver,
além de Duque de Cumberland e Teviotdale.
O
príncipe herdeiro sucedeu ao seu pai como Rei de Hanôver e Duque de
Brunsvique-Luneburgo, assim como Duque de Cumberland e Teviotdale, e Conde de
Armagh em 18 de novembro de 1851, assumindo o nome de Jorge V. De seu pai e do
seu tio materno, o príncipe Carlos de Mecklemburgo-Strelitz (1785—1837), um dos
homens mais influentes na corte do Reino da Prússia, Jorge aprendeu a ter um
forte e autocrático ponto de vista da autoridade real.
Durante
o seu reinado de 25 anos, teve muitas disputas com o Landtag de Hanôver (o
parlamento). Tendo apoiado o Império Austríaco na dieta da Confederação
Germânica em junho de 1866, refutou, contrário aos desejos do parlamento,
aceitar a demanda prussiana duma neutralidade sem armas durante a Guerra
Austro-Prussiana. Como resultado, o exército prussiano ocupou Hanôver, o seu
exército rendeu-se em 29 de junho de 1866 e o rei e a família real
refugiaram-se na Áustria. O Reino da Prússia anexou formalmente Hanôver em 20
de setembro, mas o deposto rei nunca renunciou aos seus direitos ao trono nem
reconheceu as ações prussianas. Desde o exílio em Gmunden, Áustria, apelou em
vão às grandes potências europeias para que interviessem nos assuntos de
Hanôver.
O
rei apoiou o desenvolvimento industrial - em 1856 o
"Georgs-Marien-Bergwerks-und Hüttenverein" foi fundado, que foi
nomeado em homenagem ele e sua esposa. A empresa levantou obras de ferro e aço
que davam a cidade Georgsmarienhütte seu nome.
O
rei Jorge V morreu em Paris. Foi enterrado na Capela de São Jorge, no castelo
de Windsor.
(Texto
incorporado para contrapor a importância de D. Pedro II)
Funeral
Disputa Memorial
-
Os debates e manifestações ocorridos durante as cerimônias fúnebres de D. Pedro de Alcântara é uma intensa
disputa memorial, cujo cerne envolvia justamente o lugar que esse personagem,
símbolo da Monarquia, iria ocupar no
passado que a República Brasileira
estava então construindo.
Cerimônia Discreta
- A Princesa
Isabel desejava realizar uma cerimônia discreta e íntima, mas acabou
por aceitar o pedido do governo francês de realizar um funeral de Estado.
- O
presidente francês Sardi Carnot, que estava em viagem pelo sul do
país, enviou todos os membros da Casa Militar para prestarem homenagens ao
falecido monarca.
Última Imagem
Em 06 de dezembro de
1891, a
imagem do corpo do imperador (na Figura) seria registrada e conhecida pelo
desenho de Madame Jacqueline-André e pela fotografia de Paul Nadar (Calmon,
1975, p. 1893).
O Livro
- Na imagem acima vemos Dom Pedro II em seu leito de morte:
“O
livro embaixo do travesseiro sob sua cabeça simboliza que, mesmo após a morte,
sua mente descansa sobre o conhecimento.”
Pedro II, vestido com o uniforme de almirante da
Armada
Em seu leito de morte, conforme desejo expresso,
repousou sua cabeça em terras brasileiras. (Vindas de todas as províncias do
Brazil)
O Caixão
O corpo do
Imperador foi colocado em três caixões:
- O primeiro de chumbo forrado em cetim
embranquecido, com tampa em cristal, que continha o corpo;
- O segundo, de nobre carvalho envernizado;
- O terceiro, o de carvalho forrado de veludo negro.
Homenagens
Governo do Brasil
Tenta Impedir
Em
06 de dezembro de 1891, na França, Paris, enquanto o governo francês queria prestar homenagens
de Chefe de Estado ao Imperador.
- A
representação diplomática do Brasil, na França, tentava convencer o governo
francês a não fazer isso, pois poderia ferir suscetibilidades dos governantes
republicanos brasileiros.
- No
Brasil, Rio de Janeiro, o governo golpista republicano, tentou, em vão, impedir
que a França fizesse o funeral do Imperador como Chefe de Estado, rogando para
que a bandeira Imperial não fosse hasteada e que os símbolos antigos não fossem
respeitados.
O Governo Golpista Brasileiro
- Os
membros do governo republicano brasileiro, "temerosos da grande
repercussão que tivera a morte do Imperador", negaram qualquer
manifestação oficial.
- A
importância das exéquias públicas do Imperador deposto, decidida pelo governo
francês, e as homenagens póstumas de que foi alvo, causaram a maior irritação
no embaixador brasileiro, que representou ao Quai d'Orsay (Ministério das Relações Exteriores) os protestos do
governo republicano.
Venceu a Razão
- De nada
adiantou os protestos do governo republicano brasileiro, o governo francês
prestou honras grandiosas a Dom Pedro II e a Família
Imperial do Brasil.
D. Pedro II
Chefe de Estado
- Embora
republicano, o governo francês tinha a maior consideração pelo Imperador do
Brasil porque ele fora o primeiro Chefe de Estado a prestigiar a França,
visitando-a oficialmente, após a derrota para a Prússia em 1870.
Velório
- Para
evitar maiores incidentes políticos, o governo francês decidiu que o enterro
seria oficialmente realizado pelo fato do Imperador ser grã-cruz da Legião de
Honra, mas com as pompas devidas a um monarca.
No final, Chefe de Estado
- Como
última homenagem formal, o governo francês do Presidente Sadi Carnot,
resolveu mesmo oferecer a Dom Pedro II um funeral de Chefe de
Estado.
Na Recepção do Hotel
Em 07 de dezembro de
1891, foi transportado para a recepção do Hotel Bedford, o
corpo de D. Pedro de Alcântara lá
ficaria até a noite seguinte, quando se iniciariam os preparativos para levá-lo
à Igreja Madeleine.
Caixão Fechado
Em 08 de dezembro de
1891, à noite, as cerimônias fúnebres começaram quando o
caixão foi fechado.
Traslado a La Madeleine
-
No trajeto do hotel para a igreja, o caixão foi colocado em um carro fúnebre,
adornado com estofos e penachos preto.
- O carro
funerário foi o mesmo utilizado para os funerais do Cardeal Morlot,
o duque de Morny e Adolphe Thiers.
- Oito
soldados franceses suportaram o caixão, que foi coberto com a bandeira
imperial.
-
Seguiam-se mais seis carruagens com arranjos em forma de altas pirâmides,
destinadas a carregar as coroas para a igreja.
Nota:
-
Nos telegramas, há referências a mais de duzentas coroas.
-
Formou-se então o préstito.
-
Seguindo o carro fúnebre, o Conde d’Eu
e filhos, os camaristas do velho monarca, o Conde de Mota Maia, representantes da colônia brasileira e
portuguesa na França, e vários amigos e admiradores.
-
O cortejo percorreu o breve trecho da Rua da Arcade, penetrou no Boulevard
Malesherbes e chegou à esquina da Praça da Madeleine.
- Uma
multidão de mais de 5.000 pessoas estava na rua para testemunhar o cortejo.
-
Em frente às grades laterais da igreja, o carro fúnebre foi recebido pelo padre Lerebours, cura de La Madeleine.
-
O caixão foi transportado para a cripta, onde passaria a noite, e no dia
seguinte seriam celebradas as exéquias.
Adornos de La
Madeleine
-
A Igreja da Madeleine foi ricamente adornada: - suas paredes e colunas cobertas
de pano preto, as armas imperiais suspensas às paredes e, no meio da nave,
erguia-se imenso catafalco, ornamentado pela bandeira imperial, (Segundo Calmon
(1975, p. 1898), era a mesma bandeira que foi utilizada na exposição universal
de Paris em 1889).
Exéquias
Em 09 de dezembro de 1891, muito cedo, apesar da chuva
incessante e do vento frio, uma verdadeira multidão começou a ocupar a Praça da
Madeleine e a invadir as ruas e avenidas adjacentes.
Praça da Madeleine
- Antes
do meio dia, a multidão já se tornara tão compacta, que os correspondentes do
Daily Telegrafh e do Daily Mail escreveram:
"Havia tanta gente nos funerais do
Imperador quanto nos de Victor Hugo."
O Governo no Brasil
Tenta mais uma vez
Impedir
-
Um telegrama, enviado de Paris, em
09 de dezembro de 1891, e publicado no
Jornal do Commercio, consiste em dado para uma resposta. Ele indica uma
tentativa da legação brasileira, representada por Gabriel de Piza, de negociar com o governo francês a supressão de
algumas das honras propostas, porém, sem sucesso.
-
Ao meio dia, iniciaram-se as exéquias.
-
Foram celebradas as exéquias solenes, pelo arcebispo de Paris, com a igreja
totalmente lotada.
-
Ao redor do catafalco, distribuíam-se a princesa
Isabel, Conde d’Eu, príncipes da
família imperial e personagens importantes da colônia brasileira.
-
Dentre os presentes, a Família de Orleans,
membros do corpo diplomático, com exceção da legação do Brasil, membros do
Instituto de França, o general Brugère,
representando o presidente francês Sadi Carnot;
presidentes da Câmara e do Senado da República francesa demais senadores e
deputados franceses, esteve presente o cônsul-geral de Portugal em Paris, o
escritor Eça de Queiroz, a imprensa
parisiense e estrangeira, dentre outros.
-
Começou com salvas de artilharia alocadas no Hotel des Invalides, e terminou
com o embaixador inglês depositando sobre o caixão uma coroa de flores enviada
pela Rainha Vitória.
-
A solenidade em La Madeleine durou cerca de meia hora.
O Cortejo
-
Às 14h00 começou o desfile do préstito fúnebre, precedido e acompanhado por
oito batalhões de infantaria, quatro esquadrões de cavalaria e duas baterias de
artilharia, comandados por seis generais.
-
Dois carros conduziam os representantes da Igreja; seguiam-se dois coches com
as coroas de flores e o carro fúnebre, encimado pela coroa imperial.
-
Duas carruagens conduziam a princesa Isabel,
Conde d’Eu e príncipes; logo após
vinham o representante da presidência francesa e outros carros, com ministros,
diplomatas e autoridades.
