- Com esta série não é pretendido fazer história, mas sim é visado, ao lado das imagens, que poderão ser úteis aos leitores, a sintetizar em seus acontecimentos principais a vida no Brasil Império, antes e depois, inserida na História.

Não se despreza documentos oficiais ou fontes fidedignas para garantir a credibilidade; o que hoje é uma verdade amanhã pode ser contestado.

A busca por fatos, dados, informações, a pesquisa, reconhecer a qualidade no esforço e trabalho de terceiros, transformam o resultado em um caminho instigante e incansável na busca pela História.

Dividir estas informações e aceitar as críticas é uma dádiva para o pesquisador.

Este blog esta sempre em crescimento entre o Jornalismo, Crônicas, Causos e a História.

Haverá provavelmente falhas e omissões, naturais num trabalho tão restrito.

Qualquer texto, informação, imagem colocada indevidamente, dúvida ou inconsistência na informação, por favor, comunique, e, aproveito para pedir desculpas pela omissão ou inconvenientes.

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Acompanhe neste relato, que se diz singelo; a História e as Transformações do Brasil e do Brazil.

Poderá demorar um pouquinho para baixar, mas vale à pena

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terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Pedro II - 200 Anos de Nascimento

 Hoje, terça feira, neste ano do Senhor de 2025/12/02 às 22h16m

Dom Pedro II

S. M. o Imperador do Brasil

O Magnânimo


O Imperador é o defensor perpétuo do Brasil

Simplesmente Pedro

O Sr. Alcântara

Brasil Livre

200 Anos de Nascimento

____Nestes exatos 200 Anos, em 02 de dezembro de 1825, nascia a criança, um brasileiro nato, predestinado a governar o Brasil, assim como seu Pai Pedro I:

Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga. ___D. Pedro II reinou como imperador do Brasil entre 1840 e 1889, quando um golpe militar instalou a República e expulsou pelo exílio o monarca para a Europa, morreu aos 66 anos, em 05 de dezembro de 1891, em Paris (França) cidade que escolheu para viver seu exílio.

Seu Legado o precede e este nunca foi tão necessário a uma Nação desvirtuada do caminho

___Estão dispersas no período da história do Brasil acontecimentos e a vida diária deste homem que de menino se tornou Imperador da nação, e teve seu mandato usurpado pelo golpe articulado da República, por funcionários do próprio Império, e esta permaneceu, e na mea-culpa elevou novamente ao Altar da Pátria a dignidade deste homem.

___O ilustre governante passou à história como um intelectual, apreciador da ciência, das artes e da liberdade de informação e como homem tolerante, aberto ao diálogo e às transformações da vida social. Este homem amava o seu Povo, amava o Brasil.

Novembro – 1825

Em novembro de 1825, o Reino de Portugal reconheceu a Independência do Brasil e, com isso, todas as nações passaram a fazer o mesmo. Menos de um mês depois, nasceu Pedro de Alcântara.

Dezembro – 1825

Nascimento 

Príncipe Imperial D. Pedro de Alcântara

- Daqui seguiu a vida e vidas, a gestão do segundo monarca do Império do Brasil, S.A.I. Príncipe D. Pedro de Alcântara, futuro Imperador D. Pedro II.

Em 02 de dezembro de 1825, as 02h30min, nascia D. Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga no Paço de São Cristóvão, Príncipe Imperial do Brazil, na capital do Império do Brasil, Rio de Janeiro.

___Após um trabalho de parto que durou mais de cinco horas, foi considerado uma criança frágil e enferma. Ele herdou a epilepsia de seus parentes espanhóis da Casa de Bourbon.

Pais

___Filho de D. Pedro I, imperador do Brasil e Dona Maria Leopoldina de Habsburgo, arquiduquesa da Áustria e Imperatriz do Brasil.

O Parto

___Há testemunhos de que a última gravidez da Imperatriz Leopoldina havia sido mais complicada que as anteriores. E o mesmo se pode dizer do parto. Conforme Leopoldina contaria ao pai, ela deu à luz com “muito esforço, e não sem ajuda do parteiro, às três horas da manhã do dia 2 de dezembro de 1825, a um menino muito grande e forte”.

Comemorações pelo Nascimento

___O nascimento do Príncipe Pedro foi comemorado com “festas durante três dias” no Rio de Janeiro, cidade Neutra, capital do Império. Sendo o único filho homem do Imperador Dom Pedro I a sobreviver à infância, tornou-se o herdeiro da coroa imperial do Brasil, com o título de “Príncipe Imperial”.

___Mas tornou-se órfão de Mãe com pouco mais de um ano de idade. O visconde de Barbacena considerou-o, na infância, um "menino magrinho e muito amarelo", que sofria constantemente de febres e ataques convulsivos.

___Do Pai, recebeu carinho e afeto, revelando uma grande ternura pelo filho e dizia com orgulho:

"Meu filho tem sobre mim a vantagem de ser brasileiro".

___Verdadeiramente, o pequeno príncipe era antes um símbolo, por ser considerado "genuinamente brasileiro".

Pai:   D. Pedro I

Mãe: D. Leopoldina de Áustria

Data de Nascimento:     02 de dezembro de 1825

Local de Nascimento:     Rio de Janeiro

Data de Falecimento:     05 de dezembro de 1891 (66 anos)

Local de Falecimento:     Paris

Consorte:                        D. Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias

Príncipe Herdeiro:                 Princesa Isabel do Brasil (filha)

Dinastia:                       Bragança

Dom Pedro II do Brasil, nome completo:

- Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga;

(Rio de Janeiro, 02 de dezembro de 1825 — Paris, 05 de dezembro de 1891),

___Chamado O Magnânimo, foi o segundo e último Imperador do Brasil de facto.

D. Pedro II foi o sétimo filho de Dom Pedro I e da arquiduquesa Dona Leopoldina de Áustria.

___Sucedeu ao seu pai, que abdicara em seu favor para retomar a coroa de Portugal como D. Pedro IV, por 7 dias, à qual renunciara em nome da filha mais velha, D. Maria da Glória, depois D. Maria II.

·         Pelo lado paterno, era sobrinho de Miguel I de Portugal,

·         Pelo lado materno, sobrinho de Napoleão Bonaparte e primo dos imperadores Napoleão II da França, Francisco José I da Áustria e Maximiliano I do México.

