João VI de Portugal
Pela Graça de Deus, Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia ... (1815-1825)
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia ...
(1825-1826)
Ordem: 28.º Monarca de Portugal
Cognome: O Clemente
Início do Reinado: 20 de Março de 1816
(regente desde 10 de Fevereiro de 1792)
Término do Reinado: 10 de Março de 1826 (9 anos)
Aclamação: 6 de Fevereiro de 1818, Rio de Janeiro, Brasil
Predecessora: D. Maria I (a louca)
Sucessor: D. Pedro IV
Pai: D. Pedro III
Mãe: D. Maria I
Data de Nascimento: 13 de Maio de 1767
Local de Nascimento: Lisboa, Portugal
Data de Falecimento: 10 de Março de 1826 (58 anos)
Local de Falecimento: Palácio da Bemposta, Lisboa, Portugal
Local de Enterro: Panteão dos Braganças, Mosteiro de São Vicente de Fora, Lisboa
Consorte: D. Carlota Joaquina de Bourbon (Infanta de Espanha)
Príncipe Herdeiro: Príncipe D. Pedro (filho)
Dinastia: Bragança
D. João VI de Portugal (nome completo: João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança; Lisboa, 13 de maio de 1767 — Lisboa, 10 de março de 1826), cognominado O Clemente, foi rei de Portugal entre 1816 e a sua morte.
Segundo dos filhos de D. Maria I de Portugal e de seu tio Pedro III, herdeiro da coroa como príncipe do Brasil e 21º Duque de Bragança após a morte do irmão mais velho José, Duque de Bragança em 11 de setembro de 1788, vitimado pela varíola.
Entristecido ao saber que iria tornar-se o rei de Portugal, costuma-se dizer que chegou a chorar.
Tinha 21 anos e até então merecera a educação e as atenções de um secundogênito.
Foi sucessivamente senhor do Infantado e duque de Beja, príncipe do Brasil e duque de Bragança, príncipe Regente de Portugal, príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, rei de Portugal e Imperador Titular do Brasil.
Casamento
Em 1785, casou-se em Madrid por procuração em 8 de maio e em Lisboa em 9 de junho em pessoa com a infanta Carlota Joaquina de Bourbon, de dez anos, filha do rei Carlos IV de Espanha e de Maria Luísa de Parma, embora não consumassem o casamento senão em 1790.
Infanta Carlota Joaquina
Baptizada Carlota Joaquina Teresa Cayetana de Borbon y Borbon, a infanta nascera em Aranjuez, em 25 de abril de 1775, e morreu no palácio de Queluz em 7 de janeiro de 1830, estando sepultada em São Vicente de Fora.
D. Carlota Joaquina e D. João VI tiveram três filhos e seis filhas.
Regência
Desde 10 de fevereiro de 1792, dada a doença mental da mãe, assumiu o poder, assegurando a direção dos negócios públicos, passando a despachar os decretos em seu nome; sete anos mais tarde, em 15 de julho de 1799, e até subir ao trono, governou o país como Príncipe Regente, pois uma Junta Médica reconheceu a impossibilidade de recuperação de sua mãe.
Em 16 de dezembro de 1815, foi Príncipe Regente do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves. Reviveu a Ordem da Torre e da Espada em 13 de maio de 1808, foi fundador da Ordem de Nossa Senhora de Vila Viçosa em fevereiro de 1818.
Seu reinado decorre em época de grandes mudanças mundiais e em Portugal: a Revolução Francesa e a consequente guerra europeia, o Bloqueio Continental, a campanha do Rossilhão, a guerra com a Espanha com a perda de Olivença, as invasões francesas, a transferência da corte portuguesa para o Brasil (1808-1821), a revolução liberal do Porto e a independência do Brasil. Foi a derrocada de um mundo e o nascimento de outro.
Alianças com Espanha
Em 1793, aliou-se à Espanha no combate à Revolução Francesa, que ameaçava todas as monarquias européias. Nessa altura, Portugal tomou parte na Campanha do Rossilhão.
Em 1801, Napoleão, que reiniciara a luta contra a Inglaterra, e procurava aliados, convenceu a Espanha a atacar Portugal naquela que ficou conhecida como a Guerra das Laranjas. Não tendo condições de enfrentar a coligação Franco-Espanhola, o Príncipe Regente, pediu a paz, prometendo fechar seus portos à Inglaterra. Contudo, a economia portuguesa estava profundamente ligada à Inglaterra e também corria o risco de ver seus portos bloqueados pela poderosa armada inglesa. Ao mesmo tempo, Carlota Joaquina, fiel as suas origens espanholas, conspirava na corte portuguesa e procurou, inclusive, tomar a regência. O Príncipe Regente tentou ganhar tempo, mas em 1806, Napoleão I fez-lhe um ultimato: ou fechava os portos à Inglaterra ou a França invadiria Portugal.
Transferência da Corte para o Brasil
Em novembro de 1807, D. João decidiu pela transferência da corte portuguesa para o Brasil, evitando ser aprisionado com toda a família real e o governo, tornando possível manter a autonomia portuguesa a partir do Rio de Janeiro. Manteve assim também o Brasil em poder de Portugal, embora isto o fez mais dependente em relação à Inglaterra, com a imposição da abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional e o tratado Luso-Britânico de 1810, desastroso para a economia portuguesa, embora (ou por isso mesmo) decisiva para o progresso e a independência brasileira.
Embarque para o Brasil do Príncipe Regente de Portugal, D. João VI, e de toda a família real, no Porto de Belém, às 11 horas da manhã de 27 de novembro de 1807. Gravura feita por Francisco Bartolozzi (1725-1815) a partir de óleo de Nicolas Delariva.
Embarcaram para o Brasil a rainha D. Maria I, D. João Vi, seus filhos D. Pedro e D. Miguel, sua esposa D. Carlota Joaquina de Bourbon, suas filhas as infantas Maria Teresa de Bragança, Maria Isabel de Bragança, Maria da Assunção de Bragança, Isabel Maria de Bragança, Maria Francisca de Assis de Bragança e Ana de Jesus Maria de Bragança, ainda estavam as infantas D. Maria Ana Francisca e a viúva D. Maria Francisca Benedita de Bragança, irmãs da rainha, e o infante Pedro Carlos da Espanha.
Enquanto isto a França invadia Portugal, com o apoio de dois corpos de exército espanhóis, sendo o corpo de exército francês comandado por Jean-Andoche Junot, que conquistou Lisboa em 30 de novembro de 1807.
Em 22 de Janeiro de 1808, D. João chegou com a corte a Salvador. Ante as disputas entre a Inglaterra e a França, chegou a oferecer o casamento de seu filho D. Pedro de apenas nove anos, com a sobrinha do monarca francês, projeto que fracassou.
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Na Bahia em 28 de Janeiro de 1808, decretou a abertura dos portos brasileiros às nações amigas - entre as quais, evidentemente, a Inglaterra. Aconselhado por José da Silva Lisboa, que mais tarde fará visconde de Cairú, decretou a abertura dos portos brasileiros, pondo fim ao Pacto Colonial. Foi o ato que mais celebrizou seu governo na América portuguesa. Foi a Inglaterra a maior beneficiada, pois em 1810 se assinou o tratado de comércio e navegação que fixava em 15% a taxa alfandegária sobre produtos ingleses vendidos para o Brasil. Grande privilégio, já que os demais países pagavam uma taxa de 24% e Portugal 16%. Vale lembrar que Portugal nesta época estava sob ocupação francesa e administrada por um representante de Napoleão.