-
Nos telegramas enviados à imprensa e nela noticiados, há referência também a
uma “imensa
multidão”, que em “atitude respeitosa, assistiu ao desfilar do
cortejo”.
-
Pelas ruas de Paris, 80 mil homens das tropas francesas participaram das
honras.
-
O coche fúnebre, puxado por oito cavalos cobertos de negro.
-
Escoltado pela guarda republicana.
-
Acompanhado por banda de música militar tocando a marcha fúnebre de Chopin.
-
Nada menos que 300 mil pessoas, apesar do frio, foram prestar as homenagens a D. Pedro
II.
- Quando
o cortejo passou pela Praça da Concórdia, foram prestadas as honras militares,
e uma bateria de artilharia deu as salvas de estilo.
Praça da Concórdia
- O
corpo foi levado a estacão e transportado em um trem especial para Lisboa, com
uma parada em Madrid, onde a Casa Real espanhola prestou também suas
homenagens.
Personalidades Compareceram
- Milhares
de lamentadores participaram da cerimônia em La Madeleine.
Além da
Família de Pedro II, estes incluíram:
Amadeo, o ex-rei da Espanha;
Francis I, ex-rei das Duas Sicílias;
Isabella
II,
ex-rainha da Espanha;
Philippe, comte de Paris;
E outros
membros da realeza europeia.
- Quase
todos os membros da Academia Francesa, a Académie des Inscriptions et
Belles-Lettres, a Academia Francesa de Ciências, os Académie des Beaux-Arts e
os Académie des Sciences Morales et Politiques estavam presentes.
- Também
entre os presentes estavam Eça de Queiroz, Alexandre Dumas, Gabriel
Auguste Daubrée, Jules Arsène Arnaud Claretie, Marcellin
Berthelot, Jean Louis Armand de Quatrefages de Breau, Edmond
Jurien de la Gravière, Julius Oppert, Camille Doucet,
e muitos outros personagens notáveis.
- Outros
governos americanos e da Europa também enviou representantes, assim como países
distantes como Turquia otomana, China, Japão e Pérsia.
- A
Associação Comercial do Rio de Janeiro, os advogados do Rio de Janeiro e o
Jornal do Commércio enviaram representantes aos funerais.
Governo Brasileiro
A Ausência - Não Fez Falta
- Só se
notou a ausência de um representante do governo, dito, republicano, brasileiro.
O Cortejo à Estação Férrea de Paris
-
Às 3h00 da tarde, o cortejo chegou à Estação de Orléans.
-
As tropas prestaram continências ao morto e às bandeiras que se achavam
cobertas de crepe.
-
O trem para Lisboa partiria à noite, com dois vagões cheios de coroas e uma
comitiva de 32 pessoas, além da Família Imperial.
- A
formação militar francesa, composta por 80.000 homens, todos em uniforme de
gala, prestou honras ao Imperador.
- Os
cavalos, os tambores das bandas de música e as bandeiras traziam ornamentos
negros de luto.
-
Seguindo os serviços, o caixão foi levado em procissão até a estação de trem.
.
Caixão de Pedro II sendo carregado sobre as escadarias da Igreja da la
Madeleine, 1891
Grinaldas
- Duas
carruagens levavam quase 200 coroas de flores. Nelas, estavam escritas
mensagens homenageando o Imperador, tais como:
"Dom Pedro, Victoria RI ",
"Para o grande imperador para quem Caxias,
Osório, Andrade Neves e muitos outros heróis lutou, Pátria Voluntários de Rio
de Janeiro ",
" Um grupo de estudantes brasileiros em Paris
",
" tempos felizes quando o pensamento, a
palavra e a caneta estavam livres, quando o Brasil libertou povo oprimido ...
" (enviado pelo Barão de Ladário, Marquês de Tamandaré, Visconde de
Sinimbu, Rodolfo Dantas, Joaquim Nabuco e Taunay),
" Para a grande digno brasileira de honras da
Pátria e da Humanidade. Ubique Patria Memor. " (enviado pelo Barão do Rio
Branco),
"A partir do povo de Rio Grande do Sul ao rei
liberal e patriótico",
"Um negro brasileiro em nome de sua
raça".
O "funeral
de Estado concedido pela República Francesa proclamou que o Pedro II virtudes
pessoais e popularidade e, por implicação, distinguiu o regime imperial de
outras monarquias."
Funeral de Pedro II do Brasil retratado na capa do
Le Petit Journal (por Hans Meyer)
Grande Homem
-
D. Pedro mesmo não recebendo um
funeral oficial por parte do Estado brasileiro, a multiplicação de rituais
fúnebres, como missas e outras manifestações, marcavam o desejo da sociedade
brasileira e mundial de reconhecer D. Pedro em seu rol de “Grandes Homens”.
Imprensa
Agência Havas
A
Agência Havas, fundada em 1835, pelo francês Charles-Louis Havas, foi a
primeira agência mundial de notícias, contando com correspondes próprios na
França e nas principais capitais europeias (Molina, 2015, p. 36).
A
instalação da “telegrafia transatlântica”, através de um cabo submarino, a
partir de 1866, permitiu a comunicação entre América e Europa (Maciel, 2001, p.
132.
Os
primeiros telegramas da Agência Havas foram publicados pelos jornais
brasileiros em meados da década de 1870. Estabeleceu-se a partir de então,
segundo Molina, “um monopólio virtual da informação internacional no Brasil e
na América Latina” por parte da Havas, ou seja, durante esse período, “O Brasil
via o mundo através de olhos franceses, e o mundo enxergava o Brasil por meio
desses mesmos olhos” (Molina, 2015, p. 305).
Imprensa Brasileira
Tudo é acompanhado no Brasil
-
Apesar dos funerais de D. Pedro
terem ocorrido em Paris e Lisboa, todo o ritual fúnebre realizado foi
minuciosamente acompanhado, no Brasil, através da imprensa. Esta irá
reconstruí-lo via telegramas da Agência Havas de notícias, e de vários artigos,
sendo responsável pela divulgação dessas cerimônias por todo país.
-
Tal cobertura, aliás, não se restringia ao outro lado do Atlântico, englobando
também as inúmeras missas e manifestações de luto que ocorriam pelo Brasil.
Assim, além dos necrológios, artigos e cartas enviados aos jornais, a
participação da população, em várias cidades onde ocorrem atos fúnebres,
contribuiu para a mobilização de diferentes versões do passado recente do país.
-
A notícia do falecimento de D. Pedro de
Alcântara foi publicada na imprensa brasileira, em geral, no dia seguinte
ao evento.
-
Alguns jornais, que eram distribuídos na parte da tarde, como Gazeta da Tarde,
Novidades e Cidade do Rio, conseguiram publicá-la ainda no dia 5 de dezembro.
-
Nos dias posteriores, as notificações são abundantes; compondo-se de
necrológios e inúmeros telegramas, descrevendo os últimos momentos do imperador
e as cerimônias realizadas em Paris e Lisboa, como se viu. Há também trechos de
publicações de outros jornais especialmente estrangeiros, e informes sobre as
várias manifestações de pesar que ocorriam, tanto no Rio como em outras cidades
do Brasil. Além disso, há inúmeros artigos, poemas e cartas, evidenciando o
impacto causado pelo evento.
As Notícias no Brasil
-
A notícia do falecimento vinha, sem exceções, na primeira página e na primeira
coluna, sobre títulos como “Morte do Sr.
D. Pedro II” (Jornal do Commercio, 06 de dez. de 1891), ou apenas “Pedro de Alcântara” (Gazeta de
Notícias, 06 de dez. de 1891). O restante da página era preenchido com os
telegramas recebidos, geralmente provenientes da Agência Havas, ou de seus
correspondentes, relatando o estado de saúde do imperador até o momento de seu
falecimento.
-
Em seguida, vinham extensos necrológios, que ocupavam a primeira e a segunda página
dos jornais, com longas narrativas sobre a vida imperador.
A Reação nas cidades do Brasil
-
A reação nas cidades brasileiras, ao receber a notícia da morte do imperador,
foi de luto imediato. As casas comerciais cerraram suas portas, as bandeiras
foram hasteadas a meio pau e as igrejas dobraram seus sinos, anunciando o
passamento.
-
Em Ouro Preto, na época, capital do estado Minas Gerais, as repartições
públicas cerraram portas (O Paiz, 8 dez. de 1891).
-
No Rio de Janeiro, capital federal, além das casas comerciais fechadas, a Bolsa
de Valores também não funcionou e vários transeuntes que circulavam pelas ruas
trajavam luto (Jornal do Commercio, 06 de dez. de 1891).
-
Em Salvador, a Câmara Municipal içou a bandeira nacional a meio pau, gesto
observado nos vários consulados presentes na capital baiana (O Paiz; 12 dez. de
1891).
Exéquias
-
Seguindo os jornais, após manifestações quase instantâneas, foram organizadas inúmeras
exéquias (cortejo fúnebre) e missas, sendo que, para algumas delas,
especialmente as planejadas para ocorrer no 30º dia da morte do imperador,
foram abertas subscrições populares com objetivo de arrecadar dinheiro para a
ornamentação das igrejas.
-
Retratos ou bustos do imperador, além de coroas e bandeiras imperiais, seriam
os elementos principais na ornamentação das várias igrejas onde se realizariam
as missas. Não somente os símbolos ligados estritamente ao imperador, mas
também a fatos ou eventos ocorridos durante o Segundo Reinado, marcariam
presença nas cerimônias. Como nas exéquias celebradas na Paróquia de Santana,
em Salvador:
“Junto
ao retrato do finado, uma criança empunhava a antiga bandeira do 40º batalhão”,
um dos inúmeros batalhões de Voluntários da Pátria que lutou na Guerra do
Paraguai. Segue o telegrama, descrevendo o público da igreja, composto de
senhoras e um “aluvião de pobres”, que empunhava tochas, e o seu gesto, final,
de beijar o “pavilhão enegrecido pelo fumo dos combates e esfarrapado pelas
balas da campanha do Paraguai, onde pelejou o legendário batalhão” (O Paiz; 15
dez. de 1891).