___Sendo o irmão mais novo de D. Maria da Glória, também fora tio de D. Pedro V e D. Luís I, reis de Portugal.

Posteridade

·         De sua mulher, Theresa Cristina de Bourbon, princesa das Duas Sicílias (1822-1889).

·         Seu filho, Afonso de Bragança e Bourbon, príncipe imperial do Brasil (1845-1847).

·         Sua filha, Isabel de Bragança e Bourbon, princesa do Brasil (1846-1850), princesa imperial do Brasil (1850-1921), casou-se com Gastão de Orleans, Conde d'Eu.

·         Sua filha, Leopoldina de Bragança e Bourbon, princesa do Brasil (1847-1871), casou-se com o príncipe Augusto de Saxe-Coburg-Gotha.

·         Seu filho, Pedro de Bragança e Bourbon, príncipe imperial do Brasil (1848-1850).

Ascendência

Ancestrais de Pedro II do Brasil

Títulos

1825-1831: Sua Alteza Imperial - O Príncipe Imperial do Brasil dom Pedro de Alcântara

1831-1889: Sua Majestade Imperial, dom Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.

1889-1891: Passou a assinar sempre como "dom Pedro de Alcântara" Sr. Alcântara.

Representações na Cultura

___Dom Pedro II já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por:

·         Marcelo Picchi na novela Helena (1987),

·         Philippe Noiret no filme O Jovem Toscanini (1988),

·         Carlos Kroeber nas minisséries Abolição (1988) e República (1989),

·         Cláudio Corrêa e Castro na novela Sangue do Meu Sangue de 1969 e por Sylvio Band no remake de 1995 no SBT,

·         Antonio Pedro no filme Policarpo Quaresma, Herói do Brasil (1998),

·         Rodrigo Penna no filme Mauá - O Imperador e o Rei (1999),

·         Cláudio Marzo no filme O Xangô de Baker Street (2001),

·         Ricardo Pavão na novela Bang Bang (2005), e Guillermo Hundadze (na infância) e Sérgio Britto (na velhice), no especial de fim de ano da TV Globo O Natal do Menino Imperador (2008).

·         Na literatura, merece destaque:

·         O romance do francês Jean Soublin, Je suis l´empereur du Brésil (1996), traduzido no Brasil Dom Pedro II, o Defensor Perpétuo do Brasil.

·         Memórias Imaginárias do Último Imperador, em que o ex-imperador, exilado na França, rememora filosoficamente passagens de sua vida.

·         Foi retratado sob o nome de Jean Theodore, príncipe erudito mas entediado com as cerimônias do poder, no romance Les Pléiades, do conde de Gobineau (1875).

·         Também se diz que inspirou um personagem de Julio Verne, o rei de Malecarlie, da obra A ilha à hélice (1895), que abandonara o poder para se dedicar à astronomia. Também faz uma breve aparição no romance de Machado de Assis, Dom Casmurro (1899).

·         Mais recentemente apareceu no romance humorístico de Jô Soares, O Xangô de Baker Street (1995).

·         Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 100 (cem cruzeiros), de 1949, nas de Cr$ 10 (dez cruzeiros), de 1970, e cunhada no verso das moedas de réis em circulação no Brasil entre 1840 e 1889.

The Imperial Family of Brazil

Casa de Bragança

Nascimento: 02 de dezembro de 1825; Morte: 05 de dezembro de 1891

Precedido por D. Maria da Glória           

Príncipe Imperial do Brasil como D. Pedro de Alcântara

1825–1831         

Sucedido por D. Januária Maria

Precedido por D. Pedro I            

Imperador do Brasil como D. Pedro II do Brasil

1831–1889         

Sucedido por Nenhum

Precedido por Período regencial            

Segundo Reinado1841 — 1889 

Sucedido por República Velha

Família Imperial Brasileira

Precursores: D. João VI de Portugal | D. Carlota Joaquina

1.ª geração: D. Pedro I | D. Leopoldina de Áustria | D. Amélia de Leuchtenberg

2.ª geração: D. Pedro II | D. Teresa de Duas Sicílias | D. Januária Maria | D. Paula Mariana | D. Francisca Carolina | D. Maria II de Portugal | D. Maria Amélia

3.ª geração: D. Isabel Leopoldina | D. Luís Gastão d'Eu | D. Afonso Pedro | D. Leopoldina Theresa | D. Pedro Afonso

4.ª geração: D. Luísa Vitória | D. Pedro de Alcântara | D. Luís Maria Filipe | D. Antônio Gastão

5.ª geração em diante: Ramo de Vassouras | Ramo de Petrópolis | Ramo de Saxe-Coburgo e Bragança

Batizado

Em 09 de dezembro de 1825, o Príncipe Imperial do Brasil, que era de saúde robusta, foi batizado com toda a pompa na Capela Imperial.

Qualidades do Herdeiro
___O nascimento desse sétimo rebento da imperatriz Leopoldina, que no futuro mostraria ter herdado as melhores qualidades da Casa de Áustria e algumas de seu Pai, fez que a Mãe se sentisse realmente feliz, porque “correspondia a todos os meus anseios” escreveu Leopoldina a sua amiga inglesa Maria Graham.

Segundo Reinado (1840-1889)

___Seu reinado foi marcado por transformações de ordem social e econômica, decisivas para a história do país, tais como a Guerra do Paraguai e a Abolição da Escravidão.

___No governo de Pedro II prevaleceu a tentativa freqüente de manter o poder e a ordem frente à crise social, agravada a partir de meados do século XIX, quando passou a enfrentar o descontentamento de grupos sociais oposicionistas que pregavam a derrocada da monarquia.

___Pedro II desejava tornar o Brasil uma nação representativa internacionalmente no cenário político e cultural. Foi um dos colaboradores na fundação do Instituto Pasteur em Paris, em que Pasteur trabalhou para solucionar os problemas de surto, como a raiva. Foi um dos colaboradores na construção do Theatro de Wagner em Bayreuth.

___Parte do seu ordenado era destinado ao patrocínio dos estudos de muitos brasileiros, como Carlos Gomes - o grande compositor brasileiro, autor da célebre ópera “O Guarany" - em Milão.

___Pedro II deu ao Brasil 49 anos de Paz interna, “unidade, prosperidade e progresso”. ___Durante o seu reinado foi aberta a primeira estrada de rodagem, a União e Indústria; correu a primeira locomotiva a vapor; foi instalado o cabo submarino; inaugurado o telefone e instituído o selo postal, entre outras.