Somente em 1816, igualaram-se as taxas inglesa e portuguesa.
Em março, D. João transferiu-se para o Rio de Janeiro, transformando a cidade em sede da Monarquia. Ali formou o seu Ministério, aboliu a proibição da criação de indústrias, atacou e ocupou a Guiana Francesa, fundou escolas, bibliotecas, etc. Enquanto isso, na Europa, Napoleão depunha o rei de Espanha e em seu lugar colocava José Bonaparte, seu irmão.
O documento mais importante no Rio de Janeiro foi a Carta Régia de 7 de março de 1810, cuja redação se deve a D. Rodrigo de Souza Coutinho. Em primeiro lugar, sintetiza e justifica as medidas e compromissos estabelecidos pela corte no Rio, procurando tranquilizar politicamente os interesses econômicos dos destinatários na metrópole; em segundo lugar, procura minimizar os efeitos do tratado luso-britânico de 1810, anunciando um conjunto de providências que garantiriam o desenvolvimento econômico do reino, sobretudo na sua componente continental. O texto desemboca na preferência por um modelo de desenvolvimento centrado na agricultura: a industrialização teria de ser preterida em benefício de um desenvolvimento agrícola que assegurasse simultaneamente uma especialização produtiva vantajosa e uma indução futura de desenvolvimento das manufaturas.
Após a queda de Napoleão, em 16 de Dezembro de 1815 o Príncipe Regente D. João elevou o Brasil a reino, por pressão inglesa e para poder sentar-se entre os plenipotenciários do Congresso de Viena; em 20 de março de 1816, morta D. Maria I, assumiu a coroa como D. João VI, o 27º Rei de Portugal em 6 de fevereiro de 1818, Rio de Janeiro, dois anos após a morte de sua mãe.
Foi o único rei a ser coroado nas Américas.
Principais Medidas
Decreto da abertura dos portos,
Biblioteca Nacional do Brasil.
No Brasil, o governo de D. João VI tomou as seguintes medidas:
Liberação da atividade industrial em 1808;
Criação do Banco do Brasil em 12 de outubro de 1808;
Criação da Divisão Militar da Guarda Real da Polícia da Corte (DMGRP) em 13 de maio de 1809;
Autonomia administrativa em 1815;
Permissão de ter imprensa;
Fundação da academia militar, da marinha e de um hospital militar;
Criação da Fábrica de Pólvora (Rio de Janeiro);
Criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro;
Criação da Academia Imperial de Belas Artes.
Criação da Escola de Cirurgia, em Salvador.
Criação da Academia de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro foi criada em 1808.
Criação da primeira Junta de Comércio, a Real Junta do Comércio.
Criação da Biblioteca Real no Rio de Janeiro cujo acervo foi quase todo trazido de Portugal.
Criação dos Correios.
Criação do Museu Real.
Criação de linhas diretas marítimas entre o Rio de Janeiro e outras capitais do mundo.
Criação da Academia Real Militar (ou Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho
Criação da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios.
Criação da Casa da Moeda.
Criação do Observatório Astronômico.
Instituição do Arsenal Real da Marinha
Criou dois cursos práticos de agricultura, em 1812 na Bahia e em 1814, no Rio de Janeiro.
D. João VI, pelo decreto de 31 de janeiro de 1818, pagou para que João Baptista Moncouet, viesse ao Brasil dar aulas de veterinária.
Criação do Real Erário, que, em 1821, mudou o nome para Ministério da Fazenda.
Criação da Impressão Régia, hoje Imprensa Nacional
Criação da Usina de Ipanema nas províncias de São Paulo e Minas Gerais.
Inaugurou o Real Teatro de São João.
Ajudou a financiar uma das primeiras fabricas de tecidos do Brasil.
Estimulou a construção de estradas; os portos foram melhorados.
Incentivou a produção agrícola.
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O açúcar e o algodão, passaram a ser primeiro e segundo lugar nas exportações, no início do século XIX. Neste mesmo período surgiu o café, novo produto, que logo passou do terceiro lugar para o primeiro lugar nas exportações brasileiras.
Patrocinou a vinda a Missão Artística Francesa (1816), que trouxe ao Brasil nomes como Joachim Lebreton, pintor, Jean Baptiste Debret, pintor histórico, Nicolas-Antoine Taunay, pintor de paisagens e cenas históricas, Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny, arquiteto, junto com seus discípulos Charles de Lavasseur e Louis Ueier, Auguste Marie Taunay, escultor, Charles-Simon Pradier, gravador, François Ovide, mecânico, Jean Baptiste Leve, ferreiro, Nicolas Magliori Enout, serralheiro, Pelite e Fabre, peleteiros, Louis Jean Roy e seu filho Hypolite, carpinteiros, François Bonrepos, auxiliar de escultura, e Félix Taunay, filho de Nicolas-Antoine, ainda apenas um jovem aprendiz. Muitos deles trouxeram suas famílias, criados e outros auxiliares. Pinassi acrescenta ainda os nomes de Sigismund Neukomm, músico, e Pierre Dillon, secretário de Lebreton. Seis meses mais tarde, uniram-se ao grupo Marc Ferrez, escultor (tio do fotógrafo Marc Ferrez) e Zéphyrin Ferrez, gravador de medalhas.
A presença da corte no Brasil impulsionou a criação do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, que elevou o status do Brasil a condição de Reino Único. Posteriormente, o Reino Unido se transformou num inconveniente a Portugal como metrópole. Quando a corte retornou a Europa, e tentou fazer com que o Brasil retornasse à condição de colônia, esta situação gerou tamanho descontentamento que provocou a 7 de setembro de 1822 a proclamação da independência pelo herdeiro da coroa portuguesa, o futuro D. Pedro I no Brasil e D. Pedro IV em Portugal, filho do próprio D. João VI.
Sobre o Reino Unido, diz o historiador Octávio Tarquínio de Sousa em História dos Fundadores do Império do Brasil, volume IX:
A carta de lei de 16 de dezembro de 1816, elevando o Brasil à categoria de reino unido aos de Portugal e Algarves, concedeu-nos pacificamente todas ou quase todas as características de um país soberano. Por outro lado, a presença de D. João no Brasil concorreu de maneira decisiva para fortalecer a unidade nacional, posta à prova no momento da revolução do Porto de 1820.
Mesmo antes da independência, os portugueses da metrópole, prejudicados com a perda dos mercados brasileiros, voltaram-se contra o rei; em 1820 eclodiu a Revolução liberal do Porto, exigindo, o fim da monarquia absoluta, a convocação de uma assembléia constitucional e a volta de D. João. Este, com sua tática de protelar soluções, não respondeu às exigências. No Brasil existia receio, pois era opinião geral que a volta do rei poderia significar a retirada do país da autonomia conquistada.
De início o movimento constitucionalista de Portugal repercutiu favoravelmente no Brasil. A ilusão durou todo o ano de 1821.