-
Apesar dos telegramas mencionarem a coesão de todos os tipos, “sem cor política ou social” (Jornal do
Commercio; 11 dez. de 1891), como nas celebrações:
Demonstrações
Libertos
-
Em Piraí, estado Rio de Janeiro, em algumas regiões foram feitas observações
especiais sobre a grande presença de libertos nas cerimônias.
-
Na solenidade realizada em Barra Mansa, estado do Rio de Janeiro, encontramos
referências nesse sentido:
“Enorme
massa de libertos beijava, com lágrimas do maior sentimento, o retrato do
monarca, notando-se em todos os presentes a mesma dor profundíssima”.
Também
em Baependi, estado Minas Gerais, outra referência muito similar:
“Era
extraordinária a concorrência de libertos, que todos se mostravam profundamente
consternados pela morte daquele a quem chamavam – Nosso Pai” (O Brasil; 15 dez. de 1891).
- Algumas missas, como a realizada em Queluz, São Paulo, no 30º dia do passamento do imperador, seriam encomendadas pelos próprios libertos, contanto com a ornamentação de duas bandeiras de veludo preto, tendo em letras douradas as seguintes inscrições: “Lei de 28 de setembro de 1871 – Lei de 13 de maio de 1888” (Jornal do Commercio; 6 de jan. de 1892).
Supremo Tribunal Federal
-
Quanto ao governo brasileiro, algumas ações vieram do Poder Judiciário, com a
votação de moção expressando profundo pesar pela perda, representado pelo
Supremo Tribunal Federal (Jornal do Commercio; 14 dez. de 1891).
Congresso Federal
-
Segundo o Jornal do Commercio, o Poder Executivo deixou a cargo do Congresso
Nacional, que seria reaberto daí a pouco tempo, a iniciativa de prestar tributo
de respeito à memória do D. Pedro.
Todavia, ressaltava o jornal, “estas
conveniências da administração” pouco abalavam os brasileiros.
-
Mesmo assim, lastimava-se que enquanto “todo
mundo civilizado rende à memória do ex-imperador todas as honras possíveis”,
o governo do país, que ele “amou
estremecidamente”, se via “inibido,
por considerações políticas, de dar apoio ao genuíno pesar de que está possuída
toda a população” (Jornal do Commercio; 8 dez. de 1891).
Imprensa Internacional
- A
reação da imprensa no exterior foi simpática ao monarca.
O jornal
New York Times elogiou Pedro II, considerando-o:
“O mais ilustrado monarca do século” e afirmando
que “tornou o Brasil tão livre quanto uma monarquia pode ser”.
The
Herald escreveu:
“Numa outra era, e em circunstâncias mais felizes,
ele seria idolatrado e honrado por seus súditos e teria passado a história como
‘Dom Pedro, o Bom”.
The
Tribune afirmou que seu “reinado foi
sereno, pacífico e próspero”.
The Times
publicou um longo artigo:
“Até novembro de 1889, acreditava-se que o falecido
Imperador e sua consorte fossem unanimemente adorados no Brasil, devido a seus
dotes intelectuais e morais e seu interesse afetuoso pelo bem-estar dos súditos
[...] Quando no Rio de Janeiro ele era constantemente visto em público; e duas
vezes por semana recebia seus súditos, bem como viajantes estrangeiros,
cativando a todos com sua cortesia”.
O Weekly
Register, por sua vez:
“Ele mais parecia um poeta ou um sábio do que um
imperador, mas se lhe tivesse sido dada a oportunidade de concretizar seus
vários projetos, sem dúvida teria feito do Brasil um dos países mais ricos do
Novo Mundo”.
O
periódico francês Le Jour afirmou que “ele
foi efetivamente o primeiro soberano que, após nossos desastres de 1871, ousou
nos visitar. Nossa derrota não o afastou de nós.
A França lhe saberá ser agradecida”.
O The
Globe asseverou que ele “era culto, ele
era patriota; era gentil e indulgente; tinha todas as virtudes privadas, bem
como as públicas, e morreu no exílio”.
Joaquim
Nabuco,
correspondente do Jornal do Brasil, escreveu por ocasião das exéquias suntuosas
de D. Pedro II em Paris:
"Mais do que isso, infinitamente, D. Pedro II
preferia ser enterrado entre nós, e por certo que o tocante simbolismo de
fazerem o seu corpo descansar no ataúde sobre uma camada de terra do Brasil
interpreta o seu mais ardente desejo. Ao brilhante cortejo de Paris ele teria
preferido o modesto acompanhamento dos mais obscuros de seus patrícios, e daria
bem a presença de um dos primeiros exércitos do mundo em troca de alguns
soldados e marinheiros que lhe recordassem as gloriosas campanhas nas quais o
seu coração se enchera de todas as emoções nacionais.
Mas foi sua sorte morrer longe da Pátria. É uma
consolação, para todos os brasileiros que veneram o seu nome, ver que ele, na
sua posição de banido, recebeu da gloriosa nação francesa as supremas honras
que ela pôde tributar. No dia de hoje o coração brasileiro pulsa no peito da
França."
D. Pedro faleceu
em Paris em 5 de Dezembro de 1891. Na eulogia publicada no jornal HaTsfirá (A
Sirene), editado em Varsóvia na língua hebraica, escreveu Israel Isser
Goldblum (1863-1925) sobre a vasta cultura de D. Pedro II e
seu especial interesse pela língua hebraica, tendo sido salientado o fato de o
imperador do Brasil saber e falar fluentemente o hebraico:
“Bem aventurados aqueles que viram D. Pedro II,
Imperador do Brasil, e ouviram-no falar na língua sagrada. Bem aventurados
todos aqueles que o saudaram e foram por ele saudados”.
Outras Manifestações pelo Mundo
- Mesmo
as repúblicas da América Latina, reconheciam a grandeza do Império Brasileiro,
como podemos ver nesses exemplos:
- Um
embaixador brasileiro foi comunicar que o Brasil não era mais uma Monarquia ao
então presidente do Equador, este disse:
"Permita que lhe ofereça os meus pêsames: o
Brasil acabou de cometer o erro mais fatal de sua história!"
- Quando
a Monarquia foi derrubada, o presidente da Venezuela, Rojas Paúl,
resumiu a queda do Império brasileiro em uma única frase:
"Foi-se a única república da América!".
Imprensa Francesa
-
Segundo Pedro Calmon (1975, p. 895), a imprensa francesa se dividiu sobre as
pompas fúnebres ofertadas por seu governo. Enquanto uma parte aplaudiu a atitude
tomada, outra a interpretou como afronta ao governo brasileiro. Infelizmente,
Calmon não faz referências mais detalhadas à polêmica.
- No livro de Lidia Besouchet (1975), cuja temática principal é o exílio e morte do imperador, a questão recebe mais realce.
-
Segundo vários jornais franceses selecionados por Besouchet, a polêmica em
torno dos funerais teve início quando o Journal des Débatse o Courrier de Paris
publicaram em suas primeiras páginas que seriam oferecidas honras imperiais a D. Pedro II.
- O jornal Le Fígaro defendia a ideia, em artigo redigido por Gaston Calmette, o mesmo jornalista que entrevistou o imperador pouco antes de seu falecimento, apontando as vinculações de parentesco do finado com as Casas reinantes da Europa, especialmente a da França.
- Segundo Besouchet, os jornais La Bataille e Appelseriam os primeiros a se manifestar contra as honras imperiais. O primeiro publicou que causava estranhamento uma “nação democrática prestando homenagens imperiais a um monarca destronado por seus próprios súditos”, e conclui: “A França tem o ar de quem reprova o Brasil de haver seguido seu próprio exemplo” (Besouchet, 1975, p. 422).
- Nos trechos dos jornais franceses publicados na imprensa carioca, não há menção à polêmica; apenas referências breves aos jornais que teriam constituído a “nota dissonante” entre a imprensa francesa, ao não publicar matérias honrosas à figura do imperador. Dentre eles, o La Bataille, citado por Besouchet, e o Radical, referido pela imprensa carioca.
- Da imprensa francesa que rendeu homenagens a D. Pedro, o artigo mais longo, publicado nos jornais cariocas, é do jornal Les Temps. Segundo a matéria, o Brasil havia alcançado a estabilidade interna, durante o Segundo Reinado, distinguindo-se das repúblicas vizinhas. Com uma política externa “temperada de firmeza e moderação nas guerras gloriosas, que tinham por fim destruir as tiranias de Rosas e de Lopez”, o país havia conquistado “preponderância incontestada na América do Sul”. O imperador, “discípulo fiel dos reformadores filantropos do século XVIII”, fez de tudo para extinguir a escravidão e a abolição, realizada em 1888, “será para a história a honra imperecível desse reinado de meio século”.
- A princípio, percebe-se que boa parte da opinião pública francesa via com bons olhos o imperador e as honras que lhe foram prestadas.
- Afinal, para a França, país onde as cerimônias fúnebres – especialmente, as de chefes de Estado – se destacavam por sua pompa e requinte, sobretudo na Terceira República (Ben-Amos, 2000, p. 6), honrar D. Pedro com grandes funerais, ainda que não fossem imperiais, acarretava grande prestígio perante a comunidade internacional.
- Ao sediar e organizar seus funerais, a República Francesa estaria no centro das atenções mundiais.
Manifestações no Brazil
Rio de Janeiro
- Após
ter sido noticiada a morte do Imperador, os jornais da Rua do Ouvidor e as
casas comerciais haviam hasteado a bandeira a meio pau, o que provocou
conflitos com a polícia e o novo governo republicano instituído, que queria
obrigar a retirada das bandeiras daquela posição.
-
Contudo, o povo brasileiro não ficou indiferente ao falecimento de D.
Pedro II, pois a "repercussão no Brasil foi também
imensa", apesar dos esforços do governo para abafar.
- Houve manifestações
de pesar em todo o Brasil; comércio fechado, bandeiras a meio pau, toques de
finados, tarjas pretas nas roupas, ofícios religiosos.
- Foram
realizadas "missas solenes por todo o país, seguidas de
pronunciamentos fúnebres em que se enalteciam D. Pedro II e o
regime monárquico".
- O povo
manifestou-se solidário com as homenagens ao seu Imperador D. Pedro.