___A partir de 1887, quando sua diabetes se agravou, acarretando outros problemas de saúde, D. Pedro II afastou-se aos poucos do poder.

___Em determinado momento, seu governo entrou em conflito com os elementos mais conservadores da sociedade. Naquela época, as forças sociais mais importantes e que davam sustentação ao Império eram a aristocracia rural, formada pelos senhores de escravos, o Exército e a Igreja.

___As dificuldades da economia, agravadas com os gastos decorrentes da defesa da nação pela Guerra do Paraguai, e, principalmente, a “abolição da escravatura”, colocaram a aristocracia rural contra o Imperador.

___As forças liberais que o apoiavam passaram a achar que ele já estava velho e ultrapassado, e que não era mais capaz de promover rapidamente as reformas que o país almejava.

___Deposto foi prisioneiro do Paço da Cidade, para onde viera, descendo de Petrópolis, na esperança de sufocar o movimento republicano.

___O governo provisório deu-lhe 24 horas para deixar o país, e assim o fez, deixou o país e foi com a família para Portugal (17/11/1889), chegando a Lisboa - Portugal em 07 de dezembro e seguindo para a cidade do Porto, onde a Imperatriz Theresa Cristina morreu no dia 28 de dezembro.

___O Imperador “magnânimo e mecenas”, ao cabo de proveitoso reinado, recebe a República como um movimento natural da evolução brasileira, deixando a Pátria estremecida, formulando "ardentes votos por sua grandeza e prosperidade".

Segundo Reinado

Ordem:        2.º Imperador do Brasil

Cognome:     O Magnânimo

Início do Reinado:                    07 de abril de 1831

Término do Reinado:      15 de novembro de 1889

Aclamação: 18 de julho de 1841, Capela Imperial, Rio de Janeiro, Brasil

Predecessor:         D. Pedro I

Sucessor:     Nenhum (pois não abdicou)

Sucessor de Jure: Princesa Imperial Isabel

Proclamação da República do Brasil

Oportunidade

___Pedro II, como a maior parte dos adolescentes, queria ficar adulto mais cedo. Ele aproveitou esses primeiros anos de imperador efetivo, projetando e participando de detalhes da própria coroação. Mas, aos poucos, ele percebeu como era árduo o papel de agulha de bússola, que tem que apontar sempre para a direção correta. Nesse sentido, ele foi deixando de lado toda a pompa e circunstância do cargo e passou a se ver e querer ser visto como um cidadão brasileiro e um funcionário do Estado, mais importante, sem dúvida.

Pedro II

___Pedro II governou de 1840, quando foi antecipada sua maioridade, até 1889 ano em que foi deposto com a proclamação da república brasileira.

___Além dos registros históricos e jornalísticos da época, Pedro II deixou à posteridade 5.500 páginas de seu diário registradas a lápis em 43 cadernos, além de correspondências, que nos possibilitam conhecer um pouco mais do seu perfil e pensamento.

___Ele é, ainda hoje, um dos políticos mais admirados do cenário nacional, e é lembrado pela defesa à integridade da nação, ao incentivo à educação e cultura, pela defesa à abolição da escravidão e pela diplomacia e relações com personalidades internacionais, sendo considerado um “príncipe filósofo” por Lamartine, um neto de Marco Aurélio por Victor Hugo; e um homem de ciência por Louis Pasteur e ganhando a admiração de pensadores como Charles Darwin, Richard Wagner, Henry Wadsworth Longfellow e Friedrich Nietzsche.

___Durante a sua administração como imperador, o Brasil viveu um período de estabilidade e desenvolvimento econômico e grande valorização da cultura, além de utilizar o patriotismo como força de defesa à integridade nacional.

___Apesar de, muitas vezes, demonstrar certo desgosto pelas intensas atividades políticas, o último imperador do Brasil construiu em torno de si uma “aura de simpatia e confiança” entre os brasileiros.

“Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro — Pedro II.”

Poder

___É interessante observar como, apesar do Poder Moderador, o monarca podia muito, mas não podia tudo. Após a Guerra do Paraguai (1864-1870), Pedro II passou a lidar com um Exército fortalecido e insatisfeito. Os militares estavam mais interessados em jogar o jogo da política e menos em servir de mero sustentáculo do trono – um legado que teve profundas consequências não só para o desfecho de 1889 como ao longo de toda a “história republicana brasileira”.

___Ele era um constitucionalista e, um garantista. Pedro II estudava todos os processos criminais que acabavam indo para que ele decretasse a pena de morte, prevista na época. Em sua "Fé de Ofício", já no exílio, ele explica que, quando não conseguia achar nenhum problema no julgamento, segurava o processo, convertendo a pena de morte em prisão perpétua.

___O Brasil era uma monarquia de caráter Liberal, de sistema bicameral e com um monarca que permitia tudo, da liberdade de imprensa à criação de um Partido Republicano, inclusive tirando dos deputados republicanos a obrigatoriedade de jurarem fidelidade ao imperador. Tem-se a impressão de que império é igual a tirania, mas não é o caso do Brasil no Segundo Reinado.

___D. Pedro II foi um monarca constitucional atento ao seu tempo e à sua época, vislumbrando um futuro que acreditava ser possível.

___Depois de ascender (subir) ao trono em 1840 ele foi se moldando aos novos ventos e até mesmo às revoluções ocorridas na Europa, que o fizeram mudar algumas questões no modo de governar. O Poder Moderador, quando utilizado por Pedro II para dissolver a Câmara, chegou a causar a Revolução de 1842. Não era algo que se usava impunemente, e ele sabia disso.

___Em seu Diário particular, em alguns trechos é visível a frustração de Pedro como imperador com as idas e vindas do dia a dia do governo. Sua maior frustração, sua exasperação era entre o que ele via fora do Brasil quando viajava ao exterior ou mesmo estudava e como as coisas andavam a passos lentos no Brasil, pelos interesses, conchavos e artimanhas mais baixas conhecidos.

Mudar o Brasil

___Inspirado em Napoleão III e todo o desenvolvimento que ele consegue ao implantar um regime ditatorial na França, Pedro II chegou a cogitar fazer o mesmo no Brasil, mas desistiu da ideia ao constatar não ter um líder militar forte o bastante e nem ter mais idade para isso. A ideia de Pedro II era mais ou menos o que Getúlio Vargas (1937/1945) acabaria fazendo no século XX na tentativa de modernizar o Estado Nacional do seu modo.