O regime de Reino Unido era solução que em geral satisfazia, salvo um pequeno grupo anti-lusitano ou mais teoricamente convencido da superioridade da forma republicana de governo. As grandes figuras adotaram tal posição, prova disso foi a aceitação do mandato de deputados por parte de numerosos brasileiros.
Retorno
de D. João VI a Portugal
Finalmente, em fevereiro de 1821, tropas portuguesas dos quartéis do Rio de Janeiro amotinaram-se, exigindo que D. João VI retornasse a Portugal. Houve conflitos e mortes e só o rei poderia evitar uma guerra civil. Assim, nomeou Regente seu filho primogênito em 22 de abril de 1821 e quatro dias depois embarcou para Lisboa. Ao chegar, jurou a Constituição. Já o seu herdeiro, Pedro de Bragança, no entanto, recusava-se a regressar exclamando, em 9 de janeiro de 1822, ante instâncias do Senado da Câmara do Rio de Janeiro, Diga ao povo que fico!.
Independência do Brasil
A 7 de Setembro de 1822, Pedro declara a independência do Brasil. Proclama-se Imperador. O restante do reinado de João VI é passado em tentativas de reversão desta medida e de pacificação entre os filhos Pedro e Miguel.
Governo em Portugal
Contudo, a constituição jurada pelo rei vigoraria apenas durante alguns meses. Seguem-se a Vila-Francada em 1823 e a Abrilada em 1824, movimentos absolutistas encabeçados por D. Miguel.
Vencido e expatriado D. Miguel, D. João VI consagra os últimos anos do seu reinado a tentar resolver o problema suscitado para Portugal pela independência do Brasil e, por altura da sua morte, sonhava ainda com a reunião dos dois países na pessoa de um só soberano.
Em 1825, João VI nomeou Pedro I seu sucessor, apesar da rebeldia demonstrada, na tentativa de reunir Portugal e Brasil sob a mesma coroa. Porém, nesse ano, em 29 de Agosto, D. João VI viu-se obrigado a reconhecer a independência do Brasil e o filho como Imperador do Brasil. Foi-lhe reconhecido pelo tratado entre os dois países o título honorífico de Imperador do Brasil, embora não seja usual incluí-lo na relação dos monarcas do Brasil independente; e a esse título assinou as cláusulas do aludido tratado de reconhecimento da independência, firmado por mediação inglesa entre o Brasil e Portugal, pelo qual o Brasil assumiu dívidas contraídas por Portugal no valor de mais de 2 milhões e meio de libras esterlinas - contribuindo para desgastar a imagem do pai e do filho, João VI e Pedro I, aos olhos dos brasileiros.
Morte de Dom João VI
Faleceu em Março de 1826, após adoecer por alguns dias. De sua causa mortis, suspeitou-se ter sido por envenenamento. Recentemente uma equipa de pesquisadores exumou o pote de cerâmica chinesa que continha as suas vísceras e que se encontrava enterrado sob as lages da capela dos Meninos da Palhavã no mosteiro de São Vicente de Fora. Pedaços do seu coração foram reidratados e submetidos a análises, num estudo dirigido pelo Prof. Doutor Armando Santinho Cunha, o que veio a comprovar a suspeita de envenenamento por arsênico. Contam as lendas que o rei fora envenenado com laranjas colhidas no palácio de Belém. Sabe-se que de fato o rei comeu laranjas, pois isso consta dos relatórios médicos da época, e só depois de ter comido tais laranjas é que D. João adoeceu.
Após o anúncio da sua morte, D. Pedro I do Brasil foi reconhecido pelo governo vigente como rei de Portugal, como Pedro IV. Acumulou as duas coroas por poucos dias, o tempo de outorgar uma Carta Constitucional ao reino europeu e de abdicar em nome de sua filha Maria da Glória, a rainha Maria II. Para os partidários do seu irmão absolutista, D. Miguel, porém, o advento de Pedro IV e por conseguinte o de Maria II seriam considerados ilegítimos, porque D. Pedro, sendo Imperador de uma potência estrangeira, não tinha quaisquer direitos em Portugal.
O corpo de D. João VI foi embalsamado e levado para o Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa. As vísceras e o coração acomodados em um pote de porcelana foram depositados em uma caixa de madeira e enterrados no chão da Capela dos Meninos de Palhavã, no mesmo mosteiro.
D. João foi sepultado ao lado de onde viria também repousar a sua polemica esposa.
Diz a obra «Brasiliana da Biblioteca Nacional», Rio de Janeiro 2006, página 208:
«A trajetória pessoal do monarca, acrescida de numerosas histórias relativas à sua vida familiar, serve a muitas interpretações. Se existe a concordância de todos os autores, que se basearam no depoimento daqueles que o conheceram de perto, quando à sua bondade e afabilidade, todo o resto é controvérsia. Para uns, era inteiramente despreparado para governar e covarde. Outros apontavam sua visão de estadista. Teria sido o agente fundamental de uma inteligente manobra política que enfrentara a hegemonia napoleônica e resguardara a coroa portuguesa das humilhações sofridas por outras monarquias européias. Além disso, garantira a integridade do território ultramarino português, mantendo-se na plenitude de seus direitos, com a trasladação da corte. E as transformações políticas e econômicas ocorridas no Brasil de então, onde as marcas dos grilhões coloniais eram muito visíveis, preparavam o terreno para a emancipação política, tornando o Brasil «a primeira monarquia no Novo Mundo».
Auguste de Saint-Hilaire considerava o rei despreparado para governar (…) e ressaltava a sua bondade inata. Debret pintava (…) a aparência física desfavorável do real personagem, ressaltando-lhe também a bondade e afabilidade. Luccock enalteceu o caráter do rei, reafirmando sua bondade e atenção. Spix e Martius referem-se aos esforços do governo para a qualificação da mão-de-obra e desenvolvimento da indústria, além de enfatizar o senso de responsabilidade política e as preocupações do monarca. São recorrentes as homenagens a Oliveira Lima como o reabilitador da imagem do monarca. José Augusto França, professor da Universidade Nova de Lisboa, relata que D. João foi objeto da primeira caricatura inventariada em Portugal.
O Marquês de Caravelas que em 1826, discursando no Senado por ocasião da morte do Rei disse:
"Nós todos que, aqui estamos temos muitas razões para nos lembrarmos da memória de Dom João VI , todos lhe devemos ser gratos, pelos benefícios que nos fez: elevou o Brasil a reino, procurou por todos o seu bem, tratou-nos sempre com muito carinho e todos os brasileiros lhe são obrigados…".
Assassinato na Corte
- Pesquisadores portugueses comprovam que dom João VI foi envenenado com doses altas de arsênico.
Revista ÉPOCA, 05 jun 2000.
Mataram o Rei
Exames comprovam que João VI, rei de Portugal, morreu envenenado com arsênico.
Revista VEJA. 07 jun 2000
Exames comprovam que João VI, rei de Portugal, morreu envenenado com arsênico.
Revista VEJA. 07 jun 2000
Assassinato na Corte
- Pesquisadores portugueses comprovam que dom João VI foi envenenado com doses altas de arsênico.
Revista ÉPOCA, 05 jun 2000.