Em 07 de dezembro de 1891, de acordo com o dr. João
Mendes de Almeida, em artigo escrito:
“A notícia do passamento de S. M. o Imperador D.
Pedro II vem pôr à prova os sentimentos da nação brasileira com a dinastia
Imperial.
A consternação tem sido geral”.
“A agora República se calou diante da força e do
impacto das manifestações”.
- A polícia
foi enviada para impedir manifestações públicas de pesar, “provocando
sérios incidentes [...] enquanto o povo se solidarizava com os manifestantes”.
- No
mesmo dia no Rio de Janeiro, uma reunião popular com o objetivo de homenagear o
falecido imperador foi realizada, tendo sido organizada pelo Marquês de
Tamandaré, Visconde de Ouro Preto, Visconde de Sinimbu, Barão
de Ladário, Carlos de Laet, Alfredo d'Escragnolle
Taunay, Rodolfo Dantas, Afonso Celso.
- Até
mesmo os antigos adversários políticos de Pedro II elogiaram o
monarca deposto, mesmo que “criticando sua política, ressaltavam sempre
seu patriotismo, honestidade, desinteresse, espírito de justiça, dedicação ao
trabalho, tolerância, simplicidade”.
Quintino
Bocaiúva, um dos
principais líderes republicanos, falou:
“O mundo inteiro, pode-se dizer, tem prestado todas
quantas homenagens tinha direito o Sr. Dom Pedro de Alcântara, conquistadas por
suas virtudes de grande cidadão”.
Protestos
-
Alguns “membros de clubes republicanos protestaram contra o que
chamaram de exagerado sentimentalismo das homenagens", vendo nelas
manobras monarquistas.
- Foram
vozes isoladas.
- O
governo republicano do Brasil não esteve representado, mas vários republicanos
golpistas ou não, estavam presentes.
Traslado do Corpo do Imperador
Franca – Paris
- Às 15h00, após chegar à Estação de Orléans.
As tropas prestaram continências ao morto e às bandeiras que se achavam
cobertas de crepe.
- O trem para
Lisboa partiria à noite, com dois vagões cheios de coroas e uma comitiva de 32
pessoas, além da Família Imperial.
Caminhos
França - Espanha - Portugal
-
As cerimônias realizadas na capital da República francesa não encerravam os
rituais fúnebres do imperador nem a cobertura minuciosa que lhe prestavam os
jornais brasileiros, pois restavam, ainda, as homenagens da corte do rei D. Carlos, em Portugal.
- Em
todos os locais que os caixões passaram, tanto na França, quanto como na
Espanha, e por último, em Portugal, foram realizadas homenagens.
Saindo de
Paris, França, via férrea, a viagem prosseguiu até a Igreja de São Vicente de
Fora, próximo a Lisboa, Portugal.
- Como
sempre, com a exceção do governo brasileiro republicano golpista.
Em 10 de dezembro de
1891, iniciava-se a viagem até Lisboa, em direção ao
Panteão dos Bragança.
O
comboio atravessou a França durante a noite, chegando pela manhã em Hendaye,
última parada em território francês.
- Nesse
mesmo dia cruzou a fronteira, adentrando a Espanha.
Espanha – Madri
-
Na Estação de Puerta de San Vicente, em Madri, D. Pedro II recebeu as homenagens da corte espanhola.
Portugal
Honras Militares
-
Seguindo para Portugal, onde foi recebido na Estação de Entroncamento, por D. Afonso, irmão do rei D. Carlos, e um contingente de tropas
com o objetivo de prestar honras militares a D. Pedro II do Brasil.
Portugal – Lisboa
Em 12 de dezembro de1891, às 11h30, finalmente, chegava o comboio em Lisboa.
-
Esperava-o, na Estação de Santa Apolônia, o rei D. Carlos, toda sua família, o ministério, altas autoridades, e
milhares de pessoas participaram também das honras e despedidas ao velho
imperador brasileiro.
-
Procedeu-se à abertura do vagão fúnebre, e o ataúde foi transportado para o
coche fúnebre da casa real, formando-se o préstito, com organização diferente
de Paris.
Cortejo em Lisboa
-
Abria-o uma força de cavalaria, seguindo grande número de carruagens com os
presidentes e membros dos tribunais superiores, das câmaras Legislativa e
Municipal, conselheiros e ministros de Estado; depois vinham os coches de
grande gala da casa real:
- Em primeiro, o do rei, acompanhado
pela princesa Isabel, do Conde d’Eu e filhos;
- Em segundo, o príncipe Pedro Augusto e o infante D. Afonso.
- Seguiam-se outros carros
ocupados por personagens da Corte e, logo após, as flores e as coroas
recebidas.
- Ao final do cortejo, o carro
fúnebre com o ataúde e, fechando o cortejo, um corpo de cavalaria.
-
Até São Vicente de Fora, o cortejo passou por entre alas de infantaria,
postadas em todas as ruas.
Convento de São Vicente de Fora
-
Na igreja, o cardeal Dom José Sebastião
de Almeida Neto, Patriarca de Lisboa, recebeu o esquife, esperava-o a rainha d. Amélia, tendo sido o féretro
conduzido até o meio da igreja pela irmandade da Santa Casa de Misericórdia de
Lisboa.
-
Nas tribunas, a família real e imperial; o corpo diplomático, com exceção da
legação brasileira.
O Mausoléu
-
Terminados os ofícios no mausoléu real, o ataúde de D. Pedro II foi colocado no jazigo da Casa de Bragança, entre os
túmulos da imperatriz Thereza Christina
e sua
madrasta D.
Amélia, mulher de Pedro
IV (D. Pedro I, primeiro imperador do Brasil).
Chegada do esquife do Imperador em Portugal
Panteão dos Bragança
São Vicente de Fora
Imprensa Carioca
-
Na imprensa carioca, poucas foram as reproduções do que foi publicado sobre os
funerais em Portugal. Contudo, algumas referências podem ser identificadas,
como a de caráter geral, sobre os jornais lisboetas, ressaltando que, tanto
monarquistas como republicanos, “em
longos artigos pranteavam a morte” do imperador.
Imprensa Portuguesa
-
A imprensa portuguesa, especialmente a monarquista, não veria com bons olhos a
decisão da representação brasileira do não comparecimento. Jornais
monarquistas, como o jornal Novidades e o Correio da Manhã, criticaram
ferrenhamente tal ausência, caracterizada como uma falta gravíssima, do ponto
de vista das relações diplomáticas entre os países.
A Princesa de Jure volta para Casa
Em 14 de dezembro de
1891, Dona
Isabel, Princesa de
Jure do Brasil, junto com os filhos e o marido, retornaria para sua
residência em Versalhes (França).
No Brasil
Repreensão do Governo
Rio de Janeiro - Capital Federal
-
No cenário político brasileiro, as divisões entre militares e civis,
deodoristas e florianistas, republicanos e monarquistas contribuíam para a
instalação de um clima de insegurança na capital federal Rio de Janeiro, já
muito alimentado pelas ameaças de bombardeio de Custodio de Melo, mas também por boatos de levantes monarquistas.
- Assim, não apenas na capital federal, mas
também em São Paulo e em Salvador, foram registradas algumas medidas
repressoras às demonstrações de pesar organizadas em memória do imperador D. Pedro II, pelo temor de que pudessem
alimentar pretensões restauradoras.
- Na capital federal observamos alguns incidentes, o primeiro deles ocorreu já no dia em que foi noticiada a morte de D. Pedro. O chefe de política da cidade, Xavier da Silveira, pressionou as redações dos jornais para que não hasteassem ou colocassem a bandeira nacional em funeral (com uma tarja de crepe preto). O Diário do Commercio, ao publicar a notícia, defendeu a conveniência de tal atitude, com o objetivo de “evitar qualquer pequeno conflito”, mas algumas redações chegaram a pedir que lhes fosse apresentado tal ordem por escrito, o que, segundo o Diário, teria levado a polícia a negar ter feito tal pedido (Diário do Commercio; 6 dez. de 1891).
- O jornal monarquista O Brasil, por exemplo, em artigo com o sugestivo título de “Contra o Luto!”, denunciava que a polícia teria “intimado”, e não “pedido” como informou o Diário do Commercio, as redações do jornais que haviam hasteado a bandeira a meu pau a retirarem esse sinal, “para evitar qualquer desacato”.
- Tal intimação teria sido feita também, relata o jornal, a diversas casas comerciais.
- Alguns jornais teriam obedecido a “intimação”, como o Jornal do Brasil, mas em outros a bandeira continuou em funeral.
- Quanto ao jornal O Brasil, como não havia nunca hasteado a bandeira republicana, expressou seu luto cerrando suas portas e cobrindo de crepe preto a tabuleta com o título da folha (O Brasil; 6 dez. de 1891.
- O jornal O Tempo, identificando-se claramente como uma folha republicana, comenta que mesmo com a morte do imperador, - assim extinguindo-se as esperanças sebastianistas e monarquistas - as manifestações de pesar não deixaram de ter um caráter político; “sendo exploradas por manhosos adversos da instituição republicana” (O Tempo; 9 dez. de 1891).
- Um incidente, mais grave, envolveu o jornal monarquista O Brasil, em função das exéquias planejadas pela comissão central, organizada por iniciativa do diretor do referido jornal, Carlos Laet. Segundo a carta “Ao Povo”, publicada por Laet no jornal, membros da comissão foram ameaçados de morte por integrantes do Clube Tiradentes, um clube republicano muito tradicional da capital, e aconselhava o cancelamento das manifestações de pesar (“Ao Povo”. O Brasil; 18 dez. de 1891). Laet não faz referências, em sua carta, se o jornal foi ou não alvo de agressões.
- Todavia, ao comentar as reações à notícia da morte imperador, Maria de Lourdes Janotti menciona o empastelamento de O Brasil e do Jornal do Brasil, e também as várias manifestações de Clubes jacobinos e batalhões patrióticos que saíram em defesa das instituições republicanas (JANOTTI, 1986: 50).
- De toda a forma, a tal comissão abandonou a idéia de realizar as exéquias de 30º dia do passamento do imperador, para quais estava colhendo donativos, desistindo também do projeto de erigir, na capital, um monumento em memória de D. Pedro (Jornal do Brasil; 12 dez de 1891; Jornal do Commercio; 22 dez de 1891).