___Com a Guerra do Paraguai, na segunda metade do reinado de Pedro II, o Exército se fortaleceu e passou a se imiscuir mais na política.

___Pedro II achava que o Exército deveria ser valorizado, porém, terminado o conflito, parcialmente desmobilizado. Isso foi tentado ao longo de 1889, com a tentativa de um fortalecimento da Guarda Nacional em relação ao Exército efetivo, o que acabou levando a um desgaste ainda maior entre o governo e os militares.

___Antes de Pedro II, eram quase todos nascidos em Portugal. O primeiro ministro nascido no Brasil foi José Bonifácio de Andrada e Silva, nomeado por seu Pai Pedro I. Antes dele, El Rey Dom João VI, apesar de governar do Rio de Janeiro o império ultramarino lusitano de 1808 a 1821, e transformar o Brasil em parte do Reino (Reino de Portugal, Brasil e Algarves em 1816), também era nascido e criado em Portugal.

___Pedro II, como o Pai dizia, era “brasileiro de nascimento e não haveria contra ele qualquer dúvida a respeito de seu amor pelo Brasil”. Na época do Primeiro Reinado, ainda havia uma grande animosidade da parte dos brasileiros contra os portugueses. Havia medo de que, após a morte de Dom João VI em Portugal, em 1826, Pedro I assumisse também o trono da antiga metrópole e unisse novamente as duas nações, anulando de certa maneira a Independência.

Sr. Alcântara, ele, um Brasileiro

___Mesmo no exílio, Dom Pedro II continuou a contribuir para a cultura nacional do Brasil, através da doação de sua coleção particular de documentos e peças de arte.

Pedro II – Espírito Livre  

___De espírito liberal, não só ajudou a cultura, criando e reformando várias escolas e faculdades, mas incentivou a industrialização do país, participando pessoalmente da seleção de pedidos de privilégio industrial, e ainda aboliu a escravidão, através de sua filha a princesa Isabel.

Pedro II – Igreja Católica Romana

___S.M.I. D. Pedro II jurara fidelidade à Igreja Católica porque assim exigia a Constituição imperial de 1824.

Pedro II – Outras Religiões e Denominações

___Porém, na verdade, "Pedro II era um viajante em busca da resposta da Vida”.

___Um livre pensador fascinado pela filosofia.

___Onde houvesse possibilidade de novos conhecimentos, viesse de onde viesse, lá estava o seu interesse.

___Com a mesma facilidade com que participava com naturalidade e interesse, de festejos que envolviam “Crendices de africanos e mulatos”, manifestava curiosidade pelos estudos iniciados da Maçonaria.

___Também manifestava interesse pelo Espiritismo, pela homeopatia, como igualmente pelo Judaísmo. É o que narra o livro "Dom Pedro II e a Princesa Isabel, Uma Visão Espírita-cristã do Segundo Reinado", publicação da Editora Lorenz.

Pedro II – Relação com a Ciência

___Homem ilustrado, e particularmente apaixonado pelas inovações cientificas, Pedro II desde muito jovem foi sócio-correspondente de dezenas de instituições científicas, entre as quais o prestigiado Instituto da França.

___Manteve correspondência com diversas personalidades proeminentes da época, tendo se encontrado com alguns durante suas viagens ao exterior a partir de 1871, entre os quais:

·         Nietzsche, e

·         Emerson, além de escritores famosos, como:

·         Lewis Carrol,

·         Júlio Verne, e

·         Victor Hugo, com quem teve um célebre encontro em Paris.

___Hugo dizia ser ele um "neto de Marco Aurélio".

___O poeta francês Lamartine o denominava "Príncipe filósofo" e Eça de Queiroz dizia que ele mostrava uma "rara ilustração".

___Amigo de Camille Flammarion, um dos maiores astrônomos da época, empenhou-se em equipar e reorganizar o atual Observatório Nacional, tornou-se um destacado centro de pesquisas. Sua paixão pela astronomia, a ciência preferida, valeu-lhe constantes caricaturas na imprensa brasileira, ilustrando-o acompanhado de sua luneta.

___Pedro II esteve na exposição de Filadélfia, Estados Unidos, em 1876, ocasião em que Alexander Graham Bell demonstrou a sua nova invenção: o thelephone.

___Provavelmente, Pedro II foi o primeiro brasileiro a usar um “telefone”.

___Na ocasião, ele citou o clássico de William Shakespeare em “Hamlet”:

“Ser ou não ser.”

___Para em seguida exclamar:

“Esta coisa fala!”

___Consta que teve relevante participação na divulgação e no posterior financiamento do invento.

___Foi o primeiro financista de Louis Pasteur, que o reconheceu como um "um homem de ciências", na fundação do Instituto Pasteur em Paris, em que trabalhou para solucionar os problemas de surto como a raiva.

___Admirava as pesquisas de Pasteur, muito antes que o cientista fosse reconhecido na França, tendo inclusive convidando-o para morar no Brasil.

___Também foi amigo e protetor do famoso neurologista Jean Charcot, cujas teorias seriam a “base para a psicanálise” de Freud. Charcot, inclusive, foi quem assinou seu atestado de óbito.

Pedro II – Relação com a Cultura

___Apaixonado pela arqueologia, visitou as ruínas de Tróia e as pirâmides do Egito, tendo sido recebido e conduzido nessas ocasiões pelos próprios Schliemann e Mariette.

___Apreciador da literatura e das artes incentivou a criação das Escolas Normais, dos Liceus de Artes e Ofícios, do Conservatório Dramático Brasileiro e Conservatório Imperial de Música.

___Criou e coordenou o Instituto Histórico Brasileiro e apoiou os estudos de Artes Plásticas com doações de bolsas e prêmios, financiados pelo próprio soberano, de viagem à Europa para os alunos da Academia Imperial de Bellas Artes.

Pedro II – Relação com as Inovações

___O imperador ajudou na industrialização do país, sendo o responsável pela “introdução do trem” no Brasil, através da concessão dada ao Visconde de Mauá para a construção da primeira ferrovia brasileira, a Estrada de Ferro Dom Pedro II (que após a proclamação da república foi renomeada Estrada de Ferro Central do Brasil).

___Foi um dos colaboradores na construção do Theatro de Wagner em Bayreuth.

Pedro II – Relação com o Meio Ambiente

___Pioneiro das preocupações ecológicas, pode-se citar a ordem que deu, em 1861, para o replantio com espécies nativas da Mata Atlântica da área da Floresta da Tijuca, devastada pelo cultivo de café, devido ao problema de falta de água no Rio de Janeiro.