Realeza Portuguesa
Casa de Bragança
Descendência
Com sua esposa, Carlota Joaquina de Bourbon, infanta de Espanha (1775-1830) teve:
Maria Teresa de Bragança, Princesa da Beira (1793-1874).
Antônio Francisco de Assis de Bragança e Bourbon, Príncipe da Beira nascido em Queluz, 21 de março de 1795 e morto em Lisboa, 11 de junho de 1801.
Maria Isabel de Bragança (1797-1818), casou com Fernando VII de Espanha
Pedro I do Brasil e IV de Portugal, Imperador do Brasil e Rei de Portugal (1798-1834).
Maria Francisca de Bragança (1800-1834), casou com Carlos de Bourbon, Conde de Molina.
Isabel Maria de Bragança (1801-1876)
Miguel I, rei de Portugal (1802-1866)
Maria da Assunção de Bragança, nasceu em Queluz em 25 de junho de 1805, Morreu solteira em Santarem, 7 de janeiro de 1834 (sepultada em São Vicente de Fora).
Ana de Jesus Maria de Bragança (1806-1857) casou com Nuno José de Moura Barreto, 1.º Duque de Loulé.
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Dom João VI
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Títulos
1767-1788: Sua Alteza o Infante D.João
1788-1792: Sua Alteza Real o Príncipe do Brasil, Duque de Bragança
1792-1799: Sua Alteza Real o Príncipe Regente em nome da Rainha
1799-1816: Sua Alteza Real o Príncipe Regente
1816-1826: Sua Majestade Fidelíssima El-Rei
1825-1826: Sua Majestade o Imperador Titular do Brasil
Na Cultura Popular
Dom João VI já foi retratado como personagem no cinema e na televisão:
João Villaret, no filme Bocage (1936)
Manuel da Nóbrega, no filme Independência ou Morte (1972)
Jorge Cherques, na telenovela Dona Beija (1986)
Marco Nanini, no filme Carlota Joaquina - Princesa do Brazil (1995)
André Mattos e Cássio Gabus Mendes (adulto e jovem, respectivamente), na minissérie O Quinto dos Infernos (2002).
Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 500 (quinhentos cruzeiros) de 1949.
Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
A Corte Portuguesa
Rio de Janeiro
Capital do Reino de Portugal, Brasil e Algarves
A Chegada da Família Real
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
O cenário do espetáculo da Corte no Brasil era o Rio de Janeiro, capital da Colônia que acabava de se abrir para o mundo.
Tinha ainda as feições rústicas de porto colonial, com suas ruas estreitas e de terra batida ou calçamento irregular, seus sobrados mal-arejados e soturnos, sua população tipicamente negra, índia e mestiça e de uma alma espontânea e festeira.
Mas a natureza generosa surpreendia a todos os viajantes e aventureiros que ali chegavam, e que não cansaram de lisonjear a exuberância nativa e verdejante das florestas, a baía cercada de montanhas que miravam para o mais azul dos céus, as praias das areias mais brancas banhadas pelo sol tropical.
À chegada da comitiva real, o colorido natural foi matizado pelas infinitas bandeiras, flâmulas e pavilhões das naus que não cessavam mais de chegar e que congestionavam a bela baía; colorido, também, que pendia das sacadas dos sobrados, com as colchas de cetim e seda, muitas vezes mandadas pendurar por decreto; o colorido aromatizado das flores que se mandavam jogar ao passar a comitiva real para que se disfarçassem o mau cheiro das ruas onde os dejetos domésticos corriam a céu aberto ou eram atirados às praias e córregos depois de trazidos em ombro escravo; colorido, por fim, das velas de cera e das girândulas, lampiões e fogos de artifício que iluminavam a noite.
O Desfile Real sob o pálio de seda carregado por escravos era um verdadeiro espetáculo de cores e sons, com as inúmeras salvas de canhões das naus e fortalezas, os incessantes repiques de sinos e salvas de artilharia, que chamavam a população para os reais festejos. O Rio de Janeiro de D. João foi uma festa só, com a cara e a alma do povo brasileiro.
Mas fato é que a primeira coisa que fizeram o príncipe regente e sua comitiva foi postarem-se de joelhos diante de um altar improvisado, onde beijariam a cruz e receberiam as devidas bênçãos. Após todas as aspersões e purificações, saiu a comitiva procissão rumo à improvisada Sé, na ocasião a igreja dos pretos do Rosário onde se realizaria a cerimônia de fundação da nova sede da corte e o ritual do “Beija-Mão”.
O Ritual do Beija-Mão
A mudança do status da cidade do Rio de Janeiro, de capital Colonial a capital do Reino trouxe alterações profundas, impostas pelas exigências sociais da vida na Corte. Uma das atividades que compunham a rotina da vida monárquica era justamente a referida cerimônia do “Beija-Mão”, através da qual os súditos de Sua Majestade iam lhe prestar homenagem e mostrar respeito e submissão, e também aproveitar para pedir algum favor.
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Todo esse esforço e motivação dos súditos em se deslocar de suas residências que, por vezes, ficam a quilômetros de distância da capital, devia compensar a satisfação dos peregrinos, que podiam, segundo o próprio Rei, ter a honra de beijar a sua augusta e real mão.
A fila de vassalos era grande. Todos encasacados aguardavam ansiosos, a hora de beijar a mão de D. João VI. Tratava-se de um ritual medieval, composto de uma seqüência de atos, que só confirmava a autoridade máxima do poder do monarca e tinha suas regras. Primeiro, o vassalo entrava na fila indiana. Depois, fazia reverência ao mestre de cerimônias e aos camareiros. Quando chegava diante do rei, dobrava um dos joelhos até o chão para beijar "a augusta e real mão". Finalmente, se levantava, fazia outra gesto de reverência e recuava de costas, virando pelo lado direito, retirando-se da sala.
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Rio de Janeiro 1808
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A Corte muda a rotina do Rio de Janeiro
Os transportes para pequenas distâncias aumentam: cadeirinhas, liteiras, serpentinas e palanquins são vistos com freqüência no fim do século XVIII.
As festas populares se aprimoram com a vinda, em 1808, da Família Real Portuguesa para o Brasil, aparecendo o desfile de "carros de idéias", que seriam um prenúncio dos préstitos carnavalescos. O aspecto geral da cidade, também, melhorou com as primeiras medidas sanitárias, além de outras, visando à infra-estrutura urbana: calçamento das Ruas da Vala e do Cano, aterro de lagoas da zona urbana, isolamento de leprosos num hospital, construção de um cais, abertura dos primeiros jardins e praças, iluminação com lampiões de azeite de peixe, construção de chafarizes, úteis e belos, graças a primeira adutora do Carioca.
Surgem, ainda, os primeiros prédios públicos dignos de uma capital, como o Palácio dos Governadores (o Paço Imperial na Praça Quinze de Novembro), o Palácio Episcopal, no Morro da Conceição, o Senado da Câmara (no mesmo local onde hoje está o Palácio Tiradentes), a Casa do Trem (posteriormente Arsenal de Guerra, hoje Museu Histórico Nacional), o Arsenal da Marinha, o Hospital Militar e vários quartéis de Infantaria, Artilharia e Cavalaria.