- No Rio de Janeiro, Janotti nos informa que o governo de Floriano Peixoto convocou uma reunião com o representante de Portugal, com objetivo de que ele envidasse esforços no sentido de evitar que os portugueses fechassem suas lojas e efetuassem qualquer tipo de manifestação pública, pois, o governo esperava a eclosão de graves de tumultos. O diplomata teria respondido que tal ação estava fora de seu alcance, e que nada poderia ser feito, já que a própria legação portuguesa enlutou-se por vinte dias. Assim, fica claro, que as manifestações de pesar são interpretadas pelos republicanos radicais como, no mínimo, provocações e, no máximo, conspirações contra a República. (JANOTTI, 1986: 50-51)
- As reações no Brasil ao falecimento de D. Pedro de Alcântara, não podem ser separadas do tenso clima político que agitava republicanos e monarquistas, civis e militares.
A Nova República Ausente
-
A ausência de representantes da república brasileira nos funerais de D. Pedro II, realizados em Paris e
Lisboa, em dezembro de 1891, marcou um momento singular de posicionamento do
regime frente ao passado monárquico, então considerado “ameaçador”.
—
E não seria o único.
-
Vários foram os momentos e eventos nos quais a república brasileira teve que
dialogar esse passado.
-
Como nas discussões no Congresso Nacional sobre a revogação do banimento da
família imperial, o translado dos despojos imperais para o Brasil em 1921 e as
comemorações do Centenário Natalício de
D. Pedro II, em 1925.
A Figura de D. Pedro II
- Os
brasileiros se mantiveram apegados a figura do imperador popular a quem
consideravam um herói e continuaram a vê-lo como o “Pai do Povo” personificado.
- Esta
visão era ainda mais forte entre os brasileiros negros ou de ascendência negra,
que acreditavam que a monarquia representava a libertação.
- O
fenômeno de apoio contínuo ao monarca deposto é largamente devido a uma noção
generalizada de que ele foi "um governante sábio, benevolente,
austero e honesto".
- Esta
visão positiva de Pedro II, e nostalgia por seu reinado, apenas
cresceu a medida que a nação rapidamente caiu sob o efeito de uma série de
crises políticas e econômicas que os brasileiros acreditavam terem ocorridas
devido a deposição do Imperador.
- Ele
nunca cessou de ser considerado um herói popular, mas gradualmente voltaria a
ser um herói oficial.
Algum Remorso Republicano
- Surpreendentemente
sentimentos fortes de culpa se manifestaram dentre os republicanos, que se
tornaram cada vez mais evidentes com a morte do Imperador no exílio.
- Eles
elogiavam Pedro II, que era visto como um modelo de ideais
republicanos, e a era imperial, que acreditavam que deveria servir de exemplo a
ser seguido pela jovem república.
- No
Brasil, as notícias da morte do Imperador "causaram um sentimento
genuíno de remorso entre aqueles que, apesar de não possuirem simpatia pela
restauração, reconheciam tanto os méritos quanto as realizações de seu falecido
governante."
Sangue Correu
-
O sangue que deixou de correr em 1889 verteu em profusão nos dez anos
seguintes, resultado do choque entre as expectativas e a realidade da nova
República, com episódios de massacres, degolas, guerras civis, e muito terror.
...O Tempo Passa...
Cronologia do Remorso
RATIO TEMPORUM de conscientiam
RATIO TEMPORUM de conscientiam
Século XX
1904.
A Última Revolta Monarquista
Em 1904, ocorreu a última rebelião
monarquista, em que foi chamado a Revolta da Vacina.
1914.
Em 1914, seria de Rui
Barbosa, o último dos republicanos que realizaram o golpe de 1889, que
viria o mais famoso discurso em homenagem a Dom Pedro II:
“A
falta de justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos
males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso
descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação. De tanto ver triunfar as
nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a
desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. Essa
foi a obra da República nos últimos anos. No outro regime [na Monarquia], o
homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o
sempre, as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela
vigilante [Dom Pedro II], de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no
alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da
honra, da justiça e da moralidade”.
1920.
Brasil
Rio de Janeiro - Capital Federal
Em
03 de setembro de 1920, é revogada a Lei do Banimento à Família Imperial
Brasileira, os restos mortais do Imperador foram trazidos de volta à sua terra
natal.
Nota:
Lei do Banimento
- Proibia a Família Imperial de
pisar em solo brasileiro, além de não permitir que nenhum dos membros pudesse
possuir imóveis no Brasil e estabelecendo um prazo de seis meses para que os
imóveis possuídos fossem vendidos ou passados à terceiros.
Portugal – Lisboa
Em
22 de dezembro de 1920, em Lisboa, é realizado o trasladamento do corpo de suas majestades
imperiais ao Brasil após a revogação da lei do banimento à Família Imperial
Brasileira.
Cerimônia realizada em Lisboa
22 de dezembro de 1920
Brasil – Rio de Janeiro
Em 03 de setembro de
1920, após a revogação do
banimento da Família Imperial, começaram os preparativos para o translado dos
restos mortais de D. Pedro II e da
imperatriz Thereza Christina.
Em 08 de janeiro de 1921, chegaram ao Rio de Janeiro, os restos mortais dos
imperadores, sendo alocados na Catedral do Rio de Janeiro.
1921.
O Imperador Voltou para Casa
Em
08 de janeiro de 1921, Brasil,
Rio de Janeiro, os despojos dos imperadores D. Pedro II e
de Dona Theresa Cristina, voltaram
foram trazidos para sua terra, o Brasil, sua terra, sua casa.
Catedral Metropolitana
- As
urnas funerárias de suas majestades foram depositados na Catedral Metropolitana
do Rio de Janeiro.
A Imperatriz de Jure
Dona Isabel
- Após a morte
de D. Pedro II, sua filha Dna. Isabel passou a
residir com o marido e os três filhos no castelo D’Eu, na França, onde
faleceria em 14 de Novembro de 1921, aos 75 anos de idade.
- Nesse
mesmo ano, os restos mortais de Pedro II e Theresa
Cristina eram transladados do panteão dos Bragança, em Portugal, para
o Brasil a tempo das comemorações pelo centenário da independência, em 1922.
1922.
Centenário da Independência
1822/1922
- Tudo
foi feito a tempo do Centenário da Independência brasileira em 1922, pois o
governo desejava dar a Pedro II condizentes homenagens de
Chefe de Estado, por foi por ele e seu pai que o Brasil configurava como uma
grande nação.
Feriado Nacional
- Um
feriado nacional foi decretado e o retorno do Imperador como herói nacional foi
celebrado por todo o país.
-
Milhares participaram da cerimônia principal no Rio de Janeiro.
- O
historiador Pedro Calmon descreveu a cena:
"Os velhos choravam.
Muitos ajoelhavam-se. Todos batiam palmas.
Não se distinguiam mais republicanos e monárquicos.
Eram brasileiros."
- Esta
homenagem marcou a reconciliação do Brasil Republicano com o seu passado
Monárquico.
1925.
-
Somente em 1925, ocorreu o translado dosn restos mortais do imperador Dom Pedro II e da imperatriz Theresa Cristina para a Catedral de
Petrópolis.
1939.
Brasil – Petrópolis
Cidade Imperial
Em
05 de Dezembro de 1939, os despojos dos imperadores foram transferidos para a Cidade de Pedro
- "Petrópolis" no
estado da Guanabara (Rio de Janeiro).
- Os
restos de Dom Pedro II estão sepultados no Mausoléu Imperial,
dentro da Catedral de Petrópolis, na região serrana fluminense.
D. Pedro II - Dna Theresa Cristina
Túmulos de D. Pedro II e D. Theresa Cristina (ao
centro), Princesa Isabel (esquerda) e do Conde d'Eu (direita), na Catedral São
Pedro de Alcântara.
Necessidade passou a Família
Imperial
- Expulsa
do Brasil um dia após a proclamação da república (15 de Novembro de 1889), a
Família Imperial passou a residir em Paris, sobrevivendo, em grande parte, da
ajuda de amigos, como a Condessa de Barral.
1971.
A Volta da Princesa Isabel
Brasil
Rio de Janeiro – Petrópolis
Em
13 de maio de 1971,
chegaram a cidade e Petrópolis os restos mortais da Princesa
Isabel e do Conde D'Eu.
- Houve desfile pelas ruas do centro histórico da cidade,
acompanhado por tropas dos Dragões da Independência e por centenas de escolares
e espectadores.
- Tiveram
uma missa celebrada pelo bispo D. Manuel na Catedral de Petrópolis,
acompanhada por inúmeras autoridades do país e de Portugal.
- Logo em
seguida foram sepultados definitivamente no mausoléu criado para este fim na
cripta imperial localizada na mesma Catedral.
- Na
Capela Imperial já se encontrava o mausoléu contendo os restos mortais de D.
Pedro II e de Dona Teresa Cristina que também
chegaram em 05/12/1939, mas que antes ficaram depositados na Catedral
Metropolitana do Rio de janeiro.
- Curiosamente a Catedral localiza-se frente a
residência que pertenceu a Princesa Isabel e ao Conde
D'Eu, e que foi construído pelo Barão de Pilar em
1853.
- Foi
nesta mesma residência que, D. Pedro II tomou conhecimento do
movimento militar que instituiu a República.
Posteridade
Lembranças
memoriae
memoriae
- Da queda ao exílio à morte do imperador, as manifestações de pesar e os escritos sobre o “Grande Morto” estão vinculados ao caráter político das cerimônias fúnebres, nos quais a imagem de D. Pedro II é representada por símbolos de poder da realeza, como a coroa, o cetro e a bandeira imperial.
-
Tal dado consiste em indício da alta popularidade de D. Pedro II nas camadas populares, apontada pela historiografia, e
por cronistas de época. Os textos de João
do Rio se destacam. Em seu clássico “A
alma encantadora das ruas”, o autor ressaltava a presença constante da
coroa imperial tatuada nos corpos de presos, junto às sereias, lagartos e
corações. Segundo o cronista, “com
raríssimas exceções, que talvez não existam, todos os presos são radicalmente
monarquistas”.