Pedro II – Mecenas

___ A presença ativa do Imperador estava em todos os assuntos relacionados com a ciência, a tecnologia e a educação. Fazendo o papel de mecenas, o interesse de Dom Pedro II pelas ciências o levou a buscar a companhia de cientistas, tanto no Brasil como no exterior, e a participar de todos os acontecimentos culturais e científicos mais importantes do país.

___Ajudou de várias formas, o trabalho de vários cientistas como Martius, Lund, Agassiz, Derby, Glaziou, Seybold, entre outros.

Financiou ainda vários profissionais como agrônomos, arquitetos, professores, engenheiros, farmacêuticos, médicos, pintores, etc.

___Um exemplo famoso é o de Guilherme Schuch, futuro Barão de Capanema. D. Pedro II enviou-o, em 1841, para a Áustria, a fim de estudar engenharia, pagando a viagem, roupas, e destinando uma mesada regular até terminar seus estudos no Instituto Politécnico.

___Financiou Carlos Gomes - o grande compositor brasileiro, autor da célebre ópera "O Guarany" - em Milão, Itália. Graças à intervenção junto ao imperador da Condessa de Barral, é que Carlos Gomes conseguiu matrícula no Conservatório de Música de Francisco Manuel da Silva o compositor do Hino Nacional Brasileiro, este conservatório é que deu origem a atual Escola Nacional de Música.

  ___Foi o fundador, mantenedor e incentivador de inúmeras instituições científicas no Brasil, entre as quais se destacam além do já citado:

·         Observatório Astronômico,

·         Instituto Baiano de Agricultura,

·         Instituto Agronômico de Campinas,

·         Museu Paraense,

·         Instituto Histórico e Geográfico do Brasil,

·         Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, e a

·         Escola de Minas de Ouro Preto.

___Parte do seu ordenado era destinado ao patrocínio dos estudos de muitos brasileiros. Críticas ao seu Mecenato

___Critica-se o imperador pelo fato de seu apoio ter-se dado no “plano do mecenato”, tendo auxiliado estas instituições com seus recursos privados, sem procurar vinculá-las ao aparelho do estado, o que fez com que perdessem a continuidade com a sua deposição e somente muito mais tarde se recuperassem.

___Não se deve esquecer, entretanto, que tais iniciativas não tinham um segmento social ou privado que o apoiasse, diferentemente do caso dos Estados Unidos e da Europa.

República Velha 

___O primeiro período republicano no Brasil, a República Velha, durou até 1930. As “oligarquias agrárias” permaneceram desde o Império e controlavam o governo.

___Os anos iniciais foram marcados pela Revolta Federalista.

Seca – Novo Projeto – Barragem do Cedro

___Em 1889, na república, após modificações no projeto realizadas pelo engenheiro Ulrico Mursa, da Comissão de Açudes e Irrigação (atual DNOCS), as obras foram finalmente iniciadas.

Imigrantes

___Imigrantes começaram a chegar no Brasil para a “substituição gradativa” por contrato da mão de obra “escrava”.

Museu Botânico de Manaus – Fechado 

___O Museu, fundado em 1883, infelizmente, teve vida efêmera, sete anos depois com a República, Barbosa Rodrigues foi destituído do cargo e o Museu extinto por ordem do governador do Amazonas, o Capitão Augusto Ximeno de Valleroy.

Revista Vellosia

___O Museu Botânico chegou a ter sua própria revista denominada “Vellosia”, que cessou de ser publicada no quarto volume. No último relatório da instituição, feito pelo seu genro, Campos Porto, e publicado na Revista Vellosia, consta que Barbosa Rodrigues deixou, ao sair de Manaus, um herbário com 10.000 “exsicatas” e 1.260 “objetos indígenas amazônicos diversos”.

___Infelizmente, não se sabe até hoje o destino dessa preciosa coleção. Foi jogado fora ou, então, acabou se decompondo por falta de cuidado.

Biblioteca do Museu

___O mesmo não ocorreu com sua Biblioteca do Museu Botânico de Manaus, que foi melhor conservada e transferida para o Colégio Estadual do Amazonas. O acervo dessa Biblioteca era de grande valor científico. Contava com obras raras como a “Flora brasiliensis de Martius, Viagem de D'Orbigny, as coletâneas de Linnaea, Buffon, Adansonia, Castenaux, Prodromus de Candolle” e outras obras clássicas mais de interesse para o estudo da flora amazônica. Esse precioso acervo encontra-se, hoje, no INPA. Na lombada de alguns livros encadernados ainda se pode ver o nome da instituição impresso com o título nominativo "MUSEU".

Pedro II

Telescópio Entregue

Em fins de 1889, um grande telescópio por ele encomendado e pago, como sempre do seu próprio bolso, sequer chegou a ser desembarcado no Porto do Rio de Janeiro, por ordem dos republicanos, após o golpe de 15 de novembro de 1889.

___Foi um mergulho ao mundo das trevas. O que seria o “maior telescópio” da América do Sul e mapearia os céus do Hemisfério.

___O telescópio foi enviado de volta para a Europa.

Nota:

Dia Nacional da Astronomia

- Contudo, a dedicação do Imperador foi recompensada: - o dia de seu nascimento, 02 de dezembro, se tornou Dia Nacional da Astronomia.

Dezembro – 1891

Pedro II

Último Aniversário

Em 02 de dezembro de 1891, em Paris (França), no Hôtel Bedford na 17 da Rue de l'Arcade, não houve celebração em seu aniversário, com a exceção de uma simples missa, onde ficou acamado e teve apenas a companhia da filha Isabel, o esposo Conde D’Eu e os netos.

Cumprimentos

___Contudo, recebeu a visita de diversos franceses e brasileiros que residiam em Paris que foram cumprimentá-lo.

Pedro II

Piora de Saúde

Em 03 de dezembro de 1891, na manhã, seu estado de saúde piorou repentinamente.

___Outros parentes e amigos foram visitá-lo após saberem da gravidade da situação.

Pedro II

Sacramentos

Em 04 de dezembro de 1891, recebeu os últimos sacramentos do abade Rébours, vigário de Madeleine.