Muitas igrejas se erguem, como a do Carmo (na Praça Quinze de Novembro) e a de São Francisco da Penitência (ao lado do Convento de Santo Antônio). Capelas e pequenas ermidas de séculos anteriores se transformam em imponentes templos.
A população aumenta, o comércio se expande, o porto melhora. O café começa a ser cultivado no Rio de Janeiro e, segue o seu caminho pelo Vale do Paraíba. A cidade, porém, não perde suas tradições provincianas: horas anunciadas pelos badalos de sinos, relógios de sol, comemorações religiosas, procissões promovidas com aparato pelas irmandades rivais, casas sem venezianas, poucos divertimentos para as mulheres. Assim, com cerca de 50.000 habitantes, o Rio de Janeiro chega ao final do século XVIII, e inicia o século XIX.
A cidade recebeu muitos melhoramentos no século XIX. Se compararmos à pequena capital da Colônia encontrada por D. João, com a extensa cidade deixada por D. Pedro II, veremos que muitas diferenças se faziam notar, a começar pelos limites da parte urbana que eram bem outros. Enquanto no alvorecer do século XIX, no tempo dos Vice-Reis, o núcleo urbano atingia apenas o Campo de Santana - ainda um simples terreno baldio, sem jardins - no final do mesmo século a urbanização do Centro ultrapassava o Largo do Rossio Pequeno, depois Praça Onze de Julho e, fazia-se necessária a drenagem dos pântanos que atingiam São Cristóvão, através do Canal do Mangue.
A evolução dos transportes coletivos, o trem e o bonde assinalaram o desenvolvimento dos subúrbios e dos novos bairros residenciais, antes sertão da cidade.
O abastecimento de água domiciliar que obrigou o governo a captar novos mananciais fluminenses, também, possibilitou a fixação de uma população mais numerosa.
A iluminação a gás, a partir de 1854, depois a implantação da eletricidade, foram fatores importante na transformação do Rio de Janeiro com a vinda da Família Real.
A Cidade
A área ocupada pela cidade era pequena, limitada por pântanos, pela mata fechada e, um pouco além, pelos morros. As ruas eram sujas, pois não havia limpeza pública. As casas eram pequenas, baixas, sem requintes de arquitetura, sem comodidades nem luxos e contavam com pouquíssimos móveis. Na maioria delas senta-se em esteiras e usavam-se rede para dormir; a iluminação era feita com lamparinas de óleo de baleia. As ruas eram ocupadas principalmente pelos escravos, constituíam um terço da população, que eram artesões (sapateiros, ferreiros, alfaiates etc), vendedores ambulantes, carregadores e aguadeiros(iam os chafarizes buscar a água que descia do aqueduto da Lapa, pois não havia água encanada nas casas). As lojas que vendiam a varejo tinham de tudo um pouco e não eram muitas. A maior parte do comércio era atacadista. Havia poucos estabelecimentos que serviam refeições e também eram poucos os bailes.
As comemorações dos 200 anos da chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, colocam D. João VI no centro das discussões, ensejando opiniões diversas sobre a figura irreverente, caricata e historicamente controversa do fundador desta nação. É inegável o bem que fez ao desenvolvimento econômico e cultural do Brasil quando aqui instalou a sede do reino.
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Com a Corte, chegou a livraria real, precursora da Biblioteca Nacional. Veio a instalação da Imprensa Régia, abriram-se os portos e iniciaram-se os cursos de medicina na Bahia e no Rio de Janeiro. Fundou-se o Banco do Brasil e criou-se o Jardim Botânico. E o povo passou a ter mais liberdade de expressão. Começavam os pressupostos que preparavam o Brasil para a Independência.
Apesar disso, a imagem de D. João VI nunca se livrou de uma imagem caricata, de um melancólico comedor de frangos, alheio às questões de Estado, amargurado pelos desvaneios da mãe D. Maria I, a infidelidade e as intrigas políticas da Princesa Carlota Joaquina. Um Rei intitulado como tolo, vacilante, inseguro, medroso que deixou para a última hora a decisão de partir para o Brasil. Medida que, de uma certa forma, reflete uma estratégia esperta que lhe salvou o Reino, ou apenas uma fuga covarde diante das tropas de Napoleão?
Com seu caráter indeciso e medroso, D. João não pode ser confundido com um rei covarde. Em situações de desvantagem, perante um inimigo muito mais poderoso, a retirada pode ser considerada uma decisão sábia.
É importante também considerar sobre a resistência que opôs ao absolutismo com que conviveu, encarnado nas figuras da ambiciosa esposa Carlota Joaquina e do filho D. Miguel. Governou com vários ministros influentes, mas nunca entregou o poder a um só.
D. João desconfiava sempre de tudo e de todos; e se era indeciso, por ser fraco e inexperiente, era-o também por esperteza ou dissimulação.
Foi certamente pela ousadia de sua administração que D. João soube combinar bondade, inteligência e senso prático para se tornar um rei sagaz, insinuante e precavido, afável e pertinaz. D. João VI foi sem dúvida alguma um rei popular por sua simpatia e ter tido a sabedoria em conquistar o coração do povo.
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Dona Carlota a Princesa do Reino Tropical
Era uma vez...
Uma pequena princesa chamada Carlota Joaquina de Bourbon e Bourbon que vivia no Reino de Espanha com toda a sua família. Seu avô era o rei e ela gostava muito dele e tinha muito respeito por ele.
Carlota tinha 10 anos e era uma menina muito alegre, inteligente e sagaz, contudo tinha temperamento forte, era muito orgulhosa, vingativa e se achava muito bonita e formosa. Ai de quem a contrariasse!
Um dia a promessa de casamento com um príncipe português separaria Carlota de sua família.
Numa certa noite a festa de despedida chegou. Muitos convidados nobres, muita comida, muita bebida, muita música e dança para celebrar a união dos reinos de Espanha e Portugal.
No dia seguinte, Carlota Joaquina já estava preparada para a viagem, mas muito triste em deixar para trás a sua família, principalmente o seu avô - o Rei de Espanha - a quem ela amava.
A Infanta Carlota viajou por vários dias em companhia de sua serviçal Francisca, em quem a família depositava muita confiança.
No encontro com o príncipe a quem ela foi prometida, Carlota ficou muito desapontada com a aparência do nobre Infante que pensava ela ser encantado.
A partir daí, a vida da princesa que tinha sonhos mudou. Ela tornou-se bem diferente daquelas dos contos de fadas - sem encantos e, sobretudo, gananciosa, infiel e vingativa.
A Mesa da Corte Portuguesa no Brasil
A Corte Portuguesa, mesmo instalada no Brasil, ainda conservou os hábitos e costumes peculiares que trouxera de Lisboa, principalmente no que se refere à alimentação:
Pela manhã desjejum às 07:00h,
Almoço às 10:00h,
Jantar às 17:00h,
Às 20:00h, a Ceia de Chás e Bolos.
D. João VI ficou conhecido pela sua mania de comer frangos. Um verdadeiro glutão, o rei não saia da mesa antes de destroçar, pelo menos, três deles com pão de alho torrado.
A mesa da Corte Portuguesa era muito farta de preciosidades salgadas e doces. E a Família Real sabia, nas horas das refeições, saborear um bom vinho ou um apetitoso licor. As refeições reais eram sempre um verdadeiro banquete com certo exagero.