- José Murilo de Carvalho
(1987, p. 31) revela um profundo abismo entre as camadas populares e o novo
regime, no qual as reações à morte do imperador e as ações de repressão das
autoridades constituem um sintoma. Porém, deve-se levar em conta que essa
repressão advinha do radicalismo político, expresso tanto na imprensa quanto na
prática, com ações de grupos republicanos, como o Apostolado Positivista do
Brasil e o Clube Tiradentes, contra as manifestações de pesar tidas como
monarquistas.
-
Afinal, estava em jogo a estruturação e legitimação da República brasileira,
que incluiria uma miríade de batalhas memoriais, sendo uma das mais importantes
a que decidiria o lugar do último imperador, na história e memória nacionais.
-
As palavras de Quintino Bocaiúva, no
jornal O Paiz, veiculam uma das imagens que seria propalada ao longo dos anos:
–
“O homem D. Pedro de Alcântara, dono
das mais altas virtudes, merecia todo o prestígio, e era esse personagem, longe
das coroas e dos cetros presentes nas cerimônias fúnebres, que merecia ser
recordado”.
-
Enfim, as relações entre Monarquia e República passavam por experiências
distintas, da República extremamente negativa, associada à força e à violência,
relativo à mudança do regime político e principalmente aos seus primeiros anos.
Admiração à D. Pedro II
-O Conde
Soderini escreveu:
“O Imperador do Brasil era amado em todo o mundo, e
era naquele tempo, juntamente com o Papa, a maior autoridade moral entre os
homens de todos os países”.
D. Pedro
II foi
objeto da maior veneração do Visconde de Taunay. Com a mais p- erfeita
sinceridade, dizia:
— Valeria
a pena ser-se brasileiro, só para se ter como soberano um Pedro II.
- Elizalde, ministro de Estrangeiros da
Argentina no governo de Mitre, declarava-se disposto a não se
separar do Governo Imperial, no qual confiava:
“Trata-se de um governo sério, presidido por um
soberano de grande merecimento”.
- Andrés Lamas, ministro de Estrangeiros do Uruguai, dizia:
“Deposito uma fé cega, uma confiança sem limites,
na inteligência e lealdade desse Soberano”.
- Numa
das mais sombrias fases da tirania de Rosas, conversavam Mitre e Sarmiento.
Avassalado pelo desânimo, Mitre desabafou:
— Não há mais uma única esperança.
Sarmiento retrucou:
— Há sim. É o Imperador do Brasil.
Questão Argentina
- Em
1882, agravara-se estranhamente o incidente com a Argentina, em torno da
questão das “Missões”. Vozes surdas, nos dois países, exigiam a
guerra.
- O
ex-presidente argentino Nicolao Avellaneda veio em missão
diplomática ao Brasil, sendo recebido por D. Pedro II. Ao final da
conversa, o diplomata insistiu:
— O necessário é a paz, não a paz desconfiada
da Europa, mas sincera.
— Leve ao seu país esta promessa minha.
Enquanto eu for vivo, não consentirei na guerra.
-
Necessitamos salvar meio continente. E salvaremos.
- No dia
seguinte a tempestade desvaneceu-se. Bastara o encontro de dois homens.
Valorização
- Por
ocasião do casamento de uma filha, o banqueiro inglês Rothschild quis
dar-lhe um presente de grande valor. O presente escolhido: apólices da dívida
do Império brasileiro. Causou estranheza a escolha, e a alguém que lhe
perguntou o motivo, respondeu:
— Isto vale mais do que ouro.
A dignidade e a honra da Nação:
- Sem honra não quero ser Imperador -
- Em
dezembro de 1862, o plenipotenciário inglês no Rio de Janeiro começou a
praticar uma série de violências, fazendo aprisionar diversos navios mercantes
brasileiros. Christie alegava para isso o fútil motivo da
prisão em terra de alguns marinheiros ingleses embriagados, e o não acatamento
do Governo à sua reclamação relativa a um navio inglês naufragado nas costas do
Rio Grande do Sul.
- Na baía
de Guanabara, os marinheiros das naus britânicas ali fundeadas mostravam com
gestos insultuosos, aos passageiros das barcas de Niterói, a boca dos seus
canhões. O povo, não podendo conter a sua justa indignação, dirigiu-se em massa
ao Paço da Cidade, onde o Imperador se achava reunido com o Conselho de Estado.
Milhares de vozes pediram que não tardassem as represálias à insolência do
embaixador e dos marinheiros ingleses. D. Pedro II, chegando a
uma das janelas da frente, gritou:
— Calma, calma, senhores! Eu sou primeiro que tudo
brasileiro, e como tal, mais do que ninguém, estou empenhado em manter ilesas a
dignidade e a honra da Nação. E assim como confio no entusiasmo do meu povo,
confie o povo em mim e no meu Governo, que vai proceder como as circunstâncias
requerem, mas de modo que não seja ultrajado o nome de brasileiros, de que
todos nos ufanamos. Onde sucumbirem a honra e a soberania da Nação, eu
sucumbirei com elas. Confiem no meu Governo, e fiquem certos de que sem honra
não quero ser Imperador!
- O
Brasil rompeu relações diplomáticas com a Inglaterra, e a questão foi arbitrada
pelo rei da Bélgica, que nos deu plena razão.
- Foi
como vitorioso, e acompanhado de seus aliados argentinos e uruguaios, que o
Imperador quis receber o pedido de desculpas da poderosa Grã-Bretanha.
- Em
Uruguaiana, província do Rio Grande do Sul, após a rendição das tropas
paraguaias sitiadas, o Imperador recebeu as desculpas oficiais da Inglaterra
pelas arbitrariedades praticadas por Christie.
- O Conde
d’Eu narra deste modo a cerimônia:
“Chegou do Sul, por terra, o Sr. Edward Thornton,
embaixador britânico em Buenos Aires. Vem encarregado pelo governo da Rainha
para exprimir ao Imperador o seu pesar pelas violências que haviam praticado os
navios da estação inglesa no Rio de Janeiro, em 1862, e pela ruptura de
relações diplomáticas que se lhes seguiu, e que até hoje tem durado. O
Imperador marcou a hora de meio-dia para o receber na barraca, com toda a
solenidade que as circunstâncias comportam. Foram convidados para assistir à
cerimônia os comandantes de todos os corpos.
Cada um se veste o melhor possível para esta
solenidade diplomática. Torna-se a armar a barraca com as velas e bandeiras, e
até se descobre um tapete. Ao lado forma um batalhão de linha completo. Além
dos oficiais convocados, muitos outros vieram, desejosos de assistir a esta
satisfação que se vai dar à honra nacional.
Tendo-se o Imperador colocado ao fundo da barraca,
e a seus lados o ministro e as outras pessoas principais, o general Cabral
introduz o Sr. Thornton, que veio da cidade em carruagem escoltada por um
destacamento de cavalaria. Veste o uniforme diplomático com a comenda da Ordem
do Banho. Depois das três reverências do estilo, pronuncia um longo discurso em
francês, e em seguida entrega ao Imperador a carta da Rainha Vitória.
Responde-lhe o Imperador igualmente em francês, e logo em seguida a banda
colocada do lado de fora toca o ‘God save the Queen’, melodia que bem longe
estávamos de supor que viéssemos ouvir aqui no fundo da província do Rio Grande
do Sul”.
O Imperador não transige em questão de
honra:
- Não
provocamos a guerra,
Não proporemos a Paz. -
- Em luta
com os ministros que não queriam deixá-lo partir para o Rio Grande do Sul, no
início da guerra do Paraguai, o Imperador cortou a discussão, dizendo:
— Ainda me resta um recurso constitucional: -
se não parto como Imperador, abdico e vou para o Rio Grande como um voluntário
da Pátria.
- Declarada
a guerra ao tirano Solano López, do Paraguai, seguiu o Imperador
com seus genros, a incitar os seus súditos ao cumprimento do dever, por seu
exemplo pessoal.
Ao
embarcar, disse à multidão que o aplaudia:
— Sou defensor perpétuo do Brasil, e quando os
meus concidadãos sacrificam sua vida em holocausto sobre as aras da Pátria, em
defesa de uma causa tão santa, não serei eu que os deixe de acompanhar.
- Em
momento de desânimo do seu Ministério, durante a guerra do Paraguai, o
presidente do Conselho de Ministros consultou D. Pedro II sobre
a conveniência de se chegar a um acordo com o tirano inimigo. O Imperador,
sempre delicado e tranqüilo, desta vez perdeu a calma. Ergueu-se indignado,
bateu com o punho cerrado na mesa dos despachos, e bradou:
— Nunca! Nós não provocamos a guerra, não
proporemos a paz! Se o sacrifício é enorme, maior seria a humilhação. Agora, é
irmos até o fim. Eu partirei de novo para a guerra, se a minha presença se
tornar necessária lá. Trocarei o trono por uma tenda de campanha. E quero ver
se há algum brasileiro que não me acompanhe!
- Em seu
diário, D. Pedro II anotou:
“Fala-se em paz no Rio da Prata. Eu não negocio com
López! É uma questão de honra, e eu não transijo!”
- Exigira
a perseguição de López como se sua intenção fosse conquistar o
Paraguai. Conseguida a vitória, mandava voltar os regimentos, apressava a restituição
do território aos seus donos, para que a esponja do tempo apagasse a larga
mancha de sangue. Era um capítulo encerrado. Nem anexações, nem compensações,
nem castigos. Quitavam-se compromissos, com um saldo de idealismo. Salvara-se o
prestígio das armas, mas não se agravara o direito das gentes. O Império não
esmagava, retraía-se. Fizera a todo custo a guerra, o que era compreensível.
Mas resistira às tentações do triunfo, o que foi exemplar.
- A nossa
vitória sobre os paraguaios, e o cavalheirismo com que tratamos nossos inimigos
derrotados, deu-nos um grande prestígio junto aos nossos aliados na guerra, e
junto a todas as repúblicas hispano-americanas.
Não, a Anexação de Territórios
- Com
relação à acusação que em certa época lhe faziam, de querer sustentar a guerra
com o objetivo de ampliar o domínio territorial brasileiro, D. Pedro II registra
em seu diário:
“Protesto contra qualquer idéia de anexação de
território estrangeiro”.