Pedro II

Agonia

___Entrou em agonia na noite do mesmo dia.

___Suas últimas palavras foram:

“Deus que me conceda esses últimos desejos – Paz e Prosperidade para o Brasil…”

Morre o

Último Imperador do Brasil

Era 05 de dezembro de 1891, era 00h35min da madrugada, falece no exílio, em Paris, o Sr. Pedro de Alcântara, S.M. o Imperador do Brasil.

___Estava tão enfraquecido que não sofreu qualquer tipo de dor.

Quarto 18

___Sua morte ocorreu como um “homem simples”, no modesto quarto nº 18 do Hotel Bedford em Paris (França), que era o que suas posses permitiam.

O Imperador Dorme

___Estavam ao seu lado sua filha Isabel, o Conde D´Eu, os netos Pedro, Luís, Antonio, Pedro Augusto e Augusto e suas irmãs Januária e Francisca (a irmão Chica), acompanhada de seus esposos.

A Vida se foi – Ficou a Glória!

___O Barão de Rio Branco, que estava presente, escreveu mais tarde:

- “Os brasileiros presentes, trinta e tantos, foram desfilando um a um, lançando água benta sobre o cadáver e beijando-lhe a mão. Eu fiz o mesmo. Despediam-se do grande morto”.

___O senador gaúcho e ex-Conselheiro Gaspar da Silveira Martins chegou logo após o falecimento e, ao ver o corpo do velho amigo, chorou convulsivamente.

Pedro II

Imperatriz de Jure do Brazil

____Pedro II faleceu sem abdicar de sua coroa e sua filha Isabel tornou-se a herdeira do trono do Império do Brasil de facto.

___Ela beijou solenemente as mãos do “Pai” e em seguida todos os demais presentes.

Isabel

___Após, inclusive dezenas de brasileiros que já se encontravam no local, beijaram sua mão, reconhecendo-a como a Imperatriz de jure do Brasil.

Pedro II

Atestado de Óbito

___Segundo o atestado de óbito a “causa mortis” foi uma pneumonia aguda do pulmão esquerdo, assinada pelo médico Charcot.

Pedro II

Embalsamento

Em 05 de dezembro de 1891, foi dispensada a autopsia e o corpo do Imperador foi embalsamado as 09h00min na manhã, após injetarem seis litros de cloridrato de zinco e de alumínio em sua carótida.

Pedro II

Máscara Mortuária

___Também foi feita uma máscara mortuária.

Pedro II

Traje

___Pedro II foi vestido como o uniforme de Marechal do Exército, representando sua posição como Chefe das Forças Armadas brasileiras.

___Em seu peito foram colocadas as fitas das diversas ordens de que fazia parte e em suas mãos, um crucifixo de prata enviado pelo Papa Leão XIII.

___Duas bandeiras brasileiras foram colocadas em suas pernas para cobri-las.

Pedro II

Terras do Brazil

___Enquanto preparavam o corpo de Pedro II, o Conde D´Eu encontrou no quarto um pacote lacrado e uma mensagem escrita pelo próprio Imperador:

- “É terra de meu país, desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria”.

___O pacote que continha terra de várias províncias brasileiras foi colocada dentro do caixão, que o imperador fez questão de trazer ao exílio.

Pedro II

Urna Mortuária

___Foram utilizados três caixões:

- Um de chumbo forrado de cetim branco com uma tampa de cristal, onde depositaram o corpo,

- E outros dois que revestiram o primeiro: um carvalho envernizado,

- Outro de carvalho recoberto de veludo negro.

Pedro II

Homenagens

___Poucas horas após a morte de Pedro II, milhares de pessoas compareceram ao Hotel Bedford, dentre elas, o Presidente do Conselho Freycinet e os ministros da Guerra e da Marinha da França.

___Em apenas um dia, mais de 2 mil telegramas haviam sido enviados para o hotel com mensagens de condolências.

___O presidente francês Sardi Carnot, que estava em viagem pelo Sul do país, enviou todos os membros da Casa Militar para prestarem homenagens ao falecido monarca.

Os Funerais do Imperador

Pedro II

Cerimonia de Chefe de Estado

___A Princesa Imperial Isabel desejava realizar uma cerimônia discreta e íntima para o enterro de Pedro II. Contudo, aceitou o pedido do Governo francês de realizar um funeral de “Chefe de Estado”.

___Para evitar incidentes políticos, o governo francês decidiu que o enterro seria oficialmente realizado pelo fato do Imperador ser grão-cruz da Legião de Honra, mas com as pompas devidas a um monarca.

___Todos os pedidos feitos pelo governo republicano brasileiro para não se realizar qualquer tipo de funeral oficial ou de apresentar publicamente a Bandeira Imperial foram simplesmente ignorados pelo governo francês.

Pedro II

Traslado à Madeleine

Em 08 de dezembro de 1891, na noite, os caixões contendo o corpo de Pedro II saíram do Hotel Bedford com destino a Igreja da Madeleine.

___Oito militares franceses transportaram os caixões, cobertos pela bandeira imperial, sendo assistidos por mais de cinco mil pessoas.

___A carruagem utilizada fora à mesma dos enterros do Cardeal Morlot, do Duque de Morny e de Adolphe Thiers.

Exéquias

Pedro II

Comparecimento em Madeleine

Em 09 de dezembro de 1891, no dia seguinte, milhares de personalidades compareceram à cerimônia realizada em Igreja da Madeleine.

___Além da Família de Pedro II, estavam:

Amadeo, ex-rei da Espanha,

Francis II, ex-rei das Duas Sicílias,

Isabella II, ex-rainha da Espanha,

Philippe, Conde de Paris, e diversos outros membros da realeza européia.

___Também estavam presentes o General Joseph Brugère, representando o Presidente da República da França Sadi Carnot, os presidentes do Senado e da Câmara, assim como senadores, deputados, diplomatas e outros representantes do governo francês.

___Quase todos os membros:

Academia Francesa,

Instituto de França,

Academia de Ciências Morais,

Academia de Inscrições e Bellas-Artes também participaram.

___Entre os presentes, estavam:

Eça de Queiroz,

Alexandre Dumas,

Gabriel Auguste Daubrée,

Jules Arsène Arnaud Claretie,

Marcellin Berthelot,

Jean Louis Armand de Quatrefages de Bréau,

Edmond Jurien de la Gravière,

Julius Oppert,

Camille Doucet e outros.

___Representantes de outros governos, tanto do continente americano, quanto europeu se fizeram presentes, além de países longínquos como Turquia, China, Japão e Pérsia, que eram impérios, “com a exceção” do governo provisório do Brasil.