Dentre os pratos preferidos pela Família Real no almoço ou no jantar, além do frango, também estão bacalhau, carne de vitela, chouriço, lombinho e costeleta de suíno ou ovelha, pato, perdiz, batatas e verduras. As sopas, cremes ou caldos de aspargos, cebolas ou queijo eram servidos como entrada.
Os doces eram uma tentação, a maioria feita a base de gemas: papos de anjo, chuviscos e creme de confeiteiro. Outras delícias também compunham a sobremesa e as mesas de chá do Palácio Real, biscoitinhos de nata, bolinhos de chuva, docinhos de nozes e amêndoas, sonhos, bom bocados, madalenas, brevidades, pãezinhos doces, arroz doce, mingaus, tortas de maçã ou pêra e compotas de marmelo e pêssego.
Carruagem ou Liteira – Passeio pela Corte
O enfoque é no Rio de Janeiro do século XIX, onde o uso de cadeirinhas, berlindas, serpentinas e carruagens foi amplamente disseminado a partir da chegada da Corte Portuguesa, em 1808, mas o estilo variava conforme as posses do proprietário. Os mais ricos encomendavam modelos mais luxuosos e confortáveis. O transporte de pessoas mais usado era o de montaria (cavalos e burros). Com a chegada da corte, as pessoas passaram a usar com mais freqüência veículos de rodas puxados por animais, como as seges e carruagens. Esse tipo de veículo era o preferido em ocasiões especiais, como festas de casamento, bailes na corte, ou para percorrer distâncias maiores.
As liteiras e as cadeirinhas de arruar, ou seja, de andar nas ruas, também se tornaram comuns, usadas principalmente pelas mulheres. Essas cadeirinhas, carregadas por escravos trajando libré, variavam dependendo do tamanho e da posse financeira das pessoas; eram acortinadas e tinham paredes ornamentadas com tecidos luxuosos estampados e bordados. Eram usadas para passeios de pouca distância.
Transportes na Corte
Os princípios dos serviços de transporte coletivo na Corte do Rio de Janeiro estão ligados a um fato deveras curioso: a cerimônia do beija-mão, quando da estadia de D. João VI no Brasil. A mudança do status da cidade, de capital colonial a capital de um reino trouxe alterações profundas, impostas pelas exigências da vida na corte. Uma das atividades que compunham a rotina da vida monárquica era justamente a referida cerimônia, através da qual os súditos de Sua Majestade iam lhe prestar homenagem e mostrar submissão, e também aproveitar para pedir algum favor.
Quando o rei se deslocava para a fazenda de Santa Cruz, a corte o acompanhava, e muitos de seus súditos — que podiam — realizavam a peregrinação até este local, para render homenagem ao soberano. Entretanto, para aqueles que não dispunham de meios próprios de locomoção, essa tarefa tornava-se quase impossível. Aproveitando-se dessas circunstâncias, Sebastião Fábregas Surigué solicitou à Sua Majestade, e conseguiu obter, em 1817, a concessão para a exploração de um serviço de coches e seges entre a cidade e Santa Cruz, e também para a Quinta da Boa Vista. A viagem para Santa Cruz levava muitas horas. As diligências saíam do Largo de S. Francisco às 4 da manhã, e de Santa Cruz às 5 e meia da tarde, chegando ao Centro de volta às 10 e meia da noite. Todo esse esforço, porém, devia compensar a satisfação dos peregrinos, que podiam, segundo o próprio Rei, “ter a honra de beijar a minha augusta e real mão”. Apesar da motivação para uma tal viagem, que hoje em dia poderíamos considerar como fútil — mas que certamente as pessoas do tempo não achavam — esse fato motivou a criação do primeiro serviço de transporte coletivo no Brasil, até então inexistente, e por isso deve ser considerado um marco, um princípio nesse ramo.
O Lazer na Corte
O passeio público e o aqueduto da Lapa eram praticamente os únicos lugares para onde a população ia a passeio aos domingos ou nas noites quentes; não havia outras praças ou parques na cidade e eram poucas as diversões. O único teatro era pequeno, velho, mal iluminado e trazia espetáculos amadores, assistidos, em geral por um público impaciente. A distração mais comum entre os homens era ir, pouco antes do jantar, até as bodegas para prosear, beber e jogar gamão. As mulheres de maiores recursos saíam muito pouco, em geral, em companhia de suas mucamas, para fazer compras, freqüentar missas e festas religiosas, cobrindo-se com pesadas mantilhas e xales.
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Theatro São João
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As festas, aliás, eram a grande diversão da população de toda a Corte. Havia muitos dias santos e festas religiosas, além das festas populares, como as folias de reis, a queima de judas e as encenações históricas. Existiam também as festas promovidas pela monarquia: saraus, bailes, casamentos, batizados ou eventos políticos.
A Moda na Corte do Rio de Janeiro
Com a chegada da Corte ao Rio de Janeiro, o cenário da cidade passou a ter um perfil mais glamuroso, visto que a moda européia veio também a bordo das naus.
A rotina social do carioca foi ganhando uma cara bem diferente da que se estava acostumada a ver - turbantes faziam a cabeça das mulheres (influência da moda do "piolho a bordo), os mais favorecidos trouxeram para a nova sede da Corte mais brilho, bom-gosto, suntuosidade que movimentavam os salões de sarau, casas de ópera, a inauguração de teatros confeitarias e lojas de artigos chiques. Tudo isso retratava a ostentação, o luxo e a distinção da posição social dos mais privilegiados, contrastando com a sobriedade, simplicidade e a pobreza que também estampavam toda a paisagem urbana.
Na moda feminina, o estilo greco-romano dominava, estilo este trazido da França. Eram vestidos leves, sem armações, de cintura alta, meias e sapatos baixos à mostra e decotes ousados. Como acessórios, as mulheres combinavam os colares simples com pingentes de camafeus e xales hispânicos ou orientais por sobre os decotes. As mulheres que preferiam o estilo mais clássico preferiam os vestidos de tecidos coloridos, com muito brilho e adornado de passimonarias, rendas e bordados.
Na moda masculina, ainda era preferência dos homens os calções tradicionais até o joelho, as longas meias de malha à mostra, combinados com elegantes túnicas ou casacas e sapatos ao estilo luisiano. As golas das casacas eram altas para salientar o pescoço, enrolados em lenços ou gravatas coloridos de seda ou de renda. As perucas ao estilo Luis XV eram a grande sensação e o charme.
Contudo, no decorrer do século XIX, a moda masculina foi perdendo muitos dos acessórios e o colorido, passando a um estilo mais sóbrio, com cores mais escuras e cabelos curtos ao natural.
Já a moda feminina caminharia num sentido oposto, perdendo toda a sua leveza com o retorno dos tecidos pesados e brilhantes, adornados de passimonarias, bordados, rendas e muito brilho o uso do espartilho e o excesso de acessórios como jóias, pedrarias, leques e tiaras.
Rio de Janeiro e a importação pelo Porto da Coroa
O porto do Rio de Janeiro era o maior do Brasil, onde chegava grande parte das importações, principalmente escravos e manufaturas, que era distribuídas pelas capitanias, e onde se concentravam as mercadorias vindas do interior para serem exportadas. Bahia e Pernambuco exerciam essa função em grau menor ao norte.