- Anos
mais tarde, quando se ventilava a nossa questão de limites com a Argentina,
afirmou que não transigia:
— Ou o território é nosso, e não devemos
alienar uma polegada dele, ou pertence ao nosso vizinho, e então é justo não
querermos uma polegada do que não nos pertence.
- D.
Pedro II, que
vencera uma longa e árdua guerra contra o Paraguai, e não tomara ao vencido um
palmo do território, não se conformava também com a anexação da Alsácia-Lorena
pela Alemanha.
- Em
1889, revelou:
“Ouvi do finado Imperador Guilherme I, que com
prazer chamo sempre de compadre, que ele nunca foi partidário da anexação. Não
conheci velho mais amável. O gênio bélico era Bismarck. Evitei-o. Admiro o
homem, mas não o estimo”.
O Senso da Dignidade
- D.
Pedro II não
poderia manter-se indiferente às reiteradas provocações do governo uruguaio,
que consentia que a nossa bandeira servisse de tapete na porta de entrada dos
salões do clube presidido por Leandro Gomez. Mandou Saraiva para
Montevidéu, em missão especial, a fim de alcançar uma solução honrosa. O almirante
Tamandaré só foi autorizado a usar de represálias depois que fracassaram as
tratativas diplomáticas.
- Quando
foi aprisionado pelo tenente-coronel Oliveira Bello, Leandro
Gomez pediu para ser entregue aos seus correligionários, e o seu
desejo foi cavalheirescamente satisfeito.
- Entretanto,
logo que as tropas brasileiras deixaram Paissandu, os seus próprios patrícios
exigiram o seu fuzilamento, como reparação à chacina de Quinteros, da qual ele
fora o principal instigador.
- Ao
saber daquele ato de covardia, D. Pedro II o condenou
formalmente, e exigiu a punição do coronel Goyo Suarez, que se
havia comprometido a assegurar a vida do nosso insolente inimigo.
- Logo
após a vitória sobre o Paraguai, houve manifestações populares e revolta de
militares no Rio de Janeiro, visando depor o Ministério constituído por
Muritiba. Alguns militares, depois de percorrerem as ruas aclamando o Imperador
e a Família Imperial, e exigindo a deposição do Gabinete, estabeleceram-se em
frente ao Theatro Lírico, fazendo parar todos os coches da comitiva imperial, à
procura do presidente do Conselho. O próprio carro do Imperador foi detido, e
uns tenentes tomaram pelo freio os cavalos. D. Pedro II apareceu
à portinhola, dominando o círculo ruidoso de manifestantes. Com voz clara e
enérgica, mandou que o cocheiro fizesse partir o veículo:
— Não atendo a rogos de oficiais em plena rua!
- Os
militares se afastaram, e o carro prosseguiu.
- Quando
era ministro de Estrangeiros o senador
Manuel Francisco Correia, D. Pedro II agraciou o
grande estadista inglês Disraeli com a dignitária da Ordem da
Rosa. Esse parlamentar recusou a graça imperial, por não ser assaz elevada como
requeria a sua posição na Inglaterra. Só a Grã-Cruz lhe poderia convir, por ter
já muitas de outras nações, e externou em carta ao ministro o motivo da sua
recusa.
- O
ministro viu-se em sérios embaraços para transmitir tão desagradável notícia ao
Monarca. Adiou a comunicação por vários despachos, por fim a fez, certo de que
obteria para o lord inglês a Grã-Cruz da Ordem. Iludiu-se.
O
Imperador franziu a testa, e disse:
— Pois outra não lhe dou!
- Depois
de ouvir o concerto de um famoso pianista inglês na embaixada brasileira em
Londres, por ocasião da viagem de D. Pedro II ao país, o
Príncipe de Gales, futuro rei Eduardo VII, manifestou ao
embaixador, Barão de Penedo, o desejo de que o pianista fosse
condecorado pelo Brasil com a Ordem da Rosa. O Imperador não tolerava nesse
pianista a falta de higiene. Ao saber da proposta do Príncipe de Gales,
comentou ironicamente:
— Concordo, desde que antes o governo inglês
lhe conceda a Ordem do Banho...
- Na sua
primeira viagem à Europa, estava D.
Pedro II em Rouen, cidade francesa então ocupada pelas tropas alemãs.
Conhecedor da presença do Soberano, o general Treslov, comandante
da guarnição alemã de ocupação, foi cumprimentá-lo, comunicando-lhe que
mandaria colocar à porta do hotel uma guarda de honra, e ordenaria que a banda
militar alemã desse um concerto em sua homenagem.
- Agradecendo
a intenção delicada do comandante, D. Pedro II recusou
a homenagem:
— Se eu estivesse na Alemanha, aceitaria.
Estou na França, entretanto, e não devo permitir que a música dos vencedores
venha saudar-me em chão dos vencidos.
- O
general prussiano inclinou-se, acatando com admiração e respeito o gesto de
delicada sensibilidade. E o povo francês, sabedor da recusa imperial,
demonstrou sempre para com Dom Pedro II os mais vivos
sentimentos de simpatia.
Honrarias
- Visitando
em Baden-Baden D. Pedro II,
já exilado, Silveira Martins foi convidado por
ele para um famoso concerto em praça pública, no qual se apresentavam os
melhores maestros da Alemanha, e era assistido por todas as pessoas de
importância.
- Quando
a figura imponente do Imperador apareceu, todos se levantaram, como se uma mola
os tivesse impelido ao mesmo tempo.
- O
regente da orquestra foi ao seu encontro e fez-lhe entrega do programa.
Visivelmente comovido, o Imperador exilado voltou-se para Silveira
Martins e disse:
— Isto não é feito a mim, mas ao nosso Brasil.
— Como protesto eloquentíssimo ...
Nosso Imperador “yankee”
A
popularidade de D. Pedro II nos
Estados
Unidos
- Raros
estrangeiros, e certamente nenhum outro chefe de Estado, desfrutou nos Estados
Unidos, como D. Pedro II, uma tão grande popularidade e foi
acolhido ali com tão expressivas provas de respeito, e mesmo de amizade. Não
somente nos meios oficiais, políticos, intelectuais e outros, como igualmente
na massa do povo, nas camadas mais modestas.
New York City
espera Dom Pedro II - 1876
- O
entusiasmo pelo Imperador era enorme. Talvez ele tenha sido o visitante
estrangeiro mais popular nos Estados Unidos. Qualquer coisa que ele fizesse
tinha interesse. As pessoas ficavam fascinadas pelas suas qualidades.
- A
American Geographical Society organizou uma reunião especial, com a presença
de D. Pedro II. Na saudação, Bayard Taylor afirmou:
“Nunca esteve entre nós um estrangeiro que, após
três meses de permanência, pareça ao povo americano tão pouco estrangeiro e tão
amigo quanto D. Pedro II”.
- O
jornal “North American” comentou:
“Nenhum governante, de nenhum país, tanto como
homem quanto como governante, jamais teve tantos méritos diante dos Estados
Unidos quanto D. Pedro II”.
- O
Imperador percorreu cerca de 15.000 quilômetros dentro dos Estados Unidos. Os
políticos não perderam a oportunidade do exemplo para se fustigarem mutuamente,
e um editor afirmou:
“Quando ele voltar ao Brasil, estará conhecendo
mais os Estados Unidos do que dois terços dos membros do Congresso”.
- Em Baltimore,
assistiu à “Dama das Camélias” no Teatro Opera Ford. Desde
então, o camarote que ocupou passou a se chamar “Camarote Imperial”.
- No dia
04 de julho de 1876, festa do centenário da independência americana, D.
Pedro II se encontrava nos Estados Unidos, porém em caráter
particular, como fazia durante as suas viagens.
- Estava
programado um espetáculo de gala, do qual participariam o presidente Ulysses
Grant e toda a representação do mundo oficial. Ao hotel em que estava
hospedado como “D. Pedro de Alcântara”, foi-lhe enviado um convite para
assistir à solenidade no camarote do presidente americano.
- D.
Pedro II agradeceu e devolveu, dizendo que não estava ali como
Imperador, portanto não podia aceitar, mas que iria em caráter particular.
- E foi.
- Mas o
mestre de cerimônias o conduziu a um camarote “particular”, vizinho ao do presidente.
- Quando D.
Pedro apareceu no seu lugar, em companhia da Imperatriz, correu-se a
cortina que separava os dois camarotes, e ele se viu ao lado do presidente, no
mesmo camarote.
-
Desfraldaram-se nesse momento, unidas, a bandeira americana e a brasileira.
- Logo
depois a banda entoou o hino brasileiro, e uma multidão entusiástica, de pé,
saudou com prolongadas palmas e vivas o nosso Imperador.
D. Pedro II é votado
Em
eleições nos Estados Unidos
- Em
1877, quando se iniciava a campanha política nacional nos Estados Unidos, o
“New York Herald” relembrou a visita do Imperador, e apresentou a seguinte
proposta:
“Para nossa chapa Centenária, indicamos Dom Pedro
II e Charles Francis Adams, para presidente e vice-presidente. Estamos cansados
de gente comum, e sentimo-nos dispostos a apoiar gente de estilo”.
- Tão
grande era a admiração dos americanos pelo nosso Imperador, que nas eleições
presidenciais de 1877 ele recebeu, só em Filadélfia, mais de 4.000 votos
espontâneos.
A Lembrança ao Brasil
- Dom
Pedro II, em seu
leito de morte, mantendo sua dignidade majestática, desejou ao Brasil:
Paz e Prosperidade
- Um
exemplo de homem público, de Chefe de Estado e de governo, de caráter, de
ética, de honradez, de lisura absoluta e, principalmente, de amor e de respeito
por sua Pátria.
Dom Pedro II - 1825/1891
- Dom
Pedro II não
era um político, não representava um partido, não queria contar ganhos e
façanhas, era um estudioso.
Dom Pedro II era sim o Brazil e Brasil,
Seu Povo,
Sua Identidade,
A Pátria.
- Mesmo
após a morte, como ele certa vez muito bem escreveu:
“Entre visões de
paz, de luz, de glória, sereno aguardarei no meu jazigo, a justiça de Deus na
voz da História!”