Pedro II

Traslado à Estação de Paris

___Em seguida os caixões foram levados em cortejo até a Estação Ferroviária, de onde partiria para Portugal, onde seria colocado no Panteão dos Bragança.

Pedro II

Cortejo Triunfal

___Apesar da chuva incessante e da temperatura extremamente baixa, entre 200 mil a 300 mil pessoas assistiram ao evento pelas ruas de Paris.

___As tropas militares francesas que fizeram parte do cortejo eram compostas por 80 mil homens.

___Duas carruagens levavam quase 200 coroas de flores. Nelas, estavam escritas mensagens homenageando o Imperador, tais como:

“A D. Pedro, Vitória R.I.”,

“Dos Voluntários da Pátria ao grande Imperador por quem se bateram Caxias, Osório, Andrade Neves e tantos outros heróis.”,

“Um grupo de brasileiros estudantes em Paris.”,

“Tempos felizes em que o pensamento, a palavra e a pena eram livres, que o Brasil libertava povos oprimidos…” (enviada pelo Barão de Ladário, Marquês de Tamandaré, Visconde de Sinimbu, Rodolfo Dantas, Joaquim Nabuco e Taunay),

“Ao grande brasileiro benemérito da Pátria e da Humanidade. Ubique Pátria Memor.” (enviada pelo Barão do Rio Branco),

“Os Rio-Grandenses ao rei liberal e patriota.”, e

“Um negro brasileiro em nome de sua raça”.

Pedro II

Partida para Lisboa – Portugal

___O corpo do Imperador prosseguiu viagem de Paris (França) até a Igreja de São Vicente de Fora, próximo a Lisboa (Portugal).

Pedro II

Espanha

___Em todos os locais que o caixão passou, desde a França, quanto como na Espanha, foram realizadas homenagens.

Pedro II

Portugal

___Em Portugal D. Pedro II é recebido com toda a pompa necessária a um chefe de Estado, a um Imperador.

Nota:

- Tudo acontece com a exceção do governo republicano brasileiro, que nada faz para homenagear o grande homem.

Pedro II

Funeral no Panteão dos Bragança

Em 12 de dezembro de 1891, o corpo de Pedro II foi depositado no Panteão dos Braganças, entre os de sua madrasta D. Amélia e de sua esposa D. Theresa Cristina.

Pedro II

André Rebouças

___Alguns amigos dedicados, inclusive o engenheiro André Rebouças, o grande abolicionista, haviam feito questão de acompanhar a Família Imperial ao exílio. ___Rebouças, quando da morte de Dom Pedro II, recusou-se a voltar ao Brasil, dizendo que o desaparecimento do Imperador representara o término das possibilidades de alguém da sua cor – “Negra” – vir a ser personalidade exponencial no país.

Exterior

Repercussão a Morte de Dom Pedro II

___A reação da Imprensa no exterior foi simpática ao monarca:

New York Times de 05 de dezembro de 1889 elogiou Pedro II, considerando-o “o mais ilustrado monarca do século” e afirmando que “tornou o Brasil tão livre quanto uma monarquia pode ser”.

The Herald escreveu: - “Numa outra era, e em circunstâncias mais felizes, ele seria idolatrado e honrado por seus súditos e teria passado a história como Dom Pedro, o Bom”.

The Tribune afirmou que seu “reinado foi sereno, pacífico e próspero”.

The Times publicou um longo artigo: - “Até novembro de 1889, acreditava-se que o falecido Imperador e sua consorte fossem unanimemente adorados no Brasil, devido a seus dotes intelectuais e morais e seu interesse afetuoso pelo bem-estar dos súditos […] Quando no Rio de Janeiro ele era constantemente visto em público; e duas vezes por semana recebia seus súditos, bem como viajantes estrangeiros, cativando a todos com sua cortesia”.

Weekly Register, por sua vez: - “Ele mais parecia um poeta ou um sábio do que um imperador, mas se lhe tivesse sido dada a oportunidade de concretizar seus vários projetos, sem dúvida teria feito do Brasil um dos países mais ricos do Novo Mundo”.

Le Jour, periódico francês afirmou que “ele foi efetivamente o primeiro soberano que, após nossos desastres de 1871, ousou nos visitar. Nossa derrota não o afastou de nós. A França lhe saberá ser agradecida”.

The Globe, sobre o monarca asseverou que ele “era culto, ele era patriota; era gentil e indulgente; tinha todas as virtudes privadas, bem como as públicas, e morreu no exílio”.

Brasil

Repercussão a Morte de Dom Pedro II

___Os membros do governo republicano brasileiro, “temerosos da grande repercussão que tivera a morte do imperador”, negaram a possibilidade de qualquer manifestação oficial.

___Contudo, o povo brasileiro não ficou indiferente ao falecimento de Pedro II, a “repercussão no Brasil foi também imensa, apesar dos esforços do governo para abafar. Houve manifestações de pesar em todo o país: - comércio fechado, bandeiras a meio pau, toques de finados, tarjas pretas nas roupas, ofícios religiosos”.

___Em 07 de dezembro de 1891, de acordo com o Doutor João Mendes de Almeida, em artigo escrito:

A notícia do passamento de S. M. o Imperador D. Pedro II vem pôr à prova os sentimentos da nação brasileira com a dinastia Imperial. A consternação tem sido geral”.

___Foram realizadas “missas solenes por todo o país, seguidas de pronunciamentos fúnebres em que se enalteciam D. Pedro II e o regime monárquico”, de maneira que a República se calou diante da força e do impacto das manifestações”.

___A polícia foi enviada para impedir manifestações públicas de pesar, “provocando sérios incidentes enquanto o povo se solidarizava com os manifestantes”.

___Em 09 de dezembro 1891, uma reunião popular com o objetivo de homenagear o falecido imperador foi realizada, tendo sido organizada pelo Marquês de Tamandaré, Visconde de Ouro Preto, Visconde de Sinimbu, Barão de Ladário, Carlos de Laet, Alfredo d'Escragnolle Taunay, Rodolfo Dantas, Afonso Celso e Joaquim Nabuco.

___Até mesmo os antigos adversários políticos de Pedro II elogiaram o monarca deposto, mesmo que “criticando sua política, ressaltavam sempre seu patriotismo, honestidade, desinteresse, espírito de justiça, dedicação ao trabalho, tolerância, simplicidade”.