A circulação interna de produtos de subsistência também passava quase sempre pelo Rio de Janeiro: farinha de mandioca, milho, arroz, feijão, carne seca, peixe salgado, aguardente e madeiras de construção eram mais comercializadas.
A cidade era capital mais no nome do que de fato, pois, apesar de sua posição econômica não tinha preponderância as demais cidades da colônia, nem se quer era mais rica, aliás, luxo e aparência ficava longe na cidade de Salvador. Somente a vida da Corte tornaria Rio de Janeiro o centro da colônia.
Expressões trazidas para a Língua Portuguesa
pela Corte em 1808
Contribuições que a Corte Portuguesa deixou como herança na nossa cultura lingüística e popular:
DEIXAR AS BARBAS DE MOLHO - Ficar de sobreaviso, acautelar-se, prevenir-se.
- Ter a barba cortada por alguém representava uma grande humilhação. Essa idéia chegou aos dias de hoje. Um dito popular português diz que "quando você vir as barbas de seu vizinho pegar fogo, ponha as suas de molho".
Todos devemos aprender com as experiências dos outros.
FALAR PELOS COTOVELOS - Falar demais.
Surgiu do costume que as pessoas, muito falantes, têm de tocar o interlocutor no cotovelo a fim de chamar mais a atenção.
CUSPIDO E ESCARRADO - Uma pessoa é muito parecida com outra.
A origem do ditado vem da expressão: "esculpido em Carrara". A frase é uma alusão à perfeição das esculturas de Michelangelo, pois Carrara é um mármore da Itália e foi bastante usado por ele. Algum tempo atrás, em Lisboa, significava fazer bustos de pessoas famosas em carrara, o mais chique dos mármores, ou seja, fazia uma cópia perfeita da fisionomia da pessoa.
À BEÇA - Muito, em grande quantidade.
Na Corte Portuguesa, havia um comerciante rico chamado Abessa, que adorava ostentar roupas de luxo. Quando alguém aparecia fazendo o mesmo, dizia-se que ele estava se vestindo à Abessa, ou seja, como o comerciante. Virou sinônimo de abundância, exagero.
PODE TIRAR O CAVALO DA CHUVA - Pode esperar que vai demorar.
No interior de Portugal o meio de transporte mais utilizado era o cavalo. Além de não enguiçar nem parar por falta de combustível, o cavalo tem a vantagem de deixar clara a intenção do visitante na chegada. Se ele amarrava o bicho na frente da casa, sinal de permanência breve; se levava para um lugar protegido da chuva e do sol, podia botar água no feijão que o gajo ia demorar. Depois o sentido da expressão se ampliou para desistir de um propósito qualquer.
OVELHA NEGRA DA FAMÍLIA - Filhos que não têm bom comportamento.
A história dessa frase nasceu do milenar trabalho de pastoreio. Em todo o rebanho há um animal de trato difícil, que não acompanha os outros. Cuidando das ovelhas, protegendo-as dos lobos, providenciando-lhes os melhores pastos, o pastor não evita, porém, que uma delas se desgarre. É a "ovelha negra". Por metáfora, a frase passou a ser aplicada nas famílias e em outras comunidades, a filhos ou a afiliados que não têm bom comportamento.
BATEU AS BOTAS - Morreu.
Esta frase é uma variante das tradicionais "Esticou as canelas", "Abotoou o paletó", "Partiu desta para melhor". O curioso, porém, é que se aplica apenas ao morto adulto, do sexo masculino, que tenha o costume de andar de botas ou ao menos calçado. O sapato tem sido símbolo de qualificação social ao longo de nossa história. Provavelmente bate as botas ao morrer alguém de certas posses, ao menos remediado. Outros mortos apenas esticam as canelas ou partem desta para melhor. Dependendo da herança, sua partida é mais favorável para quem ficou. As origens da frase residem no bom trato despedindo aos mortos, posto arrumado no caixão, com o paletó abotoado.
CONVERSA MOLE PARA BOI DORMIR - Assunto sem importância.
Esta frase nasceu quando o boi era tão importante que dele só não aproveitava o berro. Tratado quase como pessoa, com ele os pecuaristas conversavam, não, porém, para fazê-lo dormir. Nas touradas, quando o boi ainda é touro, até sua fúria compõe o espetáculo.
DEU DE MÃO BEIJADA - Entrega espontânea.
Esta frase nasceu do rito empregado nas doações ao Rei ou ao Papa. Em cerimônia de beija-mão, os fiéis mais abastados faziam suas ofertas, que podiam ser terra, prédios e outras dádivas generosas.
INÊS É MORTA - Não adianta mais.
Personagem histórica e literária, celebrada em Os Lusíadas , de Luís de Camões (1524-1580), Inês de Castro (1320-1355) teve um caso com o príncipe Dom Pedro (1320-1367), com quem teve três filhos. Por reprovar o romance, a casa real condenou a dama castelhana que vivia na corte portuguesa à morte por decapitação. Ela literalmente perdeu a cabeça por um homem. Quando já era o oitavo rei de Portugal, Dom Pedro deu-lhe o título de rainha. Mas àquela altura logicamente isso de nada adiantava: Inês já estava morta. A frase passou a significar a inutilidade de certas ações tardais.
MISTURAR ALHOS COM BUGALHOS - Frase que sintetiza confusão.
Frase de uso corrente na linguagem coloquial desde os tempos dos primeiros cultivos do alho, erva de que se aproveita o bulbo, principalmente como tempero. Os namorados, entretanto, procuram evitar pratos com tal condimento, já que o beijo fica mais adequado ao trato com vampiros e não com os amados, dado ao cheiro pouco agradável advindo de sua metabolização no organismo.
VÁ PENTEAR MACACOS - Não incomode, vá para longe.
Esta frase, proferida como ofensa, é adaptação de um provérbio português: "Mau grado haja a quem asno penteia". Na tradição de Portugal, pentear burros e jumentos seria tarefa menor, quase desnecessária. Provavelmente o verbo significava escovar.
RASGAR SEDA - Elogiar exageradamente.
Sinônimo de elogios exagerados, tem origem numa situação na qual um vendedor de fazendas vai à casa de uma moça para cortejá-la e, como pretexto, oferece-lhe alguns panos "apenas pelo prazer de ser humilde escravo de uma pessoa tão bela". Retruca a moça: "Não rasgue a seda, que esfiapa-se".
É DE TIRAR O CHAPÉU - É muito bom.
Tem origem nos cumprimentos que podiam ser feitos com um toque na aba; erguendo-o um pouco, sem retirá-lo da cabeça; tirando-o inteiramente ou fazendo-o roçar no chão, quase como uma vassoura, tudo dependendo da importância social de quem era saudado.
QUINTOS DOS INFERNOS - Amaldiçoar alguém ou local muito longínquo.