- Os
historiadores possuem uma grande estima por Pedro II e seu
reinado.
A
literatura historiográfica que trata dele é vasta e, com a exceção do período
imediatamente posterior a sua queda, enormemente positiva, e até mesmo
laudatória.
- O
Imperador Pedro II é comumente considerado por historiadores o
maior brasileiro.
- De uma
maneira bem similar aos métodos que foram usados pelos republicanos do começo
do século XX, os historiadores apontam as virtudes do Imperador como exemplos a
serem seguidos, apesar de que nenhum foi longe o bastante para propor a
restauração da monarquia.
- O
historiador Richard Graham comentou:
"A maior
parte dos historiadores do século XX, além disso, têm olhado nostalgicamente
para o período [do reinado de Pedro II], usando suas descrições do Império para
critica as vezes sutilmente, outras vezes nem tanto os regimes republicanos e
ditatoriais subsequentes do Brasil."
Legado
Legatum
Legatum
- Seu legado histórico é de um homem culto, tinha temperança como uma de suas qualidades, era bom chefe de família, bom esposo, popular e admirado pelos súditos.
-
Tanto é que, seu partido havia vencido as últimas eleições antes do golpe que o
derrubou.
-
Pedro II professou seu amor pelo
Brasil ao longo de toda a vida e seu legado de realizações é o maior testemunho
desse afeto.
Um grande BRASILEIRO...
ResponderExcluirViva o Império do Brasil! Que se restaure a Monarquia em nosso país!
ResponderExcluirMagnifica historia tem que ser lembrada por todos; nesse pais de pouca memoria
ResponderExcluirDom Pedro II eternamente no coração dos brasileiros !
ResponderExcluirDe todos os governantes, Dom Pedro II, digno de memorável história, foi e sempre será o maior de todos, o próprio Brasil!
ResponderExcluirque deus nos desse de volta a monarquia, para acabar com a corrupção e a
ResponderExcluirdesigualdade social em nosso pais.
wilson - são gonçálo - rj
Viva sua amjestade D. Pedro II!!!
ExcluirBasta obiservarmos os valores morais éticos, culturais do grande estadista o Imperador D. Pedro Segundo e compararmos com a escória que vem desgovernando e literalmente destruindo nosso Brasil nas últimas décadas para percebermos que a república é uma merda.
ResponderExcluirPessoas assim que tem que ser homenageadas , mas infelizmente os ladrões que recebem homenagens. Dom Pedro II foi um grande homem, humilde, sábio, honesto, benevolente, etc ..
ResponderExcluirEle realmente se preocupava com o povo e a pátria ao contrario da nossa atual governante comunista que saúda a mandioca e tenta descobrir como estocar vento, Que Merda mano isso é uma palhaçada, Eu sou contra a essa Republica corruPTa que só quer saber em si mesmo ou em grupo partidário, corrupção atrás de corrupção, essa Ré-publica virou palhaçada com o povo brasileiro. o brasil precisando de investimentos em infraestrutura e esses ladrões investindo em outro lugar, olhem esse link : http://spotniks.com/20-obras-que-o-bndes-financiou-em-outros-paises/
se esse banco BNDES investissem no Brasil o país seria outro.
E ainda colocam sob sigilo, mais um link ai : http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/04/1259471-brasil-coloca-sob-sigilo-apoio-financeiro-a-cuba-e-a-angola.shtml
Viva ao Imperador !!
Monarquia Já !!
VIVA O IMPÉRIO, VIVAS AO IMPERADOR, VAMOS VOLTAR A SER UMA NAÇÃO, VAMOS A LUTA
ResponderExcluirQuando o Povo conhece seu passado e o controla, controla seu futuro e não deixa ser enganado.
ResponderExcluirOntem foi a votação do impeachment da Dilma, e eles falam em golpe, eu vos digo que isso nada mais é que a republica usando seu modus operandi. Ela começou com golpe a um homem excepcional e vai continuar assim até que seja extirpada da nossa nação de uma vez por todas.
ResponderExcluirGrande Imperador DOM PEDRO II, exemplo de pai, avô, estadista.
ResponderExcluirDeixou um grande legado moral, cultural para o POVO BRASILEIRO.
Bom tarde, gostaria de saber se seria possível utilizar as imagens disponibilizadas em seu blog para ilustrar um artigo que vou publicar acerca dos funerais de D. Pedro II na Europa. Att, Luciana Fagundes
ResponderExcluirUm governante para se ter orgulho! Um bom governante para a conta do golpismo nacional!
ResponderExcluirBRAVO! PASSEI A ADMIRAR PEDRO II.
ResponderExcluirParabéns ao blog. Bravo! Falta nos homens igualmente a D. PEDRO II nos dias de hoje em nosso Brasil.
Fora temer golpista volta monarquia
ResponderExcluirDeodoro da fonseca os presidentes que governaram o brasil nem um presta dom pedro 2 queria um Brasil melhor
ResponderExcluirDeodoro da fonseca um golpista igual esse temer velho frouxo
Fora temer golpista
ResponderExcluirFora corja de vagabundo
O MELHOR GOVERNANTE QUE O PAIS JÁ TEVE BASEOU-SE NOS ESTUDOS E EDUCAÇÃO DIFERENTE DOS LADRÕES DE HOJE QUE NÃO QUEREM UM POVO SABIO POIS É MAIS FACIL DE MANIPILAR
ResponderExcluirA saída para o Brasil é uma monarquia parlamentarista. Começou aprontar e o povo a protestar, dois pulo para mandar o primeiro ministro pra fora e começar novamente.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão desejo que se restaure a monarquia aqui no Brasil, mas que aqueles que almejam estar à frente do governo desta nação tenham como exemplo de estadista este que, acima de tudo, amou seu povo e sua Pátria.
ResponderExcluirQue tenhamos uma democracia com pessoas que verdadeiramente tenham caráter, ética, honradez, lisura absoluta e, principalmente, amor e respeito por nossa Pátria.
O problema não está no regime governamental, mas nas pessoas que o representam.
Mas, vejo que os brasileiros não estão tão cegos, e que têm discernimento para os verdadeiros valores a um governante da nação. Que este este discernimento se traduza em melhores escolhas nas eleições daqueles que irão nos representar.
Vai continuar na utopia, república nunca deu e nunca irá dar certo no Brasil.
ExcluirO maior Chefe de Estado e governante das Américas! Viva o Império do Brazil! Monarquia Parlamentar já!
ResponderExcluirVossa majestade Dom Pedro II, foi um homem a frente de seu tempo. Meu Bisavó. Francisco Ferreira dos Santos, foi professor no paço imperial, deu aulas para alguns dos netos de Dom Pedro. Tenho muito orgulho dos meus antepassados portugueses por terem vivido junto a família Imperial.
ResponderExcluirEste sim era um governo justo que não visava riquezas e tratava a todos igualitariamente.
Pena que o povo brasileiro tenha deixado o sangue imperial que corre nas suas veias esfriar, deixar o Brasil entregue a esse bando de republicanos que na sua grande maioria trouxe sofrimento e desigualdade ao Brasil.
Gostaria de ver o Brasil liberto, o Império restaurado com um sistema parlamentarista.
Viva o Império restaurado.
Vicente Ferreira Azara.
Infelizmente, a História que nos é ensinada é uma grande mentira. Precisamos reconstruiu a Nossa História e dar o devido respeito ao Nosso Último Imperador, Vossa Majestade Dom Pedro II, por tudo que fez pelo nosso Brasil. A República foi o grande erro de nossa história e, ao contrário do que disse o temer, nós não temos que manter isso.
ResponderExcluirPela volta da monarquia...
ResponderExcluirEu apoio a volta da monarquia, repulblica foi um golpes mais sujo da historia em 128 anos a repulblica tem mostrado não deu certo.fizemos um plebiscito que foi manipulado pela repulblica.
ResponderExcluirDom Pedro não reagiu ao golpe. Passou os seus últimos dois anos de vida no exílio na Europa, vivendo só e com poucos recursos. O primeiro ato de corrupção do regime republicano foi quando os golpistas ao obrigar a família imperial do Brasil ao exílio, retiraram dos cofres públicos 5 mil contos de réis e deram a Dom Pedro II como forma de indenização pelos danos sofridos. O Imperador não só recusou como também exigiu que caso o dinheiro já tivesse sido retirado dos cofres públicos que fosse feito um documento comprobatório no qual ele o estaria devolvendo. Ele citou então a frase: “Com que autoridade esses senhores dispõe do dinheiro publico?”Exemplo como este de D.Pedro que não vemos na maioria dos presidentes da repulblica. precisamos restaurar a monarquia parlamentarista.ass.Amilton clemente.
ResponderExcluirRestaurar a monarquia ou não é uma questão de informação e decisão do povo, mas a dignidade, o preparo em todas as áreas de conhecimento e principalmente o espírito público e patriótico deveriam nortear nossos dirigentes, desde o mais simples chefe de seção, passando por toda classe dos poderes executivo, legislativo e judiciário. O exemplo desse monarca, que deveria ser muito mais difundido e até mesmo cultuado por todos, pois ele deu a maior prova de amor a sua pátria. Viva S.M Imperial D. PedroII, o maior Brasileiro que nosso país já teve.
ResponderExcluirViva O Imperio Do Brasil..Viva, O Magnifico Imperador Pedro ll.
ResponderExcluirQue publicação maravilhosa!
ResponderExcluirRica em detalhes!
Parabéns!
Obrigado pelas informações!
Ave Império!
ResponderExcluirShow! 👍👏
ResponderExcluirEstou agradecido pela oportunidade de ter lido está publicação espetacular, todos estão de parabéns.
ResponderExcluirO maior dos Brasileiros, com absoluta certeza!
ResponderExcluirSave o Imperador Dom Pedro II do Brasil!
Incrível e emocionante!!!
ResponderExcluir"O Imperador Vive"
ResponderExcluirSe não tivesse sofrido o golpe militar contra a monarquia, o Brasil estaria bem melhor sem esse políticos ladrões.
ResponderExcluirO golpe militar republicano continua...
ResponderExcluirO maior de todos os brasileiros, salve o imperador, ave império!
ResponderExcluir