___Quintino Bocaiúva, um dos principais líderes republicanos, falou:

“O mundo inteiro, pode-se dizer, tem prestado todas quantas homenagens tinha direito o Sr. Dom Pedro de Alcântara, conquistadas por suas virtudes de grande cidadão”.

Pedro II

Republicanos Radicais

___Alguns “membros de clubes republicanos protestaram contra o que chamaram de exagerado sentimentalismo das homenagens, vendo nelas manobras monarquistas.” ___Foram vozes isoladas.

Post Mortem

___Para os brasileiros, o Imperador Pedro II é a representação típica da figura paterna sábia, benevolente, austera e honesta.

___A monarquia “caiu quando atingia seu ponto mais alto de popularidade” entre a maior parte da população brasileira.

___Indiferentes aos novos heróis republicanos, como “Tiradentes”, os brasileiros se mantinham apegados a figura do Imperador popular, pois o consideravam “um herói da gente [povo], um filho da terra”.

___Pois, pelo “físico, pelo temperamento, pelas circunstancias, ninguém estava mais apto do que D. Pedro II a encarnar o tipo simbólico de Pai do Povo”. Esta imagem era ainda mais forte perante a população afro-descendente que acreditava que a monarquia “continuava estranhamente a representar, mesmo que metaforicamente, a libertação”. ___Os afro-brasileiros demonstravam o seu sentimento de lealdade ao monarca de maneiras sutis, através de tatuagens da coroa imperial no corpo.

___Pelas cidades do país eram cantadas músicas populares que refletiam o sentimento geral:

“Saiu D. Pedro Segundo

/Para o reino de Lisboa

/Acabou-se a monarquia

/O Brasil ficou à toa, assim como”.

A Mãe do Marechal

___A mãe do Marechal Deodoro da Fonseca disse:

“Este filho já foi meu/ Agora tá amaldiçoado/ De minha parte e de Deus”.

Escrito na História

___Pois entre “os grandes – e poucos – nomes de nossa história que têm espaço no imaginário popular, está certamente à figura de Dom Pedro II.

___Era como se uma nova mística se abatesse sobre a população, vinculando a má sorte da República, e os problemas de ordem política e econômica, à partida de D. Pedro II.

“Pedro II era visto como um herói popular, e aos poucos seria "reintroduzido lentamente como um herói oficial”.

___Surpreendentemente, entre os republicanos surgiu um forte sentimento de culpa, “que se tornava mais e mais evidente após a morte de Dom Pedro.

___Na memória, “a monarquia estava ainda viva, assim como um certo sentimento de remorso”. Os republicanos “reconsideravam o longo banimento e ponderavam sobre a severidade da atitude”.

___Acreditavam que Pedro II merecia ter tido um fim melhor. Ocorreu que muitos “homens responsáveis pela República passaram a ver nos tempos do Império a época feliz, a idade de ouro, para sempre acabada”.

___Surgiu “um sentimento de que houve um tempo em que o Brasil era mais respeitável, mais honesto, mais poderoso”.

___Havia uma “estranha insistência em elogiar D. Pedro II e o regime monárquico” em "vários políticos republicanos”, inclusive os “de maior projeção”.

___Não que desejassem a restauração, mas acreditavam que a República brasileira poderia aprender com os acertos do regime deposto.

___Assim, Pedro II “se tornava, paradoxalmente, um modelo dos ideais republicanos”.

___Para “os republicanos, Dom Pedro aparecia como o melhor deles; para os monarquistas o elogio era claro, outro”.

___Após a morte do monarca, os apelos pelo retorno de seu corpo ao país se tornaram comuns ao longo dos anos.

Pressão da Imprensa

___O jornal A Cidade do Rio afirmou que “o Brasil é tão grande que não pode lhe negar os minguados palmos de um pedaço de terra” e exigiu:

- “Mandem-no buscar”.

___A Gazeta da Tarde afirmou que Pedro II merecia um funeral oficial no país.

Pedro II

Sua Consciência

___Morto no exílio, D. Pedro II tinha plena consciência de haver sido fiel à sua missão, como se vê nos versos de sua autoria:

“Não maldigo o rigor da iníqua sorte,

/por mais atroz que seja e sem piedade,

/arrancando-me o Trono e a majestade,

/quando a dois passos só estou da morte.

 

É ver da mão fugir, à extrema hora,

/a mesma boca lisonjeira e ingrata

/ que tantos beijos nela pôs outrora!

 

E entre visões de paz, de luz, de glória,

/sereno aguardarei no meu jazigo

/a justiça de Deus na voz da História!”.

___Nas colocações anteriormente citadas, até mesmo os republicanos convictos, como Ruy Barbosa, que serviu de célebre intelectual ao movimento republicano, arrependeu-se dos feitos realizados na fatídica data da república.

___Nem mesmo Deodoro da Fonseca pretendia depor o Imperador, a quem admirava muito.

___Cada cidadão foi vítima; enquanto cidadãos, de um golpe mal organizado, sujo e perverso, que desde o início se apoiou em esquemas nebulosos e mesquinhos, sem nenhum compromisso com o País e muitos menos com seu Povo. Não fomos vítima de um “idealismo frenético, até esterismo patético, mas ativo”, mas sim da inveja, da revolta e da trapaça de poucos.

___José Pedro Galvão de Souza, em seu livro “Raízes históricas da crise política no Brasil”, Editora Vozes, Petrópolis – 1965, no capítulo 1 – O apriorismo político no Brasil, na página 16 e 17, diz:

“Os propagandistas da República não nos deixaram uma só obra em que tivessem justificado de forma convincente, à vista da situação do país, as vantagens de uma alteração na forma de governo. Rui Barbosa, batendo-se pela Federação, reclamava-a “com ou sem Coroa”, deslocando a questão da forma de governo para a da forma de Estado, quando na verdade a mudança desta não era incompatível com a manutenção daquela.”

___A esse país, chamado Brasil, sua amada terra, a quem Pedro de Alcântara dedica a sua vida a servir, até mesmo depois da queda da monarquia e de seu banimento, a qual nunca esqueceu, mas da terra levou um pouco para seu leito de morte.

O Imperador está morto para a vida,

Mas vivo par eternidade.

Vivas ao Brasil

Vivas ao Imperador

___Singela homenagem a S.M.I. Pedro II pela passagem de seu 200.° Aniversário de Nascimento.


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