Uma corrente (com variantes, é claro) associa o termo quintos ao imposto de 20% cobrados pela coroa portuguesa sobre todo o ouro fundido no Brasil. Falava-se em quintos mais ou menos como hoje ainda se fala em décimas, no sentido tributário. Por causa da antipatia que os brasileiros e os portugueses colonos sentiam por esse tributo, teria sido agregada a locução "dos infernos", ficando então completa a expressão. Outra corrente volta-se para Quintos, uma das freguesias de Beja, em Portugal. Como estava situada, na Idade Média, no limite do território português, a localidade era alvo constante das investidas dos chefes árabes que dominavam grande parte da Península Ibérica, o que tornava infernal a vida nessas paragens. Daí teria vindo o hábito de arrenegar os desafetos e inimigos, mandando-os para "os Quintos dos infernos".
AMA-SECA - Babá.
O termo surgiu na época da escravidão e correspondia à escrava que não amamentava. A escrava que dava de mamar era chamada de ama-de-leite.
A EMENDA SAIU PIOR DO QUE O SONETO - O conserto ficou pior que o original.
Querendo uma avaliação, certo candidato a escritor apresentou soneto de sua lavra ao poeta português Manuel Maria Barbosa do Bocage (1765-1805) pedindo-lhe que marcasse com cruzes os erros encontrados. O escritor leu tudo, mas não marcou cruz nenhuma, alegando que elas seriam tantas que a emenda ficaria ainda pior do que o soneto. A autoridade do mestre era incontestável. Bocage levou essa forma poética a tal perfeição que fazia o que bem queria com um soneto, tornando-se muito popular, principalmente em improvisos satíricos e espirituosos, pelos quais é conhecido.
AO DEUS DARÁ - Deixado de lado.
Esta famosa frase serviu originalmente de resposta de quem não queria dar esmolas. Homens duros de coração.
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Os 200 Anos da Chegada
da Corte Portuguesa no Brasil
da Corte Portuguesa no Brasil
A celebração dos 200 anos da vinda da Família Real para o Brasil vem ensejando também à mídia, múltiplas oportunidades de informar e formar o leitor de como uma rainha louca, um príncipe medroso, uma princesa intrigante e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil, revelando toda a verdade do que foi descoberto.
Tudo aquilo que a escola não tem ensinado nas últimas décadas, do ensino fundamental e do ensino médio, vem sendo suprido positivamente por outro tipo de ensino a distância: aquele proporcionado pelos jornais, revistas, livros, rádio, televisão, internet.
Considerando as fortes tempestades enfrentadas no Atlântico, algumas naus vieram diretamente para o Rio de Janeiro, enquanto aquela em que viajava Dom João VI foi parar em Salvador. O então príncipe regente só chegaria ao Rio de Janeiro no dia sete de março de 1808.
Aqui seria aclamado e coroado rei de Portugal, do Brasil e de Algarves, e passaria à história como um rei bondoso, meio atrapalhado, irreverente, comedor impulsivo de frango assado, com medo de tomar banho de mar, quando foi em verdade, apesar de sua complexa personalidade, um soberano inteligente, receptivo ao povo, com grande visão de estadista.
Ora, o próprio Napoleão reconheceu em Dom João VI um inimigo difícil de combater e que o príncipe português foi o único que não o venceu, mas o enganou.
Os livros nos fazem crer que a vinda da Família Real foi uma fuga atabalhoada, mas na realidade, o fato foi mesmo uma das maiores e mais estratégicas retiradas, senão a maior, de toda a História.
O único soberano que superou Napoleão em estratégia fundou o Brasil e abriu as portas para o desenvolvimento nacional. Num tempo em que reis eram depostos, humilhados, vencidos ou até decapitados. Dom João salvou a si mesmo, a seus familiares, à Corte e, de alguma forma, também o povo português e o brasileiro.
Quintos do Inferno
A expressão “quinto dos infernos” foi aplicada a repulsa às condições climáticas e ao modo de vida no Brasil pela rainha Carlota Joaquina, que não tinha o menor desejo de vir para cá - e que, ao retornar para Portugal, fez questão de limpar os sapatos ainda no cais, para tirar dos pés qualquer resquício de lembrança da terra brasileira. Por ironia, foram os quintos do Brasil (o imposto de 20% cobrado sobre o ouro da colônia) que sustentaram por muito tempo a Monarquia Portuguesa.
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Dona Carlota Joaquina
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Referências:
Manuel Amaral: - Invasão de Junot (1807-1808)
Cronologia das Invasões Francesas - 1807
Wikipédia
Excelente teu blogger. É parada obrigatória... Acabei de postar algo parecido. Fica, então, o convite.
ResponderExcluirParabéns! Gostei muito do seu blogger. Como diz o nosso amigo Maxwell Soares é uma parada obrigatória a todos brasileiros que queiram se informar sobre o período imperial. As expressões trazidas para a língua portuguesa pela corte em 1808 que já fazem de nossas vidas, é de grande importância cultural.
ResponderExcluirBelo trabalho "jpmuller" . . .
ResponderExcluirPARABÉNS!!!
Também elaborei um blogger sobre a FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA << maragatoassessoramento.blogspot.com >>
Cultura (História) nunca é demais!!!
Gostaria de saber se há registro de uma frase que consta ser de D. João, quando ainda era Príncipe-Regente. Ao ser criticado por Portugal, quando alçou o Brasil à categoria de Reino, disse: "Reino é onde está o Rei".
ResponderExcluirTive um professor de história que comentava sobre isso, defendendo que D. João era inteligente e muito esperto em matéria de política.
Gostaria muito de saber se é fato que ele disse isto ou algo do estilo...
Diz-se que o ainda principe regente D. João quando em Portugal com os franceses a porta, com a indicação inglesa de transferir a Corte para o Brasil, teria dito algo similar.
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ResponderExcluirContar história não é para qualquer um viajei no seu texto parabéns!
ResponderExcluirAlguém poderia me dizer dois aspectos positivos e dois negativos de D João?
ResponderExcluirGostei do assuntos da chegada de Dom Joao IV, ao Brasil. A historia do Brasil eh muito rica, cheia de fatos e acontecimentos importantes ate os dias atuais.
ResponderExcluirQuem fazia parte da corte no reinado de Dom Joao IV no Brasil?
ResponderExcluirCaramba...muito bom
ResponderExcluirAjudou muito
Ótimo James !
ResponderExcluirjá vi muita gente feia na minha vida . Mais esse povo português que veio para o Brasil em 1808 é de matar . O povo FEIO . Ha Ha Ha Ha e olha que eu sou feio mais não tando quanto .
ResponderExcluirKkkkkkkk
ExcluirMeu caro, primeiramente PARABÉNS pelo trabalho. Foi uma experiência boa e prazerosa ler seu conteúdo. Se é que me permites, gostaria de propor uma adequação para que não fique dúbio o entendimento da leitura "Em 1825, João VI nomeou Pedro I seu sucessor, apesar da rebeldia demonstrada, na tentativa de reunir Portugal e Brasil sob a mesma coroa". Se me permites, e salvo engano, D. João VI nomeou D. Pedro I como regente, a 22/4/1821. Quando eu leio a data de 1825, dá a entender que fora naquele ano. Minha sugestão seria começar com a explicação de ter feito a nomeação de D. Pedro I em 1821, passando ao ano de reconhecimento da independência, ou fazer um aposto para esclarecer a referida data de nomeação da regência.
ResponderExcluirNa certeza de apenas sugerir o referido ajuste, ficando livre para atender ou não, reforço minhas congratulações pelo conteúdo.